Copiei isto do blog do Ronald
Como disse o Ronald (http://escolhaseconsequencias.blogspot.com/2008/06/economistas-tambm-se-divertem.html), economistas também se divertem.
Como disse o Ronald (http://escolhaseconsequencias.blogspot.com/2008/06/economistas-tambm-se-divertem.html), economistas também se divertem.
Até agosto de 2007 ele foi um bom liberal mantendo o juros altos para controlar a inflação,mais depois que comessou a crise em agosto ele “Abandonou as idéias de Friedman” para recorrer ao velho bom Keneysianismo de que o “governo é o pai do povo” socorrendo o mercado, iniciando os cortes nas taxas de juros .
Fica claro que esses cortes so aumentaram a inflação só compararmos no periodo de Agosto a fevereiro de 2008 para se perceber que no LP esses cortes não foram saudaveis.Inflação se combate subindo juros ,Bernanke cortou o juros a ponto de ficar negativo (2%) como ele quer controlar a inflação?
Faço parte de um grupo de físicos que reliza pesquisa com aplicação de fisica na economia (econofísica)fizemos uma simulação apliocando redes neurais para ter uma precificação aproximada com a inflação com a taxa de juros atual dos EUA elas apontaram que a inflação americana poderia ir para 6% esse ano caso não se aumente o juros para niveis de 8%.
Alex você não acha que seria melhor Bernanke ter subido juros ou ter mantido a taxa para controlar a inflação? e deixasse as crises aconteçerem pois elas tem que aconteçer pois são fruto de uma correção,promovidas pela política de Greenspan.
kkkkkkkkk muito boa!
parabéns! vou linkar no meu blog!
abraços!
Peraí , Jacob
Você não pode simplesmente subir os juros para atacar a elevação da inflação quando um país passa por uma seríssima crise financeira, que pode chegar a condições desastrosas se não for combatida na origem. Em um momento como esse, os problemas derivados de um “credit crunch” e a falência de todo um sistema financeiro mundial interligado supera em muito o risco inflacionário, o qual também é preocupante. O Bernanke esteve em uma bela sinuca de bico, e ao meu ver, fez a escolha correta pela diminuição dos juros. Ao longo desse e dos próximos anos, a inflação aparecerá e deverá ser combatida, mas naquele momento, a ameaça a ser combatida pela política de juros era outra.
Abs
Caio
Eu concordo com o Caio. Acho que o Bernanke tem até agora conseguido se equilibrar na corda bamba de evitar um desastre no lado bancário/financeiro e não deixar as expectativas de inflação fugirem de controle, mesmo com a inflação corrente pressionada.
Mais, com a perspectiva de uma reversão relativamente rápida de taxa de juros uma vez que o pior pareça ter passado, ele ainda tem chance de evitar a contaminação das expectativas pela inflaçao corrente, embora o jogo ainda tenha que ser jogado.
Quanto a “socorrer o mercado”, isto há muito não é escolha de qualquer BC. Quando a crise chega aos bancos a liberdade de escolha do BC é mínima e a regra (acredito) é deixar o acionista sem nada, mas salvar o depositante. Eu não pagaria para ver uma crise bancária.
Nesta hora o BC não está mais no “driver’s seat”, motivo pelo qual a política de regulação e supervisão deve ser tal que impeça o tipo de desenvolvimento que observamos nos EUA (e no Reino Unido) agora. A falha do Fed (e demais órgãos de regulação/supervisão) foi muito mais deste lado do que do lado da política monetária.
Abs
Alex
Eu gostei bastante Alex! Eu morri de rir, háháhá “The Fed chair should be me”….
Bem quanto ao Jacob, basta olharmos a Asia. Eles enfrentavam um problema de credit crunch derivado de um sistema financeiro podre (no caso americano, com ativos podres) e o FMI à época recomendou AUMENTAR os juros. Até que o caminho à estabilização fosse retomado, não houve nada apenas turbulência. Bernanke tem feito um ótimo trabalho ao prover solvência ao sistema financeiro. Lembremo-nos de que o papel de um Banco Central é zelar pela existência da moeda, e Bernanke, assim como Greenspan, tem feito o que pode para manter o dólar circulando. Ele não esqueceu Milton Friedman. Bem ao contrário!
Friedman postulou que a grande depressão veio porque na época do crash de 1929, o Fed não providenciou liqüidez suficiente aos agentes financeiros; para ser mais específico, às vésperas, ele aumentou os custos do redesconto. A famosa conversa de Bernanke, (considerado como um expoente do monetarismo moderado, que diáloga com neo-keynesianismo de Stiglitz e Mynsk) com Milton Friedman no aniversário deste resume bem: “Professor Friedman o senhor estava certo sobre a Grande Depressão, e o Fed da época errado. (…) Pode ficar tranqüilo que aprendemos a lição”. Só para deixar registrado, Bernanke é tido como o maior especialista na Acadêmia americana na Grande Depressão.
Manter a moeda circulando, em grande parte, implica manter seu poder de compra é verdade.
Mas o poder de compra do dólar, devido ao deficitário (este sim keynesiano) Tesouro bushista se corroeu frente às demais moedas, numa época de ascenção das economias denominadas nas mesmas. O dólar apenas está se reequilibrando, eu diria, e as commodities de toda sorte, reencontrando um novo preço de equilíbrio com as novas economias demandantes.
Esses modelos matemáticos, acho-os tão pouco dignos de crédito quanto a previsão do tempo; se mantidas as CNTPs, fará sol… no caso, em ceteris paribus a inflação atingirá X. É muito mais complicado, nem supercomputadores, nem o Mcgyver, conseguem prever a ação humana. E economia, no fundo, é tudo sobre a ação humana com recursos escassos.
Agora quero abrir um parênteses: apesar de estar convicto que de janeiro a abril, o BC deveria ter elevado em 25 pbs cada reunião, o timing da nossa autoridade monetária tem sido ótimo. E seu diagnóstico de inflação, lúcido. Credito a não elevação dos juros à politicalha que o presidente Meirelles sofre do intelijumento do ministro Guido cabeça-de-Mantega.
Não tem que salvar depositantante nem investidores se investiram tem que arcarem com as consseqeuências depois que se sobe o juros a inflação fica em tendência descendente depois ela baixando o juros cai e a economia cresce.
Alex na sua opinião de quem foi a culpa da crise dos bancos ou do FED?A crise atual de hipotecas nos Estados Unidos é um bom exemplo. Indivíduos de baixa renda, que antes não podiam sonhar com a casa própria, perdem suas casas compradas no boom do mercado, possível em parte pelos novos produtos criados no mercado financeiro. Poucos se lembram do lado bom da coisa, preferindo olhar apenas para o resultado da crise, e culpar os bancos de investimento pela situação. Não vem ao caso para estes lembrar que, antes de tudo, boa parte da crise pode ser explicada pela manutenção das taxas de juros em patamares artificialmente muito baixos durante um bom tempo. Isso estimulou a busca por mais retorno, ainda que à custa de riscos maiores. Os complexos produtos de crédito imobiliário, com parte das hipotecas subprime agrupadas no meio de créditos de melhor qualidade, são filhotes disso.
Os agentes do mercado, como qualquer ser humano, reagem aos incentivos. Com o Federal Reserve mantendo as taxas de juros em níveis abaixo de 2% por longo período, não era razoável esperar algo muito diferente. Os bancos de investimento e os hedge funds (fundos de hedge) inovaram e criaram produtos novos em busca de maior rentabilidade. Claro que a “espuma” teria que baixar alguma hora. E todos focam apenas nisso, no sofrimento dos que perderam as casas que jamais teriam, para começo de conversa, não fosse o mercado financeiro. Desde Bastiat sabemos que, em economia existe aquilo que se vê, e aquilo que não se vê. A destruição criativa, que assume uma dinâmica ímpar no setor financeiro, é um caso típico desta miopia.O problema não é agora e sim no passado, para tentar consertar as políticas de Greenspan de manter taxas de juros baias para evitar uma rescessão em 20002.Bernanke esta promovendo uma política monetária expansionista para curar a inflação o que foge dos padrões.Deveria dar mais liberdade ao setor financeiro poderia ter sido uma solução para essa crise.(se bem que uma política fiscal mais responsavel nos EUA poderia ajudar no juros)
Me espanta você Alex como economista ortodoxo defender intervenção estatal para solucionar qualquer tipo de crise.
“Bem quanto ao Jacob, basta olharmos a Asia. Eles enfrentavam um problema de credit crunch derivado de um sistema financeiro podre (no caso americano, com ativos podres) e o FMI à época recomendou AUMENTAR os juros. Até que o caminho à estabilização fosse retomado, não houve nada apenas turbulência.”
Ops! Eu diria que os acontecimentos subsequentes mostram claramente que o remedio do FMI nao estava de todo errado. Os paises asiaticos sairam da crise dos anos 90 em muito melhor condicao que os paises latino-americanos sairam da crise dos anos 80…
Eh seguro dizer que um ensinamento que podemos tirar da crise asiatica eh que manter inflacao baixa e politica fiscal comedida deve ser parte central de qualquer programa de estabilizacao a uma crise de balanco de pagamentos.
“O”
Jacob:
Eu sou um economista de formação neoclássica, mas (1) falhas de mercado fazem (e sempre fizeram) parte do “framework” no qual eu estruturo meus argumentos; (2) devido a problemas de informação (tanto seleção adversa quanto “moral hazard”) eu acredito que há papel para regulação e supervisão no setor financeiro; (3) acredito na relevância de rigidez de preços nominais e reais para explicar o ciclo econômico, o que faz de mim um economista (novo) keynesiano, na linha do Bernanke, Mankiw, Romer, Fischer, etc; (4) como corolário de (3), no meu modelo básico, há uma curva de Phillips devidamente vertical no longo prazo, mas não no curto prazo; (5) eu não pagaria para ver “destruição criativa” no sistema financeiro – como disse o próprio Friedman (na História Monetária em co-autoria com Anna Schwartz) foi isto que fez da Grande Depressão a Grande Depressão, e não apenas outra recessão; (6) não tenho nada contra os sem-casa conseguirem suas casas, desde de que tenham condições de pagar por elas, mas a falha de supervisão/regulação permitiu um volume considerável de fraude, gerando os problemas que temos agora (seria melhor ter menos gente comprando casa e não passar pela crise bancária).
Abs
Alex
Mais os investidores buscaram rentabilidades maiores foi o própio FED que criou ess distorção mantenda taxas artificilmente baixa obrigando investidores a procurar novas rentabilidades.
Alex so uma dúvida há diferenças de pensamento entre você e Bevilaqua?
Taxas artificialmente baixas?
Entre 2001 e 2003 a economia americana operava em baixo nível de utilização de recursos e risco de deflação (até 2003 havia uma discussão bastante concreta sobre a possibilidade de uma deflção japonesa).
Entre 2004 e 2006 a taxa de juros subiu de 1% para 5,25% com a inflação sob controle e expectativas ancoradas.
Qual é o critério para definir taxa “artificialmente” baixa? Para mim seria com a inflação saindo fora de controle devido a uma economia sobre-aquecida e com expectativas muito distantes da meta. Em momento algum vejo isto.
Quanto à semelhança/diferença entre minhas idéias e as do Afonso eu não respondo (e nem cabe entrar neste tipo de consideração, ainda mais neste espaço).
Só digo que é um amigo próximo, um economista de primeira e um diretor de política econômica que marcou o BC. Muito da reputação de hoje é fruto do trabalho brilhante que ele fez por lá.
Abs
Alex
Alex não digo a questões pessoais mais quanto a política econômica.
Quanto a manter juros artificialmente baixo nesse periodo nota-se que eles por muito tempo manteram juros baixos de 2002 a 2003 ocilando entre 1e 2% aomentando respectivamente.Esse periodo de juros baixos foi necessariamente nescéssario para fomentar a inflação em 2005,2006,2007.Quando estava na hora de subir o juros para tirar o boom do mercado o que o FED faz?Facilita o aumento da oferta monetária baixando o juros.EUA vai sofrer um processo de estagflaçã com essa política basta ver o preço do petroleo como saltou nol últimos meses causada pela fuga de ativos em dolares.
Você viu o artigo do Gaspari sobre o IPEA na Folha e no Globo hoje? Acho que pede um comentário. Essa turma (Pochman, Sicsú, etc.) precisa ser desmascarada todo dia.
Podemos relacionar a crise do Sub-Prime com a crise de 29 em alguns pontos ambas foram causadas pela farra de crédito promovida pela FED.
A inflação costuma ser causada pelo aumento da oferta de moeda e crédito. Desta forma, fica mais evidente compreender porque uma política expansionista de moeda não consegue apresentar bons resultados no médio prazo, já que o aumento das expectativas inflacionárias levará a um aumento dos juros. Inúmeras evidências empíricas corroboram com isso, principalmente nos mercados emergentes, onde os governos sempre utilizaram políticas expansionistas de moeda para estimular a ecomomia e acabaram com as maiores taxas de juros do mundo,
A inflação não é a única conseqüência indesejável de um aumento de oferta de moeda e crédito por parte do governo. Esta expansão costuma distorcer a estrutura de investimento e produção, causando excessivo investimento em projetos ruins na indústria de bens de capital. Somente uma recessão pode corrigir este processo, com a liquidação de tais investimentos realizados durante o boom. A existência de um banco central interventor impede esse ajuste natural, alimentando ainda mais novos investimentos indesejáveis, através de uma política monetária frouxa, adiando o problema mas também amplificando ele.
Para tentar salvar o país dessa recessão desejável para liquidar os excessos, o governo acaba criando novos problemas e potencializando a crise. Quando tenta manter os preços artificialmente altos durante esse processo, apenas faz com que mais estoques sejam criados, evitando o retorno mais rápido à prosperidade. Quando os salários ficam mantidos no processo de deflação, reduz ainda mais as margens das empresas e leva ao aumento do desemprego. Quando o FED baixou o juros conseguio estimular a economia somente por um pequeno espaço de tempo, pois isso apenas reduz a poupança privada necessária para novos investimentos produtivos, retardando bastante a recuperação sustentável. Os governos deveriam compreender que a política mais adequada para adotarem numa fase de depressão é justamente não interferir no processo de ajuste. Claro que isso não acontece na prática, pois cada governo foca apenas no seu curto mandato, e acaba interferindo para se livrar do problema, passando-o adiante. Mas o tempo cobra o preço da irresponsabilidade, e quem paga é o povo.
Alex a farra de crédito promovida pelo FED em 2001 2003 foi suficiente para aumentar a inflação nos anos seguintes estimulando a alta dos preços.Para conter essa alta ele subio juros.
Basta notarmos que depois que ele cortou o juros em setembro de 2007 a inflação abançou bastante,consta em dados que a inflação até agosto de 2007 era em torno de 2%AA em fevereiro com os cortes ja estava em torno de 4% aonde esses cortes foram beneficos?O petroleo subio bastante graças aos cortes (claro que existe o faotr da demanda dos emergentes)mais muitos investidores estão querendo fugir das aplicações em dolares para aplicar em ativos mais rentaveis.
Alex para você a culpa da crise foi da “ganacia dos bancos”? foi o excesso de regulação que procurou bancos por rentabilidades melhores.
mais veja pelo lado bom:Indivíduos de baixa renda, que antes não podiam sonhar com a casa própria, perdem suas casas compradas no boom do mercado, possível em parte pelos novos produtos criados no mercado financeiro. Poucos se lembram do lado bom da coisa, preferindo olhar apenas para o resultado da crise, e culpar os bancos de investimento pela situação. Não vem ao caso para estes lembrar que, antes de tudo, boa parte da crise pode ser explicada pela manutenção das taxas de juros em patamares artificialmente muito baixos durante um bom tempo. Isso estimulou a busca por mais retorno, ainda que à custa de riscos maiores. Os complexos produtos de crédito imobiliário, com parte das hipotecas subprime agrupadas no meio de créditos de melhor qualidade, são filhotes disso.
Eduardo foi justamente o excesso de moeda que causou a crise.Durante todo o período do boom, a oferta de moeda aumentou em US$ 28 bilhões, um incremento de 62% num espaço de 8 anos. Isso representa uma média anual de 7,7% de aumento, um grau respeitável de inflação. A reserva de ouro neste mesmo período cresceu apenas 15%. Além disso, o governo reduziu as reservas compulsórias dos bancos comerciais, incentivando uma migração de depósitos à vista para depósitos à prazo, que estimula o crédito. O Federal Reserve foi o principal responsável pelo aumento das reservas bancárias neste período, precipitando uma aceleração do processo inflacionário.
Outros mecanismos utilizados pelo governo foram o desconto de duplicatas e o open market. O banco central induziu um aumento do crédito através da política de redesconto, que ao invés de ter uma taxa de juros punitiva, estimulava novos empréstimos, por ficar abaixo das taxas de mercado. Objetivando estender crédito para a agricultura, o Fed foi extremamente frouxo em sua política de crédito. Mas como o dinheiro não tem carimbo, esse excesso de liquidez se espalha por todos os setores, principalmente para bens de capital e mercado financeiro. O clima de prosperidade eterna foi agravado pelas declarações de importantes nomes da época, como o próprio presidente Coolidge.
Além do foco doméstico, a situação da Europa contribuiu bastante para que o governo americano adotasse políticas inflacionárias. A Alemanha, um dos principais credores dos EUA na época, estava com pouco capital, arruinada pela guerra. Os banqueiros americanos, atraídos pelas enormes comissões de empréstimos a governos estrangeiros, enviaram centenas de agentes para prospectar novos credores. A pressão em cima do governo, tanto desses banqueiros como dos próprios governos europeus, acabaram por estimular ainda mais o crédito abundante e barato, inevitavelmente inflacionário. Alan Greenspan, ex-presidente do Fed, reconhece o desastre que foi “a tentativa do Fed de ajudar a Grâ Bretanha que vinha perdendo reservas de ouro para os Estados Unidos porque o Bank of England recusou-se a permitir que as taxas de juros subissem quando as forças do mercado assim demandavam”.
Diversos produtos foram criados pelo mercado financeiro, pacotes de mortgage bem complexos, com diferentes tipos de risco no mesmo produto. Precificar isso é tarefa bem complicada. Dentro do mesmo CDO (collateralized debt obligations) havia títulos bons, risco AAA, e hipotecas subprime, de alto risco. Como pagavam um pouco mais de juros, muitos investidores compraram esses títulos, ajudando a deslanchar o mercado de subprime. Assim, várias casas puderam ser compradas por gente de classe baixa, através desse boom no mercado, possibilitado pelos CDOs. Enquanto o mercado de preço das casas era de alta, tudo bem. Quando a coisa virou, esses títulos mostraram que boa parte deles era podre, e estava mal precificada. A inadimplência nas hipotecas subprime aumentaram muito. Vários não conseguiram mais honrar as dívidas, e em última instância acabam com as casas confiscadas pelos credores (nos EUA o arresto de bens dos inadimplentes é coisa séria). Mas o ponto é que esses mais pobres que perderam agora suas casas, só puderam comprá-las POR CAUSA desses mecanismos inovadores criados pelo mercado financeiro. Sem isso, não haveria crédito disponível em abundância para eles.
Alex você ñao conssegue exergar nada de bom nisso?Se não houvesse inovação do mercado financeiro eles nunca teriam casa.
Jacob:
Não acho que a causa foi “ganância”. Ganância é bom. O que faltou foi uma supervisão que fizesse a ganância se manter nos limites da regulação. Falta de documentação, de checagem de renda, de condições de crédito enfim, implicaram – em última análise – uma forte deterioração da qualidade de crédito e os problemas que eventualmente se materializaram.
Se os problemas que os bancos gerassem ficassem só nos bancos, tudo bem. O problema é que contração de crédito por conta de crise bancária é sabida ser causa de problemas para todo resto da economia. Esta externalidade (além das questões de assimetria de informações) é que justifica regulação e supervisão. Se um BC negligencia isto (e me parece que houve negligência), aí vai ter que fazer o que o Fed fez: senta na cadeira do passageiro e deixa o mercado determinar a política monetária.
Na mesma linha, nada contra subprime e CDOs. Mas tem que ser pelas regras.
Alex
Alex o problema maior foram das agências de riscos que garantiram esses titulos tinha o mesmo nivel de segurança dos titulos do governo americano.O que eu acho errado é também bancos lesarem investidores garantindo que esses titulos eram seguros.Mais todos deveriam estar cientes de que a pol´ticia do FED de juros baixos,mais o défict fiscal americano poderia resultar em uma elevação futura.
O mesmo aconteçe no Brasil,essa febre por financiamentos de carros em até 7 anos ta virando uma febre caso o BC eleve o juros futuramente pode haver um grande numero de inadiplência.
Jacob:
As agências erraram, mas o erro delas foi na securitização das hipotecas. Antes, na originação, já tínhamos o problema da má qualidade do ativo subjacente.
Em outras palavras, para as agências garantirem que lixo era ouro, alguém precisou produzir lixo primeiro. (Em lugar de “lixo”, fiquem à vontade para usar o que acharem melhor)
Alex
“O que proponho aqui eh que se de fato o mercado financeiro fosse regulado de forma imparcial, teriam sido tornadas ilegais as hipotecas “sub prime” assim que o produto tivesse sido criado, evitando-se assim que o processo de endividamento insustentavel fosse mesmo iniciado.”
Ou seja, tome autoritarismo! Não obstante a questão de COMO tal regulação seria “imparcial”, resta perguntar: e a quantidade de gente que se BENEFICIOU desse mecanismo? Lembre-se que o default ratio MESMO nas hipotecas subprime está próximo de 15%. Ou seja, a grande maioria NÃO DEIXOU de pagar! Mas vc sugere que, por causa de alguns mais ousados ou até irresponsáveis, todos devem ser prejudicados? Vc exige clarividência dos burocratas! Vc parece um profeta do passado, como todo esquerdista (basta ver como repetem que a Vale foi vendida quase de graça).
Os argumentos são bem fracos! E veja, liberais acham que o Fed NÃO DEVE salvar os fundos!!!!! Esse moral hazard, a Greenspan Put e agora Bernanke Put, é justamente o que os liberais CONDENAM! A questão não é QUEM o Fed tem que ajudar ou salvar. A questão é: ele deve ajudar alguém? Não! Ele deve seguir com o mandato dele. O que ele tem feito, por sinal. A injeção de liquidez tem muito mais a ver com a total parada do mercado de créditos do que com as perdas no subprime. Os grandes bancos, não sabendo QUEM está com problemas, simplesmente travaram os empréstimos, e até o money market travou. O Fed está atacando ESTE problema no momento. Não está salvando hedge fund. E assim deve continuar…
A bonança teve excessos. Esses precisam ser digeridos. Alguns terão ressaca mesmo. Outros vão até morrer de cirrose! Faz parte. Capitalismo sem bancarrota é como Cristianismo sem inferno. Os mecanismos de ajustes do próprio mercado devem funcionar. A intervenção estatal já fez estragos demais. É parte inclusive da CAUSA dos excessos. O livre mercado não é mágico, todos sabem. Mas tampouco os burocratas são. E a varinha deles, pesada feito um elefante, costuma fazer um verdadeiro estrago quando usada para “solucionar” os males do livre mercado.
Jacob:
Na boa, para quem você está escrevendo? Eu não sei quem escreveu o texto entre aspas (sei que não fui eu).
De qualquer forma, há evidência que na originação as regras que já existiam não foram obedecidas (isto fora a questão de saber se as regras eram apropriadas para se lidar com o problema, tema que vai além da minha competência). Então não se trata de autoritarismo, mas sim de obediência às normas.
Sem querer coloquei as aspas.
Alex,
Nao tem muita coisa mais chata que um “austriaco”.
“O”
Agreed…
Caro Alex,
Vc, o professor Beviláqua e Eduardo Loyo foram descritos na época da desinflação de 2004-05 como o “triunvirato do mal”.
Se for assuntos de ética pública concernente à Autoridade monetária, principalmente em relação à atual diretoria (que ainda guarda personagens daquela época), eu peço perdão por ter perguntado e compreendo que não possa nem queira responder. Mas se não se importar, como era o clima na Diretoria naquele período de hostilidade de todos os lugares contra vocês? Como vc, Alexandre, sentiu-se ao ser apontando como um triunvirato de qualquer coisa? Como vocês lidaram com isso?
Este é meu lado jornalístico aflorando… você ou seus, amigos e ex-colegas, pensa(ram) em escrever um livro de memórias, no estilo do ex-presidente Fernando Henrique? Ou um no estilo Alan Greenspan? Ou no estilo “Viagens com o presidente”? Ou ainda como este último que o dr. Salomão Quadros escreveu?
Eu acho que daria uma literatura muito boa!
Abraços,
Eduardo
ps: porque você não aponta erros ou incongruências nos comentários mais econômicos que fiz? Tá muito ruim?