Já ganhamos essa Copa América. Coluna Mário Marinho
JÁ GANHAMOS ESSA COPA AMÉRICA
COLUNA MÁRIO MARINHO
Calma, amigo, muita calma. Não estou aqui cantando vitória antes da hora. Não é soberba e muito menos pretensão.
Mas é verdade.
Estava em disputa uma Copa América particular entre Brasil e Argentina.
Eliminar Los Hermanos era questão fundamental, vital.
Alcançado o feito, com galhardia e justiça, o resto é lucro.
Os argentinos estão chorando – e como choram Los Hermanos -, chorando, reclamando.
Assisti ao jogo e revi os lances reclamados. Segundo eles, foram dois pênaltis.
Ambos são aqueles chamados de “lances de interpretação”, cabe ao juiz e somente a ele decidir.
Sempre haverá no futebol essa polêmica, graças a Deus.
Somos falíveis e no futebol reclamamos sempre, com razão ou sem razão.
No jogo Brasil 2 x 0 Argentina, não há o que reclamar. Demos um baile neles. Marcamos dois gols que são obras de arte.
No primeiro gol, memorável tabela com aquelas dos tempos de Pelé e Coutinho.
No segundo gol, memoriosa jogada de Gabriel Jesus, alinhando refinada técnica com a raça que nos faz lembrar o Tanque Vavá da Copa de 1958.
Don’t cry for me, Argentina.
Não chorem por mim, argentinos.
Agora, o
renovado Peru
Não pense o leitor amigo, esclarecido e otimista que o jogo contra o Peru vai ser fácil.
Esqueça, meu amigo, esqueça aqueles 5 a 0, pois o Peru de agora é outro.
A história, escrita por números, nos dá vantagem. Em 44 jogos, o Brasil venceu 31, empatou 9 e perdeu apenas 4.
Já aconteceram goleadas avassaladoras, como os 7 a 1 na goleada que aconteceu na Copa América de 1949, jogo coincidentemente disputado na cidade do Rio de Janeiro.
Ou os 7 a 0 na mesma copa América, em 1997, jogo disputado em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.
Ou os 4 a 2 na Copa de 1970, em Guadalajara, no México.
Naquele jogo, o Brasil, dirigido por Zagallo, mandou a campo este time: Brasil: Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza, e Marco Antonio; Clodoaldo e Gerson (Paulo Cesar); Jairzinho (Roberto), Tostão, Pelé e Rivelino.
Os gols foram de Rivelino (11′), Tostão (15′), Gallardo (28′), Tostão (7′-2T), Cubillas (25′-2T) e Jairzinho (30′-2T).
O Peru tinha um time forte, tanto que chegou às quartas de final para enfrentar o Brasil. Tinha jogadores como Chumpitaz, Teófilo Cubillas, Alberto Gallardo e outros.
Era dirigido pelo Brasileiro Didi.
Como? Você não sabe quem foi o Didi?
Abre parêntesis histórico.
Waldir Pereira, o Didi, nasceu em Campos-RJ, em 8/10/1928 e morreu na cidade do Rio de Janeiro, em 12/05/2001, vítima de câncer.
Foi um dos mais competentes armadores do futebol brasileiro.
Em 1958, na primeira Copa do Mundo vencida pelo Brasil, disputada na Suécia, ganhou o apelido de “Mr. Football” dado pela imprensa europeia e “Mounsier Football” especificamente pelo jornal francês L’Equipe.
Era um jogador elegante, dentro e fora de campo. Seu porte elegante, quase marcial, em campo, rendeu-lhe o apelido de “Príncipe Etíope” dado pelo jornalista, escrito e dramaturgo Nelson Rodrigues.
Foi revelado pelo Americano, da sua cidade de Campos-RJ, ganhou fama no Fluminense que defendeu de 1949 a 1956 e ganhou o mundo no Botafogo onde jogou de 1956 a 1962, com a passagem de um ano no Real Madri, 1959-1960.
Fez o gol da vitória sobre o Peru em 1958, 1 a 0, classificando o Brasil para a Copa da Suécia.
O gol foi de falta e celebrizou a “folha seca” uma batida na bola com o lado externo do pé que dava à bola uma curva que enganava o goleiro.
Essa curva ganhou o apelido de folha seca.
Em 1970, Didi classificou o Peru pela primeira vez para uma Copa do Mundo, onde foi muito bem até enfrentar o Brasil e ser eliminado.
Esse foi o craque Didi. Fecha parêntesis histórico.
São águas passadas.
Após os 5 a 0 contra o Brasil, nessa Copa América, o time peruano se fechou e cresceu na adversidade, conquistando com méritos a sua classificação para disputar o título.
Tecnicamente o Brasil é um time muito superior e tem tudo para vencer e se tornar campeão da Copa América pela 9ª vez.
O Brasil só não pode entrar em campo se achando campeão.
Veja os gols da vitória do Peru sobre o Chile:
https://youtu.be/CGLqVVTIf_I
As
Meninas
Estados Unidos e Holanda fazem a final da Copa do Mundo do futebol feminino que está sendo disputada na França.
Os Estados Unidos são os favoritos, mas as meninas holandesas têm muita raça e muita fibra como demonstraram ao vencer a forte seleção sueca na semifinal.
A Bandeirantes e a Globo transmitem o jogo às 12 horas do domingo.
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Mário Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)