Todos sem vice. E para que vice? Coluna Carlos Brickmann

TODOS SEM VICE. E PARA QUE VICE?

COLUNA CARLOS BRICKMANN

EDIÇÃO DOS JORNAIS DE DOMINGO, 29 DE JULHO DE 2018

Alckmin anunciou Josué Alencar como vice. Pagou alto para tê-lo. Foi obrigado a curvar-se diante de Valdemar Costa Neto. Mas valia a pena: vice que paga a própria campanha é joia rara. Mas não o teve: Josué desistiu. Alckmin está entre o paranaense Álvaro Dias, que ainda não o quis, Aldo Rebelo e “uma mulher do Nordeste”. Por que não Kátia Abreu? Ela, que era ruralista e virou ministra de Dilma, por que rejeitaria Alckmin?

Bolsonaro tentou Magno Malta, anunciou o general Augusto Heleno, anunciou o general Mourão, anunciou Janaína Pascoal e continua sem vice. Vai tentar Janaína de novo, mas o que ela defende não é o que ele defende. E daí? Alguém precisa preencher a vaga – por que não ela? Pensa ainda em Marcos Pontes – aquele que foi ao espaço com passagem comprada pelo Tesouro e, na volta, aposentou-se, para ganhar a vida falando da viagem.

Ciro, Marina, O Poste de Lula, nenhum tem vice (e não há sequer vices disputando o posto). Por que não aproveitar a oportunidade e extinguir esse cargo que, além de não servir para nada, exige palácios, seguranças, verbas imensas? Se o presidente viaja, não precisa de vice: hoje há ótimos meios de comunicação. Se por qualquer motivo estiver incapacitado para o cargo, pode ser substituído, sem custos, pelo presidente da Câmara, ou do Senado, ou do STF. Elimina-se a necessidade do Palácio do Jaburu, com toda a sua criadagem, mais a estrutura de mordomias.

Chega de gastar o que é nosso!

Quem é quem

Imagine se Marcos Pontes, por exemplo, for o vice da chapa vitoriosa. Há alguns anos, o Governo brasileiro, numa iniciativa da NASA, pagou US$ 10 milhões para que um astronauta brasileiro participasse de um voo espacial americano. Pontes foi o escolhido e teve seus dias no espaço. O que se esperava é que Pontes transmitisse à equipe do programa espacial brasileiro sua experiência cósmica. Preferiu reformar-se. Transmissão de sua experiência à equipe do programa espacial brasileiro? Excluiu-se.

Sua Excelência, a TV

De acordo com a pesquisa IDEIA Big Data, para Veja, Bolsonaro só perderia hoje para Lula – e, como Lula não pode ser candidato, pela Lei da Ficha Limpa, Bolsonaro é o favorito. Mas todos olham com muita atenção para Alckmin: ele terá quase metade do horário eleitoral gratuito, enquanto Bolsonaro mal terá tempo de dizer “Meu nome é Jair”. Bolsonaro e outros candidatos tentam compensar essa desvantagem com o uso da Internet.

OK, as redes sociais têm alguma força – mas não se comparam à TV. Há uma ótima ferramenta de WhatsApp que impressionou este colunista: permite enviar centenas de milhares de mensagens com índice zero de falhas. Todas as mensagens chegam a seu destino.

É uma compensação – mas até agora a TV foi a principal arma. Bem usada, é decisiva. Mal usada, porém, é fatal.

Quem é quem

Antes de votar, conheça bem seu candidato. Zeina Latif, a brilhante economista-chefe da XP Investimentos, analisa dois candidatos que podem chegar ao segundo turno, Haddad e Bolsonaro, cujo pensamento sobre Estado e Economia é pouco conhecido. Zeina faz uma análise serena, sem paixões. Em http://www.chumbogordo.com.br/20094-corrida-maluca-por-zeina-latif/

Agora vai

Juros do cartão de crédito caíram: eram de pouco mais de 300% ao ano, estão em pouco menos de 300% ao ano. De boa notícia, é o que temos.

Velha verdade

Do jornalista e escritor Ruy Castro: “Idoso tem direito a andar de graça em ônibus, pagar meia-entrada no teatro e o dobro do preço no plano de saúde”. Citado por Cláudio Humberto em www.diariodopoder.com.br

Yes, it’s Portuguese!

Cansado de pedir tuna fish quando quer sanduíche de atum? Ou chamar notícias falsas de fake news? De, para fazer compras, ter de entender o que significam off, ou sale, e descobrir que delivery é o mesmo que “entrega”?

É um problema antigo: Lamartine Babo já tratava disso na década de 30, na divertida Canção para inglês ver, em https://youtu.be/USCS_EWv30g.

Jade, the Cat

Nossa analista sênior, a Gata Jade, está de volta, após merecidas férias, com a língua ainda mais afiada  Em http://www.chumbogordo.com.br/20089-com-bolsonaro-o-buraco-e-sempre-mais-embaixo-miau-da-jade-a-gata-sincera/

Cultura de volta

Depois de muitos anos de índices baixos, a Rede Cultura volta a atrair o público. Mas o carro-chefe de suas atrações é diferente dos habituais shows e Roda Viva: o Programa Papo de Mãe está próximo de 5 pontos no Ibope, muito acima de Roda Viva. O programa é apresentado por suas criadoras, Mariana Kotscho e Roberta Manreza, de segunda a sexta, em dois horários: 11h45 e 17h45. Aos sábados, entra em horário único, às 11h30.

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1 thought on “Todos sem vice. E para que vice? Coluna Carlos Brickmann

  1. Oi Brickman. Em tese realmente o vice não faz picas. Mas veja que o Brasil é um país de vices assumindo o poder. É como ter que usar estepe careca no meio da estrada em noite de chuva.
    Foi assim com o Getúlio, Jãnio, Castelo Branco, Costa e Silva, Tancredo, Collor e Dilma . Somos o pais dos remendos, o inventor do band-aid político. Por isso, fico sempre de olho no vice porque as chances do cara assumir são altíssimas. Abr e bão domingo.

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