Mulheres do Brasil: os dois X dessa questão! Por Marli Gonçalves

MULHERES DO BRASIL: OS DOIS X DESSA QUESTÃO!

 

MARLI GONÇALVES

Igualdade. Em tempos que se dizem modernos, fico abismada em ver como a mulher ainda aparece só sempre mais como um reboque, acessório, ser inferior que sempre precisa de tutela, leis que obrigam, dizem, a resolver seus problemas e que acabam sendo usadas para nos manter por baixo. E mulher deveria estar sempre por cima, em todas as ocasiões.

O mundo gira cada vez mais rápido é uma impressão. Mas os costumes parecem que usam ponteiros ao contrário. Para obrigar que se respeite a mulher forçam a barra com ordens vindas de cima para baixo e que até as formiguinhas do Himalaia sabem que não funcionam. Como a tal cota obrigatória de mulheres candidatas. 30% de obrigatoriedade. Vocês estão vendo no que está resultando?

Um bando de mulheres que não têm a menor ideia do que fazem, dizem, propõem. Gente que nunca vimos, no horário eleitoral falando e propondo obviedades, isso quando as deixam aparecer como relâmpagos no meio da tempestade que vivemos nestas eleições. Um número absurdo de “vices”: 67 candidatas a vice-governadoras, cinco candidatas a vice-presidente, 83 à primeira suplência e 108 à segunda suplência para o Senado. Pior é que estão lá para cumprir o tal Fundo Partidário – e que até esses últimos momentos poucas receberam, ainda por cima. De malandragens estamos cheias.

No entanto será o voto feminino que poderá decidir; somos 52,5% do eleitorado. O mais louco é que agora, a poucos dias da eleição, mais da metade das mulheres ainda se declara indecisa, e um outro bom punhado votará em branco ou nulo. “As mulheres são mais exigentes”, dizem as estudiosas da questão. Muito bem. Me sinto assim também.

Mulheres são ligadas na realidade, no dia a dia e em questões específicas como o aborto, a disparidade salarial e a violência doméstica principalmente quando se trata de escolher os representantes do Legislativo. Infraestrutura, segurança, creches, educação, saúde – quem está propondo mexer nesse vespeiro, de verdade?

Não é por menos que nos últimos dias a movimentação feminina, muito real, e que acompanho – seja a grande novidade, e que se firmará ainda mais de acordo com a movimentação prevista para as ruas na reta final dessa eleição já de antemão de terrível e triste memória.

Para as mulheres esse momento nacional poderá ser historicamente importante, não só por seu visível poder de decisão, como para a compreensão de que devem tomar a frente de suas vidas, porque esse é o caminho da não-submissão. Foi preciso que um indigesto e seus agregados aparecessem falando asneiras de manhã, de tarde e à noite. Pode até acontecer que o indigesto se fixe, mas não restam dúvidas de que enfrentará problemas se não mudar.

Se não entender, ele, na verdade, e todos, não entenderem que os nossos dois cromossomos X nos tornam diferentes em muitos aspectos dessa questão.

Finalmente repara só que as mulheres aparecem como coadjuvantes até quando são companheiras deles, os tais candidatos. Quando aparecem. Dão tchauzinho, um sorriso, e olhe lá!

Até a jovem Manuela D`Ávila, não me conformo, que teria tido uma campanha inteira para se firmar e ao movimento feminino aceitou fazer parte desse espetáculo circense petista que nos apresenta, por outro lado, um boneco ventríloquo de um líder e de um grupo que não sabe pedir desculpas, como oposição.

A coisa está malparada de todos os lados para os quais buscamos horizontes. Vamos para o alto da montanha, já que a montanha não vem até nós.

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Marli Gonçalves, jornalista – Que tal preparar um manifesto especial? Política, para mulheres. #ElesNao

 

Brasil, 2018, beira do abismo

4 thoughts on “Mulheres do Brasil: os dois X dessa questão! Por Marli Gonçalves

  1. “As mulheres” como grupo não existe, por isso que estão sempre sujeitas a esse tipo de bobagem que “mulheres são isso, mulheres são aquilo”.

    Mulheres, por serem metade da população e por terem diferenças insignificantes em relação aos homens quanto ao aspecto humano, pessoal e suas necessidades, não formam nenhum grupo significativo. É tão significativo lutar “pelas causas das mulheres” quanto pela causa dos abaixo de 1,70, dos com sobrepeso, dos canhotos, dos que possuem rinite.

    As mulheres que falam em “as mulheres” na verdade prestam um desserviço às pessoas do gênero, porque ao falar de características e qualidades gerais (que 99% dad mulheres e dos homens não compartilham), dão respaldo aos que associam características negativas e defeitos “às mulheres em geral” (que também 99% das mulheres e dos homens não compartilham).

    No fim, quem fala em “mulheres” compactua do “desumanismo” pregado por certas doutrinas, onde pessoas não são individuos, mas massas de manobra que só possuem valor se agirem como os formuladores do “grupo” desejam. Caso contrário, devem ser eliminados (como eram ao ser fuzilados ou presos e escravizados)..

    No caso em questão, “as mulheres” servem apenas pra fazer pressão para soltar um bandido, corrupto, que possui tanto apreço pelas mulheres que não se furtou de jogar a culpa toda na recém-falecida esposa pra fugir da responsabilidade dos crimes que ele cometeu. Se você é mulher e não defender a soltura desse bandido e de outros, como o amigo condenado a 30 anos e que viveu enganando a própria esposa, você “não defende as mulheres”.

    Em tempo, se as mulheres são maioria em todos os países exceto naqueles em que as mulheres abortam propositalmente fetos de meninas porque as mulheres possuem menos direitos que os homens, por que a liberdade para matar futuras mulheres por puro capricho é um direito da mulher? Direito de ser a maioria de quem vai morrer? Quem deseja ter esse direito?

    1. Como esse nível de argumentação, meu respeito por seu trabalho caiu enormemente.. Sua profissão sequer existiria se você se propusesse a falar somente sobre o que você é.

      Você é uma mulher, mas você não é todas as mulheres, então você não tem direito de falar por nenhuma mulher que não é você mesma.

      O delírio de querer dar voz aos outros é o que compromete qualquer causa.

  2. “Até a jovem Manuela D`Ávila”…
    – Manuela, como todo comunista (acho que aqui não há exceções), não é jovem nem velha: é velhaca…!
    “Vamos para o alto da montanha”…
    – E o risco de nos encontrarmos com o cabo Daciolo lá em cima?

    P. S.: Marli – Gratíssimo pela sua atenção! O tamanho da fonte melhorou 80% o visual, mas ainda há os 20%. A própria fonte não é legal.
    Beijão!

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