Alguma dúvida? Coluna Mário Marinho
Alguma dúvida?
COLUNA MÁRIO MARINHO
Se alguma dúvida, por menor que fosse, quanto à conquista do Palmeiras do Brasileirão deste ano, ainda persistisse em alguma cabecinha cética, o gol – golaço – de Felipe Melo contra o Fluminense veio acabar com ela.
Não há dúvidas: o Verdão é o campeão.
O gol não foi decisivo para a conquista da vitória. Nem mesmo a vitória foi decisiva para consolidar a conquista.
Mas um gol como esse traz toda a pinta de um campeão.
A bola chega de surpresa; o jogador, que havia acabado de entrar, precisa estar em perfeito equilíbrio; corpo e movimento precisam estar em harmonia; é absolutamente imprescindível que a bola caia no pé bom.
Tudo isso aconteceu.
É como se os astros se colocassem todos em linha, enviando suas forças positivas para um determinado jogo, um determinado jogador, um determinado pé.
E quando os astros se alinham… meu amigo, é muita energia.
Veja o gol:
https://youtu.be/LlODNnW8_Ok
Felipe Melo assistia ao jogo pacientemente no banco. E, como se sabe, paciência não é uma de suas virtudes.
Foi chamado por Felipão para entrar no lugar do craque Lucas Lima.
Sai Lucas Lima, um jogador clássico, técnico, atacante e entra seu lugar o perfil oposto: um jogador defensivo, muito mais para brucutu do que para lorde inglês; especialista no desarme e não na armação, mas é do pé direito dele que sai o gol.
Os astros se alinharam.
Nada mais justo para um time que completa 19 jogos sem saber o que é perder.
Título muito justo a premiar o time que soube investir e teve parceiro, a Crefisa, que acreditou no planejamento e derramou dinheiro no Verdão.
Há quem diga que dinheiro não traz felicidade.
Não? Não mesmo?
Pergunte a um palmeirense.
Dúvidas
aos montões
A derrota do Corinthians para o Cruzeiro na noite de ontem poderia ter sido normal, não fosse fatores específicos.
Por exemplo:
– O outrora Timão precisava desesperadamente da vitória.
– O Cruzeiro jogou com time misto.
– Somem-se a esses dois fatores, o interesse de um ao desinteresse do outro.
O Cruzeiro apenas cumpriu tabela e jogou burocraticamente.
Mas, o suficiente para vencer e obrigar o goleirão Cássio a se transformar no melhor e mais importante jogador da partida.
Aliás, o único que jogou bem entre os corintianos.
É bem verdade que do outro lado, o goleirão Fábio fez pelo menos três defesas espetaculares.
Boas atuações de um e de outro não são novidades: ambos são excelentes goleiros.
Enquanto o Cruzeiro rolava a bola à espera do final do jogo, os corintianos rolavam a bola por falta de imaginação, por não saber o que fazer com a gorduchinha, como diria Osmar Santos.
Aos 43 minutos do segundo tempo, quando bate o desespero e o time parte com tudo para o ataque, o Corinthians trocou bola no meio do campo e foi recuando até que a bola chegou ao goleiro Cássio. Não é atitude de quem quer ganhar.
Dizia Stanislaw Ponte Preta (apelido do excelente e saudoso jornalista Sérgio Porto) que urubu quando está de azar, o de baixo suja o de cima. Ou seja: o de baixo faz cocô no de cima.
Assim como no caso do Palmeiras os astros se alinharam para levar o time à vitória – e ao título -, no caso do Corinthians, os astros estão em tremenda convulsão, cada um num plano, cada um na sua e que se dane o Timão.
Assim, jogador perde a cabeça e é expulso, goleiro adversário pega tudo, bola bate na trave e não entra.
Se no caso do Palmeiras o resultado é o título, no caso do Corinthians, pode ser o rebaixamento.
Acho que é o caso de apelar para o sal grosso, corintiano.
Veja os gols da quarta-feira:
https://youtu.be/GxY8GkP7FXY
Sucesso,
Antero Greco!
Depois de 40 anos de excelentes serviços prestados, o jornalista Antero Greco se despediu do Estadão, onde há anos assinava coluna de Esportes.
O caderno esportivo do Estadão, aliás, ótimo caderno, perde muito com a saída do Antero, profissional que eu conheço há mais de 40 anos.
Ótimo e fluente texto, bem humorado, criativo sempre com tiradas mordazes e divertidas da colônia italiana de onde é oriundi.
Mas, sangue verde, coração verde, Antero foi sempre muito imparcial em suas análises mesmo quando doía o coração.
E la nave se va…
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– Mário Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)