Futebol é assim mesmo. Coluna Mário Marinho

Futebol é assim mesmo

COLUNA MÁRIO MARINHO

Cada dia uma nova emoção. Uma nova alegria, um novo sofrimento.

Foi assim a noite desta quarta-feira pelos campos do imenso Brasil a fora.

Em Itaquera, os 40 mil corintianos que compareceram tinham como favas contadas a vitória fácil em cima do Ceará.

Afinal, o jogo de ida lá nas terras de José de Alencar e Iracema terminou com a vitória fácil por 3 a 1 dos comandados de Fábio Carille.

Por via de consequência, a noite se avizinhava como de fácil e agradável passeio como devem ser as noites outonais.

Esqueceram-se de combinar com os cearenses.

Meio na calada, como se fossem mineiros, os cearenses entregaram ao Corinthians um falso comando do jogo e foram comendo pelas beiradas.

No segundo tempo, botaram as manguinhas de fora e engrossaram.

Fizeram 1 a 0 num gol acertadamente não validado, graças a um impedimento claríssimo.

Mas, na sequência obrigaram o goleirão Cássio a evitar o gol com uma defesa com as mãos fora da área e o cartão vermelho.

Finalmente, veio o gol cearense já quase sem tempo para chegar ao segundo que levaria a decisão para os pênaltis.

Como se fosse num clássico discurso dilmista, o Corinthians perdeu mas ganhou: conseguiu sua classificação.

Porém, continua a interrogação: o Timão, nesse vai-não-vai, está indo, mas, até quando?

De virada

É mais gostoso

Com sua voz bonita, forte e clara o narrador Oswaldo Maciel popularizou nas emissoras de rádio, lá pelos anos 80 (se fosse hoje, diríamos: viralizou), a expressão “de virada é mais gostoso”.

Foi o que experimentaram os mineiros torcedores do Atlético na noite de ontem.

O modesto Zamora não se intimidou com a beleza e grandeza do Mineirão e muito menos com a fama de Galo Vingador do Atlético e meteu logo 2 a 0.

Só no segundo tempo sua entorpecida e estupefata torcida acordou graças às traquinagens do Menino Maluquinho, o Luan que levou o time ao primeiro gol.

Despertada a força vingadora, o venezuelano Zamora tornou-se presa fácil e o Galo chegou à sua primeira vitória nessa Libertadores, abrindo o caminho à classificação.

O arqui-inimigo Cruzeiro, teve noite rotineira: passou pelo equatoriano Emelec e alcançou sua terceira vitória em três jogos nessa fase da Libertadores.

Noite de tristes emoções viveu o Flamengo ontem no Maracanã. Antes de começar o jogo, belíssima festa: quase 70 mil torcedores (66.716 no melhor público brasileiro do ano) pagaram ingresso para fazer a festa rubronegra.

Em campo, a festa virou tristeza: O Peñarol bateu o Mengão por 1 a 0 e a torcida ainda viu o ídolo Gabigol perder dois gols e incríveis e ainda ser expulso bizonhamente.

Sai fora, inchaca!!!

Tá certo que o Internacional ainda lidera o seu grupo, mas não foi bem isso que a torcida queria.

Jogando com raça e competência, o Inter fez 2 a 0 em cima do atual campeão da Libertadores, o River Plate.

Isso, no primeiro tempo. No segundo, foi um desastre e acabou levando empate. Final: 2 a 2.

Mas, emoção pra valer viveram jogadores e torcedores do Deportivo Lara na tarde/noite de ontem, na Venezuela: o time jogou duas partidas. E o que é melhor: venceu as duas.

A confusão e a indigência que se abate sobre a pobre Venezuela atinge todo o povo e, como não poderia deixar de ser, também o futebol.

Por causa dos recorrentes apagões, muitos jogos do campeonato nacional de futebol são remarcados. A Associação de jogadores e de Clubes pediram à Federação que jogos remarcados levassem em conta a tabela da Libertadores.

Mas, a Federação é ligada ao chavismo e, consequentemente, ao madurismo e, por via natural, ao baguncismo.

Assim, o Deportivo Lara jogou ontem pelo campeonato nacional na cidade de Guanare, distante de Caracas, 255 quilômetros e venceu o Llaneros por 2 a 1.

Acabou o jogo, todos saíram de campo correndo, pegaram o ônibus e tocaram para Caracas onde, à noite, alguns dos jogadores entraram em campo para vencer o argentino Huracán por 2 a 1.

E assim caminha a humanidade.

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FOTO SOFIA MARINHO

Mário Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
 NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

 

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