Manifesto: O que se encontra debaixo da ponte entre Santos e Guarujá
O QUE SE ENCONTRA DEBAIXO DA PONTE ENTRE SANTOS E GUARUJÁ
É um evento esperado há mais de 92 anos, com os percalços de todos conhecidos quando necessitam se deslocar entre os municípios apontados. Nisto está envolvido o desenvolvimento econômico da Região Metropolitana da Baixada Santista, trazendo a melhoria da qualidade de vida, com distribuição de renda e emprego.
Publicado originalmente na Tribuna Cidadã, editada pela Câmara Municipal de Santos, em 19 de agosto de 2019
Ante as evidências comentadas na orla portuária e nas redes sociais, apoiadas pelo projeto técnico da ponte, responde-se de imediato; um grande interesse privado de arrendatários portuários e companhias de trem, gás e granel (essas três empresas pertencem ao mesmo empresário), que não querem dividir com ninguém o espaço da comunidade., nem levar em conta sua vontade e necessidades.
Isto se explica:
A comunidade da Região Metropolitana da Baixada Santista vê na construção da ligação seca entre os municípios de Santos e Guarujá a oportunidade de crescimento e desenvolvimento.
É um evento esperado há mais de 92 anos, com os percalços de todos conhecidos quando necessitam se deslocar entre os municípios apontados. Nisto está envolvido o desenvolvimento econômico da Região Metropolitana da Baixada Santista, trazendo a melhoria da qualidade de vida, com distribuição de renda e emprego.
Trata-se de a questão da ligação seca entre duas rodovias dentro do município de Santos, a ser efetuada através de uma ponte que permitirá a ligação entre as margens do porto de Santos.
A divulgação do projeto, com o grande apoio e entusiasmo da sociedade, empresas, instituições em geral. vêm sofrendo ferrenha oposição. Esta, contudo, não vai além do discurso e muito esconde debaixo da ponte.
O projeto, financiado pelo setor privado, não depende de acertos políticos ou burocráticos que já atrasaram a vida e o desenvolvimento da região por quase 100 anos.
A ponte pode começar ainda no final deste ano.
Muito se fala que a ponte vai atrapalhar a expansão portuária, a ligação por túnel seria menos impactante para os projetos propostos pela atual diretoria da Codesp, e que atendem interesses do Sr. Rubem Ometto e da Brasil Terminal (empresa 100% de capital estrangeiro), que buscam monopolizar suas atividades, sendo o porto de Santos um grande “trunfo na manga”
Os alegados projetos de expansão não possuem sequer um rascunho. Inexiste projeto para a expansão que possa minimamente ser levado a discussão e de fato contraposto à ponte. Do que se tem noticia é que a ponte vai prejudicar a área de manobra de trens que a Rumo deseja, o gasoduto da Congás e o aumento do espaço da Brasil Terminal, que pretende anexar a sua área da mesma forma que fez com os atuais terrenos, de graça!!! Sem pagar aos cofres públicos os valores devido de mercado!!!
Tudo isto foi visto desde a polêmica iniciada com a audiência pública realizada no Teatro Guarany, onde a Brasil Terminal Portuário levou até claque para aplaudir os argumentos contrários, em clara ofensa à transparência, interesse público e participação democrática. Comenta-se na cidade que a Brasil Terminais “obrigou” seus funcionários a ir à audiência.
Ousadia não lhe falta, e o impulso ante a impunidade é notório. Apresentou a companhia portuária um projeto para arrendamento de área, onde construiria um terminal de granel líquido, conforme o PDZ. Vigorante desde 2006, não está sendo observado; desatualizado, permite os desatinos presentes. De novo não se discute, mas tão somente se ouve a vociferação da autoridade portuária e do presidente da companhia, como forma de afastar o diálogo e impor a sua vontade, vestida por outros interesses que não os do Porto de Santos, o interesse público e da economia nacional.
Pasmem, a BTP construiu um terminal para movimentação de contêineres. Hoje o Porto de Santos é carente na armazenagem de granel liquido.
Pode-se parafrasear Kiko Zambianchi, “Tudo tão errado que parece certo”. Sim é exatamente esta sensação que os cidadãos que vivem na Região Metropolitana da Baixada Santista sentem.
A presidência da companhia portuária, indicada uma vez mais por arranjo político – após a Polícia Federal, efetuar a prisão do ex-presidente no exercício do cargo, junto com o diretor jurídico- ao tomar posse, inicia um discurso marciano, e não se interessa por saber as condições em que se encontra a companhia portuária.
Contradiz a postura da responsabilidade com o interesse público, especialmente em função do importantíssimo equipamento para a internacionalização da economia nacional.
Pode-se parafrasear Kiko Zambianchi, “Tudo tão errado que parece certo”.
Sim é exatamente esta sensação que os cidadãos que vivem na Região Metropolitana da Baixada Santista sentem.
Não foi feita qualquer auditoria das gestões passadas. Amigos pessoais e sócios do presidente, exercendo atividade profissional em empreendimentos privados são nomeados.
Outros dirigentes ligados a conglomerados com interesses diversos no porto são nomeados, como o todo poderoso Ometto, o rei do açúcar, trem, gás e agora da Codesp
Há, parece, um grande plano de marketing para divulgação do que interessa, em desprezo ao interesse público e nacional.
Viagens são patrocinadas para longínquos países a título de aprendizado e de se vender o Porto de Santos. Curioso os indicados o foram pretensamente em função do conhecimento e exercício profissional, até porque a companhia portuária não é entidade congênere ao conhecimento e a cultura, devendo os atores nela inseridos ater-se à administração do complexo portuário.
Interessa que sejam esclarecidos publicamente, de modo transparente, os contatos, a finalidade, o custo e os resultados.
Não parece que o interesse seja o do porto de Santos, mas do terminal arrendatário BTP que patrocina interesses contrários ao da ponte, visando exclusivamente seus interesses privados, assim como a Rumo, Congás, Cosan, Raízen e outros interessados, que veem no traçado da ponte empecilhos a seus interesses privados.
Talvez seja interessante saber quais os projetos destas empresas no Porto de Santos.
Inexiste conhecimento a respeito dos planos de expansão portuária, mas todos os que possam vir a existir não serão obstados pela ponte, mas sim pela limitação natural do canal. Até porque a profundidade deste não pode ir além dos 17 metros, sob pena de desmoronamento dos berços.
O túnel também pode ser um grande limitador, pois em um futuro próximo teremos uma tecnologia que permitirá aumentar o calado do porto e o túnel será um importante entrave, sem falar que será no meio do canal!!! Então a melhor opção seria ficarmos com a velha e boa balsa!!!
A limitação natural do canal salta aos olhos.
Não há plano que vá retirar as curvas do canal, bem como aumentar a profundidade para mais do que 20 metros. Logo, todo este discurso da autoridade portuária não tem embasamento técnico-científico que explique como a ponte pode impedir algum projeto de expansão do porto.
A prova cabal disto tudo é a asnice da companhia em levar celulose para a Ponta da Praia em um terminal preparado e equipado para a movimentação de granel. O que fazer com os equipamentos que lá estão, jogá-los na água? Vender como sucata ???
O granel é produto de baixo valor agregado, não vai deixar nada na cidade, assim como grãos, farelos, soja, milho, trigo, açúcar e outras commodities deixarão apenas pobreza, poeira, insetos, ratos e odores indesejáveis, com a extinção da maioria dos postos de trabalho. São incomparáveis a cadeia de serviços na movimentação dos contêineres e do granel, carga de uns poucos donos, que vem diretamente ao porto, e aqui é descarregada e exportada, com pouquíssima utilização de mão-de-obra.
…o governo federal, em estado de quase paralisia ante o cerco inédito que vem sofrendo, não possui dinheiro para investir no porto de Santos. Logo, ainda que possam existir algum projeto, além do granel, não será retirado do papel. É ilusório o discurso da autoridade portuária e do presidente da companhia portuária. Serve, ao que parece, a interesses distintos dos do público.
A riqueza do porto advém da movimentação de contêineres, com recolhimentos de impostos sobre cargas com alto valor agregado, cuja cadeia de serviços movimenta a economia, multiplica a mão-de-obra.
Deste modo o que pretende a autoridade portuária e a companhia é fazer de Santos um grande terminal de granéis, empobrecendo a Região Metropolitana da Baixada Santista e infestando a cidade de ratos
O governo federal, em estado de quase paralisia ante o cerco inédito que vem sofrendo, não possui dinheiro para investir no porto de Santos. Logo, ainda que possam existir algum projeto, além do granel, não será retirado do papel. É ilusório o discurso da autoridade portuária e do presidente da companhia portuária. Serve, ao que parece, a interesses distintos dos do público.
A ponte está projetada e será financiada pelo setor privado. Logo, não construí-la é relegar a Região Metropolitana da Baixada Santista ao empobrecimento, e com o granel leva-la a miserabilidade, a semelhança de uma DETROIT portuária.
Ponte já, para o progresso, desenvolvimento, a logística, o transporte, o turismo, com a criação de postos de trabalho e a qualidade de vida.
Em outubro de 2018, presidente e diretor jurídico da companhia portuária foram presos pela Polícia Federal, no exercício do mandato. Foram demitidos e respondem a processo, infelizmente em liberdade após efetuar depósito de substancial fiança determinada pelo juízo.
Autoridade Portuária do mais importante porto do Hemisfério Sul sofre grande desgaste com o nefasto episódio.
A autoridade portuária responsável pela infraestrutura fica à mercê do ranço político que insiste em prevalecer, agora em simbiose com o exclusivo interesse de parte do setor privado, duas empresas, BTP e Ometto, em detrimento do público.
O Brasil deve reverter sua economia, gerar trabalho e desenvolvimento. Não pode admitir esta situação, tampouco que da mesma se procure tirar proveito. Essa situação atinge trabalhadores, empresas, importadores e exportadores, produtores, transportadores, toda a sociedade. O comércio marítimo cresce a taxa muito maior do que o PIB. Portanto, a produtividade do porto é energia nobre do crescimento econômico. É urgente um basta a esse descaso com o Porto de Santos.
…Lembremos que o Porto de Santos é o maior da América Latina e fica estrategicamente localizado no Estado mais industrializado do Brasil !!! Já a commodity que desejam escoar, a grande maioria não é nem produzida no Estado de São Paulo. Chega de marola debaixo da ponte já!!!
Neste Porto foram escritos capítulos fortes e gloriosos da história do Brasil. Por ele passou a força que construiu São Paulo, o mais rico estado do País. E foi além. Com certeza, as forças vivas da Região Metropolitana da Baixada Santista, aqui em parte representadas pelos Ilustres Vereadores, de igual modo o complexo portuário de Santos e da sua zona de influência não irão se omitir, e sairão mais uma vez em defesa da pujante porta para o comércio pelos mares do Planeta.
Não deve prevalecer no Porto de Santos o obscurantismo e o exclusivo interesse de poderosos grupos econômicos como de uma BTP, que firma contrato para erigir um terminal de granel líquido e trabalha para formar um oligopólio em Santos da mesma forma que vem acontecendo no mercado marítimo, de conformidade com o PDZ, e constrói um terminal para movimentação de contêineres, em que o interesse está desde sempre exclusivamente no lucro inconsequente e desrespeitoso com a vocação e a história da região. Antes e existirem BTP, Rumo, Cosan, Comgás, Raízen, existiam e existem a região e os cidadãos brasileiros que a compõem.
Lembremos que o Porto de Santos é o maior da América Latina e fica estrategicamente localizado no Estado mais industrializado do Brasil !!! Já a commodity que desejam escoar, a grande maioria não é nem produzida no Estado de São Paulo.
Chega de marola debaixo da ponte já!!!