Bolsonaro & Neymar. Coluna Mário Marinho
Bolsonaro & Neymar
COLUNA MÁRIO MARINHO
Há muito mais em comum entre Bolsonaro e Neymar do que pode imaginar nossa vã filosofia.
Em diferentes momentos e diferentes ocasiões, ambos pintaram como soluções para o Brasil.
Um nos daria a Copa do Mundo; o outro, a paz e a prosperidade que nosso povo tanto precisa e anseia.
Passado algum tempo, as virtudes messiânicas dos dois personagens vão se esvaindo e sobra a realidade.
E a realidade é só uma: o que ambos mais têm em comum é capacidade de se meter em confusões criadas por eles mesmos.
Quando não são eles que as criam, seus parças – futebolísticos ou políticos – se encarregam de criá-las.
O fim de semana foi de descanso para o Presidente. Ocasião, então, para Neymar ocupar o espaço.
A história está em todos os meios de comunicações imagináveis do mundo.
A bela brasileira vai até Paris encontrar-se com Neymar no luxuoso Sofitel, um dos 10 melhores hotéis de Paris, cuja diária parte de US$ 660 (alguma coisa em torno R$ 2.500,00).
Dias depois, a brasileira denuncia o craque por estupro.
Não cabe aqui nenhum julgamento – nem de um lado nem de outro.
São dois jovens saudáveis, vacinados à procura de prazer.
Segundo o noticiário, foi um parça que fez a aproximação dos dois.
Neymar, ao longo de sua vida, tem sido inconsequente.
Subiu rapidamente e mais rapidamente ainda quis chegar ao topo, ser o melhor de todos. E, o que é inegável, é que tinha futebol para isso.
Só não teve juízo para tanto.
Essa trajetória começou a pintar quando Neymar, franzino, sorridente, moleque, apareceu no Santos como grande revelação aos 15-16 anos de idade.
O raio caiu no mesmo lugar duas vezes, regozijaram-se os santistas, vendo no garoto o novo Pelé.
Lembro-me do sério atrito entre o moleque e o sério técnico do Santos Dorival Jr.
Já não era a primeira que Neymar aprontava em campo. Questionado, o Neymar pai fez vistas grossas:
– Ele é apenas um menino, um moleque.
Ali estava determinado como Neymar seria tratado pelo pai que se tornou também mentor, orientador e gerente da carreira do filho.
Nunca viu defeitos no filho.
É parecido com o comportamento quase bipolar do presidente da República que num dia afaga os políticos e no noutro desce o cacete.
Não tem ninguém para trocar uma ideia, para aconselhar.
Pelo contrário, está cercado de parças prontos para aplausos ruidosos.
Não entra em minha cabeça que a moça atravessa o Atlântico com passagens pagas pelo craque, hospeda-se em luxuoso hotel com diárias pagas pelo craque para conhecer a coleção de selos de Neymar.
Ambos sabiam e queriam o que iria acontecer. Como disse antes, são jovens, saudáveis…
Mas Neymar – assim como o presidente da República – tem uma posição, um status a defender. Tem que sabe ser cuidar. Em ambos os casos é necessário postura.
Veja o vídeo em que Neymar se explica.
Daí, que cada um tire suas conclusões.
Se Neymar não teve o juízo bastante para se cuidar, muito menos juízo, lógica e discernimento tiveram os seus parças, seus aconselhadores, sua entourage ao permitirem que ele divulgasse fotos íntimas da namorada daquele momento.
Se a acusação de estupro escorre entre os dedos por sua inconsistência, a divulgação de fotos íntimas sem permissão é crime previsto em lei.
Cabe a pergunta: terá Neymar condições de disputar a Copa América?
Tricolores
versus tricolores
A torcida do São Paulo já foi considerada a elite, a nata da sociedade.
Seus torcedores iam a campo engravatados, de chapéus e, às vezes, até de luvas.
Hoje, esses luxuosos aparatos foram trocados por porretes, pedaços de cano, de ferro soco-inglês e outros utensílios bélicos menos nobres.
Foi assim que antes mesmo de começar o jogo contra o Cruzeiro, ontem no Pacaembu, a polícia já corria atrás de torcedores que se envolviam em brigas sangrentas.
Incrível: são-paulino contra são-paulino!
Como mortais reles, algumas dezenas de torcedores do Soberano foram parar no xilindró.
Em campo, o São Paulo surpreendeu agradavelmente aos torcedores no primeiro tempo.
No segundo tempo, sumiu em campo e deu todo espaço que o Cruzeiro precisava.
Final, 1 a 1.
Resultado que o São Paulo deve ao excelente goleiro Thiago Volpi que fez defesas monumentais.
Além das defesas, muitas bolas passaram rente às traves do goleirão Tricolor que deve ter levado a muitos narradores de rádio a gritarem gol, como no cartum abaixo do leitor, amigo e jornalista Ivani Cunha.
Veja os gols do Fantástico
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Mário Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
Caro MMarinho. De tudo que li, sobre o nosso presidente e Neymar, há uma tremenda distancia entre ambos. O presidente está no seu exercício fazem apenas cinco meses e ,nesse tempo, um mês em recuperação da consequência da facada que recebeu. O outro, jogador de futebol , fazem 10 anos jogando, tempo mais do que suficiente para saber como deve ser o comportamento de um ídolo. Mas podem falar que o presidente tem passado político superior a 20 anos. Ora..ora. É o mesmo que se comparar um servente de pedreiro com um engenheiro civil. Vamos aguardar .
Este jornaleiro (jornalista não é certamente) assina um panfleto (também não é, obviamente, um livro) sobre a história do futebol e, entre as estrelas do jogo, esquece-se do jogador com mais bolas de ouro da história…??!!! Há alarves que não deviam falar do que não sabem…