Vexame continental. Coluna Mário Marinho
Vexame continental
COLUNA MÁRIO MARINHO
A Taça Libertadores da América (ou Libertadores de América como se diz em espanhol) foi criada pela Confederação Sul Americana de Futebol em 1960.
É o maior e mais importante torneio de futebol das Américas.
É a versão sul-americana da Copa da Uefa, a mais charmosa e espetacular competição interclubes do Mundo.
Em suas primeiras versões, só os campeões de cada país participavam. No Brasil, naquela época, não havia o campeonato brasileiro e, por isso, foi criada a Copa do Brasil para apontar nosso representante.
Por isso, até 1965, a Libertadores se chamava Copa dos Campeões da América.
A mudança veio para homenagear aqueles que lutaram pela independência dos países da América do Sul. São eles: José Artigas, Simón Bolívar, José de San Martín, José Bonifácio de Andrada e Silva, D. Pedro I do Brasil, Antonio José de Sucre e Bernardo O’Higgins.
Desde as primeiras competições houve muita confusão. Foi comum que a garra, a vontade de vencer e a gana, fossem confundidas com a violência, as conturbações e a busca pela vitória a qualquer preço.
O Santos já teve que enfrentar verdadeiras batalhas campais em jogos contra times argentinos em decisões, ou jogos de grande importância, no torneio.
O maior culpado por todas as desavenças na Libertadores é a própria Conmebol, sempre pronta a passar mão na cabeça dos infratores, principalmente se eles forem argentinos.
Mas, agora, houve um exagero.
A Conmebol queria que esta edição da Libertadores fosse um cartão de visitas ao mundo, mostrando seu poder de organização de olho na Copa do Mundo de 2030, que o Uruguai planeja sediar.
Deu com os burros n`água.
Os problemas, sérios problemas, foram se avolumando.
O Cruzeiro foi prejudicado no jogo contra o Boca, na Argentina, com a injusta expulsão de seu zagueiro Dedé, quando já perdia o jogo por 1 a 0. Com a expulsão, acabou perdendo por 2 a 0 o que complicou sua possível classificação no jogo de volta.
A expulsão do zagueiro foi tão absurda que até mesmo a Conmebol reconheceu e anulou o cartão vermelho do jogador.
No jogo River Plate e Grêmio, o técnico argentino Gallardo, suspenso, não tomou conhecimento de sua punição. Não só assistiu ao jogo de uma cabine, como de lá enviou instruções ao seu auxiliar via rádio, o que é proibido.
Mostrando sua arrogância e seu total desrespeito às leis do futebol, foi ao vestiário de seu time no intervalo do jogo para dar instruções, o que é terminantemente proibido.
Sem punições.
Agora, essa lambança na finalíssima da Libertadores.
O time do Boca foi agredido covardemente ao chegar ao estádio do River Plate.
A Conmebol, mostrando toda a sua pusilanimidade confirmou o jogo e horas depois voltou atrás.
O jogo foi remarcado para o outro dia e novamente adiado.
Agora, diz-se que será no dia 8 ou 9 de dezembro.
Como diria o italiano, chi lo sa?
Não, ninguém sabe.
Se tivesse pulso, força moral, a Conmebol já teria desclassificado o River e declarado Boca como campeão.
Mas, é exatamente essa impunidade que leva o futebol sul-americano a esse nível de baixaria.
Dirigentes baixos, futebol baixo.
Pobre
Cidade Maravilhosa.
Outro governador foi preso. Desta vez, Luis Fernando de Souza, que atende pelo vulgo de Pezão.
Mas, como diz a música de Gilberto Gil: “O Rio de Janeiro continua lindo”…
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– Mário Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
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