A honestidade em chamas. Por Edmilson Siqueira
A HONESTIDADE EM CHAMAS
EDMILSON SIQUEIRA
… Não, o atual governo não é inocente, a política ambiental pode precisar de reparos, Bolsonaro ajuda a botar gasolina na fogueira das vaidades com suas declarações impróprias para um presidente, mas a histeria esquerdista é de uma desonestidade que não tem tamanho. Há queimadas – e até maiores – na Bolívia, no Peru e no Paraguai; Portugal e Espanha, nessa época, tem enormes incêndios em seus parques, mas a gritaria é contra o Brasil…
Dois exemplos recentes mostram o quanto a esquerda é desonesta. Claro que a existência de oposição é essencial para qualquer regime democrático. Sem ela, sem a discussão dos temas, sem visões diferentes para o necessário debate, o pensamento único, próprio de ditaduras, toma conta do país. Sim, a oposição é necessária, mas a esquerda, quando nessa condição, exagera em todos os sentidos, ferindo a honestidade que deveria prevalecer em qualquer situação.
O primeiro exemplo dessa visão dupla de um mesmo tema ocorreu recentemente, quando o governo anunciou cortes no orçamento que também atingiam a verba das universidades federais. O corte não era lá essas coisas, cerca de 30% da verba para consumo, o que, no geral, não dava nem 3%. Mas a esquerda distorceu o corte, alardeou que era de 30% no geral, convocou manifestações, alunos e professores (de esquerda) ameaçaram ou fizeram greves e o assunto ganhou manchetes na imprensa, açodado, claro, pelos coleguinhas todos que usam a profissão como extensão da militância ideológica esquerdista.
Assim, o atual governo ficou com a fama de ter realizado um grande corte na Educação, quando os jornais de alguns anos atrás estão prenhes de notícias sobre cortes no mesmo setor, muito maiores que o ocorrido este ano. E, na ocasião desses outros cortes, o silêncio da esquerda foi sepulcral. Nenhuma manifestação, nenhum artigo protestando, nenhuma ameaça de greve.
O segundo exemplo dessa ira seletiva da esquerda está ocorrendo agora: o início da temporada de queimadas na Amazônia provocou tal gritaria da esquerda, que alcançou a preocupada – e desmatada – Europa. Como aliás, em outras ocasiões, a esquerda internacional também foi chamada a tentar interferir nessa “calamidade que estão fazendo com o pulmão do mundo”. Balela. Além dos dados que estão à disposição de qualquer pessoa honesta mostrarem que o atual ritmo de queimadas é normal nessa época, há outros dados que mostram picos de queimadas – em número muito maiores que os atuais – em anos recentes. O recorde mesmo aconteceu em 2009, em pleno governo petista, de esquerda, obviamente. E quando a “deusa” das florestas, Marina Silva, era ministra do Meio Ambiente, houve queimadas maiores que as atuais.
Claro que o meio ambiente merece toda a atenção possível e a maior parte possível também da floresta deve ser preservada. E é. Mas a Amazônia não pertence ao mundo e nem é o pulmão do planeta. Estudos atestam que a floresta não só consome a maior parte do oxigênio que produz, como quase tudo que respiramos tem origem na flora marítima. Surpresa? Pois é?
Agora, mostrar fotos de décadas passadas nas redes sociais, de queimadas e animais sofrendo, como se fossem de hoje no Brasil, aí já ultrapassa a desonestidade: é campanha sórdida mesmo contra o governo. Pior: uma dessas fotos – de 1989! – foi publicada pelo presidente da França, país que financia com enormes subsídios seu atrasado agronegócio e acabou com quase todas suas florestas.
Não, o atual governo não é inocente, a política ambiental pode precisar de reparos, Bolsonaro ajuda a botar gasolina na fogueira das vaidades com suas declarações impróprias para um presidente, mas a histeria esquerdista é de uma desonestidade que não tem tamanho. Há queimadas – e até maiores – na Bolívia, no Peru e no Paraguai; Portugal e Espanha, nessa época, tem enormes incêndios em seus parques, mas a gritaria é contra o Brasil. Gritaria essa que, tenho absoluta certeza, jamais ocorreria, mesmo com a Amazônia inteira em chamas, caso o poste de Lula tivesse saído vitorioso na última eleição presidencial.
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Edmilson Siqueira– é jornalista
Na qualidade de Presidente da Associação Paulista de Imprensa, deixo registrado aos
meus ilustres amigos articulistas deste jornal eletrônico, que é uma plataforma de boas informações meu profundo agradecimento
dos colegas em manterem o compromisso com a verdade, com a ética e o profissionalismo, Parabéns meu Caro CARLOS BRICKIMANN !!!