Mulheres, Uni-vos! Por Marli Gonçalves
MULHERES, UNI-VOS!
MARLI GONÇALVES
Mas que seja para sempre, união além eleições, além luta contra o inominável abominável, contra os paspaqueras que pululam para nos destratar. Temos tantas coisas para lutar juntas e conseguir sucesso, oxalá ainda neste século, que nossas mãos dadas poderão realmente tornar esse mundo melhor. Fico orgulhosa de ver as novas gerações chegando com garra. Ou melhor, garras, afiadas, e coloridas com todos os matizes
Mulher é tudo de bom. Mulher está na moda. Vamos aproveitar! Que foi assim, com perseverança, que o movimento feminista dos Anos 70 conseguiu tantas vitórias que talvez muitas e muitos de vocês que estão chegando agora não saibam o quanto tudo era ainda muito pior. Mulher não trabalhava fora, não tinha direitos reconhecidos, não tinha liberdade de escolha. Não tinha a quem recorrer. Mulheres não gostavam de trabalhar com outras mulheres, não se respeitavam entre si, era difícil juntar-se em grupos. Foi uma batalha danada, gente!
Vejo agora o reflorescimento vital de um novo movimento. Chamemos, sim, de feminismo, porque o é, embora ainda muitas teimem em não admitir, uma vez que tanto foi feito – e ainda tentam, mas não vai adiantar nada – para denegrir a palavra da qual devemos nos orgulhar. Feminismo. Agora é mais ainda, Feminismo 3.0, porque estamos mais adiante em nossas conquistas. O movimento hoje incorpora tranquilamente a sexualidade, o prazer. Prevê o combate ao racismo, à violência, à desigualdade, ao não pode isso, não pode aquilo.
Podemos tudo. E, juntas, poderemos mais.
Bata no peito, empine os seios, com orgulho. Incrível que o mais novo motor tenha sido, pelo menos por esses dias, juntarmo-nos contra aquele ser que pretende ser presidente de nossa República. Pelo menos para alguma coisa boa servirá sua presença no cenário. Mesmo que ele – infelizmente, tudo é possível – consiga o seu intento, já é claro o suficiente que enfrentará uma mobilização muito especial, linda, ruidosa, cheia de vontade. Forte. As mulheres.
Que sejam de todas as classes. Que sejam de todos os credos, raças, posições políticas. As questões femininas são muito claras, devem sempre ter visibilidade dentro do cenário nacional; aconteça o que houver. Temos de ampliar, aumentar, agregar, conquistar – inclusive as desgarradas que ainda não perceberam a total dimensão que os novos fatos poderão tomar.
Em poucos dias formou-se um Grupo no Facebook – Mulheres Unidas CONTRA Bolsonaro, ao qual se agregou imediatamente mais de um milhão de mulheres, já prontas a ir às ruas. As hashtags só se avolumam. A geral é #EleNao.
Mas quero dizer que é mais do que contra Ele. É a favor de tantas coisas que precisamos mudar, conquistar, conseguir visibilidade e respeito: Saúde, Educação, Trabalho, Direitos, dar um basta ao assassinato diário de mulheres apenas porque são mulheres.
Imploro que se mantenham unidas, ao contrário do país conflagrado e dividido. Que não seja para beneficiar um ou outro partido ou candidato. A maioria – repare – ainda são homens. O poder ainda é de maioria masculina; daí glorificarmos com razão muitas que estão ali no meio, levantando a voz. Que a união se mantenha além das Eleições – acreditem: vamos precisar disso, repito, haja o que houver.
Não se incomodem (!) com desaforos. Sim, sempre foi assim. Para nos combater nos xingam de um tudo. Falam até de nossas axilas! Se temos pelos aqui, lá, é um problema nosso. Se depilamos, se usamos calcinha ou não, se somos novas, velhas, gordas, magras, feias, belas, se umas amam outras, se queremos ou não casar e ter filhos é um problema nosso. Só nosso. De cada uma de nós. O corpo é nosso. E só quem é mulher sabe onde o sapato, sapatão, alto, baixo, rasteirinha, chinelo, chinelinho, aperta. Não é coisa para virem ordenar, nem com religião, muito menos com política e abuso de poder, mesmo inclusive que a tentativa venha de outra mulher que tente ter autoridade para tal. Nossas avós e mães já comeram o pão que o homem amassou, e agora é novo tempo, mesmo que muitas delas não entendam ainda quais foram as suas frustrações.
Salvem suas filhas desse tempo de horror, quando para onde a gente olha novamente está encontrando uma patente, coronel disso, general daquilo, olhos e caras duras, para os quais não bateremos nunca continência. Apenas, claro, se desejarmos, se quisermos. Hoje podemos também sermos militares, usarmos as roupas verdes e camufladas. Mandar e comandar.
Queremos é escolher. As lutas femininas começam, entendam todos, definitivamente, por uma palavra só: Liberdade. Essa é a palavra de ordem que nos manterá unidas cada dia mais.
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Marli Gonçalves, jornalista – Como disse, mulher está na moda, e já vemos até o marketing dando uma abusada nisso. Mas que essa moda não passe mais, nunca mais acabe. A propósito, em breve terei novidades para contar, e para as quais conto com vocês, mulheres e homens de bem.
marligo@uol.com.br e marli@brickmann.com.br
Beijo com marca de batom, 2018
Poderosas, sempre fomos. Desde os tempos bíblicos.
Não sou feminista mas sou feminina o bastante para apreciar muito o espaço que as mulheres sempre ocuparam no mundo. Hoje, provedora que é de sua família, ela lhe dá o pão e cuida de sua saúde. E como quem dá o pão dá a educação… o eleito vai ser empossado graças a nós.
Grande artigo, Marly amiga muito querida.
Minha amada Lenita!!! Você tem a sabedoria d a vida – é o que importa
15/9/18
Super Marli Gonçalves. Já te escrevi antes, cá estou novamente. Sou um p. feminista. Sempre trabalhei em agências de publicidade (numa delas até hoje grife de criatividade) onde abundavam (no sentido respeitoso de quantidade) mulheres e, ao dirigir agências, eu preferia mulheres pela perfomance. Então tamos combinados. Sou a favor das muié. Mas senti no teu artigo alguma coisinha (estou sendo generoso) de incêndio de sutiãs, sandálias de borracha de pneu, enfim, Janis Joplin. Será que meu GPS sacou errado? Acho que tem um pouquinho de bílis, dispensável pois na essência o que vc diz eu sairia na passeata defendendo. O lance do “Mulheres Unidas CONTRA Bolsonaro, ao qual se agregou imediatamente mais de um milhão de mulheres” precisa ir devagar e não entrar no serpentário descalça. Não existe o tal “um milhão de mulheres” , isso não é auditado (lembra do século passado qdo os jornais tinham a fiscalização da circulação pra atestar idoneidade?) qquer mané Youtuber, blogueiro , sitezeiro (todos são auto-editores dizem a bobajada que querem e dizem serem campeões de audiência simplesmente porque COMPRAM page views, o mercado oferece uma porrada de aplicativos pagos pra se turbinar falsas audiências). O teu argumento não precisa dessa referência discutível. Os candidatos pra presidentes formam um rebanho onde não tem ovelhas brancas. Se o Bolsonaro falou aquele absurdo do estupro pra deputada que também tem língua solta, a matriz petista vem do Lula que, em entrevista pra Playboy (é só ir e ler) disse que no sindicato pedia pra avisá-lo qdo aparecessem viúvas chorosas pra ele se alimentar e o lance de ele ter escolhido uma sedutora cabrita na solidão do grotão pra ser sua parceira, também foi ele quem disse, ou seja, em termos de respeito ao distinto público, a merda é total. Finalizando, portanto, vc tem tudo pra marcar presença e influenciar a visão feminina. Mas quanto mais limpo tiver de túnicas indianas e temperos de riponga mais convincente será. Não fique irritada comigo. Vou continuar te lendo. Tenha um final de semana bem humorado e feliz. Bjs e abrs. Nélson
Obrigada pélos comentários.. Não tem queima de sutiã, não. E quero ser mais geral, além eleições, alémmmm
beijo