Testando os limites da cretinice – 5
Broadcast hoje:
“Pochmann afirmou que para que no longo prazo o País atinja um nível de desenvolvimento maior, com educação e saúde de alto padrão para toda a população, talvez seja necessário que o nível de arrecadação do governo, que está próximo a 37% do PIB, salte para um nível entre 60% e 70% do Produto Interno Bruto. Segundo ele, a gestão destes recursos, que chamou de ‘Fundo Público’, não precisa ser um monopólio do governo, mas pode também contar com a participação dos empresários e trabalhadores, como ocorre com os recursos do Fundo de Amparo do Trabalho, o FAT. “
Não sei o que vocês acham, mas, se não é recorde mundial de cretinice, é, no mínimo, sul-americano (onde os níveis de cretinice, diga-se, costumam ser bastante elevados). De fato, tudo o que precisamos para o desenvolvimento maior do país é entregar entre 60-70% da renda para o governo que, afinal, sabe muito melhor do que nós em que gastar o dinheiro (não se pode deixar que os brasileiros gastem tudo em pinga, não é mesmo?).
Aliás, o FAT é mesmo um exemplo de gestão conjunta: é remunerado à TJLP, o que deve deixar seus “beneficiários” (trabalhadores, não os verdadeiros beneficiários sem aspas) bastante felizes…
Caso um dia minhas faculdades mentais se deteriorem a este ponto, minha família já tem instruções para pisar no tubinho. Na falta de alguém para fazer o mesmo com o Pochamann, espero, pelo menos, que alguma alma caridosa o regue de vez em quando.
P.S. Conversando com um amigo imaginamos se não seria o caso de exorcismo. Tanta burrice não pode ter origem acima do inferno.
Alex Ponchmann é o mais Aloprado dos heterodoxos,Ainda da para “concordar com as idéias” de Belluzo,Nakano entre outros pois são coerentes.
Ponchmann é um caso perdido,ele não nasceu para ser economista e sim sociologo.
E’, acho que ele nasceu ‘a la’ Macunaima, batendo com a cabeca fortemente contra o solo.
abracao
Kleber S.
Kléber:
Não era só solo que tinha lá.
Abs
Alex
Muito bem lembrado, Alex! Talvez seja por “aquilo” que o rebento nao quebrou o pescoco.
Vejo pela sequencia de inenarraveis bobagens que voce tem publicado na serie da “cretinice”, que a materia no Brasil tem atuado em sincronia com o Universo: em expansao acelerada.
Abracao
Kleber S.
Alex você já debateu com o Ponchmann?
Jacob:
Não me deixam entrar no asilo…
Eu não sei, mas creio que bater o recorde de cretinice sul-americano implica bater o recorde mundial por tabela.
Recentemente estive em Israel encontrei com alguns amigos e eles argumentam que a situação econômica de israel não ta nada boa.Você deve saber os programas que Israel oferece para quem pretende morar la,governo oferece praticamente tudo .Hoje eles pagam a passagem para quem pretende morar la e sustentam a pessoa durante os 6 meses,os impostos la são próximos de 35% do pib,setor financeiro ainda fica em mãos do estado,inclusive o que mais ta dando agora é argentino.
Israel até fez umas reformas importantes mais depois parou no tempo.
Fischer presidente do Banco Central israelense teve no Brasil,você teve a oportunidade de conversar com ele ?
Alex, vc foi bondoso. Achei o comentário do Pochmann tão incrível, que resolvi procurar a fonte.
Encontrei mais coisa, como: “Isso indica que se pode trabalhar em qualquer lugar. Hoje, o cidadão tende a estar plugado no trabalho 24 horas por dia, o que é uma extensão da jornada que limita a capacidade de absorção da mão-de-obra”, frisou. Nesse contexto, Pochmann defendeu que a jornada no ambiente de trabalho seja reduzida para 12 horas semanais, pois, na prática, muitos assalariados exercem uma parcela expressiva de suas atividades profissionais em outros locais, inclusive em casa.”
Essa droga que ele usa não dá nem mesmo um bom barato
Eduardo:
Não foi tanto generosidade, mas sim a vontade de evitar voltar a um tema já exaustivamente debatido neste blog: chegamos à conclusão que é “Pareto-improving” pagarmos uma fortuna ao Pókemon para ficar em casa, desde que ele prometa ficar mesmo sem trabalhar.
Jacob:
O pouco que sei da economia israelense é de ler a The Economist, o que certamente não me qualifica entre os melhores interlocutores acerca deste assunto.
Quanto ao Fischer, sim, eu o conheço (muito superficialmente) e tenho um exemplar do “Lectures on Macroeconomics” devidamente autografado pelo próprio, assim como uma carta explicando os hierógrifos na abertura do livro. Excelente economista e uma pessoa muito agradável.
Alex o Ponchmann cumpre com sua função social,divertir economista.Nada melhor que ler um artigo/entrevista do Ponchmann depois de um dia de trabalho estressante.
Pelo menos você rir que faz bem a sáude.
Mas Alex, pesando bem o Pochmann, descobriu uma fórmula imbatível para a prosperidade: a gente começa aumentando a carga tributária para 70% do PIB e reduzindo a semana de trabalho para 12 horas. Com o aumento de riqueza que isso gerará, poderemos no futuro levar a carga tributária a 100% da renda e as horas trabalhadas a zero para, assim, chegar a imensurável abundância. Veja a grandeza dessa linha de desenvolvimento…
Aproveitando, obrigado pelo seu ótimo blog
tem razão Eduardo. Inclusive, com uma carga tributária de 70%, a semana de trabalho deverá ficar menor que 12 horas. Riqueza e lazer simultanemante!
Abs
Alex
Alex, que tal um post sobre o ABSURDO edital para o concurso do IPEA, que pode selecionar qualquer coisa, menos economistas?
O Pochmann cedo ou tarde irá embora do instituto, mas o dano feito pela potilização extrema, eternizando IMBECIS no IPEA será, na minha opinião, MUITO grande para o país.
abraços,
Alex não acho factível essa proposta de 70% de nível de carga tributaria.Mas se aumentarmos ela para níveis de 50% ou 45% da para termos um desenvolvimento igual ao da Noruega ou Suécia.
Dá sim… Também dá para fazer a Terra rodar em sentido oposto e inverter a marcha do tempo…
Como você explica o desenvolvimento de Noruega,Suécia? Eles tem uma carga tributaria alta de um dos maiores IDH do mundo,é possível você crescer com distribuição de renda com interferência estatal.
Noruega e Dinamarca cresceram com idéias opostas ao liberalismo.
Certamente não cobrando muito imposto…
A carga tributaria deles é de 45% do PIB.Eu acabe de fazer um estudo agora que mostra que quanto mais uma economia é fechada mas resiliente a crise ela fica. Um exemplo é a China na crise asiática.
Ricardo:
“Como você explica o desenvolvimento de Noruega,Suécia? Eles tem uma carga tributaria alta de um dos maiores IDH do mundo,é possível você crescer com distribuição de renda com interferência estatal.”
Primeiro, tenho certeza que voce nao gostaria de ter o crescimento da Suecia para o Brasil.
Segundo, quando a Suecia tinha o nivel de renda do Brasil, sua tributacao era consideravelmente menor que nosso nivel atual de tributacao atual.
“O”
No final das contas eu acho que a cretinice nao tem limite.
Falando sobre outro assunto, alguem tem que dar uns conselhos ao Marcio Garcia sobre esse cabelo dele. Ele deu entrevista hj no JN. Alex, ve se convence ele a raspar pq aquele topete ta muito feio.
Alexandre,
O mais grotesco é que ele passou a falar uma quantidade bem maior de barbaridades quando se tornou presidente do Ipea. Em geral, quando o sujeito vai para um cargo mais importante, tende a moderar o nível de bobagens. Quando era secretário da Marta Suplicy e professor da Unicamp, ele se controlava um pouco. Vinha com aquela história de que 20 mil famílias se apropriavam de algo como 70% do pagamento de juros, um número tirado da cartola – para ser educado. Mas bastou virar presidente do Ipea para começar a mostrar ao país que a sua cabeça é uma usina de idéias brilhantes. Eu achava que a proposta de jornada de trabalho com duração que até o Dorival Caymmi acharia leve demais era a pior. Mas nada como um dia após o outro: a defesa da carga tributária de 60% a 70% do PIB superou com folga. Eu ia dizer que daí ele não passa, mas é melhor não fazer previsões que podem ser desmentidas no dia seguinte…
Um abraço,
Marcos
A China é, de fato, uma economia fechadíssima. Exporta só uns 35% do PIB ($ 1,2 trilhões) e importa modestos 28% do PIB ($ 950 bilhões), isto é, uma abertura total de 63%.
Belo estudo você fez… Deve ser que nem as tais regressões.
Marcos:
Como diria minha filha, ele está se achando (bom, não sei se ela usaria esta expressão hoje, para ser sincero; estas coisas mudam).
Pode ser mesmo caso para um exorcista.
Abs
Alex
Alex quem ia viajar para o exterior essa desvalorização do dolar impacta em alguma coisa no bolso do consumidor?
Uai, ficou tudo 10% mais caro…
Eu trabalho em uma empresa que trabalha com imp/exp.Os Importadores tão tudo chiando por causa dessa desvalorização.Alguns contratos que agente fechou para comprar Eletrônicos ficou tudo mais caro.
Muito triste ver uma coisa dessas acontecendo no IPEA. Esse edital pro concurso foi algo absurdo. Tem gente que insiste em opinar sobre economia sem ter conhecimento. Economia não é futebol, po. Eu imagino o mal que Wilson “Tubos e conexões” e cia fizeram ao Brasil fundando o IE/Unicamp.
O pior de tudo é que eu pago IR (e tudo o mais) para sustentar este tipo de GASTO PÚBLICO. É um caso sério de psiquiatria (ou então ele é um gozador com dinheiro público). Quem indicou um tipo assim para a presidência do IPEA é o responsável (ou irresponsável). Como é fácil ser populista no Brasil (só se desmoralizam entre os mais informados).
Alex você defende aqui um aperto fiscal maior,vejo isso no seu Blog.Porque não aumentar os impostos para aumentar as receitas do governo e produzir um superavit nominal?
Porque aperto fiscal é reduzir o gasto. Se fosse aumentar imposto não estaríamos onde estamos.
Alex ,um Paul Volcker não faz falta no FED? Fed deveria colocar o juros la em cima para controlar a inflação,que já beira os 5%.
Quando há um corte grande de juros para conter crises,esse corte tende a aumentar a inflação.Quando aumenta a inflação para conte-la você teria que subir mais o juros causando um desastre maior.
EUA vai passar pelo mesma estagflação dos anos 70,se continuar do jeito que estar.
Eu ia dizer que quem bate recorde sul-americano de cretinicie é recordista mundial com certeza, mas o Pedro se antecipou :-).
Brasil hoje cresce menos que Argentina e Venezuela,,Chile,é um dos países que menos crescem na AL.
Brasil precisa aumentar seu nível de poupança,poderia aumentar o FGTS para 15% do salário.Fui em uma evento reuniu filiados da Fiesp Luciano Coutinho com quem tive a oportunidade de falar,defendeu um corte mais agressivo nas taxas de juros no ano passado para subir esse ano para níveis de 12%,la também houve bastantes críticas com relação ao cambio valorizado.O Banco Central poderia cortar mais o juros para desvalorizar o cambio e aumentar as exportações.
Ricardo:
Você está tentando bater o recorde do Pochmann? Em meros 557 caracteres (contando espaçoes e a dupla vírgula no primeiro parágrafo) foram XX disparates de primeira.
Aumentar impostos NÃO aumenta poupança, menos ainda no Brasil, onde cada R$ 1 a mais de impostos vira R$ 1 a mais de gastos públicos (de baixíssima qualidade, diga-se).
Aumentar o FGTS só encareceria o trabalho e aumentaria o desemprego.
Baixar os juros sabendo que depois terá que subí-los é coisa que só pode passar mesmo pela cabeça do Luciano Coutinho e seus quermesseiros.
Vir aqui e falar que a Fiesp reclamou do câmbio e mais ou menos como voltar da missa e relatar que houve reza (não é má comparação, dado que ambas se baseiam na fé, não na ciência).
Desvalorizar o câmbio? Com a economia crescendo muito acima do seu limite e a inflação acima de 6%?
Você não quer crescimento argentino; quer inflação argentina (ou venezuelana).
Na boa, mande seus comentários para o Nassif; ele é capaz até de dar um torrão de açúcar e um afago na crina. Só não espere que ele troque sua ferradura.
Alex Luciano Coutinho será o próximo presidente do BC caso Meireles saia,que já é esperado pois ele vai se candidatar a governador.Ele vai mudar o rumo da política monetária no Brasil.
Alex Venezuela cresce a 8% ao ano,Argentina nessa mesma proporção,Chile cresce a 6%,Peru Colombia,só o Brasil que fica atrasado.
Você pode reduzir os prazos de financiamentos por exemplo de carros para 3 anos que hoje é de 7 assim como bens duráveis.Você morou nos EUA creio que você deve saber que os EUA não tem tanta facilidade de crédito como a nossa,lá não se compra geladeira em 12 vezes…. é tudo a vista.Se você reduz os prazos a tendencia é a demanda por moeda cair pois o cossumo vai diminuir.
Interessante, na Veja desta semana, os dados do Chile são mais animadores:
“O Chile vive uma perspectiva de deixar os vizinhos mortos de inveja: a de entrar para o time dos países ricos em curtíssimo prazo. Mantido o ritmo atual de crescimento, faltam apenas doze anos para o país atingir 21000 dólares de renda per capita. Esse patamar de renda – o triplo do brasileiro – é o mínimo exigido para um país ser considerado de Primeiro Mundo. A previsível mudança de categoria na comunidade internacional é fruto de duas décadas em que a economia chilena cresceu a uma média anual de 5,2%, superior ao índice regional de 2,6%. Nesse período, as taxas de criminalidade e de pobreza tornaram-se as mais baixas da América do Sul. Estima-se que em 2020, quando o país deve entrar no grupo dos desenvolvidos, seus indicadores sociais estejam iguais aos da Nova Zelândia, um dos melhores do mundo.”
http://arquivoetc.blogspot.com/2008/09/data-marcada-para-ser-rico-graas.html
Claro que devemos sempre descontar o fator embelezamento jornalístico, mas não parece ser o pior da A.L.
O BNDES do LCA estava captando a 105% do CDI (se deixarem ele quebra o banco). Empresta a TJLP. Esta tuma que se diz de esquerda, paga TJLP à poupança dos trabalhadores para beneficiar as empresas da FIESP (esquerda de araque). Em poucos meses colocou o BNDES de joelhos (é muita picaretagem ou incompetência).
“Vir aqui e falar que a Fiesp reclamou do câmbio e mais ou menos como voltar da missa e relatar que houve reza (não é má comparação, dado que ambas se baseiam na fé, não na ciência.” hahahahahaha
mto boa essa
ED
Ricardo:
Não tenho dúvida que o Luciano Countinho quer muito ser o próximo presidente do BC (e pode até acontecer), assim como não tenho dúvida que mudará os rumos da política monetária no Brasil. Só mudará para pior…
A propósito: em que planeta você vive?
7 anos de financiamento de automóveis no Brasil?
Americano comprando tudo à vista, sem crédito para o consumidor?
Sua noção de realidade está algo distorcida. Talvez seja hora de aumentar a dosagem do Alucinol…
Alex eu curso engenharia eletrônica NO ITA.Engenharia não é minha praia mas já estou acabando o curso.
Aqui no ITA tem bastante engenheiros que foi para bancos,hoje você trabalha com muitos engenheiros?
Anônimo (17:29):
Tomar grana a 105% do CDI e emprestá-la a 45% do CDI deve ser mesmo o melhor caminho para quebrar o banco.
E ainda temos que aguentar os beneficiários desta brincadeira argumentando que, não, não tem subsídio na TJLP…
Tem gente aqui dizendo que a Fiesp reclama do câmbio. Experimenta aumentar a TJLP para ver do que eles reclamam…
Abs
Alex
Alex é a média de financiamento de carro hoje no Brasil existe prazos até 7 anos.Você como gestor de fundos deve saber mais do que eu.
Conheço pessoas que financiam até 7 anos.No tempo em que morei nos EUA não dava para parcelar as coisas em 12 vezes sem juros como aqui.
Você tem doutorado em Berkley deve ter morado muito tempo nos EUA e deve saber que não se parcela as coisas como aqui no Brasil eletrônicos etc.
Quanto ao BNDS é importante pois faz política industrial que é vital para o desenvolvimento do país.Os tigres asiáticos cresceram adotando uma forte política industrial,controle de capitais,cambio desvalorizado para exportar mais.
Hugo:
Muitos. Aliás, muita gente boa do mercado financeiro, principalmente o pessoal que mexe com a parte mais quantitativa (derivativos, etc) tem formação em engenharia.
Vindo do ITA você não deve ter dificuldade de conseguir um emprego em banco ou gestora de recurso.
Abs
Alex
Alex você tem essa visão como economista.
Supomos que você tivesse uma empresa que dependesse das exportações,dai vem o governo com uma política de juros altos valoriza o cambio,você visse que estava perdendo receita o que você faria?
É o que aconteceu com o Vicunha.
Ricardo:
Pois é. Como eu trabalho em banco (não em gestão de recursos) eu sei que o financiamento médio de automóveis NÃO é de 7 anos no Brasil.
O prazo médio é por volta de 48 meses e a duração média do financiamento é metade disto.
Quanto aos EUA, trata-se do país do crédito. Compra-se qualquer coisa a prazo. Por que você acha que está todo mundo preocupado com a crise dos bancos?
Quanto aos Tigres, todo mundo que gosta de tomar grana barata do governo menciona política industrial, câmbio fraco, etc.
Já gasto público baixo, imposto baixo, poupança elevada, ambiente de negócios favorável não tem relevância nenhuma para o desenvolvimentos, né?
O Globo On-line
Com medidas ou sem medidas restritivas ao crédito, o fato é que o consumidor que quer comprar um carro zero já enfrenta dificuldades para encontrar alguns modelos, segundo reportagem publicada na última terça-feira, pelo O Globo. Quem pretende adquirir um Palio (da Fiat), por exemplo, só encontrará para pronta entrega o modelo básico. O acréscimo de itens opcionais pode levar a espera para 45 dias. O novo Ka, lançado pela Ford em dezembro, pode demorar até 120 dias para chegar às mãos do consumidor.
Números do setor mostram que mais de 70% das vendas são realizadas com financiamento. O saldo das carteiras para CDC e leasing chegou a R$ 110,7 bilhões em 2007, com alta de 43,5% no ano. Considerando só o financiamento direto ao consumidor, o valor foi de R$ 81,6 bilhões, com alta de 28,6%. O prazo máximo de financiamento, que foi de 72 meses em 2006, chegou ao pico de 84 meses em 2007. Já o plano médio para financiamento em 2007 atingiu 42 meses, contra 39 meses em 2006.
Recuo
Na noite de segunda-feira, diante da reação dos empresários à possível adoção de medidas para conter o consumo e depois de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmar que não haverá “pé no freio”, a equipe econômica já começa a articular, nos bastidores, “ajustes voluntários” por parte de bancos privados e financeiras de montadoras. Segundo reportagem do Globo, publicada na edição desta terça-feira, não se descarta a idéia de se impor restrições às instituições federais como forma de frear o consumo, uma ameaça real à inflação e que traz de volta o fantasma da alta de juros.
A estratégia será o diálogo com o setor financeiro, no sentido de encurtar prazos de financiamento. Como argumento, pretende mostrar que, sem ajuda adicional, ficará aberto o espaço para o Banco Central (BC) voltar a aumentar a taxa Selic, o que frearia mais o consumo à frente. O ministro da Fazenda vai discutir o assunto com os bancos ainda esta semana.
Nesta segunda-feira, Guido Mantega afirmou que o governo não pretende, neste momento, reduzir prazos de financiamentos para conter o ritmo do consumo e evitar pressões inflacionárias. Mantega disse ainda que não vê risco de inflação, pois os índices estão dentro da meta de 4,5% e que a alta dos alimentos é cíclica. O ministro fez as declarações após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vem se mostrando satisfeito com o efeito do crédito elevado sobre o crescimento.
“Eu expus (em conversas com o setor automotivo) uma preocupação de que prazos muito longos poderiam ser evitados. Mas é uma preocupação minha. Se o setor financeiro me disser que tem segurança nesses créditos, que tem capital, então, eu ficarei mais seguro” disse Mantega, ao justificar as informações de que poderia restringir os prazos de financiamentos de veículos, por exemplo, que hoje chegam a até 99 meses.
Antes de o ministro convocar a coletiva, em Brasília, a indústria automobilística reagiu e condenou qualquer restrição aos financiamentos de automóveis. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, conversou com Mantega pelo telefone. Segundo Schneider, o ministro da Fazenda afirmou que qualquer decisão que fosse tomada seria discutida antes, com serenidade, com o setor.
Insumos e matérias-primas
A oferta de insumos e matérias-primas, especialmente siderúrgicos, materiais de construção e petroquímicos, como o plástico, também merece a atenção do governo. Um dos focos do governo é o impacto do reajuste de até 75% do preço do minério de ferro sobre o aço. O objetivo é arrancar dos fornecedores a garantia de que continuarão investindo para ampliar a oferta e atender ao mercado interno. Outra meta do governo é continuar estimulando investimentos.
ricardo:
“Conheço pessoas que financiam até 7 anos.No tempo em que morei nos EUA não dava para parcelar as coisas em 12 vezes sem juros como aqui.”
Voce estah maluco. Nao existe pais com credito mais facil que nos EUA. Vc entra em uma loja para comprar um sapato, saca o dinheiro da carteira, a mulher do caixa pergunta se voce nao prefere abrir um cartao de credito da loja.
“Luciano Coutinho será o próximo presidente do BC caso Meireles saia,que já é esperado pois ele vai se candidatar a governador.”
O Meirelles vai sair, e seu substituto vai ser alguem similar a ele. Entende o seguinte: o Lula nao eh retardado ou suicida, e somente um retardado ou suicida daria a politica monetaria para um energumeno e debil mental como o Luciano Coutinho.
“Ele vai mudar o rumo da política monetária no Brasil.”
Nao vai acontecer.
“O prazo máximo de financiamento, que foi de 72 meses em 2006, chegou ao pico de 84 meses em 2007. Já o plano médio para financiamento em 2007 atingiu 42 meses, contra 39 meses em 2006.”
Eu acredito que você saiba a diferença entre “máximo” e “médio”, não?
Se também souber ler verá que a matéria que você copiou menciona um prazo MÁXIMO (84 meses) e um prazo MÉDIO (42). Isto quer dizer que tem gente tomando financiamento até 84 meses, mas muita gente tomando financiamento a prazos beeeeemmmmm menores, já que a média é 42.
Deixa eu explicar de novo. A média de (2,4,6,8) é 5. O máximo é 8 e o mínimo é 2. Para que a média seja 5 e o máximo seja 8, é preciso que haja valores abaixo de 5…
Mais básico que isto só contando os dedos.
Coisas que me deixam cabisbaixo:
(1) Comentários de que os Estados Unidos tem menos crédito que o Brasil. Djankov, McLiesh e Caralee mostram que, na verdade, o crédito privado corresponde a 35% do PIB no Brasil, enquanto que correspondem a 146% do PIB americano.
(2) As técnicas de amostragem a la “Conheço pessoas que financiam até 7 anos”.
(3) Propostas de subir a taxa de poupança via taxação e aumento do FGTS. As pessoas demandam poupança por diversos motivos, um deles é como um seguro, para o caso de a pessoa ficar desempregada, ou ter uma queda de renda. Agora, será que um sistema que dá dinheiro para o sujeito quando ele fica desempregado incentiva ou desincentiva a poupança privada? Não quero dizer que a poupança compulsória do FGTS não aumente a poupança agregada, mas só que poupança privada é uma coisa, poupança na mão do governo é outra (ainda mais no Brasil).
(4) Por fim, a completa confusão entre taxas de crescimento e níveis de renda, com toda a desconsideração pela possibilidade de convergência que se pode ter. Com isso, a discussão de política de crescimento foca em poupança, quando deveria focar em capital humano, instituições econômicas e políticas, entre outros.
Hoje parece que a tigrada do quentao esta’ inspirada! Um autentico revival do Febeapa’! Cruzive entraram numas de criar a propria realidade. Dizer que nos US nao ha’ disponibilidade de credito como no Brasil e’ ESPANTOSO!
Pensar que subir imposto traz desenvolvimento e’ estupido, mas ninguem tem obrigacao de ser inteligente. No entanto, negar a realidade e’ patologico.
Hoje eu tava meio deprimido, ate’ um pouco frustrado, o que me fez reler o artigo do Pocunaima. Agora me sinto bem melhor! Vejam os amigos que ele NAO e’ inutil. Ele e’ maravilhoso como mau exemplo!
Tambem deve-se ressaltar claramente a diferenca ele ele e o Nassif. O Nassif sofre de confusao mental. Notem como ele semeia raciocinios contraditorios no decorrer de seus opusculos economicos. O Pocunaima NAO! Tudo o que ele diz e’ CEM porcento bobagem. Me faz lembrar a passagem no Republica, de Platao, quando ele desenha sua Teoria do Conhecimento. Um dos pilares dessa teoria e’ o que Platao chamou de “Invincible Ignorance”, que e’ na verdade abstrato porque trata sobre o “nada”. No caso do Pocunaima, esse pilar e’ concreto! Ele e’ de carne e osso, pode ser tocado. E tudo o que ele diz e’ de uma ignorancia profunda, estarrecedora, absoluta…
Platao deve estar em estado de regozijo e esplendor no seu descanso eterno, ao ver sua teoria efetivamente materializada!
Um abracao emocionado!
Kleber S.
PS: alias, Alex, para colaborar com o debate, deixo uma sugestao para acabar de vez com a inflacao: o que voce acha da ideia de fechar os bancos mais cedo?
Nossa senhora! Esse cara fumou maconha? Deviam interná-lo, já! Gente, estupefado….
Alex: a gestão do LCA no BNDES inviabiliza a sua ida para o BC. As bobagens são permitidas em áreas menos VITAIS (lucrativas mas menos vitais). Nenhum Presidente colocará em risco seu governo com tamanho RISCO. A PREVISIBILIDADE IRÁ A ZERO, A VOLATILIDADE SERÁ MUITO GRANDE, OS INVESTIMENTOS FICARÃO EM COMPASSO DE ESPERA, A ESTABILIDADE MONETÁRIA (conquistada com sacrifícios) ACABARÁ.
Esta turma está desmoralizando-se (populismo é para políticos).
E que sorte que o Lula tem bom senso (e é inteligente para não cair no papo deles). Escuta dá um tapinha nas costas e cafezinho, mas decide sempre a favor do BC.
Eduardo, a grafia correta e’ estupefaTo.
Um abracao
Kleber S.
Alex eu vê ontem no conta corrente especial um debate sobre O papel do Fundo Soberano com os economistas
Paulo Rabello de Castro e Samuel Pessoa.
Um deles é a respeito do modelo de uso dos recursos que o Brasil ira receber.Existiu 2 modelos discutido no programa,um seria que o governo iria adquirir os recursos no exterior e importaria tudo fora,o outro seria se o governo capitasse recursos no exterior e quisesse encomendar tudo aqui ,para incentivar a indústria.
Se o segundo modelo fosse usado,dada que a nossa situação fiscal é frágil pois não temos poupança governamental.Se sobrasse para o banco central comprar o excedente de dólar emitindo real não pressionaria a inflação?
Qual seria o melhor “modelo” de desenvolvimento para você?
Paulo Rabello de Castro e Samuel Pessoa,são economistas “bons”.Pois nunca ouve falar deles.
Minha principal critica da alta da Selic é porque eu fiz um regressão correlacionando o crescimento da economia brasileira e o crescimento da B.V. e o resultado já era esperado a um descolamento entre o setor industrial e o setor financeiro no que diz respeito a este crescimento chegando a uma didferença de até 5 pontos percentuais entre o nivel de crescimento destes dois setores.
Hoje teve mais uma pérola do Pokemon na Folha de SP…
abs
Edson
Eu vi. A conclusão dele é que, se tirarmos os gastos, carga tributária não é alta…
Alex eu moro no Chile há quatro anos,ele sempre teve uma inflação próxima de 2 %.Porque esse ano ela disparou para 8%?
Alex,
Mudando de assunto o Rodrik está com novo paper, “The Real Exchange Rate and Economic Growth”. O abstract é o seguinte:
“I provide evidence that undervaluation of the currency (a high real exchange rate) stimulates economic growth. This is true particularly for developing countries. There is also some evidence that the operative channel is the size of the tradable sector (especially industry). These …findings suggest that tradable goods suffer disproportionately from the government or market failures that keep poor countries from converging towards higher-income levels. I present two categories of explanations as to why this may be so, focusing on (a) institutional weaknesses, and (b) product-market failures. A formal model elucidates the linkages between the level of the real exchange rate and the rate of economic growth.”
O link para o paper é:
http://www.brookings.edu/economics/bpea/~/media/Files/Programs/ES/BPEA/2008_fall_bpea_papers/2008_fall_bpea_rodrik.pdf
O Bresser deve estar rindo a toa! Seria interessante seu comentário.
Sds,
Ed
PS. Melhor discutirmos coisa séria do que perdermos tempo com o Pochmann!
Fernando:
Eu acho que o BC chileno reagiu muito lentamente à deterioração do cenário inflacionário e permitiu que as expectativas de inflação saíssem de controle.
Minha impressão é que o comitê fez duas suposições (não por acaso as mesmas que muita gente faz por aqui) e que se provaram erradas:
(1) que a aceleração da inflação em meados de 2007 se tratava de choque temporário de oferta (o equivalente chileno da “inflação do feijãozinho”; e
(2) que a desaceleração da economia mundial por si só faria boa parte do trabalho de desaceleração da economia chilena (muito mais aberta que a brasileira).
Fato é que em mero três meses a inflação começou a rodar acima de 1% ao mês e a reação do Nanco de Chile foi aumentar a taxa de juros homeopaticamente (25 bps por vez, às vezes esperando para ver). Neste meio tempo o choque se provou, se não permanente, pelo menos duradouro e a demanda doméstica continuou firme e forte.
Resultado: as expectativas de inflação, por muitos anos coladas à meta, agora se encontram bem acima dela (mesmo a expectativas 24 meses adiante) e o BC corre atrás, tendo que subir muito mais do que teria se tivesse agido de forma mais decidida.
Eu não tenhio dúvida que a experiência chilena foi cuidadosamente analisada pelo BC brasileiro.
Abs
Alex
Quanto ao paper do Rodrik, o Bresser pode parar de rir a toa porque o Rodrik apenas encontrou efeito de um cambio fraco no crescimento para economias com PIB per capita abaixo de 6000 dolares, isto eh, os resultados do Rodrik, assim como os argumentos que ele colocou, NAO SE APLICAM AO BRASIL.
Se tiver alguma duvida, leia o artigo do Rodrik.