O fim do que nunca foi

“Quando o Governo pede que paguem pelos erros de Wall Street, não parece justo” disse o presidente norte-americano, George Bush, enquanto pedia nada menos do que isto. Se reconhece a injustiça, por que, então, o governo americano, como tantos outros, enfrenta o custo econômico e político de se envolver numa operação complexa, quando poderia anunciar que se trata de problema privado, que caberia ao setor privado resolver?

A resposta é, até certo ponto, simples: o governo americano (mas não, aparentemente, o Congresso) acredita que o custo do resgate é inferior ao da alternativa. O plano envolveria a troca de US$ 700 bilhões de títulos públicos por papéis lastreados em hipotecas pertencentes aos bancos. Caso estes últimos valham zero (hipótese extrema, mas que ajuda a simplificar o raciocínio) o custo do resgate seria exatamente US$ 700 bilhões, ou cerca de 5% do PIB.

Já o custo de não fazer nada (ainda sob a hipótese de valor zero) seria uma redução adicional de US$ 700 bilhões do capital dos bancos. Bancos, porém, ofertam crédito como um múltiplo de seu patrimônio (a famosa “alavancagem”) e, portanto, a redução de crédito seria um múltiplo de US$ 700 bilhões. Supondo (conservadoramente) uma alavancagem de 10 vezes, falamos de uma contração de US$ 7 trilhões, algo como 50% do PIB. Não é preciso muito para concluir que os EUA podem passar por uma recessão bíblica, mesmo se os bancos sobrevivessem para contar a história.

Assim, justa ou injustamente, quando a situação chega aonde chegou, a verdade é que o governo deixa de ter opções: ou resgata o sistema financeiro, ou vive uma crise ainda maior. Obviamente, sabendo disto, bancos têm incentivos para se engajar em operações arriscadas: caso as apostas funcionem, ficam com os ganhos; caso percam, sabem que ao menos parte dos prejuízos será paga pela sociedade.

Estas circunstâncias envolvem temas complexos do ponto de vista teórico. Não apenas o governo não consegue se comprometer com uma promessa de não salvar os bancos como, por este motivo, gera incentivos errados em termos de atitudes com relação à tomada de risco. Por este motivo, a única alternativa que sobra ao poder público é não permitir que a situação chegue a este ponto e os instrumentos para isto são regulação e fiscalização, lição que há muito se sabe, mas que parece ter sido solenemente ignorada no caso em questão.

A crise que observamos hoje, portanto, tem origens mais prosaicas do que certos analistas parecem acreditar. Não resulta das “contradições inerentes ao capitalismo”, nem implica o fim do credo liberal. Resultou, sim, de uma regulação inadequada (que, por exemplo, admitiu que bancos mantivessem estruturas fora do seu balanço, além do alcance dos órgãos reguladores e fiscalizadores), e de fiscalização frouxa, aparente na queda dos padrões de análise de crédito, permitindo que famílias tomassem crédito além de sua capacitação. Não por acaso, onde regulação e fiscalização foram mais adequadas, os efeitos da crise têm sido muito menores.

E não é verdade, por fim, que a inevitável mudança de regulação/fiscalização que iremos testemunhar marque o fim do laissez-faire, pela simples razão que há muito não existe laissez-faire no sistema financeiro. Devido a problemas como os mencionados acima, não há sistema financeiro no mundo que não seja regulado. A questão não é, pois, saber se devemos regular o sistema financeiro, mas sim como desenhar a regulação para equilibrar benefícios da expansão de crédito e os riscos que esta acarreta.

(Publicado 01/Out/2008)

39 thoughts on “O fim do que nunca foi

  1. Concordo plenamente que o risco da inação é enorme, dada a displicência com que o problema foi tratado todos estes anos. Por outro lado, a reação moral ao pacote é plenamente justificada: as pessoas, boa parte delas com problemas de renda (ou seja, de sobrevivência, raciocinam que ainda terão que tirar dinheiro do bolso e ajudar a bancos, entidades que consideram cheias de dinheiro e recursos. Além disso, vêem toda a situação como um imbroglio cheio de venalidade, incompetência, cumplicidade entre um governo de direita e o sistema financeiro. Resumindo, dizem: devo pagar pela festa dos outros ou ver o mundo acabar ? Escolhem a segunda alternativa. Não exergam a questão teórica (há muito inexistente no sistema econômico corrente), apenas a questão moral; e esta deveria orientar os economistas, porque sem esta, a eliminação dos indesejáveis por Hitler se torna fiscalmente responsável.

  2. Alexandre, parabéns pela coluna de ontem na Folha.

    Você não acha que pode acontecer algo similiar (porém em escala muito menor) no Brasil?

    Afinal de contas, podemos observar que hoje os aposentados possuem sua renda toda comprometida com empréstimos consignados. Temos também estes prazos malucos de financiamento de automóveis. Todo santo dia me liga algum banco me oferecendo crédito (na maioria das vezes o valor diponível é muito maior do que a minha renda permite)

  3. Alex uma observacao sobre o efeito da alavacangem: muito dos emprestimos bancarios se deram endogenamente ao sistema financeiro. Que resultou “nissoquitai'”. Portanto a economia “real” nao seria afetada no valor cheio do multiplicador dos 700 bi. Nao ter numerario para emprestar pra hedge fund especular com commodities e’ uma boa coisa.

    A teoria de que caso deixado por si so’ o mercado encontra suas proprias solucoes se comprovou falaciosa. Que o especulador tem uma funcao social importante de dar liquidez ao mercado tambem. Isso leva a crises sistemicas, basta haver liquidez suficiente. No inicio da decada os ganhos do mercado financeiro americano correspondiam a 0.75% do PIB. Em 2006 foram 2.1%. Ajudou em alguma coisa? Gerou riqueza? Nao, so’ devastacao. Qual o beneficio social trazido pelos investment banks? NENHUM.

    Como os beneficios e os custos de uma crise financeira de largas proporcoes sao assimetricamente distribuidos pelas camadas da piramide social, sugiro que as regulacoes que vao fatalmente surgir desse embroglio tenham um norte etico. Alias, se nao se faz regulacao etica, acaba se fazendo regulacao casuistica, como o de proibir shorting de acoes financeiras.

    Qual seria esse norte etico? Simples: Os membros mais fracos na sociedade tem o DIREITO de nao serem expostos a uma crise financeira sistemica. A filosofia acanalhada do Greenspan de que e’ mais vantajoso para o conjunto da sociedade deixar a bolha formar e depois cuidar dos seus efeitos, justamente pela assimetria da distribuicao relativa de beneficios e custos, nao passa de uma obra-prima de picaretagem.

    Ate’ nesse ultimo fim-de-semana eu era a favor do bail-out. Mas agora acho que ele e’ muito perigoso, pois ha’ uma grande chance de ser insuficiente. Neste caso, com a perda de confianca nas agencias governamentais, podera’ sobrevir o caos. Acho portanto mais prudente que se espere mais um pouco, ate’ que o mercado se desinfle o suficiente para que o governo tenha cacife pra resolver a situacao de uma vez por todas.

    Finalizando, tenho o palpite de que na Europa a coisa e’ ainda mais seria. Porque nos US os CDOs sao primariamente lastreados por uma casa. O imovel nunca valera’ zero. Na Europa eles sao basicamente “sinteticos”, com muitos CDOs de CDSs. Como misery likes company, os bancos europeus sao em geral MUITO mais alavancados que os americanos. UBS e Credit Suisse, por exemplo, em Agosto tinham um asset-to-equity ratio de 40. O Lehman Bros em seu pico era de 33.

    Um grande abraco

    Kleber S.

  4. Parabens Alexandre,
    mais uma vez.

    Um lado ruim desse debate é que parece que tem economista (?) mais preocupado em derrubar teorias divergentes do que pensar com clareza, aprendendo, discutindo possiveis solucoes. Esse falatório de que “essa teoria, aquele modelo morreu”, não tem nada de ciência. Parece-me um bando de torcedores fanaticos que torcem somente contra o adversário e jamais a favor do próprio time.

    Shalom Adonai.

    G.Howe.

  5. Pegando carona no comentário de Gutemberg, queria registrar o absurdo grau de cretinice contido no artigo de Sicsú no Valor de hoje.
    Creio, infelizmente, q a única solução p os problemas graves (principalmente de caráter) de Sicsú seja a aplicação de 500 chibatadas.

  6. Bom post!

    Supor uma alavancagem de 10x ainda é bem conservador se tratarmos de EUA, esse numero deve ser ainda maior, mesmo havendo uma possivel mudança de regulacao.
    Tem ainda o efeito na economia real, ou seja, uma empresa que investe $1 gera $1,5 (por exemplo)de riquesa ao longo do tempo, portanto esse financiamento traria um beneficio por varios anos

    ED

  7. Alex eu insisto em dizer para você que essa crise não foi culpa do mercado e sim do FED que baixou demais as taxas de juros durante muito tempo provocando uma busca por maior rentabilidade no mercado.Deu nessa crise.

    O governo é mais imperfeito que o mercado.O melhor para essa crise seria o mercado deixar resolver isso sozinho,sem intervenção do FED.Se tivéssemos um sistema de moedas privadas essa crise não teria acontecido.

    ABS Caio

  8. Alex,

    Concordo em partes com voce, ficou muito bem explanado. Mas ainda me restam duvidas.

    3 perguntas:

    -Se o governo é ineficiente, ele também não seria em sua fiscalização/regulação.

    -Mesmo que o governo regule, ainda assim não há a possibilidade real de que os bancos, por meio de manobras juridicas e economicas, consigam driblar tais regulações/fiscalizações?

    (a última é a mais radical)
    -Sendo o dinheiro um bem público não seria melhor que o seu mercado esstivesse em poder do governo? Não é a mesma coisa faltar dinheiro na economia que faltar tomates.

    Mais uma que me veio agora, voce não acha que o comportamento do capitalismo, por sua propria natureza, seja cíclico?

    Abraços

  9. Esqueci de perguntar mais uma coisa:

    Não deve estar praticamente impossível de localizar tais “títulos podres” por conta de muitos deles serem “empacotados” (varios titulos de divida transformada em uma so? Isso sem contar securitização e resecuritizações?

    Abraços

    Bernardo

  10. Quer dizer que não implica o fim do credo liberal???
    Fim, fim, pode até não ser, mas que abala as teorias liberais, isso não há dúvida. Ou essas teorias pregavam por regulação e maior fiscalização do Estado nos mercados?
    O mercado se auto-regula ou não?
    Será que até os liberais não acreditam nas suas idéias.
    F.

  11. O que você acha da saída comentada por Krugman, Roubini e outros?
    Acho que ela implica uma intervenção significativa e regulação imediata do setor bancário.
    Na alternativa anterior, o Tesouro compra os títulos podres por algum preço, verifica o valor real de mercado e assume os prejuízos às custas do contribuinte. Depois pensa como regular o sistema financeiro.
    Nesta nova alternativa, os bancos, acionistas e grandes depositantes, junto do Tesouro, se tornam responsáveis por solucionar esse problema em conjunto. O Tesouro capitiza os bancos, vira acionista (equity) e força os banqueiros a arrumar a casa antes de vender suas participações. Isso pode implicar anos seguidos de dividendos reduzidos para os executivos e não liberar o capital dos bancos até que uma solução razoável tenha sido obtida. Desta forma, os banqueiros, acionistas e depositantes também pagam pelo caos que ajudaram a formar e não apenas o contribuinte.
    Pessoalmente, acho esta solução mais justa e radical.
    Pensar que nenhum economista ortodoxo jamais cogitou uma intervenção das autoridades monetárias no mercado de títulos é interessante….agora é isso ou isso. Não adianta mais dar liquidez no mercado interbancário que a preferência absoluta pela liquidez dos bancos se encarrega de não repassar esses recursos e interromper os circuitos existentes de financiamento.
    Fred

  12. Alex as hipotecárias gigantes Fannie Mae e Freddie Mac eram empresas semi-estatais, criações do governo que contavam com garantias do governo. Na década de 1990, o Congresso afrouxou as restrições de crédito dessas empresas, para aumentar sua habilidade de emprestar em áreas mais pobres. Em 1994, o Community Reinvestment Act, de 1977, foi renovado, obrigando os bancos a emprestar certo percentual do total em suas comunidades locais, especialmente quando eram comunidades pobres. O Congresso explicitamente pressionou as hipotecárias na direção de mais empréstimo para expandir a posse de casas no país. Os incentivos políticos distorceram a alocação de capital, contribuindo para a criação da bolha imobiliária. A política de baixos juros mantida durante longo período pelo Federal Reserve jogou gasolina no fogo.

    Em 2004 e 2005, com os escândalos contábeis da Fannie Mae e Freddie Mac, as empresas aceitaram expandir seus empréstimos ainda mais para clientes de baixa-renda. Ambas aceitaram comprar montantes maiores de crédito subprime, estimulando a oferta por parte dos bancos. De 2004 a 2006, o percentual de empréstimos nessas categorias mais arriscadas cresceu de 8% para 20% de todas as novas hipotecas. Sem dúvida os bancos e especuladores foram gananciosos ao apostar nesses produtos mais arriscados, assim como os indivíduos de baixa-renda que assumiram tais hipotecas. Mas não podemos ignorar que eles estavam respondendo aos incentivos criados pelas intervenções do próprio governo. Não foi o livre mercado que gerou essa situação, mas a intervenção estatal. Quando algumas empresas erram suas apostas isoladamente, isso faz parte do capitalismo, de seu processo de “destruição criadora”. Mas quando todos erram ao mesmo tempo, podemos dizer com quase certeza que há o dedo do governo nisso.

    Por isso que afirmo que você esta errado ao defender a intervenção do estado para resolver esse problema.O Próprio sistema se recupera sozinho sem precisar da intervenção estatal.

    Sugiro que você faça uma leitura do artigo de Steven Horwitz, do departamento de economia da St. Lawrence University. Escrita de forma bastante didática, o artigo mostra com inúmeros dados e argumentos mostrando que não foi o livre mercado que falhou, pois a crise ocorreu justamente em um dos setores com mais intervenção do governo.

  13. Sempre que há um caso de grandes perdas por operações fora do balanço surgem justificáveis “rompantes” regulatorios e de supervisão. Evidentemente o caso atual é bem maior do que o LTCM; aparentemente não é uma situação de fraude como Enron e há sinais de crise sistêmica. Mas a sensação de déjà vu é inevitável. Porque desta vez será diferente ? Pensando em nosso mercado, o que o BC está fazendo para regular os FIDCS ??

    abrs

    Fabio

  14. “O mercado se auto-regula ou não?”

    Não. Obviamente, não. Ululantemente, não.

    Se há falhas de mercado, há espaço para intervenção/regulação em teoria. Se há motivos para achar que essas falhas são mais significativas do que as do processo político/regulatório, há espaço em termos práticos. Ponto.

    Nenhuma novidade aí. Até Adam Smith já sabia que “o mercado se auto-regula” está errado. (Noves fora os escola-austriaca-ófilos , spdg).

    Transformar uma questão técnica (qual a melhor forma de regular?) em uma questão de torcida (deve ou não haver regulação?) é o primeiro passo para o abismo. Minha sugestão: faça como eu, canalize suas paixões de torcedor para o futebol, torça para o Mengão ser hexa e seja cuidadoso na hora de fazer ciência.

    Abs a todos.

  15. Apesar de o Caio estar certo sobre a acao perversa da pressao politica sobre Mac n Mae, esta acao nao foi preponderante na criacao do desastre. Havia uma pressao muito grande para fazer a enorme liquidez existente render o maximo possivel. Eu conheco gente de todo lado desse mercado, cliente subprime, agente imobiliario, pessoal de mortgage originator e de bancos. As estorias sao coincidentes: a pressao pra maximizar lucros levou meio mundo a enganar quem queria ser enganado. Foi o equivalente aos pais irem passar o fim de semana fora, deixarem a geladeira cheia de cerveja e falar pros filhos adolescentes se divertirem. Weeeell, na segunda-feira nao iria ser muito coerente reclamar da devastacao, certo?

    Foi irresponsabilidade geral. Dava pra ter evitado o problema caso nao houvesse bebida disponivel, no caso a liquidez criminosa que o bandido do Green criou no sistema.

    Abracao

  16. Prezado Caio, só lembro que pelo laisser-faire, em 1929 a crise foi enorme e levou-nos à II guerra. Ler um pouco Marx não faz mal a ninguém… . Também não esquecer que uma das maiores economias atuais tem controle centralizado e estatal.

    Um abraço.
    Kremer,C.

  17. Alex você é um dos mais conceituados economistas do Brasil ,não se misture com a quermesse para defender a intervenção do FED/TESOURO na economia.

    Você deve saber que essa crise foi causada pelas baixas taxas de juros provocadas por Greenspan que estimulou a busca por rentabilidades maiores,aonde se criou esses produtos.Se Greenspan tivesse feito uma política monetária responsável essa crise não teria acontecido.Os EUA já estão com problema de inflação essa recompra de títulos vai colocar mais fogo na gasolina aumentando a inflação devido ao aumento da oferta monetária.O melhor é você deixar quebrar pois faz parte do mercado,depois que as instituições quebram elas se recuperam mais rapidamente.

  18. Alex, voce diz: “Já o custo de não fazer nada (ainda sob a hipótese de valor zero) seria uma redução adicional de US$ 700 bilhões do capital dos bancos. Bancos, porém, ofertam crédito como um múltiplo de seu patrimônio (a famosa “alavancagem”) e, portanto, a redução de crédito seria um múltiplo de US$ 700 bilhões. Supondo (conservadoramente) uma alavancagem de 10 vezes, falamos de uma contração de US$ 7 trilhões, algo como 50% do PIB. Não é preciso muito para concluir que os EUA podem passar por uma recessão bíblica, mesmo se os bancos sobrevivessem para contar a história.”

    Me tire uma duvida: Acima, voce demonstra o custo de não fazer nada. Mas qual o custo de uma redução de 700 bilhões no consumo das familhas, com este plano? O problema so não mudaria de lugar? De um lado , o credito será (sendo otimista) mantido, mas de outro, o consumo das familias não irá despencar em 700 bilhoes?

    abraços!

  19. “Os EUA já estão com problema de inflação essa recompra de títulos vai colocar mais fogo na gasolina aumentando a inflação devido ao aumento da oferta monetária.”

    Caio, o que é um peido pra quem já tá cagado?
    Ou seja, inflação é um problema irrelevante estando a beira de uma depressão. Alem do que a recessão (mesmo com pacote) vai ser suficiente pra segurar os avanços dos preços.

    ED

  20. Alex olhe o Ranking das melhores escolas de economia do mundo.

    1 Harvard U USA 210.7 121
    2 U Chicago USA 159.3 94
    3 Massachusetts Institute of Technology (MIT) USA 136.8 65
    4 U California – Berkeley USA 134.9 93
    5 Princeton U USA 118.3 52
    6 Stanford U USA 114.3 92
    7 Northwestern U USA 112.9 68
    8 U Pennsylvania USA 110.9 78
    9 Yale U USA 108.9 60
    10 New York U (NYU) USA 105.1 82
    11 U California – Los Angeles (UCLA) USA 94.9 70
    12 London School of Economics (LSE) UK 94.9 74
    13 Columbia U USA 93.2 85
    14 U Wisconsin – Madison USA 69.5 53
    15 Cornell U USA 68.6 66
    16 U Michigan – Ann Arbor USA 68.0 66
    17 U Maryland – College Park USA 67.4 65
    18 U Toulouse I (Sciences Sociales) France 65.3 34
    19 U Texas – Austin

    http://www.econphd.net/rank/rallec.htm

    Chicago é contra esse plano do governo de salvar os bancos.

  21. Putz Caio, você matou a primeira aula de economia: TRADE-OFF! Economistas consideram simultaneamente custos e benefícios!

    Você só saber repetir os benefícios de deixar quebrar. Todos sabemos que existem tais benefícios (incentivos, não gastar dinheiro público e tais), mas que tal um mínimo exercício intelectual e comparar com os custos dessa escolha?? Que, aliás, são muito mais difíceis de estimar… vc é da FGV-RJ? O Fragelli parou de ensinar trade-off em introdução à economia?

  22. Caio,

    A Universidade de Chicago agora escreve opinião econômica como pessoa jurídica?
    O que eu li foi um texto do Zingales criticando o plano de comprar títulos podres, sugerindo, em troca, uma reavaliação forçada dos títulos das instituições devedoras, simulando uma concordata (chapter 11). Aliás, seria interessante ver a opinião do Alex a essa alternativa sugerida pelo Zingales.
    E sugiro que você preste mais atenção no Fragelli e menos na turma de Viena que disputa com a UNICAMP o título de quem é mais ignorante em matemática…

    De resto, um abraço a todos,

    Edson M.

  23. Ok, agora ficou claro. O Caio discorda da análise de trade-offs.

    Dessa forma, fica realmente mais fácil fazer escolhas. Proposta para avaliar o bail-out:

    Custos: fornece incentivos errados; o "sistema" se recupera mais lentamente; "destruição criativa" perde força; gasto de dinheiro público; entre outros.

    Benefícios: para facilitar, vamos ignorá-los.

    Conclusão: custos > benefícios.

    De fato, Viena e Campinas estão em pé de igualdade.

  24. Pelo que andei vendo esse plano tem críticos em ambos os extremos da esquerda e da direita. Esse pacote é uma meia sola que tem mais de teorema do eleitor mediano do que de teoria econômica.

  25. “(…) apenas a questão moral; e esta deveria orientar os economistas, porque sem esta, a eliminação dos indesejáveis por Hitler se torna fiscalmente responsável.”

    Esta foi rápida. Normalmente precisamos de várias rodadas na discussão para que Hitler apareça na conversa.

    “3 perguntas:

    -Se o governo é ineficiente, ele também não seria em sua fiscalização/regulação.

    -Mesmo que o governo regule, ainda assim não há a possibilidade real de que os bancos, por meio de manobras juridicas e economicas, consigam driblar tais regulações/fiscalizações?

    (a última é a mais radical)
    -Sendo o dinheiro um bem público não seria melhor que o seu mercado esstivesse em poder do governo? Não é a mesma coisa faltar dinheiro na economia que faltar tomates.

    Mais uma que me veio agora, voce não acha que o comportamento do capitalismo, por sua propria natureza, seja cíclico?”

    Respostas:

    1) Sim. Aliás, falhou na regulação e fiscalização. Por este motivo que há todo um debate teórico tentando oferecer bases mais sólidas para estas atividade.
    2) Sim, o que só reforça o ponto (1).
    3) Não entendi a pergunta. O “dinheiro” é monopólio do setor público.
    4) Sim. Mas isto não é novidade. O que se quer saber é por que.

    “Fim, fim, pode até não ser, mas que abala as teorias liberais, isso não há dúvida. Ou essas teorias pregavam por regulação e maior fiscalização do Estado nos mercados?
    O mercado se auto-regula ou não?
    Será que até os liberais não acreditam nas suas idéias.
    F.”

    F:

    Só o Caio acredita em auto-regulação de mercados financeiros. Economistas neoclássicos como este que escreve defendem regulação pelos motivos que expus nos últimos posts. Aliás, Friedman defendia regulação do mercado financeiro.

    “O que você acha da saída comentada por Krugman, Roubini e outros? (…) Nesta nova alternativa, os bancos, acionistas e grandes depositantes, junto do Tesouro, se tornam responsáveis por solucionar esse problema em conjunto. O Tesouro capitiza os bancos, vira acionista (equity) e força os banqueiros a arrumar a casa antes de vender suas participações.”

    Fred:

    Acho uma boa idéia. Tenho cá minhas dúvidas sobre a estratégia de saída, mas poderia ser um caminho.

    “Pensando em nosso mercado, o que o BC está fazendo para regular os FIDCS ??”

    Fabio: a partir de Jan-09, a cessão de créditos, caso haja direito de retorno, exige capital, ou seja, não há como fazer a arbitragem regulatória das SIVs para alavancar o balanço além dos limites de Basiléia.

    “Se há falhas de mercado, há espaço para intervenção/regulação em teoria. Se há motivos para achar que essas falhas são mais significativas do que as do processo político/regulatório, há espaço em termos práticos. Ponto.”

    Perfeito Pedro. É isso aí.

    “Alex você é um dos mais conceituados economistas do Brasil ,não se misture com a quermesse para defender a intervenção do FED/TESOURO na economia.”

    Obrigado pela preocupação Caio, mas eu já sou bem crescidinho para diferenciar a quermesse da análise econômica.

    “Me tire uma duvida: Acima, voce demonstra o custo de não fazer nada. Mas qual o custo de uma redução de 700 bilhões no consumo das familhas, com este plano? O problema so não mudaria de lugar? De um lado , o credito será (sendo otimista) mantido, mas de outro, o consumo das familias não irá despencar em 700 bilhoes?”

    Não há porque o consumo despencar. Não há “crowding out”, porque se trata de troca de ativos, não de aquisição de bens e serviços.

    Abs

    Alex

    P.S Dias difíceis. Não dá para responder todos os comentários.

  26. Muito engraçado ver gente falando de maneira tão simplista caricaturada da Escola Austriaca. Aposto que nunca abriram um livro sobre esta corrente.

    Engraçado, principalmente por causa do periodo em que vivemos hoje. Pois esta é a unica Escola que tem a mais de 50 anos tem uma explicação para o que esta acontecendo. Explicação integrada a todos os conceitos de sua doutrina: A Teoria Austriaca dos Ciclos Economicos.

    “Ao invés de facilitar a inevitável liquidação dos investimentos errôneos que foram induzidos pela expansão econômica dos últimos três anos, todos os meios imagináveis têm sido utilizados para impedir que o processo de reajustamento ocorra; e um desses meios – que tem sido repetidamente tentado, ainda que sem sucesso, desde os primórdios até os mais recentes estágios da depressão – é justamente a política da expansão deliberada do crédito…

    “Combater a depressão por meio de uma forçosa expansão do crédito é tentar curar o mal fazendo uso do próprio meio que o criou; por estarmos sofrendo de uma crise oriunda de uma má alocação da produção, estamos querendo criar ainda mais más alocações – um procedimento que servirá apenas para levar a uma crise muito mais severa assim que a expansão creditícia acabar…. É provavelmente por causa desse experimento, bem como por causa das tentativas de se impedir quebradeiras logo que a crise surgiu, que estamos vivenciando uma depressão de duração e severidade excepcionais.” Hayek, em 1932.

    Muitos problemas causados pela expansão da moeda não podem ser demonstrados matematicamente ainda. Como por exemplo, a má alocação de fatores de produção. Na ausencia de uma explicação matematica, alguns infelizes simplismente dizem que “o problema nao existe”, e consequentemente insistem em defender mais impressão de papel.

  27. Incrível: Hayek escreveu culpando a tentativa de expansão do crédito à longa duração da depressão… num momento em que a base monetária e os meios de pagamento estavam DESPENCANDO. Como a análise matemática do Friedman demonstrou depois… e creio que o Hayek não tomava vacina, pois elas são feitas a partir dos mesmos vírus que causam a doença.
    De resto, as citações de Mises e Hayek que o pessoal “austríaco” faz é de fanatismo semelhante ao que a quermesse faz a Keynes ou mais radicais da quermesse fazem ao Marx.

    Edson M.

  28. O que ta havendo com esse blog, alias com esses economistas?

    Agora, isso virou uma disputa de qual escola de economia – literalmente – vai resolver, ou apresentar a melhor solução para a crise.Até ranking tem! E um monte de gente citando Misses, Hayek, Caetano Veloso, Nostradamus…
    Sinceramente, tem gente que parece que nem leu o post original pois acusa o Schwartsman de coisas que ele nem mencionou!!??

    Então, eu tambem vou deixar uma grande citação aqui:

    “AO VENCEDOR, AS BATATAS”.

    E tenho dito.

    G.Howe

  29. Acho que estamos no fim dos tempos: o Brasil dando exemplo de conduta ao mundo (proer). Com os conhecimentos que possuo, hoje, vislumbro como a equipe econômica do BC (acho que a mesma dos tempos do governo FHC) é extremamente qualificada e competente. Pelo menos para mim é tão lógico que o prejuízo acarretado por uma inação do Fed irá gerar um desastre econômico muito maior que os tais 700bi.

    Parabéns pelo blog, se me permite uma pergunta, gostaria de saber porque verdadeiro analfabeto (o cara é totalmente alienado, desorientado) como o Bresser Pereira possue tanto prestígio no Brasil?

  30. Caro anômimo das 01:29.
    Creio que o caso do Bresser é bastante peculiar.
    Ele escrevia as besteiras dele há tempos. Aí, ele foi para o governo FHC ser Ministro do Planejamento, e passou a escrever textos sensatos sobre reforma do Estado. Parecia mais um caso de ex-esquerdista que se rendeu à realidade.
    Porém, foi ele sair do governo e o grau de insanidade voltou com intensidade máxima. Na metodologia quantitativa da “Dança do Créu” (adequada ao nível intelectual da quermesse), seria insanidade na “velocidade 5”.

  31. Navegando neste blog cheguei a seguinte conclusão: Um bando de arrogantes,prepotentes e mal-educados.
    Outros,se acham…bobalhões!
    Está provado: O mercado precisa ser regulamentado.
    O mercado(sozinho) não promove o bem-estar social.
    Em um mercado virtual alimentado por especuladores,não teria vida longa.Faltou oxigênio.
    “O sonho acabou”, como declarou o ex-beatle J. Lennon em 1970.E, como sempre, a conta da farra será paga pelos chamados emergentes e seus pares(o povão).

  32. “Navegando neste blog cheguei a seguinte conclusão: Um bando de arrogantes,prepotentes e mal-educados.
    Outros,se acham…bobalhões!”

    Eu me incluo entre os arrogantes, prepotentes e mal-educados. Pode ficar no outro grupo…

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