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FÁCIL, EXTREMAMENTE FÁCIL

COLUNA MÁRIO MARINHO

Nos meus tempos de colegial, cursando o primeiro ano do curso científico no velho Colégio Municipal, meio escondido entre os prédios do conjunto residencial do Iapi e a favela da pedreira Prado Lopes, em Belo Horizonte, tive um professor de matemática, conhecido apenas como professor Ari, que destrinchava aqueles problemas envolvendo raiz cúbica, seno, cosseno, logaritmos, hipotenusas doidas que se cruzavam com catetos e ao final do extenso problema que coincidia com o final da lousa, exclamava entre o modesto e o triunfante ao apresentar a solução:

– É de uma facilidade irritante.

Pois foi com facilidade irritante que o Palmeiras se classificou para a semifinal da Libertadores, feito comemorado pela última vez há 17 anos.

O Colo Colo não foi páreo lá no Chile e muito mesmo no suntuoso Allianz Parque. Na verdade, foi traçado como se fosse “Lomo a La Pobre”, aquele prato típico chileno que Você encontra em qualquer boteco pelas calles de Santiago.

O passeio, ops, o jogo serviu até para desencantar o centroavante Borja que há oito jogos não sabia o que era fazer um gol. Pintou um pênalti e ele mais do que depressa se apresentou para espantar a zica.
2 a 0 lá, 2 a 0 aqui.

Assim, Felipão continua navegando em mar de comodoro, dando as cartas e jogando de mão.

Pode ser também definida como de facilidade irritante a classificação do Grêmio, para a mesma Libertadores: venceu o Atlético Tucumán, no primeiro jogo, e agora, em Porto Alegre, enfiou 4 a 0, e se firma como melhor ataque da Libertadores.

Aliás, essa fome de gol faz lembrar outro tipo de apetite de que era possuído o então galã Renato Gaúcho, como demonstrou em uma entrevista, ainda nos tempos de jogador.

Perguntado sobre namoradas e amores, respondeu com seu sorriso cínico:

– Vou tratorando …

– Tratorando?, perguntou o repórter.

– É, elas vão aparecendo e eu vou passando por cima como um trator…

E ele ressurge
Das cinzas.

Foi noite de Neymar na Champions League.

Jogando contra o outrora temido Estrela Vermelha, de Belgrado, o PSG colocou Paris em festa: 6 a 1, com 3 gols de Neymar em noite de craque, relembrando os bons tempos anteriores ao quinto metatarso e à Copa do Mundo.

Saiu de campo sorridente, deu entrevistas, atendeu todo mundo e depois saiu de abraços abertos para o mundo – ao encontro de todas as brunas que pintarem.

Curta os gols, muitos gols desta quarta-feira.

https://youtu.be/Ex-frfC9e0g

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– Mário Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
 NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)