Pensamentos esparsos sobre a crise

“Caio disse:

Alex você não acha que existe limites para intervenção estatal na economia?

O tesouro pretende dar um trilhão de USD para os bancos com dinheiro do contribuinte, como os EUA não tem esse dinheiro vão ter que emitir títulos públicos aumentando a divida interna.Os erros foram cometidos pelo FED que colocou juros durante muito tempo baixo.1% ao ano,isso já era de se esperar.Erro de regulação não houve porque a economia americana é muito regulada.

Bernake tem que colocar o juros em 8% para desinflacionar a economia.Depois que a inflação baixa o juros cai e a economia volta a crescer.”

Caio:

Sim, há limites. Fora isto, tudo o mais, ou está errado, ou mostra que você ainda não entendeu o que está em jogo.

Há hoje basicamente duas alternativas: (1) deixar os bancos quebrarem; e (2) comprar os ativos podres dos bancos, ficar com eles e ver quanto valem no final.

No caso da alternativa (2), o Tesouro pede autorização para emitir US$ 700 bilhões (não é um trilhão, mas não está longe). Isto, porém, não é o custo para o contribuinte. O custo para o contribuinte é a diferença entre o quanto o Tesouro pagará pelos ativos e quanto recuperará no final. Se for zero, aí sim o custo será de US$ 700 bilhões, cerca de 5% do PIB americano.

O custo da alternativa (1) é desconhecido. Qual o impacto de uma crise sistêmica que atinja os bancos americanos, com fortes possibilidades de contágio de bancos europeus? Pensando apenas do ponto de vista de contração de crédito, se estes ativos valerem mesmo zero (assim posso comparar com a alternativa (2)), os bancos reduzirão seu capital em US$ 700 bilhões.

Supondo, conservadoramente, que a alavancagem seja 12:1 (nos bancos de investimento é muito maior), isto implicaria uma queda de crédito de US$ 8,4 trilhões, ou seja, 60% do PIB. Crédito nos EUA é algo da ordem de US$ 30 trilhões (pela casa de 200% do PIB); portanto, a redução do crédito ficaria entre 25-30%. Como você acha que a economia americana reagiria a uma contração do crédito desta ordem?

Claro, o impacto pode ser minorado pela recapitalização dos bancos, mas quem, em sã consciência, vai botar dinheiro em bancos nas atuais circunstâncias? Note também que isto não captura outros efeitos, por exemplo, o que a redução do nível de atividade por conta da contração de crédito causaria nos demais ativos (não imobiliários) dos bancos, como cartões de crédito, empréstimos estudantis, crédito ao consumo, etc. Não captura o efeito da queda do valor das ações sobre a demanda e muitos outros. Resumindo, podemos estar falando de uma recessão bíblica, com fogo, enxofre, ira divina, e tudo a que temos direito…

Se a contração do PIB (mais precisamente o valor presente do desvio do produto com relação ao seu potencial ao longo do período todo do impacto) passar de 5%, então a alternativa (2) é superior. Fim de papo.

Ou não. Há duas considerações que valem a pena.

Primeiro a questão do “moral hazard”. Obviamente resgate implica “moral hazard”, mas note que – pelo que foi discutido acima – não há como o governo se comprometer que NÃO fará resgates, porque há circunstâncias (e esta pode ser uma delas) em que a análise de curto prazo entre custos relativos indica que, sim, o governo deve resgatar para evitar o mal maior. Sabendo disso, há incentivos para o comportamento arriscado, o tal do “moral hazard” na crença que, se o problema for suficientemente grave, o governo NÃO terá alternativa. (Para quem gosta destas coisas, estamos diante de um problema de inconsistência temporal).

A solução é, obviamente, criar uma regulação que limite estes incentivos e uma fiscalização que garanta que a regulação é aplicada. Por este motivo, falar que a economia americana é excessivamente regulada é um erro, pelo menos no que tange o setor financeiro. A originação das hipotecas foi abaixo da crítica: falta de documentação, de comprovação de renda, o que quiser…

A existência de estruturas fora do balanço dos bancos (SIVs, SPCs, etc) e, portanto, fora da vigilância dos órgãos reguladores/fiscalizadores, é de doer em qualquer um que tenha trabalhado em órgãos semelhantes mundo afora (e eu não sou exceção).

Se isto falha, como falhou, a discussão de “moral hazard” em termos de salvar ou não salvar bancos vira brincadeira. A discussão real teria que ter ocorrido há muito, para não deixar a situação chegar aonde chegou. Quando chega neste ponto a capacidade de escolha desapareceu há muito, ou você acha que o Bernanke não conhece “moral hazard”?

A outra questão não tem a ver diretamente com a pergunta do Caio, mas com o plano em si. Qual é a relação entre o valor que os bancos receberão, o valor a que os papéis estão marcados e o capital dos bancos?

Caso os bancos recebam pelo valor a que os papéis estão marcados (presumivelmente a mercado, ou algo próximo, esperamos), ainda podem ficar abaixo da linha d’água no que se refere a capital, ou seja, em bom português, quebrados. O problema já deixou de ser liquidez e pode, sim, ser um problema de solvência. Como resolver depois do resgate? Chamam mais capital (sem resolver o problema de solvência)? O Tesouro entra como sócio?

Se receberem um valor acima do valor dos papéis, podem se salvar, mas até que ponto isto é subsídio ao acionista? Ou o governo faz apenas o suficiente para deixá-los na linha d’água e, a partir daí, buscarão novos acionistas (os acionistas originais perderão tudo, ou quase tudo, o que ajuda a limitar o problema de “moral hazard”). Idealmente esta parece ser a melhor alternativa (o custo também), mas precisa que a recapitalização venha logo.

Por fim, quanto à inflação americana, frente à queda de atividade que veremos à frente, em breve deixará de ser problema. Não precisa por o juro em 8% (aliás, de onde você tirou este número?).

Quer dizer, o problema é muito complicado para ser resolvido com frases feitas. Tem que pensar desde o começo.

132 thoughts on “Pensamentos esparsos sobre a crise

  1. Alex, como voce mencionou em outro post, banco central nasceu como emprestador de ultima instancia, para garantir a solidez do sistema bancario. Quando as pessoas dizem que o BC nao pode ter mais objetivos do que instrumentos, acho que em geral nao levam em conta essa tarefa.

    Fica, entao, a pergunta: voce conhece algum trabalho (talvez um estudo historico) que relacione o combate à inflaçao e o resguardo do sistema financeiro? Voce acha que é algo semelhante a lidar com um choque de oferta, ou ha peculiaridades relevantes por se tratar do setor bancario?

    Abs

  2. Adolpho:

    Sim, e foi importante para a última parte do post.

    Pedro:

    O Tombini mencionou um paper na última vez que conversamos que, acho, toca nestes assuntos, mas não conheço nada realmente a fundo.

    Isto dito, estabilidade financeira é outro objetivo e, para que não conflite com estabilidade de preços, o BC precisa de outro instrumento que não a taxa de juros. Daí a importância de regulação/fiscalização.

    Marcio:

    Obrigado.

    Abs

    Alex

  3. “Quer dizer, o problema é muito complicado para ser resolvido com frases feitas. Tem que pensar desde o começo. “

    Mas… pensar… Doi! Doi tanto… pensar… (Bate na cabeca com o livro do Hayek)… Tanta dor… (Ayn Rand, colecao completa cai da prateleira, capa dura de quina no dedo mindinho do pe)… Dor excruciante…

  4. Alex o valor que eu vê antes era de um trilhão depois que eu vê que era 700.Desculpe,”No caso da alternativa (2), o Tesouro pede autorização para emitir US$ 700 bilhões (não é um trilhão, mas não está longe). Isto, porém, não é o custo para o contribuinte. O custo para o contribuinte é a diferença entre o quanto o Tesouro pagará pelos ativos e quanto recuperará no final. Se for zero, aí sim o custo será de US$ 700 bilhões, cerca de 5% do PIB americano.”

    Qual a forma dessa capitação?Dívida pública,emissão de moeda?Se for via divida pública o governo vai aumentar ainda mais seu passivo para salvar bancos,se ele não conseguir vender ou vender abaixo do seu preço de mercado quem vai pagar é o contribuinte.

    Se emitir moeda terá um efeito inflacionário.O melhor é deixar quebrar,o juros de 8% que eu sugerir foi calculado no laboratório de econometria que eu fiz junto com alguns alunos e o professor de econometria.

    A inflação atual roda os 5% o juros está negativo,o FED deveria elevar o juros para de 8% para deixar a inflação em níveis confortáveis (1,5% a 2%).Se Bernanke tivesse mantido o juros em 5,25% ou tivesse subido juros para 6% para controlar a inflação essa crise no LP estaria mais fácil de se resolver crise.Claro que no curto prazo há um quebra quebra de bancos mais um dia a inflação ira ceder e o banco central poderia cortar mais o juros fazendo a economia crescer mais.Essa política de Bernanke de juros baixos só piora a inflação no longo prazo.

    Com uma política de juros altos você provoca uma “destruição criativa nos mercados financeiros” aonde alguns bancos iriam quebrar mais os seus ativos poderiam ser adquiridos por outros bancos que não quebrariam.Você sugere uma maior regulação dos bancos mais isso seria ruim porque.Você defende uma regulação maior mais isso não levaria um aumento maior nos Spreads que atrapalharia o crescimento?

  5. Concordo com a analise, mas acredito que a forma como foi anunciado esse resgate pode gerar uma certa confusao. Veja so, amanha vai ter uma fila de candidatos aos 700 bi (companhias aereas, industria automobilistica, pessoas comuns (por que nao?), quem mais)? A hora e essa, quanto pior parecer o potencial estrago, maior a chance de ser beneficado…. So quem dancou mesmo foi a Lehman, que injustica! Nao sei, essa plano ta me parecendo meio mirabolante. Aguardemos os detalhes (se e que eles existem).

    Tambem concordo com respeito a recessao e consequente afastamento do perigo inflacionario nos EUA no curto/medio prazo, porem a conta vai chegar em forma de inflacao por causa da politica fiscal. Sem querer ser repetitivo, Sargent e Wallace (1981) ja nos explicaram como bagunca fiscal causa nao so inflacao, mas uma politica monetaria sem poder sobre o aumento dos precos. Se o governo americano chupa um monte de firma insolvente, sua propria solvencia vai requerer emissao monetaria mais ou cedo ou mais tarde, portanto inflacao hoje.

    Parabens pelo excelente blog! Virou leitura obrigatoria pra quem gosta de economia brasileira.

  6. “Se a contração do PIB (mais precisamente o valor presente do desvio do produto com relação ao seu potencial ao longo do período todo do impacto) passar de 5%, então a alternativa (2) é superior. Fim de papo.”

    Alex,

    Qual é a estimativa do produto potencial americano? Da pra explicar melhor esse calculo intertemporal e o porque de 5%?

    Abraco,

  7. Anônimo (14:31):

    5% do PIB é o custo do resgate se o valor dos títulos resgatados for zero (700-0)/14000.

    A questão é se a recessão custa mais ou menos do que 5% do PIB. Se mais, então o resgate é a melhor alternativa, pelo menos de CP.

    Não necessariamente a contração de PIB ocorre toda num ano. Conceitualmente o custo da recessão é o valor presente do desvio de produto com relação ao potencial.

    Anônimo (22:57):

    Genial. Ainda estou rindo…

    Ciro:

    Material para pensar…Obrigado.

    Abs

    Alex

  8. Alex,

    algumas perguntas:

    – o governo irá comprar dos bancos apenas os papéis das hipotecas impagáveis, ou também os títulos surgidos da securitização e resecuritização e etc, diversas vezes, destas hipotecas?

    – pagará o valor de face destes papeis, ou apenas o valor necessário (acima do de mercado) para que os bancos não quebrem?

    – com quanto tempo provavelmente o governo carregará estes títulos? Como é tomada esta decisão? (é algo do tipo: daqui 6 meses vendemos ao preço que o mercado absorver; ou: quando atingir o preço x, vendemos; ou algo assim?)

    – por que o governo, até agora, apenas não salvou o LB? Existe uma esplicação econômica, ou foi apenas política a decisão?

    – vc acredita em ciência econômica?

    – mesmo?

    Abraços, LL.

  9. Alex, não é por nada não…

    Mais algumas semanas lendo os posts
    dos “austríacos”, e você vai ficar
    se perguntando se o rank supremo
    da idiotice pertence mesmo aos
    pterodoxos…

    De resto, parabéns por sua análise brilhante… quando crescer quero
    ser como voce…

  10. Alex essa foi a pior intervenção do governo desde a era Roosevelt.Milton Friedman reconhece que o New Deal só atrasou a recuperação econômica dos EUA.Essas medidas no longo prazo não é garantia de recuperação.Depois que você sobe o juros controla a inflação o juros vão descer ,conssequentemente a economia cresce também. A mesma coisa seria com a crise bancaria se os bancos quebram depois eles se recuperam com o crescimento da economia.

  11. Faltou uma pequena explicação pro Caio que faz toda a diferença. O Fed dá mais importância pro núcleo da inflação do que pro índice cheio. Atualmente, o núcleo está em 2,5%, e o que eles acham confortável é em torno de 2%.
    Fed funds em 8%? Bom senso.

  12. Alex, vc compartilha da análise de que o Alan Greenspan tem responsabilidade pela crise? (jornal Folha de S. Paulo de hoje, caderno dinheiro – artigo David Blake)

    Qual sua opinião sobre o cenário futuro da taxa de câmbio no Brasil? Acredita em valorização do dólar frente às outras moedas?

    Abraços

  13. O governo vem intervindo desde de agosto do ano passado, principalmente o Fed, chegando a um ponto de usarem mais da metade dos treasuries em seu balanço. Porém, a crise continua piorando. Falaram a mesma coisa depois do bailout do Bear Stearns e…. surpresa! Continuamos na mesma. Bancos quebrando e tudo mais, ontem dois bancos pequenos quebraram. Por tanto, este argumento, não necessariamente é verdadeiro. Principalmente quando falha durante todo o artigo de mencionar a enorme mão do governo na formação da bolha.

  14. Parece importante saber se vai haver um follow -through. Imagina se (creio até que pouco provável) ao invés de recomprarem dívidas com a receita proveniente da liquidação desses ativos ilíquidos, as instiuições utilizarem a grana (ou parte dela) para buscar barganhas semelhantes.
    A coisa tem que ser formalizada. Como disse o Krugman, não é apenas dar uma carta branca ao tesouro que vai resolver.

  15. Alex,

    come é que se determina o valor de mercado a um papel que nao tem mercado?
    (1) marca-se a curva?
    (2) determina um valor que deixa a empresa apenas acima da chamada `linha d’agua`?
    (3) suponhamos empresas em situacoes patrimoniais diferentes mas com os mesmos tipo e qtde de papeis toxicos na carteira. O preco pago pelo tesouro para os papeis de uma será diferente do preço pago nos papeis da outra, mesmo estes papeis sendo os mesmos?

    Parabens pelo blog, pelos comentarios nota-se que os leitores ja ultrapassam os supostos 17 da sua familia.

    Abraco

  16. Caio,
    até entendo teu ponto, mas ela me parece um pouco a teoria do masoquista… pra ilustrar:

    “Um garoto vinha caminhando por uma estrada, quando de repente avistou um homem com uma pedra na mão. O homem batia com a pedra na própria cabeça a cada 2 segundos, gesto sempre seguido por um grito de dor. O garoto então tomou coragem e perguntou ao homem: ‘Meu senhor, por que ficas a bater a pedra na cabeça se isso te causa tanta dor?’ O homem então, interrompendo o estranho comportamento, abriu um sorriso e disse: ‘É porque quando eu paro fica tão bom!!!'”

    A moral dessa história pode ser resumida num famoso ditado: “Não é preciso passar pelo inferno para chegar ao céu”

    Ou seja, acho que a tua proposta pode estar passando por esta questão… “É melhor deixar quebrar”. Pode até fazer sentido na teoria… mas e se o estrago for grande demais… em outras palavras, e se a quebradeira for tanta que no final não há mais o que recuperar?

    Um abraço,
    F.F.

  17. Doutrinador:

    Esta é a pergunta de vários bilhões de dólares e é a resposta a ela que vai determinar o rumo de mercados e economia daqui para a frente.

    Certamente o preço que mantém uma instituição acima da linha d´água não necessariamente mantém outra. Qual será a instituição marginal?

    Imagino que alguém que não ofereça risco sistêmico ao mercado e possa ser adquirida facilmente.

    Eu não sei a resposta (desconfio que o Tesouro ainda não sabem também), mas ela terá que ser dada logo.

    Abs

    Alex

  18. Alex o melhor é deixar quebrar por varios motivos Para uma bolha em imóveis ocorrer, não precisa ter derivativos envolvidos. Aliás, esta foi a primeira. As áreas mais afetas pela bolha lá têm uma LONGA história de boom-bubble-bust, se as pessoas não aprendem, azar o delas digo.

    Apenas 1/3 dos americanos têm hipotecas direitas, outro terço são donos de casas sem hipotecas e por fim, o último terço vivem de alugel. Mas as pessoas adoram criar o clima de armageddon, como se o mundo fosse cair em colapso se estes resgastes e a TRANSFERÊNCIA DE RIQUEZAS não ocorresse.

    Quando você deixa quebrar o sistema se adapta as mudanças que ocorrem na economia,depois que ela volta a crescer os bancos também crescem.Essas medidas no LP so piora as coisas.

  19. Como alguns supostos analistas econômicos tem a pachorra de ir a publico dizer, com conviccao, que esta crise e pior do que a de 30.

    vejamos, na decada de 30 o PIB americano caiu mais de 40%, o desemprego beirou os 50%, o consumo dos cidadao ficou por quase cinco anos comprimido ao subsistencial.

    Me digam, baseados em que estes senhores fazem afirmaçoes tao absurdas sobre uma crise que, na verdade, ninguem sabe ainda ao certo qual o tamanho.

    Ok, a euforia vai acabar, a desvalorizacao de ativos vai ser (ja é) homérica, o credito vai se pirulitar, mas… Como podemos ter certeza dos efeitos reais que advirao disso tudo? Uma coisa é uma recessao (o que parece inevitavel), outra é uma depressao profunda que reduz a renda nacional ano após ano (tal como nas décadas de 1870 e 1930).

    A crise é grande, muito grande, mas…nao criemos TANTO panico.

    Outros absurdos que correm por ai dizem respeito aos impactos da crise sobre o Brasil: sobre isso coloco um fato e uma conviccao:

    1) a crise de 30, como sabe qualquer um que tenha estudado mal e porcamente a historia economica deste pais, foi estremamente benefica, mais que isso, foi fundamental, para nosso desenvolvimento;

    2)duvido que esta crise seja mais prejudicial ao Brasil do que foram a crise da divida externa e as crises da asia e da russia em meados dos 90.

    Como diria Keynes:
    “Seria otimo se um dia os economistas tivessem a mesma humildade e pouca pretencao que os odontologistas”

    LL

  20. Alex tivemos experiências recentes que a intervenção estatal na economia só piora as coisas,um exemplo foi o New Deal que só atrasou a recuperação da economia americana.Tivemos também outras experiências de falha de políticas monetárias como na década de 70 nos EUA que só atrasou a recuperação econômica dos EUA,Volcker teve colocar o juros em 17% para “desinflacionar” a economia americana para depois ela voltar a crescer.Quando ele elevou o juros para patamares de 17% houve a quebra de alguns bancos,mas depois que a economia voltou a crescer essas quebras foram absolvidas pelo mercado.

    Eu fiz junto algumas pessoas que estudam comigo na GV/RJ economia uma analise de regressão com ajuda de um orientador para visualizar os efeitos de uma política monetária consistente na recuperação de uma economia.O foco foi a economia dos EUA,os resultados ficaram comprovados que quando você tem uma política monetária prudente a economia cresce mais no LP.EUA tiveram um circulo de expansão forte da economia na “era Reagan” depois de um choque de juros com Paul Volcker no FED,depois de Greenspan assumir passaram por uma recessão no final dos anos 80 para o começo dos anos 90,mas depois disso a economia teve quase 7 anos de crescimento.Por isso que afirmo que essa crise foi um erro de PM e tem que ser corrigida com PM (forte) não frouxa se os bancos quebrarem não teria problema essa quebra seria absolvida pelo crescimento futuro da economia.

    Alex você se identifica como o que?Um Neoclássico ou Neokeneysiano?

  21. Eu fiz a leitura de alguns livros que o Schumpeter escreveu aonde ele fala sobre a destruição criativa,isso já esta acontecendo nos EUA os bancos de investimentos estão sendo comprados por outros bancos.O FED deveria apoiar o processo de destruição criativa no sistema bancário,que tornaria ele mais forte.

  22. Alex,
    tem outras opcoes alem de comprar os ativos “podres”. No blog do Mankiw ele diz que o governo deveria injetar capital nos bancos, mas tendo como contrapartida acoes dos bancos e nao os ativos podres.
    Proibicao de pagamentos de dividendos e forcar os bancos a aumentar a sua capitalizacao emitindo acoes tb poderiam fazer parte do acordo.
    A primeira vista me parecem boas ideias.

  23. Alex o que você vê demais no Krugman?Ele critica bastante a privatização que foi feita da previdência aqui no Chile.Mais isso para população foi bom,hoje a maioria da população tem acesso.

  24. Alex o sistema financeiro brasileiro é um dos mais seguros do mundo porque temos bancos estatais que controlam 40% do setor bancário pois a probabilidade da CEF ou do BB quebrar é menor que um Safra,Itaú,Bradesco.Nunca ouve um banco publico que quebrou no Brasil se o Bradesco quebrar os depositante se ferra já isso não acontece com os bancos públicos,o depositante que mantem o dinheiro em um banco privado corre um risco maior de perder seu dinheiro em caso de quebra do banco.Essa crise dos EUA aconteceu porque eles não tinham bancos estatais pois se tivessem essa crise nem teria existido.

  25. O Ionathan está tentando quebrar o recorde de cretinice do Marcio Pochmann.

    Se liga: a CEF e o BB já quebraram e não uma, mas duas vezes, nos últimos 10 anos. Só que o meu, o seu, e o nosso dinheiro salvaram os bancos estatais federais, assim como Banespa, Banerj, Besc, etc, etc…

    A diferença é que, quando banco privado quebra, ele desaparece. O estatal é que nem monstro de filme B, sempre pronto para atacar outra vez…

  26. Alex acredito que você esteja errado meu primeiro concurso publico que passei foi para o BB trabalhei por 3 anos nunca vê problemas nele,hoje to no BNDS não existe dinheiro do contribuinte no BNDS ele tem recursos próprios.

    BB e CEF são bancos sólidos tento é que o dinheiro do contribuinte não vai para o BB eles tem recursos proprios (ja a CEF tem recursos do FGTS/poupança).Os bancos federais são os maiores financiadores de imoveis no Brasil diferente dos bancos privados,outro dado interessante é que os juros praticados pelos bancos federais são mais baixos que os juros praticados por bancos privados,vale lembrar também que o BB tem capital privado.Me prove que o BB e o CEF quebrou.

  27. “Alex acredito que você esteja errado meu primeiro concurso publico que passei foi para o BB trabalhei por 3 anos nunca vê problemas nele,hoje to no BNDS não existe dinheiro do contribuinte no BNDS ele tem recursos próprios.”

    Que você nunca tenha visto problemas não me espanta. O BB foi recapitalizado duas vezes, uma em 1996 e outra em 2001 (pode ser 2002).

    Quanto ao BNDES (imagino que seria bom saber o nome do lugar onde se trabalha), o FAT é dinheiro de quem mesmo? Obviamente o BNDES trata como se fosse dinheiro dele, mas é, sim, recurso do contribuinte.

  28. “Quanto ao BNDES (imagino que seria bom saber o nome do lugar onde se trabalha), o FAT é dinheiro de quem mesmo? Obviamente o BNDES trata como se fosse dinheiro dele, mas é, sim, recurso do contribuinte.”

    Nao eh verdade. O dinheiro do FAT eh do Luciano Coutinho.

  29. Alexandre, não entendo pq se gasta tanto tempo a tese do moral hazard… na academia é até interessante mas é dificil pensar na prática no CEO de um IB de wall street se alavancando de maneira exuberando já pensando na ajuda do fed “para qdo ele quebrar daqui a 3 anos”….acho q tudo isso foi mais incompetência do q malandragem de wall street (velha história de subestimar riscos qdo há excesso de liquidez)..

    outra coisa, depois do q aconteceu com o lehman vc acha q o fed errou em financiar a operação jp/bear?? ou o lehman era too big to fail tbm mas foi mto guloso?

    abs

  30. Nossa! Fiquei ”expressionado” com a cultura e a sapiência do colega acima. BNDS… recursos próprios, caramba!
    Se todos os economistas brasileiros fossem que nem ele…., eu me mudava pra Cuba!
    Abração Alex,
    A gente sofre, mas se diverte [;)p]

  31. Numa hora dessas, não pode haver limites para o Governo. O Estado precisa ser gigante para que a crise não seja gigante. O Estado deve tomar a postura de mestre da economia e intervir quando, onde e como for preciso.

  32. g.,
    Concordo contigo… acho q eh por aí mesmo (subestimação do risco)…

    Alex,
    Você acha que o dólar está no caminho para se tornar “moeda podre”? Há alguma razão para temer os profetas do apocalipse do “dollar standard”?

    Um abraço,
    F.F.

  33. Alex,

    Vc ta falando ai do BNDES mas todo banco é 171, pratica crime. Ja que empresta dinheiro que nao é dele e se todos forem resgatar ao mesmo tempo banco nenhum com certeza vai ter os recursos pra saldar.
    Ou seja, ele tem uma falsa promessa.

  34. Olá Alex,

    Pode me explicar como chegou nesse número de U$ 8,6 tri? Eu entendo que 700 bi é o número que será injetado, mas US$ 700 bi já é o custo total (já alavancado), senão não faria sentido disponibilizar apenas os 700 se vc sabe que provelmente a p¨&% será muito maior. Concordo que se o banco quebrar, ativos bons serão levados juntos, o que causaria um rombo maior que US$ 700 bi, mas acho que fazer a conta 700×12 está errado, ou não?

    Abs!

  35. Bruno:

    O número vem do seguinte cálculo.

    US$ 700 bi é uma estimativa do custo do resgate se os ativos a serem comprados valerem zero, certo?

    Se estes ativos valerem zero e NÃO houver o resgate, os bancos terão perda de capital de US$ 700 bi, valor sobre o qual fiz a conta da alavancagem (12x).

    Abs

    Alex

  36. Alex

    Muito bom o seu blog. Eu não sou da área e aprendo muito aqui.

    Li que o Bill Clinton em 1999 mandou relaxar as contrapartidas para obtenção de empréstimos para favorecer os “pobres”. Procede? Eu fiquei com a impressão que lá se concedeu crédito sem a mínima preocupação com a capacidade do tomador honrar os pagamentos do empréstimo contratado. Fiquei com a impressão de que houve uma verdadeira farra que correu solta e sob as barbas das instituições estatais responsáveis.

    Meu irmão comprou uma casa em Phoenix no meio de 2007 e pagou à vista com o dinheiro que recebeu da venda da antiga casa na Philadelphia. Comentou comigo que foi a maior besteira. Se tivesse financiado ele conseguiria (nossa conversa foi em julho deste ano) um super desconto no valor do financiamento, caso se decidisse quitar a dívida com o banco.

    Você tem notícia se esse tipo de saída beneficiou os adimplentes desse modo? A “saída” é representativa, tem peso na análise do episódio? Como?

  37. Alex o dinheiro do BNDES nunca foi do contribuinte ,há vários anos o BNDES construiu uma base solida de seus ativos,segundo ele é um banco muito importante para o brasil porque garante o desenvolvimento sustentável do brasil com credito barato.Você deve ter é “inveja” do BNDES que empresta a taxas mais baixas que os outros bancos.

    Se um grande banco privado quebra como fica o correntista ? Perde seu dinheiro, já no banco publico ele não perde.Vale lembrar que o BB é uma empresa de capital misto ele tem vida própria não depende do contribuinte.Não vejo porque privatizar,se privatizassem muitas pessoas iriam ser demitidas, o que é ruim.

  38. Mas os US$ 700 bi não são as perdas pontenciais já alavancadas? Se não são aí td bem, mas aí teria que somar nas perdas os ativos saudáveis que tbm vão deixar de existir depois que os bancos quebrarem.

    Se existir uma média percentual de exposição em sub-prime em relação ao todo, daria para ter uma idéia mais acurada.

    De qualquer forma, o rombo vai ser grande de uma maneira ou de outra. Será que o congresso vai falar não? Essa hipótese não tinha me ocorrido até hoje.

    Abs!

  39. “é dificil pensar na prática no CEO de um IB de wall street se alavancando de maneira exuberando já pensando na ajuda do fed “para qdo ele quebrar daqui a 3 anos”….”

    Discordo veementemente.

    Trabalhando no mercado financeiro, jah vi gente tomando posicao com dinheiro dos outros com valor presente negativo mas fluxo de caixa positivo para receber bonus nos proximos 2-3 anos.

  40. “Governo teve que fazer o proer depois que os bancos foram privatizados se tivessem como estatal seria melhor.”

    Índio quer apito…

    Ionathan, pelo menos tente acertar os fatos. Que banco foi privatizado antes do Proer?

    Nenhum…

    DEPOIS do Proes (o programa de sanamento dos bancos estaduais, mais caro que o Proer, e que não conta BB e CEF) alguns bancos foram privatizados e, olhe só que interessante, nenhum deles precisou de dinheiro do governo…

  41. “Alex o dinheiro do BNDES nunca foi do contribuinte”

    Isto todos nós ja percebemos. Só é do contribuinte quando nos chamam para recapitalizar o banco…

    “Se um grande banco privado quebra como fica o correntista ? Perde seu dinheiro, já no banco publico ele não perde.”

    Ele não perde porque a gente paga… Aliás, desde que se estabeleceu o fundo garantidor, o depositante de bancos privados também não perde (até um limite), só que quem paga a conta é o setor privado…

  42. Mais o governo preparou para privatizar usando o dinheiro do Proer,muitos bancos quebraram depois da hiperinflação.

    Alex ,o BNDES já faz captação de recursos no mercado.Bancos do governo costumam oferecer empréstimos mais baratos que os bancos privados basta comparar as taxas do BB com os demais bancos.Existe uma lei que “obriga” que todo deposito em juízo só pode ser feito em banco publico ,isso é uma prova da segurança do setor publico em relação ao privado.

    Até a Alemanha tem bancos públicos que estão muito bem por sinal.

  43. “Mais o governo preparou para privatizar usando o dinheiro do Proer,muitos bancos quebraram depois da hiperinflação”.

    Você está esgotando o estoque de cretinice. Que dinheiro do Proer? O Banco Nacional era estatal? O Econômico era estatal? O Bamerindus era? O Bandeirantes era?

    “Existe uma lei que “obriga” que todo deposito em juízo só pode ser feito em banco publico ,isso é uma prova da segurança do setor publico em relação ao privado.”

    Não: isto é prova que o setor público protege o setor público.

  44. Alex, voce matou a pau. A falta de regulamentacao foi a grande responsavel pela crise bancaria que ora se desenrola nos US. Por um lado o Green inundou o mercado com dinheiro. Por outro, ele deixou a tigrada fazer toda sorte de asneira com o dinheiro. Aquilo deu nisso…

    abracao

    kleber s.

  45. Caro Alex,

    Vou discordar de ti num ponto importante: o custo da ajuda aos bancos agora também é uma variável com valor desconhecido.

    Afinal, ajudar bancos agora (como você bem sabe) implica em aumentar a regulação do setor financeiro no futuro. Mas mais regulação significa menos credito.

    Note que o problema do crédito não desaparece pelo fato do governo ajudar os bancos hoje. Pelo contrário, tudo leva a crer que teremos menos credito no futuro; isso também implica num custo para a economia

    Eu vou ficar com o ponto de que o melhor mesmo é deixar quebrar quem tem que quebrar. Caso contrário, logo logo o governo estará ajudando a Boing, o Wal Mart, e outras grande empresas. Ou voce acha que elas são pouco alavancadas?

    Grande abraco,
    Adolfo – http://www.bdadolfo.blogspot.com

  46. “se a tivesse a hiperinflação eles nunca teriam quebrado.”

    Descobrimos, enfim, o grande defensor dos bancos. Chega ao ponto de preferir a hiperinflação… É também bom para o crescimento… Deve ser por este motivo que Zimbabwe é o novo farol da humanidade.

    Ionathan, por que você não se muda para o Zimbabwe?

  47. Pô Alex, o Zimbabwe já tá mal o suficiente para importar esse tipo de “recurso quermesseiro”

    Sobre a questão da ajuda do governo, voce nao acha que o custo para a população em geral é menor quando o governo estatiza e depois vende quando (e se) sanear, como fez com a Mae e Mac?

    Os ganhos provenientes da recuperação (se houver) seriam de alguma maneira repatriados ao setor publico, tornando mais justa a liberação dos recursos, estou correto?

  48. Enquanto os garotos se divertem com Alex, uma questão.

    Você daria uma carta branca da magnitude requerida por Hank Paulson a, por exemplo, Larry Summers (pode ser o Trichet)?

    Não me parece ser muito conveniente conceder tal poder discricionário a ninguém. Independente do competente passado de Paulson, ele próprio andou pisando na bola com as decisões quanto ao destino das FM, do Lehman, da AIG. Investidores que foram chamados a capitalizar as intituições há poucos meses viram suas participações serem reduzidas a pó. Há quem veja nesse comportamento do tesouro um estímulo para precipitação do efeito dominó que nos dias seguintes ameaçava GS e MS, além de provavelmente todo o restante do sistema.

    arlequim

  49. Alex,

    Ouvi dizer que os bancos americanos entram, em media, em crise de 10 em 10 anos.
    Claro que não na mesma proporção que desta vez, mas que os presidentes dos mesmos, por meio do Fed, se reunem pra aparar as arestas do sistema financeiro em media de 10 em 10 anos.
    Você sabe de algo a respeito?

  50. na minha visao realmente acho que o excesso de liquidez explica tudo…

    qdo um sujeito que nem o eike batista, de um país emergente, faz um powerpoint acomchambrado e monta uma empresa valendo quase 10% de uma petro, de bobeira, eh realmente pq tinha mto dinheiro pra pouco juros..

    ou uma JBSS3 que nunca deu lucro consegue comprar o maior frigorifico americano,,, ou qdo uma COSAN que tbm nunca teve um bottom line azul consegue emitir perpétuos em Nova york etc etc,,,

    enfim, fato eh que empresa brasileiro que tomou divida em usd pra fazer aquisições (ou capex forte) vão quebrar numa janela de 2-3 anos,, a não ser que o bndes do nosso amigo ali de acima banque a festa como sempre – o que já vem fazendo (exemplos: jah comprou stakes nos seguintes micos esse ano: jbss3 e mrfg3 com meu seu nosso)

    alem disso fato eh que as construtoras de baixa renda, altamente capitalizados pelos IPOs, venderam aptos para gente que nao pode pagar,,, tem mta construtora pra classe C fazendo overbooking de aptos hj, vendendo o mesmo pra 3 familias, pq 2 em media nao conseguem pagar..

    fato tbm que os numeros da anfavea ficaram fortes demais durante mto tempo,,, e carro em 90 parcelas, que chegou a ser praticado durante mais de um ano, é piada,,,

    enfim, que venha nossa pequena subprime,, sorte eh que nossos bancos têm a mamata do cdi e nao precisaram sair mto ali do plain vanilla

  51. Alex você é bem “preconceituoso”,não entendo os motivos.A Alemanha tem bancos estatais e eles estão sólidos ,no Brasil existe um sistema de livre concorrência entre bancos quem não gostar do CEF ou BB pode ir para outros bancos.

    Acredito que a privatização desses bancos teria um custo social muito alto principalmente para os funcionários que perderiam a estabilidade,aposentadoria integral.O Banespa quando foi privatizado foi ruim,o numero de pessoas trabalhando diminuiu,muitos perderam a estabilidade do emprego.

  52. “A inflação baixa foi ruim para o Brasil estagnou praticamente o pais durante 10 anos.Nos tempos da inflação o rendimento da poupança era de 30% ao mês hoje e 0,5%”.

    Esse Ionathan falou isso aí em cima em outro topico, acho que no da Econometria de Resultados.

    Demais, o cara é bom mesmo!

    Ionathan, eu como sou um dos 17 leitores do Alex, também sou preconceituoso.

    Abs.

    G.Howe

  53. Não acredito que ainda vamos perder tempo aqui discutindo a questão de privatizações, PROER, etc…pelo amor de DEUS, não é possível que ainda gente com pensamento tão arcaico quanto este senhor Ionathan.

  54. BANCOS ESTATAIS: A TURMA MAIS VELHA VIVEU SITUAÇÕES ABSURDAS (a turma nova não conheceu):
    BB – ERA UM DESRESPEITO À CIDADANIA. ALÉM DE TER QUEBRADO INÚMERAS VEZES (muitas nem noticiadas), OS FUNCIONÁRIOS ERAM OS PAXÁS (atendiam com total desprezo e desrespeito à população). Hoje é até aceitável (é um banco que concorre, aparentemente, em nível de igualdade). NECESSÁRIO? NÃO E NÃO.
    BANCOS ESTADUAIS – VERGONHA DAS VERGONHAS. TUDO DE DESONESTO QUE SE PODE PENSAR ACONTECEU. A TURMA QUE TEVE A CORAGEM DE ACABAR COM ISTO MERECE NOSSO RESPEITO E ADMIRAÇÃO.
    BNH – INCENDIARAM A SEDE DO BANCO (mas parte dos benefícios foi socializada com a população, com perdão de parte das dívidas).
    CEF: DE TEMPOS EM TEMPOS TEM QUE SER SOCORRIDA (no passado era caixa de socorro de políticos quebrados). É TANTA SAFADEZA QUE É MELHOR NEM FALAR. DEFENDER ISTO É AGRESSÃO COM OS BRASILEIROS COMUNS.

    DEFENDEM ATÉ O SISTEMA DE APOSENTADORIA DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS. SE É VIÁVEL PODE SER ESTENDIDO PARA TODOS. SE NÃO PODE NÃO É. NESTE SENTIDO TEMOS NO BRASIL BRASILEIROS DE PRIMEIRA E DE SEGUNDA CATEGORIAS (os de segunda sustentam os de primeira, uma forma de escravidão).
    O SISTEMA DE PREVIDÊNCIA PARA OS TRABALHADORES DA INICIATIVA PRIVADA É ABSURDO:
    a) as contribuições são altas (claro que não pensando na dívida do passado), se o sistema fosse de capitalização;
    b) a turma que recebe acima do teto máximo de contribuição é a mais prejudicada. Contribui, através dos empregadores, com 20% sobre o valor do rendimento que ultrapassa o teto máximo de contribuição (apesar disto aposenta-se apenas com a média de 80% das últimas contribuições). Ninguém conseguirá aposentar-se com o teto máximo (perto de 3000 reais). A contribuição acima do teto máximo, apesar de feita pelos empregadores, é redutora dos salários. PELO MENOS ISTO DEVERIA ACABAR. DEVERIA FORMAR UMA POUPANÇA PARA OS TRABALHADORES DA INICIATIVA PRIVADA (COMO A FIESP E OS SINDICATOS DOS EMPREGADOS DA INICIATIVA PRIVADA NÃO RECLAMAM?) DA SELIC RECLAMAM SEM ENTENDER. É VERGONHOSO. VIVEM DO IMPOSTO SINDICAL OBRIGATÓRIO (OUTRA VERGONHA) E DO SISTEMA S (NÃO FISCALIZADO ADEQUADAMENTE).

    FGTS: É PATRIMÔNIO DE EMPREGADOS E EMPREGADORES (tudo que benficia ops empregados é bom para os empregadores). O GOVERNO REMUNERA COM A MENOR DAS REMUNERAÇÕES DO MERCADO (outro absurdo). DEVERIA SER GERENCIADO DE ACORDO COM OS INTERESSES DOS EMPREGADOS (aceita-se uma fiscalização do governo).

    O BRASIL NÃO TEM AINDA UMA ECONOMIA LIBERAL.

    UM BRASILEIRO DE SEGUNDA CATEGORIA (PAGA IMPOSTO PARA SUSTENTAR ROUBALHEIRAS E PRIVILÉGIOS).

  55. Um adendo: o BB quebrou E FOI EXTINTO pouco depois de ser criado, na época do Encilhamento… quando virem a propaganda do BB 200 anos, descontem aí uns 10 ou 12 anos.

    Luiz.

  56. “ou uma JBSS3 que nunca deu lucro consegue comprar o maior frigorifico americano,,,”

    Isso nao tem nada a ver com politica monetaria ou excesso de liquidez, tem a ver com o BNDES e falta de vergonha na cara.

  57. Alex,

    Você pode me explicar (creio que outros possuem a mesma dúvida) porque estão afirmando que o plano do Paulson tende a desvalorizar o dólar dos EUA?
    Eu cheguei à conclusão de que isto tenderia a apreciar o dólar: o financiamento do plano se daria através do aumento da dívida, ou seja, mais emissão de títulos. Aumentando a oferta de títulos diminui o preço dos mesmos e aumenta a taxa de juros. Aumentando a taxa de juros, aumenta a demanda por dólares, o que aprecia a moeda dos EUA.

    Algum erro no meu raciocínio?

    Abraço

  58. “muitos perderam a estabilidade do emprego.”

    Isso eh bom, nao vejo porque um banco semi-monopolista como o Banespa era deveria ter estabilidade de emprego.

    O fim da estabilidade de emprego no Banespa eh uma melhoria de nosso pais.

  59. a.:

    Se o aumento da taxa de juros for mero prêmio de risco (para aumentar a participação dos títulos do Tesouro no portfólio das pessoas), o impacto sobre a taxa de câmbio deverá ser zero.

    Isto dito, eu não acredito que o plano em si leve à desvalorização do USD; o que faz isto é a percepção que a política monetária, na margem, será bem mais frouxa que se imaginava.

    Por exemplo, os futuros de Fed Funds refletem (apreçam, ou “precificam”) uma probabilidade positiva de corte de juros nas próximas reuniões. Há pouca semanas esta probabilidade era zero e alguns futuros indicavam aumento.

    Abs

    Alex

  60. a.:

    Este é o ponto central. Um aumento da oferta de UST implica elevação da taxa de juros mesmo, pois, para aumentar a % de UST nos seus portfolios, os investidores demandam um certo prêmio de risco.

    Só que o prêmio de risco (por definição) apenas deixa os investidores indiferentes entre ter x% ou (x+e)% de UST em seus portfolios. Para dar números, uma investidora qualquer seria indiferente entre ter 15% do seu portfólio em UST que pagam 4% a.a., ou, digamos, 18% do seu portfólio com ÚST que a remuneram a 4,3%.

    Se este aumento de 0,3% deixa o investidor indiferente, por que motivo induziria à apreciação da taxa de câmbio?

    Abs

    Alex

  61. Alex inflação gera crescimento basta vermos que o Brasil cresceu mais em 2007 e vai crescer mais em 2008 graças ao aumento da inflação.

    Se o BC subir o juros ele vai atrapalhar o ritmo de crescimento da economia,tanto é que os países que tem uma inflação um pouco mais alta tende a crescer mais no LP com os países de inflação mais baixa.

  62. Ionathan:

    O pessoal do zôo ligou e garantiu que sua jaula será a principal atração.

    Ah, sim: você está excluído do concurso “Cretino do Ano” em nome da justiça com os demais cretinos. Competição desleal, não!

  63. Alex se você não teve competência para passar em um concurso publico é um problema seu.É garantido por lei que todo funcionário publico tem direito a aposentadoria integral é constitucional e não pode ser mudado.

    Depois que privatizaram os bancos os estatais a quantidade de empregados diminuiu,Banespa é um exemplo.

  64. Ionathan, você só pode ser brincalhão. Não é possível.
    Inflação gera crescimento?????????

    Ah, então vamos mandar um email pra todos os BCs do mundo pra tacarem óleo nas prensas, imprimir dindim e crescer, crescer, crescer!!

    Marcelo

    Zimbabwe unite!

  65. Sabe que eu nem durmo à noite pensando na aposentadoria integral…

    Eu poderia jogar dominó no bar… Dar milho pros pombos… Tardes e tardes na quadra de bocha…Quem sabe até visitar o Ionathan no zoológico?

  66. Alex não sei o que você tem contra a aposentadoria integral,em muitos países os funcionários públicos tem aposentadoria integral.

    Governo pretende aumentar a Selic do que dar aumento aos funcionários públicos.O maior gasto corrente brasileiro é a Selic,esse dinheiro poderia ser usado para aplicar na saúde ,educação aumento dos salários dos funcionários públicos.

  67. Alex os salários do pessoal aqui do BNDES ta estagnado a um tempo.Há quase 3 anos trabalhando no banco nunca recebe um aumento.Há muito tempo que os servidores públicos não recebem um aumento,tudo isso por causa do aumento da Selic.

    O maior gasto do Brasil é a Selic.

  68. Ué? Já se arrependeu de prestar o concurso?

    P.S.:
    Gasto com previdência (INSS): 7% do PIB
    Funcionalismo (federal, estadual, municipal – 2006): 13% do PIB
    Juros da dívida: 6% do PIB

    Talvez no zôo seja diferente, mas na matemática moderna 6 < 7 < 13

  69. Não me arrepende só acho que o salario deveria aumentar.Há muito tempo que os funcionários públicos não recebem aumentos dignos além de que merecemos melhores condições de trabalho.

    O gasto com a Selic hoje roda os 13% do Pib basta vermos a taxa atual.

  70. “O gasto com a Selic hoje roda os 13% do Pib basta vermos a taxa atual.”

    Hã…13,75% aa é a taxa Selic. O gasto com juros é 6% do PIB. Talvez no seu concurso não tenham perguntado, mas o gasto com juro é o produto (multiplicação, sabe?) da taxa e da dívida.

    Você é burro, mal-intencionado, ou está tirando sarro?

  71. Ionathan, tá de sacanagem? Me desculpe mas voce está monopolizando o blog. No começo é até engraçado, mas cansa.
    Estás de férias ou o trabalho aí no BNDES anda manso demais. Foi por isso que houve demissões no Banespa

  72. Olha o custo da SELIC roda os 130 bilhões de reais,é o maior gasto de regime não inflacionário.

    O problema é que quanto mais o juros sobe mais o cambio se desvaloriza.Grande parte das crises do brasil foram causada pelo cambio flutuante.Se tivéssemos cambio fixo (1dolar/1real)não teríamos quebrado.Quando o cambio se desvaloriza a inflação sobe basta vermos em 2002 .O mesmo esta acontecendo hoje,já estamos sofrendo uma crise cambial,tanto é que o banco central teve que injetar 500 milhões de dólares no mercado.

  73. Alex a forma que os Tigres asiáticos enfrentaram o problema de credit crunch foi correto?

    Hong Kong teve problemas por causa de uma corrida bancaria,nessas horas a melhor forma de enfrentar essa crise era subir o juros feito o FMI recomendou ,ou era para eles ofertarem liquidez para eivtar uma corrida bancaria?

    ABS Fabio.

  74. Acho que sou intruso nesse blog, afinal não sou economista, mas esse tal Ionathan tem que explicar como conseguiu passar no concurso ou quem elabora as provas deve ser demitido.

    Meu caro, o Banespa quando foi privatizado, eu suponho, deve ter melhorado sua administração, ou seja, otimizaram os processos. Suponho que um economista saiba o que é isto ou estou errado?

    Só pode ser brincadeira, deixa pra lá.

    Losovoi

  75. olá alex!!
    essa é para os que não tem memoria:
    só para lembrar que existiu um gov que se gabava de ter quebrado o seu banco estadual para eleger seu candidato!! precisa de mais para intuir como eram os bancos publicos?

    [ ]’s

    joão carlos

  76. Lendo os posts do Ionathan, lembrei de uma frase de meu professor de Macro… zoando… ele dizia ” o melhor lugar pra estudar economia é no Brasil. O dificil é viver nessa economia”.

    Vai dizer que esse cara não esta dando “grandes aulas” pra gente??

    G.Howe

  77. Alex,

    Hoje(25/09/2008)na AE-News:

    “15:44 TENDÊNCIAS:AÇÃO DO BC/TESOURO NO BRASIL P/PROVER LIQUIDEZ É URGENTE

    São Paulo, 25 – Esta é a primeira crise econômica de grandes dimensões pela qual atravessa o governo
    Lula. E por ora, o gerenciamento do problema tem sido equivocado, de pouca competência e ineficiente
    por parte da autoridade econômica. Em sua primeira etapa, tentaram convencer o presidente e a
    sociedade de que o Brasil estaria blindado, um engodo. Não é momento para se brincar com heterodoxia,
    e sim hora de pragmatismo, de ação conjunta do BC e do Tesouro para desempoçar a liquidez no
    mercado. São dois os principais canais de contaminação da economia doméstica pela crise: câmbio e
    crédito. Com relação a câmbio, o BC fez uma operação isolada, tecnicamente correta, mas insuficiente
    para amenizar a volatilidade do mercado e fornecer as linhas necessárias de crédito em dólares – tanto no
    mercado à vista como no mercado futuro -, principalmente para o comércio exterior, que depende de
    linhas de curtíssimo prazo. As linhas de crédito de curto prazo (ACCs e ACI) estão praticamente zeradas.
    Já no mercado de crédito interno a situação é mais grave, inclusive, dada a sua dimensão (em reais),
    pois o empoçamento nos atuais níveis pode comprometer o nível de atividade e o crescimento econômico
    no curtíssimo prazo. Portanto, são urgentes medidas conjuntas do BC e do Tesouro num curto espaço de
    tempo, proporcionando a liquidez tanto na área de câmbio como em reais ao sistema, pois a época não é
    de palavras, mas de ação, avalia o consultor Nathan Blanche.”

    Você concorda com essa percepção de gravidade da crise para o mercado de crédito brasileiro e que o “empoçamento nos atuais níveis pode comprometer o nível de atividade e o crescimento econômico”?
    Você concorda que “são urgentes medidas conjuntas do BC e do Tesouro num curto espaço de
    tempo, proporcionando a liquidez tanto na área de câmbio como em reais ao sistema, pois a época não é
    de palavras, mas de ação”?. Como o Tesouro poderia ajudar o BC nesta questão? E que “urgentes medidas conjuntas do BC e do Tesouro” poderiam ser tomadas?
    Venho observando declarações contraditórias sobre a questão da liquidez do mercado interno. Você pode nos dar uma luz sobre este assunto?

    Obrigado,

    Carlos.

  78. Ionathan,
    Nos 12 meses até junho de 2007, o gasto do governo federal com o funcionalismo foi de R$ 120,6 bilhões. O projeto de lei orçamentária enviado para o Congresso estima uma despesa de R$ 155,3 bilhões no ano que vem, ou seja, os dispêndios com os barnabés devem subir 28,7% em 18 meses. Como se vê, o governo trata o funcionalismo a pão e água. Deixe o seu endereço para eu mandar uma cesta básica

  79. Alex você acredita que o PSDB ainda tem “bons valores”?

    Em uma possível vitória do PSDB em 2010 há possibilidades de grandes reformas como privatização “total”,abertura comercial controle dos gastos públicos? Aqui no Chile a esquerda é muito melhor que o PSDB/DEM no quesito de reformas econômicas.

  80. Alexandre:

    Voce lembra que “you heard it here first” sobre a crise?

    Qual sera o impacto no Brasil, eu perguntei? Voce achava que o pior tinha passado. Hah! Coisa de Sao Paulino.

    Agora, qual sera o impacto no Brasil?

    PIG

  81. EFEITOS DA POLÍTICA MONETÁRIA NA DÍVIDA PÚBLICA MOBILIÁRIA FEDERAL INTERNA (DPMFI).
    POLÍTICA MON. FROUXA (provoca inflação): a) AUMENTA AS TAXAS DE JUROS PRÉ DE LONGO PRAZO E O CUSTO DE NOVAS CAPTAÇÕES; b) REDUZ O PRAZO DE NOVAS CAPTAÇÕES; c) O TN NÃO CONSEGUE FAZER NOVAS CAPTAÇÕES SELIC (só com deságios); d) O CUSTO DE CARREGAMENTO DO ESTOQUE DA DÍVIDA CORRIGIDA POR ÍNDICES AUMENTA (o risco de inflação inercial volta).

    POLÍTICA MONETÁRIA CORRETA: a) AS TAXAS DE JUROS DE LONGO PRAZO CAEM, REDUZINDO O CUSTO DE CAPTAÇÃO E FACILITANDO O ALONGAMENTO DA DÍVIDA; b) O ALONGAMENTO DA DÍVIDA REDUZ OS VALORES MENSAIS A SEREM REFINANCIADOS PERMITINDO REDUÇÃO DE TAXAS; c) OS ÍNDICES DE INFLAÇÃO CAEM (CONSEQÜENTEMENTE A SELIC) REDUZINDO CUSTO DE CARREGAMENTO DO ESTOQUE DA DÍVIDA.

  82. Sr. Eduardo, eu tambem compartilho o seu sonho. Governo competente corta custos; governo incompetente aumenta impostos; governo criminoso alimenta a inflacao.

    Conforme anunciamos aqui ha’ umas duas semanas atras, a vaca foi para o brejo na noite de ontem. O que foi que ela disse em seus estertores? WaMuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu…..

    Um abracao de quebrar costela

    Kleber S.

    PS: Fiquem de olho no Wachovia.

  83. Recomendo ao Caio ler um pouco sobre o que Bernanke escreveu sobre a crise dos anos 30 ou dos anos 90 no Japão. Esses são os dois cenários ruins (o inferno e o purgatório). Céu seria se essa crise se resolvesse como a da Savings and Loans dos anos 80. É o melhor que pode-se esperar.

  84. Alguém avisa ao Ionathan ( isto só poder ser um personagem de HQ), que as EC 41 e 47 acabaram com a aposentadoria integral, e criaram critérios de médias par as aposentadorias dos servidores públicos. Os efeitos devem demorar um pouco, mas logo aparecerão.
    P.S = Além de não saber economia, voce também não sabe legislação ?
    Estou achando que o dinheiro dos meus impostos está sendo mal gasto no BNDES…

    abrs

  85. Alex, uma pergunta:

    O problema da contracao do credito nao pode ser resolvido pelo BC diminuindo a taxa de redesconto, juros ou reservas obrigatorias?
    Mesmo que a aversao ao risco seja imensa, tem que ter um ponto em que eles comecem a emprestar de novo, arbitrando as taxas do BC e de emprestimo, nao?

    Nesse cenario, dava pra deixar quebrar quem tivesse feito besteira ou ainda tem alguma outra externalidade alem da contracao do credito q eu nao to considerando?

    Abraco!

  86. Deixar quebrar parece ser a melhor solucao nos US. Pois caso contrario, caso a tigrada perceba que o governo esta’ sem municao, teremos hiperinflacao. A escolha e’ portanto entre Weimar em 23 ou US em 29. Minha escolha pessoal seria US 29.

    Abracao

    Kleber S.

  87. Nao sei qual a dissonancia… A politica do governo ateh agora tem sido deixar quebrar. Vcs viram o que aconteceu com o valor do WaMu, Bear Sterns, Lehmann, Fannie e Freddie?

    Quanto a Weimar 23, nao tem chance alguma disso acontecer.

  88. Olá, Schwarstman!

    Não há dúvidas que haverá, em alguma medida, desaceleração da atividade econômica brasileira, considerando que os investimentos do setor privado tendem a cair, pois aproximadamente 1/4 do financiamento destes é feito com recursos estrangeiros.

    Por outro lado, de forma geral, o sistema financeiro nacional não passa por problemas de liquidez e não está envolvido em operações altamente especulativas como os EUA, resultado das exemplares regulação e fiscalização brasileiras.

    Na sua opinião, como o crédito destas instituições financeiras nacionais será afetado? Qual percentual deste crédito resulta de recursos captados no exterior? Se o montante dos depósitos à vista não sofrer grandes alterações e, por consequência, mantido o multiplicador bancário (com a redução do compulsório), este crédito será afetado?

    Um grande abraço,

  89. It is all about Gold(man Sachs)!

    1- Um dia um bando composto por salafrarios e otarios se reuniu em New York City para criar o mercado para CDOs baseados em MBAs.

    2- Quem capitaneava a inciativa? Goldman Sachs.

    3- Esse band of brothers de pais diferentes (somente pais, nao maes) acelerou enormemente a criacao de emprestimos podres, pois forneceu meios para que se emprestasse dinheiro para qualquer neguinho com coracao pulsante que entrasse numa agencia de mortgage originator.

    4- Como na Goldman nao existem otarios, eles foram os primeiros a sacarem que a bolha estava prestes a estourar, em algum mes de 2006.

    5- Num dava pe’ pra eles venderem toda a podridao de papeis hipotecarios que estavam a caminho da inadimplencia, pois neste caso provocariam uma queda vertiginosa de precos.

    6- Entao eles usaram o instrumento-mor do mercado para se isolarem do naufragio iminente: compraram credit-default swaps de desavisados, AIG, por exemplo. Um enorme exemplo.

    7- Isso equivalia apostar na queda do mercado imobiliario como um todo.

    8- A GS ganhou uma montanha de dinheiro enquanto seus concorrentes comiam o pao que o diabo amassou (com o rabo).

    9- Eis que nao mais que de repente, a AIG se viu ‘a beira da falencia, justamente por se meter em segurar creditos. Ora, amigos do tio Alex, os famosos 17 leitores: perguntem a si mesmos o que aconteceria a voces caso a seguradora de seus veiculos fosse ‘a falencia. A resposta e'”quase nada”, certo? Os amigos teriam que usar uma ou duas horas pra acharem outra, e perderiam a parte do premio que segurava o prazo restante da apolice.

    10- No entanto, o governo americano decidiu que a AIG nao poderia quebrar. Por que a decisao?

    11- Ora, muito simples: se credit insurers quebrarem a “blindagem” da GS vai para o mesmo brejo que a vaca do WaMuuuuuu. Como a GS e’ o maior counterparty do AIG, ambos iriam para o brejo abracadinhos..

    Um abracao de quebrar costela

    Kleber S.

    PS: UM SEGUNDINHO POR FAVOR: o ultimo emprego do sr. Paulson, ministro da fazenda americano, foi de CEO da GS. Ate’ meados de 2006. Eu, um mero neguinho, estou falando pra tigrada amiga o que vai acontecer desde dezembro de 2005. Sera’ que o que o sr. Paulson nao sabia o que um neguinho sabe? Ho, ho, ho…

  90. Olá Alex,

    Acompanho sempre este blog e gostaria, se possível, de deixar uma sugestão para um próximo post.

    Estive pensando nesta semana como esta crise está concentrando ainda mais o setor bancário mundial.

    Estamos vendo todos os dias, bancos e mais bancos quebrando e poucos comprando.

    Fica ai uma sugestão: qual o impacto final de toda essa concentração na economia real, já que é o capital bancário (ou financeiro) que comanda os créditos no mundo.

    Abs.

  91. Como resultado dessa crise, o mercado bancário e financeiro global vai ficar muito mais oligopolizado. Dizem que só há praticamente três grandes bancos comerciais nos EUA (sendo que o JPMorgan é um deles agora!!). No futuro como isso será resolvido? No Brasil falava-se em abrir o país para bancos estrangeiros depois do Proer. Nos EUA não dá pra ficar mais aberto do que está. Será que os bancos serão desmembrados à força?

    Mas isso tudo é conjectura de longo prazo. Por enquanto o que vale é tentar sobreviver no curto, pois como já dizia Keynes…

  92. O BNDES vai evitar uma desaceleração da economia brasileira ofertando credito ao mercado.Ele vai ser capaz de suprir toda a oferta de credito que as empresas brasileiras precisam para investir.

  93. “O BNDES vai evitar uma desaceleração da economia brasileira ofertando credito ao mercado.Ele vai ser capaz de suprir toda a oferta de credito que as empresas brasileiras precisam para investir.”

    Hahahahahaha… Que BNDES?

  94. Muito bom Kleber S.

    Entao no mercado financeiro todo mundo é otario e so o pessoal da Goldman Sachs sao os safos malandroes.

    Sua teoria da conspiraçao ta muito boa. Superando inclusive aquela de quando falam que o BC sobe os juros pros bancos comerciais ganharem com o diferencial da selic e inflaçao pelos titulos publicos.

    A comparaçao da AIG em relação ao seguro do carro então foi supimpa.

    O que eu gosto de ver é a criatividade do pessoal pra tentar justificar que o mercado não errou.
    É claro, o mercado é infalível, vamos relaxar pois estamos todos tendendo ao equilíbrio, é só deixar a mão invisivel agir

    Kléber

  95. Achei a mensagem do sr. Ionathario postada (com b) acima de uma imbecilidade inenarraaaaaaavel! Alex, nao permita fraude intelectual no blog! Ninguem e’ burro em tamanha extensao. O sr. Ionathario nao pode ser tao desprovido de inteligencia, ou de contato com a realidade. Seus comentarios incrivelmente desinteligentes somente podem ser frutos de sacanagem.

    Um grande abraco aos 17

    PS: por que o plano foi rejeitado? Ora, se eu fosse um deputado republicano, depois do discurso da “madame” presidente da camara, nao teria como votar a favor e voltar pra casa de cabeca erguida.

    Kleber S.

  96. Alex a Universidade de Chicago envia abaixo assinado
    p/ o Congresso americano se posicionando radicalmente contra o pacote do governo.

    http://faculty.chicagogsb.edu/john.cochrane/research/Papers/mortgage_protest.htm

    To the Speaker of the House of Representatives and the President pro tempore of the Senate:

    As economists, we want to express to Congress our great concern for the plan proposed by Treasury Secretary Paulson to deal with the financial crisis. We are well aware of the difficulty of the current financial situation and we agree with the need for bold action to ensure that the financial system continues to function. We see three fatal pitfalls in the currently proposed plan:

    1) Its fairness. The plan is a subsidy to investors at taxpayers’ expense. Investors who took risks to earn profits must also bear the losses. Not every business failure carries systemic risk. The government can ensure a well-functioning financial industry, able to make new loans to creditworthy borrowers, without bailing out particular investors and institutions whose choices proved unwise.

    2) Its ambiguity. Neither the mission of the new agency nor its oversight are clear. If taxpayers are to buy illiquid and opaque assets from troubled sellers, the terms, occasions, and methods of such purchases must be crystal clear ahead of time and carefully monitored afterwards.

    3) Its long-term effects. If the plan is enacted, its effects will be with us for a generation. For all their recent troubles, America’s dynamic and innovative private capital markets have brought the nation unparalleled prosperity. Fundamentally weakening those markets in order to calm short-run disruptions is desperately short-sighted.

    For these reasons we ask Congress not to rush, to hold appropriate hearings, and to carefully consider the right course of action, and to wisely determine the future of the financial industry and the U.S. economy for years to come.

    Alex até a melhor Universidade de economia do mundo desaprova esse pacote do governo americano,isso prova que sua tese “socialista” de que o governo americano deve intervir para salvar o mercado não funciona.Me estranha os economistas brasileiros “sérios” estarem se misturando com os heterodoxos para defender a intervenção do estado para resolver essa crise.

  97. Vou postar aqui a opinião de um economista brasileiro que é PHD por Chicago que é contra a intervenção do governo americano.

    e uma família se endivida excessivamente para comprar uma casa e depois não consegue pagar as prestações, pode ter cometido um erro – e corre o risco de perder seu lar. É uma tragédia familiar. Mas como explicar que milhões de famílias americanas tenham resolvido se endividar excessivamente ao mesmo tempo, disputando casas a preços crescentes, provocando um boom no setor de construção residencial e cometendo o mesmo erro de cálculo quando enfrentam, hoje, dificuldades no pagamento das prestações?

    Elas decidem então vender os imóveis, novamente todos ao mesmo tempo, e quebram pelo desabamento de preços, pois o valor das casas fica abaixo das dívidas assumidas. É mais do que uma coleção de tragédias familiares – é uma crise sistêmica.

    Se um banco ou uma agência de crédito imobiliário concede financiamento a uma daquelas famílias, que não estava preparada para arcar com as despesas financeiras da compra do imóvel, pode ter adquirido uma hipoteca de alto risco. Pode ter cometido um erro e ser atingido pela inadimplência do tomador do empréstimo, perdendo o principal, além de não receber os juros contratados. É um erro de avaliação do banco. Mas como explicar que centenas de bancos e companhias de financiamento imobiliário tenham resolvido, ao mesmo tempo, emprestar excessivamente aos milhões de tomadores de alto risco, todos com lastro em ativos imobiliários? É mais do que uma coleção de erros de avaliação – é uma crise sistêmica.

    A originação das hipotecas, a revenda desses empréstimos (ou “securitização”) e sua distribuição por meio de veículos de investimento especialmente desenhados para essa finalidade seriam, em condições normais, um sinal de que as inovações financeiras contribuem para a melhoria da qualidade de vida das famílias. Mas como explicar que o veículo para a concretização do sonho da casa própria tenha se tornado não apenas o maior pesadelo dessas famílias, mas também uma crise sistêmica, um buraco negro que já engoliu gigantes financeiros – como Bear Stearns, Fannie Mae, Freddie Mac, Merrill Lynch, Lehman Brothers e AIG – e ameaça tragar o restante da economia americana?

    Pois bem, o Federal Reserve de Alan Greenspan, mantendo os juros muito baixos por muito tempo, foi a alavanca que moveu toda essa engrenagem. Milhões de famílias saltaram da bolha das Bolsas para a bolha dos imóveis. Centenas de instituições financeiras distribuíram aqueles ativos financeiros de baixa qualidade em todo o mundo. O mesmo Federal Reserve, com a ajuda do Tesouro e de seu plano de salvamento de US$ 1 trilhão, tenta agora interromper a liquidação desordenada desses ativos financeiros, cujos preços foram inflados pelas bolhas.

    Por trás de todas as crises financeiras sistêmicas sempre esteve um fenômeno tão inebriante quanto letal: a expansão excessiva do crédito, que, quando interrompida, converte-se em colapso do crédito (credit crunch). É como um vício, dificílimo de interromper: as famílias desejam as casas, a indústria da construção quer construí-las, os bancos e financiadores pretendem financiá-las, as agências de rating almejam suas comissões – e as “drogas” são fornecidas pelo banco central, sob a forma de juro baixo e liquidez excessiva.

    As maiores catástrofes financeiras da História moderna experimentaram o fenômeno da expansão excessiva do crédito: o crash de 1929 e a Grande Depressão dos anos 30, nos Estados Unidos, o crash de 1989 e a estagnação que completa duas décadas no Japão e o atual credit crunch de novo nos EUA. Nos três casos, foi patente o desleixo das autoridades monetárias em esvaziar as bolhas especulativas em formação.

    Os bancos centrais sempre estiveram atentos à trajetória da inflação, inimigo público facilmente identificável pelo efeito corrosivo da alta de preços de bens e serviços sobre o salário. Mais difícil é detectar nos próprios bancos centrais o inimigo invisível responsável pela “exuberância irracional” dos mercados. E, mais ainda, interromper a farra do crédito, antes que ela produza a catástrofe histórica.

    Paulo Guedes (Época num. 0541 – 27/9/2008)

  98. Ao meu xara’ Kleber: voce nao entendu o meu post anterior, bastante conspiratorio, sem duvida: o mercado nao so’ errou, mas foi corruptamente manipulado.

    Ao Caio, sobre o sonho da casa propria: esse sonho e’ brasileiro. Por aqui, muita gente (que inclusive alguns eu conheco) tomou emprestimos porque enquanto as prestacoes eram inferiores ao aluguel, eram um “no brainer”. Quando as taxas de juros entraram em “reset”, entraram em inadimplencia. Como eles eram subprimes, eufemismo pra caloteiros, simplesmente retornaram a sua situacao original.

    Abracao de quebrar (todas) as costelas a ambos.

    Kleber S.

  99. O Guedes nao esta’ correto. Nao e’ dificil identificar uma bolha no mercado. E’ dificilimo ter o respaldo politico para desinfla-la. Pois enquanto ela esta’ inflando, todos os salafrarios conjuntamente gritam pela nao-intervencao. Quando eles percebem que a vaca esta’ indo pro brejo, ai’ sim, os mesmos canalhas invocam o prejuizo para os cidadaos comuns, e esgoelam pela “ajuda” governamental.

    abracao

    kleber s.

    PS: O tal “mercado” e’ cruel; da’ com uma mao, mas eventualmente toma com a outra. Vejam o que aconteceu na Bovespa desde dezembro 99. Neguinho ganhou muito dinheiro. Otarios se sentiram sabios. Muitos otarios agora pensam que irao navegar o mar revolto. Mas na realidade a maioria ira’ flutuar afogado. By the way, nao se esquecam que este e’ o amigo que os avisou do Lehman, WaMu e Wachovia semanas antes dos respectivos enterros.

  100. De volta a realidade:

    1. O congresso vai passar um plano na quinta feira

    2. O plano provavelmente nao sera de 700B, mas de 150B inicialmente.

    3. 700 ou 150, nao e certo que o plano funcione: o problema principal e que a perda de valor do real estate vai fazer com que o credito e o consumo nos US mudem fundalmentalmente nos proximos anos. Os aspectos especificos do impacto na economia americana e mundial, eu nao sei, mas nao sera trivial. Alexandre, o que vc acha?

    4. interessante que uma desaceleracao da economia mindial vai fazer com que a demanda pelas commodities se desaqueca. Se a economia brasileira for tao bem nos proximos anos como as acoes da Petrobras nos ultimos 20-30 dias, entao o Brasil ta pior que o Fluminense (eu tenho certeza que o Alexandre vai rir, debochar e achar a minha comparacao – que e mais um tongue in cheek short cut – ridicula, mas sera que e tao absurda???)

    5. Infelizmente, a crise nao esta resolvida. mesmo que o governo resolva o problema de liquidez de curto prazo,nao e certo que 150B ou 700B serao o sufciente a medio prazo, e o problema fundamental nao e liquidez – esse e o problema agudo – mas o credito nao voltara a ser o mesmo com os assets repriced.

    PIG, em primeiro lugar

  101. Sobre Chicago ser a melhor universidade de Economia do mundo, eis um ranking da REPEC que afirma o contrário (aguardo evidência que o desminta):

    Top 20% Economics Departments, as of August 2008
    These rankings take only into account institutions registered in EDIRC and authors registered with the RePEc Author Service and the institutions they claimed to be affiliated with. For Economics Departments, these are 1281 institutions. Institutions need satisfy the following criteria to be included: Institutions having the following words in its name or its name translation on EDIRC: Economics and one of School, Department, Division or Faculty.
    For the worldwide rankings, see here: top 5% authors or top 5% economics institutions.

    More rankings. The data presented here is experimental. It is based on a limited sample of the research output in Economics and Finance. Only material catalogued in RePEc is considered. For any citation based criterion, only works that could be parsed by the CitEc project are considered. For any ranking of people, only those registered with the RePEc Author Service can be taken into account. And for rankings of institutions, only those listed in EDIRC and claimed as affiliation by the respective, registered authors can be measured. Thus, this list is by no means based on a complete sample. You can help making this more comprehensive by encouraging more publications to be listed (instructions) and more authors to register (form). For more details on the various rankings that are available as well for documentation, follow this link. The rankings below are aggregate rankings from 31 different ranking methods, excluding worst and best method. See links above for details.
    Top 20% Economics Departments
    Please note that rankings can depend on the number of registered authors in the respective institutions. Register at the RePEc Author Service.
    Rank Score Institution
    1 1.09 Department of Economics, Harvard University, Cambridge, Massachusetts (USA)
    2 2.2 Department of Economics, Princeton University, Princeton, New Jersey (USA)
    3 3.75 London School of Economics (LSE), University of London, London, United Kingdom
    4 3.9 Department of Economics, University of California-Berkeley, Berkeley, California (USA)
    5 4.98 Department of Economics, University of Chicago, Chicago, Illinois (USA)
    6 5.58 Economics Department, Massachusetts Institute of Technology (MIT), Cambridge, Massachusetts (USA)
    7 6.21 Department of Economics, New York University, New York City, New York (USA)
    8 6.29 Department of Economics, Oxford University, Oxford, United Kingdom
    9 8.31 Department of Economics, School of Arts and Sciences, Columbia University, New York City, New York (USA)
    10 12.52 Department of Economics, Stanford University, Palo Alto, California (USA)

    Sobre o Paulo Guedes: no artigo ele não fala que é contra a intervenção…

    Asmodeu

  102. Alex,
    Perdão pelo atraso no comentário, mas acabo de chegar no post via outro, no blog do Angelo)… Sobre a não necessidade de baixar os jutos para conter a inflação – devido a queda de atividade – uma pequena ilustração. Em setembro, o preço da gasolina aqui no estado (Carolina do Norte) estava acima dos 4 dólares. Hoje, dia 14/11, já estamos em $2,19 e caindo… Até a semana passada, estava caindo cerca de 10 cents por semana. Esta semana, tive a impressão que se acelerou um pouco. No sábado estava $2,49; no domingo $2,39; no meio da semana $2,29 e hoje (sábado) já estamos em $2,19. Em alguns lugares, parece que já é possível encontrá-la por menos de 2 dólares.
    Reflexo da queda no petróleo que, com isto, já traz seus efeitos sobre a inflação. Creio eu,que o reflexo não vem apenas do petróleo, mas também do nível de atividade, que já começa a emitir seus sinais.
    Abraços!

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