Testando os limites da cretinice
Esta eu preciso partilhar com os leitores do blog. Saiu no Valor de ontem, página C2, coluna assinada por Luiz Sérgio Guimarães.
“Para analistas independentes, a ampliação do aperto monetário pode se transformar num tiro no próprio pé do BC. O raciocínio é o de que, se a austeridade já mundialmente aplaudida conseguir aumentar ainda mais a sua credibilidade junto aos agentes econômicos, logo a expectativa de IPCA para 2009, em 5% segundo o último Focus, voltará ao centro da meta de 4,5%. Para ser coerente com esse retorno, as taxas de juros longas, projetadas para 2009 e 2010 pelo mercado futuro da BM&F, recuarão, tornando mais baratos os financiamentos bancários a empresas e consumidores. Ou seja, um choque de juros pode, em prazos maiores, provocar mais inflação, além de encarecer a rolagem dos papéis da dívida pública. “
O raciocínio, se é que podemos assim designar esta sequência desconexa de argumentos, é que o aumento de juros reduz a expectativa de inflação e, portanto, implica queda das taxas longas de juros. A queda da taxa de juros longa acelera a demanda e piora a inflação.
Segue-se disto que a forma correta de lidar com a inflação é reduzir o juro e piorar as expectivas de inflação. Assim os juros longos sobem e reduzem a demanda, controlando a inflação…
Além disto, a queda das taxas de juros mais longas deve encarecer a dívida pública…
O analista “independente” que proferiu estas cretinices deverá logo deixar de ser independente, assim que for colocado de volta na cela acolchoada de onde fugiu.
P.S.
Depois de postar o comentário acima me lembrei de outro texto do autor que diz o seguinte:
“O mercado monetário não está muito preocupado em checar a veracidade das acusações de que o Copom teria errado duplamente. O primeiro erro teria sido o de subestimar o retorno da inflação ao, na reunião de abril, aplicar um ajuste de 0,50 ponto à taxa Selic e considerá-lo – como a pedir desculpa pelo excesso de ortodoxia – “parte relevante” do movimento total de alta. Traduzidas coloquialmente, a decisão e a ata de abril diziam o seguinte ao mercado: “Olha gente, eu sei que a inflação não merece esse aumento todo, mas eu preciso mostrar que continuo conservador. Por isso, o primeiro golpe será fundo, mas os posteriores, superficiais”.
Os índices sobre a inflação corrente divulgados depois mostraram que, na verdade, o Copom não estava de modo algum agindo “preventivamente”. Os indicadores deixaram patente que a alta de 0,50 ponto era, isto sim, muito condescendente. Este foi o primeiro erro. O segundo foi o de não confessar que errou. No Copom seguinte, o Banco Central sustentou o ritmo de 0,50 ponto e garantiu que o repique inflacionário tinha sido previsto. O mercado sabe que esta serenidade é forjada e falsa. ” (Valor, 17/06/2008, pág C2).
Ou seja: o BC está sempre errado. Quando sobe 50 devia ter subido 75; quando sobe 75, devia ter subido 50. E isto vindo de um colunista que há poucos meses defendia que o BC não deveria aumentar a taxa de juros.
Juros básicos estão na zona perigosa
É ilusão se achar que uma alta exagerada nas taxas básicas de juros,, como a que foi decida pelo Banco Central nesta última reunião do Copom (23/7/08), não significa ainda um risco para o sistema produtivo. A economia brasileira conviveu muitas anos com juros absurdos, despropositados, mas na verdade estava estruturada para tal. Agora não está mais. A dinãmica dos mercados fez com que as margens se estreitassem na maioria dos negócios – redução que tem sido compensada pela multiplicação das transações, nos volumes negociados – e os investimentos se alavancaram porque opcorreu uma considerável diminuição no custo de capital. Juros básicos de 13% são o limite supotável por essa estrutura produtiva atual. A partir daí, o BC pode jogar a economia no chão. E desncessariamente, pois independentemente do nível das taxas de juros domésticas os preços recuarão lá para o fim do ano em conseqüência de uma mudança na direção dos ventos da economia mundial.
Com a dosagem de 0,75 ponto percentual, o Copom elevou os juros básicos de olho fundamentalmente no relatório Focus, que reúne as projeções de destacados analistas do mercado financeiro sobre os principais indicadores da economia. Por esse relatório, as instituições passaram a projetar uma inflação acima do teto da meta para este ano (hipótese realmente válida), e como as autoridades monetária atribuem ás expetativas um peso relevante na própria formação dos preços (tais expectatuivas levariam os agentes econômicas a antecipar reajustes de preços, o que acaba fazendo com que a profecia se concretize), a alta de 0,75 percentual, no lugar do aconselhável 0,5, seria uma tentativa de levar os analistas a reverem, para baixo seus prognósticos. Tomara que funcione, para que o Copom pare logo de elevar os juros básicos.
(esse é um texto de George Vidor)
Ele critica as altas taxas de juros do Brasil e com razão, tem muitos setores que bombaram no ano passado como construção cívil vão sofrer uma a alta retração.Acho que o BC deveria ter cautela antes de elevar o juros.Boa parte da alta dos juros do BC é para cobrir prejuízos com Swap (cerca de 30 bilhões de reais).Brasil poderia seguir o modelo do FED que baixou o juros para não resfriar a economia.
Só foi o trio ortodoxo do BC sair que o juros no instante caiu deveríamos equilibrar a a equipe do BC entre ortodoxos e não ortodoxos.
Luis Carlos M. Barros em entrevista a Ricardo Boechat na Band News FM: “Se eu fosse o BC não elevaria a Selic”.
Já eu acho apropriado citar o Vidor num post que tem como tema os limites da cretinice.
Eu não sei o que é melhor: o limite mágico de 13%, a partir do qual se “joga a economia no chão”, ou a inflação caindo por força da gravidade.
E como mesmo é que o aumento dos juros “cobre os prejuízos com Swap”?
Já o Luiz Carlos muda de idéia a cada 45 dias (ou a cada mudança de posicionamento da Quest). Estive com ele há poucas semanas e ele só falava em aumentar juro, ao contrário do ano passado, em que só falava em baixar juros.
Regio:
A lista do Saboia é uma beleza, mas, na linha do “nada a ver”, quase nada se compara a este artigo.
Abs,
Alex
Se você não concorda com o Vidor porque você não vai para o conta corrente debater com ele.
Sardenberg acredito que também deve ter criticado o aumento do BC ele e Vidor tem ideias parecidas.Acho que o BC foi um pouco precipitado deveria esperar o petróleo baixar,Miriam Leitão também não concorda com o aumento do BC.
Já fui e bati tanto nele que, nas vezes seguintes, quem não apareceu foi o Vidor.
Alex você já foi heterodoxo?A maioria as pessoas que se formaram em economia na USP são desenvolvimentista vou citar exemplos :Mantega,Bresser,Ricardo Amorim.
Você foi um “reacionário” dentro da USP?
Sacanagem heim Alex. O único vídeo seu que achei no site da Globo News eu procurei por SchwartZman. Além do mais, o vídeo perde a sincronia na metade. Pelo jeito o pessoal de lá não vai com a sua cara não.
Abs
Vogal aleatória
Alex, e o que voce acha do artigo ultimo do Bombinha?
Ele eh retardado por acaso?
Serio, afinal ele nao consegue notar o ridiculo de criticar “bufunfeiros” enquanto ele mesmo vem de um berco de ouro e soh conseguiu fazer carreira na politica economica nas costas do papai e do avo. Nunca passa pela cabeca dele que ele eh ridiculo?
Ou ele eh ridiculo demais para saber que eh ridiculo?
“Alex você já foi heterodoxo?A maioria as pessoas que se formaram em economia na USP são desenvolvimentista vou citar exemplos :Mantega,Bresser,Ricardo Amorim.”
Meu deus! Isso nao eh verdade. A maioria dos economistas vindos da USP sao gente normal e de bem. Os heterodoxos sao uma minoria.
Finalmente, o Bresser nao eh um produto da USP. E que o Mantega tenha vindo da USP, isso eh novidade para mim.
Alex muitos economistas defendem uma redução nos gastos públicos,me aponte aonde se pode cortar gastos públicos?O maior gasto público Brasileiro é a serviço da dívida.
Porque você era tão conservador nas reuniões do BC?
Anônimo,
Estudo na USP e posso te garantir que a maioria lá não é heterodoxa. Aliás você esqueceu de citar grandes nomes do pensamento ortodoxo brasileiro que lá se formaram, ou lecionaram, como Afonso Celso Pastore, Samuel Pessoa, Pérsio Arida, o próprio Alexandre, etc. Além disso, se você der uma olhada, vai perceber que a gigante maioria dos economistas que trabalham nos departamentos econômicos de bancos ou em consultorias passaram pela FEA/USP.
Sobre o tema original do post; de fato essa lógica do aumento dos juros hoje pressionar a demanda futura por causa da melhora nas expectativas me soou absurda. Entretanto, isso não desqualifica o jornalista que parece ter apenas noticiado o que lhe foi repassado por algum analista.
O Valor é para mim de longe o melhor jornal publicado no Brasil, com um corpo de jornalistas altamente capacitados para a profissão que escolheram (vide Alex Ribeiro, Sergio Lamucci, Claudia Safatle, Sergio Leo, etc). Incluo também nessa lista o citado Luis Sérgio Guimarães. Apesar de errar as vezes, a sua coluna diária na página 2 do caderno Finanças é um belo resumo do que aconteceu no dia anterior no mercado financeiro.
Só para concluir, considero os colunistas (jornalistas) do Valor muito melhores que os dos principais jornais (Celso Ming, Sardenberg, Miriam Leitao, etc) que só escrevem obviedades e não conseguem sair dos clichês, sem acrescentar nada de novo na análise econômica.
Abs
Caio
Alex,
A verdade é que o pessoal do Ministério da Fazenda agradece este debate sobre o BC. Jogar o foco no culpado errado é um esporte que agrada muito os heterodoxos. Já os jornalistas econômicos pouco entendem de Economia e vivem de suas “fontes”.
Abç.
M.
Anônimo:
Errado de novo! O gasto previdenciário é maior (7,5%) do PIB. O gasto com juros nominias é 6% do PIB. O gasto com juros reais (deduzida a inflação) é 0,7% do PIB (https://www3.bcb.gov.br/sgspub/consultarvalores/consultarValoresSeries.do?method=getPagina).
Caio:
Concordo no que diz respeito ao Sergio Lamucci, Alex Ribeiro e Claudia Safatle.
M:
Tem muito jornalista econômico muito bom. Além destes três que citei acima há o Fernando Dantas, a Leandra Peres e outros tantos que, por injustiça, não estou mencionando aqui.
Claro que há uns casos perdidos. Mas este não preciso listar, não?
Abs
Alex
O problema do Valor é que tem uns comunistas lá (a mais notória é a Maria Inês Nassif, que não se perca pelo nome…) que devem influir na seleção de articulistas, e coisa e tal. Para melhorar a qualidade do jornalismo, só no dia em que o conhecimento do assunto sobre o qual o cara escreve for mais importante que o diploma de jornalista.
Anônimo:
Mesmo concordando com a questão do diploma, não acho que o problema do Valor seja ter “uns comunistas lá”. A Maria Inês Nassif é mesmo irmã do mascate, mas isto, obviamente, não é motivo para desqualificá-la.
Nao subestimem a Miriam Leitao e desempenha um papel educativo muito importante.
Mirian Leitão fez um grande favor ao país ao entrevistar Heloisa Helena na eleição presidencial. Foi nesta entrevista que pudemos conhecer o profundo (como um pires) conhecimento daquela mulher..
Alex o subida da Selic é fruto de uma diminuição das receitas do governo.A CPMF foi uma grande perda do governo,principalmente esse ano.Apesar das receitas estarem crescendo com a CPMF esse ano o governo federal teria mais dinheiro para usar no superavit primário,evitando uma alta muito grande da Selic.
VocÊ deve falar que a CPMF não faz falta porque as arrecadações estão crescendo,mais poderia crescer mais.O Fim da CPMF foi um “tiro” contra o governo no controle da inflação.Você defenderia a volta da CPMF para aumentar a arrecadação do governo? Acredito que o governo não tem onde cortar gastos um aumento de impostos 1% a 1,5% nos impostos poderiam evitar uma subida muito grande dos juros.
Brasil tem uma carga tributaria de 34% do PIB se aumentasse 1 pp a 1,5pp não faria mal e não inibiria investimentos,coisa que a Selic alta faz.
Só uma correção A.
Bem se vê que você nunca trabalhou em uma empresa privada (bom, talvez na Vicunha, dadas suas preocupações com o pobrezinho do Benjamin).
Para começar a carga tributária não é 34% do PIB, mas deve estar próxima a 37-38% do PIB, ou seja, os seus 1-1,5% do PIB já ocorreram.
Segundo, mesmo sem CPMF o governo não parou de gastar. Se tivesse parado, talvez fosse possível não aumentar a Selic. Aliás, caso a CPMF tivesse sido prorrogada, muito provavelmente o governo gastaria ainda mais…
O aumento da Selic não tem nada a ver com a derrubada da CPMF.
Isto dito, me conta uma coisa: você vem aqui para apanhar? Ou é um problema psicológico ainda mais sério?
Um aumento nos impostos seriam melhor do que uma alta nos juros.A CPMF faz uma grande falta.
Eu sou contra as políticas ortodoxas.e continuo lutando contra.Você se deparou como a violência em SP aumentou (como no Brasil)sabia que foi fruto das políticas ortodoxas?Desemprego no Brasil na década de 90 era de 4,5 hoje é de 7,5.A Vicunha Textil quase quebrou por causa das políticas ortodoxas ancora cambial era um exemplo.
Acredito que poderíamos aumentar impostos sobre algum setores na economia e subsidiar os exportadores.Me prove que há excessos de gastos no governo e me aponte aonde cortar?O maior gasto corrente Brasileiro é o juros a serviço da dívida.
Como você justifica o Brasil ter uma das piores desigualdades sociais do mundo?
A carga de impostos no Brasil, somando-se as três esferas de governo, atingiu 34,23% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2006 – aumento de 0,85 ponto percentual em relação a 2005, quando o número alcançou 33,38%. O resultado completo da carga tributária no Brasil no ano passado foi divulgado nesta terça-feira (21/8) pelo Coordenador-Geral de Política Tributária, Ronaldo Lázaro Medina.
O cálculo da carga tributária segue a nova série do Sistema de Contas Nacionais, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em março. O sistema alterou a metodologia de cálculo do PIB (Produto Interno Bruto), que passa a ter como base o ano de 2000 além de ter incorporado novas fontes de dados.
O tributo que teve a maior variação foi a contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento, com aumento de 0,29% em relação ao PIB. De acordo com Medina, o aumento reflete o crescimento do mercado de trabalho e da massa salarial.
Resultado completo da carga tributária no Brasil em 2006
http://www.receita.fazenda.gov.br/AutomaticoSRFsinot/2007/08/22/2007_08_22_11_06_36_406770190.html
Satisfeito?
Alex,
Para começar concordo com a postura conservadora, neste momento, do BACEN ao estabelecer novo patamar de juros básicos (13% a.a.) para a economia. Penso que o combate inflacionário deve ser prioridade para qualquer governo que possua um mínimo de responsabilidade social e econômica. Contudo, não entendi seus cálculos que chegam a um gasto com juros reais de 0,7% do PIB. Há algo estranho no ar. Meus cálculos chegam a um gasto com juros reais de 4,25% do PIB.
Dívida Bruta no Mercado de R$ 1,235trilhões (dezembro de 2007).
PIB de R$ 2,558 trilhões (2007).
Tx Nominal de Juros de 13,56% no acumulado de 2007.
Tx de Inflação IPCA de 4,37% no acumulado de 2007.
Então, Tx Real de Juros de 8,81% no acumulado de 2007.
O que equivale a um gasto real com juros de R$ 108,83 bi. que equivale a 4,25% do PIB de 2007.
Talvez, meus cálculos estejam errados ou vc tem algo em comum com o Delfim.
Ab.
Lino.
Anônimo:
Talvez isto seja uma novidade para você, mas estamos em 2008, não em 2006…
Se você continuar falando da Vicunha eu posso chorar. Tenho tanta pena do Benjamin…
Lino:
A conta não é minha. Está no site do BC (acho que o hiperlink te leva direto, mas – se não levar – procure nas séries temporais, Finanças Públicas) e se refere ao período de 12 meses terminado em maio de 2008.
Como você justifica o Brasil ter a 8 maior taxa de desigualdade social do mundo?
Anônimo:
O gasto público (incluindo tranferências a pessoas) era cerca de 23% do PIB em 1994; em 2006 atingiu 31% do PIB e deve ter ficado na casa de 33% do PIB em 2007 (quando estimo que a carga tributária ficou em 36-37% do PIB).
Se você acha que um aumento de gastos equivalente a 8% do PIB em 12 anos é pouco, considere a seguinte. De cada duas unidades marginais de PIB gerado entre 1994 e 2006, uma foi apropriada pelo gasto público.
Gastamos 8% do PIB com o INSS e mais 5% do PIB com servidores inativos, i.e., 13% do PIB. Isto num país em apenas 5% da população tem mais de 65 anos. É o mesmo gasto de uma país que tem uma proporção da poulação acima de 65 anos três vezes maior que a nossa.
O gasto com funcionalismo nos três níveis de governo atingiu 13% do PIB em 2006. A Argentina gasta 5% do PIB com funconalismo. O Chile 4% do PIB. O México 6% do PIB. Aí eu pergunto: o serviço público brasileiro é 3 vezes melhor que o chileno?
Por fim, aqui mesmo nest blog (http://maovisivel.blogspot.com/2007/12/sexo-e-outras-obsesses.html) você vai encontrar alguns resultados do Programa para Comparação Internacional (ICP) do Banco Mundial. Estes dados mostram que o Brasil, 10o PIB do mundo está em 4o lugar no que se refere a gasto público.
O gasto público brasileiro, medido como % do PIB, é o segundo do mundo, logo após a China (isto porque a China tem um exército numeroso, que nós – ainda bem – não temos).
Segundo o Banco Mundial, o Brasil gasta 19% do PIB (sem transferências a pessoas); a América do Sul (fora o Brasil) gasta, em média, 11% do PIB.
Já o desemprego só faz cair nos últimos 5 anos de políticas ortodoxas. Esta ligação entre violência e desemprego é de um primarismo tal que – se não fosse você quem tivesse trazido o assunto à baila – eu poderia até me surpreender.
Não, seu problema não é lutar contra políticas ortodoxas. É gostar mesmo de apanhar.
“O gasto público (incluindo tranferências a pessoas) era cerca de 23% do PIB em 1994; em 2006 atingiu 31% do PIB e deve ter ficado na casa de 33% do PIB em 2007 (quando estimo que a carga tributária ficou em 36-37% do PIB).”
Voce esta falando de gasto primario, nao?
“O”
“O”:
Sim
É Brasil não tem inchaço no setor público .Eu conheço pessoas que trabalham no setor público e lhe afirmo que não existe inchaço.O problema são os funcionários sem carreira.Um exemplo é Ciro Gomes que ele cortou gastos de servidores com servidores sem confiança.Brasil gasta com INSS porque é necessários.O maior gasto público Brasileiro é para pagar o serviço da divida.Os gastos com o Bolsa família somam 0,8% do PIB.
Poderia privatizar as universidades como a USP entre ouras para melhorar a qualidade e diminuir gastos desnecessários.
Alex você defende o modelo chileno de previdência?Aonde só 45% da população tem direito?
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,2249195,00.html
Chile tem a pior desigualdade social na AL só perde para o Brasil.
Eu não “justifico” nada (justificação implica concordância), mas a explicação não é muito difícil (acho que até você consegue entender).
Durante o período de rápido crescimento associado à transição de uma economia rural para uma economia urbana o Brasil preferiu usar seus recursos para subsidiar indústrias como a sua adorada Vicunha (e os pobres coitados dos Rabinovics e Steinbruchs) e para fazer (de forma incompetente) aquilo que o setor privado faria melhor (telecomunicação é apenas um dos muitos exemplos).
Outros países, em contraste, que passaram pelo mesmo processo (como a Coréia, ou Taiwan), ou que estão passando por ele (como a China), preferiram usar estes recursos adicionais para educar sua população.
Toda literatura séria sobre desigualdade no Brasil (Paes de Barros, Marcelo Néri, Naércio Menezes, entre outros) atribuem a disparidade de renda às diferenças em escolaridade.
A inflação alta também colaborou, tanto que o maior recuo do índice de Gini ocorreu precisamente entre 1993 e 1995, quando a hiperinflação foi eliminada, mas o principal problema está associado à má qualidade da educação no país e isto não é por falta de gastos, mas simplesmente porque se gasta (muito) mal.
Gostei dos dados que você apresentou (“Eu conheço pessoas que trabalham no setor público e lhe afirmo que não existe inchaço.O problema são os funcionários sem carreira.Um exemplo é Ciro Gomes que ele cortou gastos de servidores com servidores sem confiança.”). Realmente um trabalho empírico sólido e bem fundamentado.
“Brasil gasta com INSS porque é necessários.”
Pode ser necessário, mas você não acha estranho o país gastar o mesmo do que países que têm população muito mais velha e muito mais que países com perfil demográfico semelhante ao nosso.
“O maior gasto público Brasileiro é para pagar o serviço da divida.”
Já mostrei que não. Só o INSS representa 7,5% do PIB. O funcionalismo representa mais de 13% do PIB. O gasto com o serviço da dívida (incluída a inflação) nos últimos 12 meses foi 6% do PIB. Descontada a inflação foi 0.7% do PIB.
Brasil gasta mau na educação porque o dinheiro é aplicado na educação superior e não na básica.
Deveria privatizar a educação superior e investir o dinheiro na básica.
Alex,
O carinha aí de cima gosta de apanhar e você, parece, gosta de bater nele, não é mesmo? Não sente cãimbras? Como falei ontem, o rapaz deve estar se preparando para alguma prova e vem ao blog tomar algumas lições de economia brasileira contemporânea. Só pode ser isso.
Brasil gastou 150 bilhões para pagar a dívida pública, o maior investimento do governo federal nos últimos ano é o PAC.
Como diria o Marv do “Sin City”, “I am having a ball”.
Mas acho que gosta mesmo é de apanhar.
Gostaria de fazer uma defesa da universidade em que eu estudei, a UFRJ. É verdade que lá existem Sicsus e outros parecidos. No entanto, ser aluno desses caras é uma questão de ESCOLHA (assim como acreditar no lixo que eles dizem). A área de macro é disparada a pior para se ter aula, mas é verdade que caras como Cardim de Carvalho me deram cursos estritamente mainstream (ele me deu aula de macro internacional usando só o livro do krugman e obstfeld).
Se o aluno quiser ter aula com gente séria em métodos quantitativos, e só lembrar que lá lecionam Armando Castelar e Getúlio Borges, só para ficar entre os mais antigos, e alguns dos alunos melhores colocados na anpec tem a UFRJ como origem.
Agora, a canalhice pura e simples tem de ser denunciada, quanto mais se passarem por esse blog potenciais alunos de economia: professores que ainda não foram desmascarados publicamente como o Sicsú podem ser citados: Denise Gentil, Franklin Serrano, Carlos Medeiros, Marcelo Paixão (embora esse já tenha sido ridicularizado na globo news), Reinaldo Gonçalves (um petista arrependido que foi parar no PSOL) entre outros. Que bom que ninguém os leva à sério, ou a gente voltaria à década de 80.
Quanto a um post do anônimo, pede pra ele dar uma olhada nos dados dos homicídios por 100mil hab. de SP de 1999 pra cá.
Alex sugiro ver Aula economia Cicarelli (para descontrair.)Vc vai morrer de rir.
http://www.youtube.com/watch?v=JJs6yXRYhKI
(não sei se seria adequado publicar mas é engraçado.)
Alex, é claro que a leitura de seus posts é uma aula para um economista exilado no interior da selva amazônica. PORÉM, existe algo ainda melhor. Os comentários resultantes do post são momentos especiais para observarmos quem entende de Economia e tem argumentos para manter suas idéias. Continue escrevendo que daqui continuarei acompanhando.
Eu entendo como correta a medida do BC de aumentar juros e também critico aumentos de gastos do governo, principalmente em ano eleitoral. Nesse caso, não é nem o gasto em si, mas o direcionamento correto dele para a real necessidade. Penso que gastamos muito e mal. Abração, João Melo
Thiago:
Bela defesa. Aliás, tem gente muito boa que veio da UFRJ (Marcos Lisboa, Mário Mesquita, entre outros), o que só reforça sua noção sobre a questão da escolha.
João:
É isso mesmo. Gastamos muito e gastamos mal.
Abs
Alex
Alex você aceitaria ser assessor econômico do PSDB , nas eleições presidenciais de 2010?
Thiago,
Concordo com o Alex sobre o numero de bons economistas que sairam da UFRJ, mas ressalto que eh bem importante se voce quiser trabalhar como economista que voce faca pelo menos um mestrado longe da UFRJ.
Voce pode ser um genio, mas se voce mandar para mim um curriculo com graduacao na UFRJ, sem pos-graduacao fora da UFRJ, vai direto para o triturador de papel.
Jacob:
Isto é um convite? Eu desconfio que o PSDB não quer ouvir o que eu tenho para falar… Preferem quermesseiros.
Anônimo:
Os dois egressos da UFRJ que citei fizeram exatamente isto (e não foram os únicos).
Abs
Alex
Não ,só estou perguntando pelo fato de você ter feito uma ótima gestão no BC.
Só acho que PSDB tem que deixar de lado os quermeisseiros caso queiram mudar o Brasil.Segundo que nem no PSDB eu voto ,engraçado são os que taxam PSDB de liberal.
FHC mesmo com sua EXCELENTE equipe econômica ainda tinha uma “queda” por Bresser,Beluzzo,Delfim.
Eu acho que Alkmin tem cara de ser determinado a fazer o Brasil crescer ,só falta uma pessoa que oriente ele melhor.
Caro Alex,
venho acompanhando a algum tempo os debates em seu blog. Para ser sincero, por entender pouco de economia, tenho sido estimulado a visitar mais para ler as discussões que você vem travando com um dos anônimos. Sem intenção aqui de defesa, de outra forma os posts contendo opiniões apenas a favor de suas argumentações me parecem sem originalidade e por vezes demonstram uma tremenda bajulação. Deixe o rapaz aprender, de chinelada em chinelada a mula desempaca.
abs.
Ademir.
Alex,o que você acha do Sheinkman?Apesar dele ter sido chefe do departamento de economia da Chicago,ele não é “meio heterodoxo ” (diferente de Bresser e companhia).
Ele criticou em 2002 a política de juros altos
“O economista José Alexandre Scheinkman acredita ser mais importante é reduzir a taxa de juros sobre a dívida pública do que alongá-la.
“Todos nós queremos uma dívida mais longa. Mas isso depende das condições nas quais você consegue alongar”, disse Scheinkman nesta terça-feira, em entrevista ao programa De Olho No Mundo, co-produção da BBC Brasil e da Rádio Eldorado.
“Eu acho que, no momento atual, com essas taxas de juros bastante altas e voláteis, o custo é alto.”
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u13659.shtml
Acredito que nesse cenário baixar o juros seria o mesmo que pedir para que a inflação aumentasse.
O BC Brasileiro deveria baixar o juros para 6 %AA ,ninguém garantiria que a inflação voltaria.
Peru tem uma taxa básica de juros de 6% AA e uma inflação próxima de 2 a 3% , essa teoria de subir juros para controlar a inflação não funciona.
Esses heterodoxos são realmente terríveis: não costumam usar dados e qdo usam o fazem de forma errada – ou dados velhos ou cujos conceitos não se adaptam ao que está em discussão.
Há ainda outra observação: heterodoxos são inelásticos a dados. Ou seja, fazem uma afirmação, são desmentidos pelos dados e insistem na mesma afirmação. Esse anônimo q atormenta o Blog é um caso clássico. E ainda por cima não acredita em concordância verbal.
Jacob,
olhe esse trecho:
Scheinkman defendeu que o próximo governo adote políticas que levem ao aumento da poupança interna como saída para a dependência brasileiro de capitais externos – que está na raiz da presente crise financeira -, embora reconheça que essa é uma solução que leva tempo surtir efeito.
No fundo o que ele dizia em 2002 ainda é bem atual. Para segurar a inflação não é necessário aumentar tanto os juros SE (esse SE é importante) houver uma política fiscal que busque aumentar a poupança interna. Não tem nada de “heterodoxo” nisso, pelo contrário, é o que os economistas sérios (ortodoxos) pedem diariamente.
ED
Anônimo:
Bom, dado que você não sabia que estávamos em 2008, talvez seja útil informar que não estamos no Peru…
Aqui, no Brasil (atenção, estamos falando do Brasil), o juro a 11.25% pôs a inflação a 6,5% (se não mais).
A propósito, a inflação no Peru (últimos 12 meses) está em 5,7%, contra uma meta de 2% (intervalo de 1%). Ou seja, os 6% de juros no Peru começarão a subir.
Pergunta: por que você chuta números, sabendo que eu tenho acesso aos dados reais e vou te ridicularizar?
Mesmo assim eles tem um juros mais baixos que o Brasil.O mundo estar vendo que os precos das commodities estão baixando,com o tempo a inflação no Brasil íria ceder.
Joper:
Realmente não sei o que é pior: a recusa a encarar os dados ou a violência contra a última flor do Lácio.
ED:
É isso aí. Uma política fiscal de fato austera tiraria boa parte da carga da política monetária.
Abs
Alex
“Mesmo assim eles tem [sic] um juros [sic] mais baixos que o Brasil.”
E daí? Bom para eles; ruim para nós. O que isto tem a ver com a taxa de juros necessária para trazer a inflação de volta para a meta? No Brasil, bem entendido, já que o BC não faz política monetária no Peru.
Aliás, por que você não comenta que a meta de inflação no Peru é menos de metade da brasileira?
E, repito a pergunta: por que você chuta números, sabendo que eu tenho acesso aos dados reais e vou te ridicularizar?
Pode-se usar aumentar os impostos para cobrir o deficit,a CPMF estar fazendo falta ao governo,como o governo perdeu arrecadação estar tendo que subir o juros.
Poderia aumentar os impostos sobre as importações,aumentar IR sobre títulos públicos para estrangeiros para 30%,poderiam dar ao governo mais dinheiro para ele fazer um superavit maior.como eu mostrei juros aumenta a inflação.
As únicas coisas que você mostrou são que não entende de economia e que não sabe português.
Quem fala de ajuste fiscal aqui se refere a reduzir o consumo do governo, não a arrancar mais recursos do setor privado.
Retornando a origem do post: a coluna do L.S.Guimaraes no Valor de hj (http://www.valoronline.com.br/valoreconomico/285/financas/54/Ata+tera+de+elucidar+'conundrum'+do+BC,,,54,5060892.html) parece continuar com esse raciocinio do juros futuros. A diferença é que aparece o dono do raciocinio:
“Como diz o economista-chefe da SLW Asset Management, Carlos Thadeu de Freitas Gomes Filho, a palavra-símbolo do atual aperto – o tempestivo – assume como previamente “conhecido” um padrão de conduta para os juros futuros absolutamente indevassável e incognoscível. “Nenhum Banco Central conhece ex-ante o nível de equilíbrio da taxa de juros”, observa Carlos Thadeu.
O “tempestivo” tem, por isso, mais a função de indicar que o BC tem a preocupação em realizar rapidamente a obrigação de trazer a inflação de volta à meta. E essa intenção o mercado associa imediatamente com o desejo de um nível menor de juros no futuro. Para o economista, essa ilação do mercado (certamente não incentivada pelo BC) reduz a eficácia dos canais de transmissão da política monetária de duas maneiras. A primeira, ao estimular a expansão do crédito, já que o ajuste é entendido como de curto prazo e um recuo das concessões de financiamento leva a perda de market-share pelas instituições. A segunda, ao incentivar o consumo intertemporal. Explica-se: os agentes não abrem mão de consumir hoje pois se sentem seguros sobre o nível de emprego e salários.”
Agradeceria comentarios,
A.
A:
A confusão é tão grande que é difícil destacar todos os erros num comentário curto.
Noto que:
(1) Se as expectativas de inflação caírem e, por conta disto as taxas NOMINAIS de juros caírem, o resultado sobre a taxa REAL de juros é, no mínimo, incerto. Daí que as conclusões acerca da aceleração do consumo como resultado da credibilidade do BC estão longe de corretas;
(2) Expectativas são um dos canais de transmissão da política monetária para a inflação. Com expectativas em queda a inflação (corrente e futura) se reduz, fenômeno que é ignorado no pastiche de análise econômica que você citou;
(3)A história intertemporal só pode ser brincadeira, ou, muito provavelmente o culpado pelas linhas acima não sabe o sentido da palavra. Juro real mais alto aumenta o preço do consumo presente relativamente ao consumo futuro, o que reduz o consumo presente. O resto é bobagem (ou ele preferia que o BC deixasse a inflação fora de controle para aumentar a incerteza sobre salários e emprego levado à queda do consumo e da inflação?).
Abs
Alex
“E essa intenção o mercado associa imediatamente com o desejo de um nível menor de juros no futuro. Para o economista, essa ilação do mercado (certamente não incentivada pelo BC) reduz a eficácia dos canais de transmissão da política monetária de duas maneiras.”
Isso daí deve ter sido interpretação do colunista.
As vezes tenho a impressão de que falta humildade a esse pessoal para desenhar. Aqueles que não tem um raciocinio abstrato privilegiado sabem o quanto ajuda por as letras, némeros(reais) e gráficos no papel para desenvolver uma linha de raciocínio. Um camarada sem muito brilho que entra numa de desenvolver uma tese etérea se sujeita a esse tipo de coisa acima.
vinicius
Alex, vc leu a coluna do BS na Folha de hoje? Achei interessante o argumento sobre a TJLP (não elevá-la), mas só isso, porque a conversa sobre juros altos já não convence mais (vide o próprio Lula dizendo que será feito de tudo para não deixar a inflação voltar). O que vc acha sobre o que ele disse a respeito da TJLP?
O culpado da inflação não é sempre o Banco Central? Porque não adotar um sistema de moedas concorrentes proposto por Hayek ,seria melhor do que o sistema atual aonde o BC tem o monopólio da emissão de moeda.
Vinicius:
O Krugman tem uma expressão para isto: “dare to be silly”. Boa parte dos erros de análise econômica se deve à resistência que este pessoal tem para pensar usando modelos. Se alguém não está disposto a simplificar, acaba se perdendo na complexidade e comete as bobagens como a mencionada.
Anônimo:
Eu achei a coluna do pobrezinho do Steinbruch iluminadora. É muito claro o que este pessoal quer: as críticas à Selic são só instrumentais; o que realmente importa é o crédito subsidiado via TJLP.
Caio:
O fato deste sistema não ser adotado em lugar nenhum do mundo implica uma resposta, não?
Abs
Alex
O problema da maioria das pessoas que comentam sobre politica monetária e metas de inflação por ai (incluo pessoas supostamente capacitadas como economistas de bancos e comentaristas de jornais) é a falta de conhecimento da teoria por trás desta. Por esta politica parecer intuitiva (aumenta-se(diminui-se) os juros se inflação está alta(baixa)), conceitos básicos como o papel das expectativas dos agentes, a forma como o BC a afeta entre outros são bons exemplos de variáveis importantissimas para o entendimento do modelo mas que passam despercebidas das análises das colunas dos jornais.
Hoje em dia todo mundo se acha tecnico da seleção e presidente do BaCen
ED
ED:
Assino embaixo sem problema.
Abs
Alex
Alex,
segue um trecho da coluna do Delfim de hoje no Valor que exemplifica bem o que eu acabei de escrever:
“Tudo bem considerado e ponderado, não parece impróprio questionar como extravagante o recente aumento da nossa taxa Selic em 75 pontos. Ele pareceu mais o resultado de uma necessidade infantil de afirmação de independência da autoridade monetária, estimulada pelas espertas “tesourarias” que a candongam. Se há dúvidas sobre tal demonstração para reforçar uma falsa “credibilidade”, não há dúvida sobre seu objetivo: aprofundar a já desastrosa valorização do real. É apenas o mesmo expediente oportunístico de controlar a taxa de inflação à custa da higidez do sistema produtivo e do futuro equilíbrio fiscal. Diante de tanta incerteza, a virtude exigiria um pouco mais de paciência e conservadorismo: 50 pontos estaria de bom tamanho, até que os outros bancos centrais explicitem o que vão fazer… “
Que raio de conta ele fez para dizer que 0,5 é suficiente e 0,75 é muito? Em que modelo ele jogou os valores e rodou o resultado? A opinião dele é puro achismo, não tem embasamento cientifico nenhum. Talvez ele esteja certo, talvez 0,5 fosse melhor do que 0,75, não estou questionando isso, mas sim a forma como ele (e a grande maioria dos analistas) chegam a esses resultados.
Parece que existe um teorema para esse pessoal: Qualquer que seja a decisão do Copom ela poderia ter sido pelo menos 0,25 menor.
ED
ED:
Hoje continuamos no 100% de concordância. Não dá para levar a sério alguém que já chegou à conclusão mesmo antes de pensar no problema.
Abs
Alex
Alex o departamento de economia de Berkley aceita teses de econofísica para ingressar no programa de doutorado? Eu estou acabando o mestrado em fenômenos não lineares pela USP,faço pesquisa da aplicação do coeficiente de hurst para previsão de inflação e calculo de ativos financeiro,Modelos Não-Gaussianos de Precificação de Opções ,caos e efeito das políticas monetárias sobre a formação de bolhas especulativa e crises econômicas.
Existe alguém no departamento que faz esse tipos de pesquisa?
Interessante é que certamente mais a frente vão aparecer, na maior cara-de-pau como de costume, artigos ex-post com demonstrações do erro do COPOM em elevar os juros, dada a queda da inflação.
Se o time ganha jogando pra frente, só consegue porque o adversário é fraco; se a vitória for em contra-ataque, é uma atitude covarde…
sem chance de agradar.
Jacob:
Não que eu saiba. Você pode tentar a webpage do departamento, onde os professores indicam suas áreas de pesquisa. Talvez o Matt Rabin tenha alguma coisa relacionada.
Arlequim:
BC nunca ganha; acho que nem empata.
Abs
Alex
Alex graças as medidas ortodoxas que você defende de subir juros para controlar a inflação,está valorizando o cambio prejudicando as transações correntes.
O deficit bateu recorde nesse semestre puxado pelo envio de lucros das empresas para fora.O BC deveria controlar o envio de lucro dessas empresas para fora,evitando um deficit maior nas transações correntes,ou aumentar o protecionismo para aumentar o superavit na balança comercial.Se o BC aumentar mais o juros a tendência é uma piora nas contas externas.
Alex,
parabéns mais uma vez pelo blog. Você tem (ou sabe de alguém que ainda tenha)aquele famoso “heterodoxator tabajara”?
abs
Anônimo:
Eu sei que isto pode ser difícil para você, mas (apenas) tente uma vez: pare e pense.
Se o BC aumentar o protecionismo (coisa que não é da alçada do BC, diga-se, mas é só um detalhe) as importações deverão cair, certo? Com importações menores e saldo maior na balança você acha que o câmbio se aprecia mais, ou se deprecia?
Não responda. Apenas pense (pode doer no começo, mas depois você se acostuma). É, o câmbio se aprecia mais e reduz as exportações também.
Parabéns: você acabou de descobrir o Teorema de Lerner.
Novo desafio: se o BC proibir as empresas de mandar dividendos (coisa que a Lei 4.131 só permite em condições de crise de balanço de pagamentos, mas, de novo, deixemos para lá) o que acontece com a taxa de câmbio dada a menor demanda por moeda estrangeira?
De novo, calma. Pense. Respire fundo…
Sim, a resposta é a mesma do caso anterior. O câmbio se aprecia mais e as exportações perdem fôlego…
Agora uma pergunta mais difícil. O que acontece com a demanda doméstica se o BC aumentar os juros?
Não é mais difícil (estava só brincando). A demanda se desacelera do atual patamar, em que cresce próxima a 7,5%-8% contra um PIB que se expande (violando todos os limites) a 6%.
Agora sim, o mais difícil. Quem cobre a diferença entre a demanda doméstica crescendo 1,5-2% mais rápido que o PIB?
Você já deve ter se acostumado agora… Respire fundo. Pense…Respire de novo…Devagar…
Sim! O que cobre a diferença são as importações crescendo mais rápido que as exportações!
Como as importações são pouco mais de 12% do PIB (12,4% para ser preciso), as importações (menos exportações)precisam crescer 8x mais rápidas que a diferença entre a demanda doméstica e o PIB, isto é, 8*(1,5%) [ou 8*2%], algo entre 12-16% a.a.
Neste momento se as aulas de pensamento funcionaram, você deve ter percebido que o déficit em conta corrente resulta de importações crescendo mais rápido que exportações devido à demanda doméstica crescendo mais rápido que o PIB. Portanto, se o demanda doméstica desacelerar com o aumento de juros, o déficit externo deve se reduzir.
Opa! Mais uma vez a conclusão foi o contrário do que o seu senso comum sugeriria… Viu como é bom raciocinar? Evita falar um bocado de bobagem…
Edson:
Obrigadão.
Nunca mais vi o “heterdoxator Tabajara”. Talvez num dos CDs que tenho em casa.
Abs e apareça sempre,
Alex
Mesmo a demanda doméstica diminuindo com o aumento dos juros,há uma valorização do cambio.O que estimula as importações além disso o cambio valorizado tende a aumentar a ida de brasileiros ao exterior aumenta o deficit.
Com juros mais baixos mesmo tendo um aumento na demanda demanda doméstica a tendência é de uma desvalorização do cambio,pelo fato dos ativos brasileiros serem menos atrativos,o que estimula um superavit nas transações correntes e um superavit comercial maior.
Vamos convencionar que as regras da aritmética não podem ser contrariadas.
Se a demanda doméstica cresce mais rápido, como se cobre a diferença relativamente ao crescimento do PIB?
Cara, falaram a verdade…
Infelizmente tambem tive aula com o Sicsu, entre outros. Mas, não significa que me tornei “discipulo” deles.
amplexos.