Abração de quebrar costela
Seguem abaixo alguns comentários do Kléber. Estava ficando difícil seguir na janela de comentários. É pra rir, mas, principalmente, pra pensar. Como vocês Kléber S (e abraço de esmagar pulmão):
I –
O valor das acoes obviamente nao afeta o equity. Mas tem tido ligacao com o credito. O spread em CDSs tem andado de maos dadas com o preco das acoes. Dificil saber quem empurra quem, mas o fato e’ que a queda do preco das acoes torna as chamadas de capital mais diluidoras das outstanding shares. O que nao ajuda o credito nem um pouquinho. Uma das grandes bobagens que os grandes bancos daqui fizeram foi nao chamar capital early enough in the game.
A marcacao a mercado vale para os bonds emitidos pelas firmas tambem. E’ um jeito perverso de melhorar o seu balance sheet. Os falecidos bancos de investimento de WS mitigaram substancialmente suas perdas by booking gains com a queda do valor de seus bonds.
Mudando o assunto, agora ficou claro como muitas empresas brasileiras deram uma de Luzia atras da horta no negocio de hedging. A Coreia esta’ se entubando precisamente por causa disso. E’ o tal do kiko (knock-in knock-out, que seria melhor chamada caso o nome fosse kick-in knock-out). Curiosamente esse produto apareceu, ou se tornou popular, em 2006, e em paises de longa apreciacao de suas moedas. Enquanto o cambio se situa dentro da banda contratada, como a moeda local se aprecia de forma lenta e continua, o comprador do contrato acaba vendendo dolar por taxa acima do mercado. Parece ate’ um free lunch. Os bancos vendedores dos contratos pareciam ate’ instituicoes de caridade, doadores de dinheiro. So’ que quando o cambio SAI da faixa, o comprador tem de pagar a diferenca em dobro. Sera’ que os bancos inventaram esse instrumento desavisadamente, sem contar com a desvalorizacao brusca de moedas emergentes? Ho, Ho, HO, conta outra! Eles e’ que fizeram um hedging de seus lucros com a tigrada emergente. Pois eles sabiam quem estava financiando a galera: eram eles! Portanto as moedas so’ iriam para a cucuia caso ELES puxassem o carro. Como eles tinham estes instrumentos em maos, ao perderem o lucro dos emprestimos com o credit crunch, deram um ultimo aperto na laranja para tirar o resto do suco.
Dai’ a minha sugestao para o novo nome: at first the banks kick-in the money, then the knock-out the customers.
Um grande abraco aos amigos
PS: Meu sonho e’ abrir um sopao no centro de Zurich. A grana que o governo emprestou ao UBS e’ equivalente a 15% do PIB! O balance sheet de UBS mais Credit Suisse e’ de 6 vezes o PIB suico! Fiquem de olho nos anoes!
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II-
A chamada de capital deveria ter sido feita no ano passado. As acoes do LB estavam em torno de 60 dolares. Eles SABIAM da propria situacao. Entao era para ter feito um deleveraging via aumento do equity. Mas isso iria diluir o share holder value. Entao eles tentaram sair de fininho, via encolhimento do balance sheet. So’ que como a liquidez do lixo radioativo era baixa, acabaram nao tendo eficacia nenhuma. O Bear Stearns NAO foi salvo. No pacote original do Ben, as acoes foram valorizadas por 2 (dois!) dolares. Posteriormente, para evitar lawsuits, o JP concordou com 10, o que enfureceu a patota do Fed. Na verdade quem foi salvo na jogada do BS foram os debt-holders, assim como os counterparties, do falecido.
Em primeiro de abril, no rally farsesco que mencionei anteriormente, Lehman e UBS ANUNCIARAM chamada de capital, a que o rally foi atribuido pelos “experts” do mercado. “This was saluted by the market as the end of the crisis”, disse um deles. Bom, hoje a gente sabe que nao foi bem assim.
Os “anoes” nao teriam como agir no valor dos ativos do UBS. Mas eles podem agir comprando CDSs. ‘A medida em que ha’ uma corrida para seguro de credito de um fulano qualquer, o spread dos juros a serem pagos por esse fulano no mercado sobe. Num certo momento ele fica sem credito na praca. Nao sobra outra alternativa senao recorrer ao seu Banco Central. Mas se o balance sheet do banco e’ muito maior que o PIB do pais de origem, a velha pergunta volta ‘a tona: “Where in the hell is the fuck-ng money coming from?”
A tchurma ta’ tirando o olho da bola. O problema todo desta crise e’ o CDS, nao os pobres dos subprimes. Eles foram so’ o estopim. CDSs sao chamados de “seguro de credito”, o que na verdade e’ uma falacia. Por que? Por duas razoes:
1- Seguro so’ pode ser feito por seguradora, que tem regulamentacao sobre reserva de capital. Muito neguinho estaria fora desse mercado.
2- Seguro so’ pode ser feito pela parte diretamente interessada, ou com autorizacao do terceiro. Ja’ pensou se a tchurma pudesse fazer seguro de vida sobre voce, sem sua autorizacao? Acho que ai’ ce taria morto, cumpadre, pois era so’ soltar uns trocados para um profissional do gatilho. De posse de seu atestado de obito, o contratante ficaria rico sem fazer forca, nao e’ mesmo? Isso NAO ocorre no caso dos CDSs. Eu posso fazer um “seguro” desse tipo SEM ter debito do objeto em carteira. Vai dai’ entao que CDSs sao mera APOSTAS feitas sobre um evento qualquer. Como num cassino, se eles percebem que todo mundo esta’ apostando nos Giants contra os Raiders o spread sobe, o mesmo ocorrendo no caso dos CDSs. Como esses contratos nao sao feito em bolsa ou clearing house, nao se tem controle sobre quem esta’ fazendo o que. Dai’ o meu “postulado”, de que bancos cujo balance sheet sao substancialmente maiores do que o seu backstop estao numa situacao periclitante. Veja so’ uns exemplos: Citibank 2 trilhoes em assets. Fed balance sheet, agora em 1.5 trilhao, PIB americano 14 trilhoes. UBS assets (estimativa) 1.3 trilhoes. PIB suico: 400 bilhoes. Nao tenho ideia do tamanho do balance sheet do BC suico, mas nao pode ser mais do que 100 bilhoes. Morou na jogada? Caso os “anoes” decidam que eles vao quebrar o UBS, o governo suico NAO TEM CACIFE pra guentar a parada. O Soros ficou famoso por jogar o pe’-de-ferro com o BC britanico e arrebentou com a libra ha’ anos atras.
Por enquanto esta e’ so’ uma possibilidade teorica. Mas ela existe. O meu palpite no entanto e’ que os austriacos podem dancar primeiro, apesar de nao ter numeros sobre seus bancos. O Raiffeisen, que recentemente confessou ser feliz proprietario de mikkassons da Islandia, expandiu uma barbaridade em direcao ao Leste Europeu. Li um boato de que la’ ja’ ha’ inadimplencia pra dedeu. A Hungria abriu o biquinho, o BCE ta’ pingando uns 7 bilhoes de dolares pra equilibrar a situacao. A historia e’ a mesma de sempre: moeda supervalorizada, deficit em conta corrente, o credito externo sumiu, etc, etc. Fiquemos pois com um olho na Austria.
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III-
Muito esclarecedor o seu comentário, ao menos pra mim. Mas acho que o problema com moral hazard como resultado do salvamento dos debt-holders e counterparties do Bear Sterns não é negligenciável.(Adolpho)
Voce tem toda a razao sobre o moral hazard. Mas dado o desespero da situacao, ele teve de ser sacrificado no altar da sobrevivencia. (Po, eu to retorico hoje).
Seguindo a dica do Doutrinador, dei uma espiada na nova garfada argentina. Meu, os governantes de la’ nao brincam em servico! Nao ha’ nenhum escrupulo! Numa penada a dona Kiki surrupiou todo o sistema de aposentadoria! O loco, meu! Vai cancelar bilhoes de dolares em divida publica, pois como 55 pct dos ativos dos fundos sao titulos do tesouro, a garfada permite o cancelamento. Com isso ela se financiara’ por mais algum tempo, compensando desta forma a perda de receitas com a exportacao de commodities. Isso torna ainda mais engracada a decisao do Marolinha em eliminar o dolar como moeda de troca entre os paises. Quero ver o que os bancos brasileiros farao com os pesos do saldo comercial, que antes da desvalorizacao do real era de 4 bilhoes de dolares por ano. Sera’ que o Bacen comprara’ “los miquitos”? O Marolinha vai utiliza-los como papel-de-parede em edificios publicos? Ou a eles destinara’ um fim menos nobre, nos banheiros de Brasilia?
De qualquer maneira isso encerra mais uma discussao economica idiotica, entre os discipulos do Tio Alex e a quermesse, se a politica economica brasileira nao deveria ter seguido a argentina. Eu tenho a impressao que o ministerio do Exercito deveria preventivamente realocar umas tropinhas para a fronteira sul, so’ para impedir a onda de refugiados que esta’ para vir.
* * *
IV-
Mas nao tem duvida, Alex. Eu nunca vi um povo ser tao sacaneado como o argentino. Mas parece que eles gostam, pois vivem elegendo gente desse naipe. Alias, espero que eles equilibrem a situacao ate’ o ano que vem. To sem tempo pra ir pra Argentina ate’ meados de 2009. Porque essa quebra eu quero assistir “in loco”. Parte das ferias de dezembro eu vou passar na Hungria. A outra parte na Austria. Vou trabalhar no Projeto do Sopao. To aceitando socios. O negocio e’ o seguinte:
-Nome: Pensei inicialmente em Kleber Suppen, mas como kleber em alemao quer dizer “cola”, nao acho que iria fazer muito sucesso. Ai’ decidi por BEI MAROLINHA, escrito em letras garrafais, com “alles suppen” embaixo.
-Decoracao: pintado todo de verde, com balcoes amarelos, onde o pessoal comeria ‘a moda “steht”. Pra que sentar, certo? Ninguem vai na porra de um Sopao pra jogar cunversa fora, nao e’ mesmo? Uma catraca na entrada onde o fulano iria inserir a moeda de acesso. No centro um caldeirao de 200 litros onde o cozinheiro, um negao barrigudo, com bituca de cigarro na canto da boca, de camiseta regatas, chapeu de cook, e avental sujo, cuidaria do grude. Nas paredes, retratos e frases famosas do Marolinha em portugues, com traducao para o alemao.
– O Cardapio
segunda-feira: sopa de nabos. Preparada com nabos marinados em azeite de dende, em encruzilhada, pra tirar mau olhado. Eu sei que os suicos nao acreditam nisso, AINDA. Mas vai mudar.
terca-feira: sopa de pepinos. Pepinos em profusao, de todos os tamanhos, cozidos em agua sem sal, senao a rapaziada e’ capaz de gostar.
quarta-feira: sopa de mandioquinha. Preludio para a de quinta.
quinta-feira: sopa de mandiocona. Dentro do tema, dara’ um tom bem brasileiro ao pedaco.
sexta-feira: sopa de cara’. Em parceria com a de sabado, o cliente recebera’ um cupom de desconto de 50% para a sopa do dia seguinte.
sabado: sopa de alho. Em complementacao ‘a de cara’.
domingo: consomee da Luzia. Um maco de couve diretamente da horta (entao tematica) da companheira, cozido no caldeirao do negao ate’ que todas as folhas se dissolvam, sobrando so’ o talinho. Cada prato tera’ direito a um naquinho de talo.
Preco: 2 francos-novos.
Extras: fatia de pao (amanhecido) e um copo de Tubaina, por 1 franco-novo. Quem apresentar carteirinha do falecido (UBS) paga so’ 50 centavos.
* * *
V-
Parece que a presidenta Kiki e eu temos uma coisa em comum: ambos queremos que a Argentina se dane! Hoje o governo fez grande intervencao na bolsa tambem, fazendo com que o indice Merdal recuperasse 7% das perdas em poucos minutos. Interessantemente, como as ANJP detem mais ou menos um quarto das acoes negociadas na bolsa, a estatizacao tambem coloca o governo como principal stakeholder do mercado. Isso dara’ um resultado maravilhoso. Para o governo melhorar seu balance sheet, so’ o que ele tem a fazer e’ despejar dinheiro na bolsa. Ai’ as acoes sobem, e o governo contabiliza ganhos. No mes seguinte, mais do mesmo, certo? Ate’ o dia em que ele acabe precisando de uma graninha viva, quando entao a bolsa portenha sera’ destruida para sempre.
Agora a grande pergunta: seria a MP 443, com sua autorizacao ao Bacen para fazer currency swaps com outros BCs, uma medida pra beneficiar a Argeh? Eu nao vejo grande interesse para o Fed, nem para o BCE em ter reais no caixa. Muito menos o BoJ. Ja’ nao seria o mesmo caso para os “hermanos”, nao e’ mesmo cumpadres?
O presidente Xavito deve estar um pouco meio muito nervoso. Enquanto o preco do petroleo cai por deleveraging da especulacao financeira, machuca mas nao mata. Mas a hora em que o preco cai por causa de queda no consumo, a coisa pega. Porque o oleo venezuelano e’ um dos piores do mundo! Ai’ pode ser que a reducao de compras se de mais acentuadamente na Venezuela, uma vez que os outros oleos sao mais baratos de refinar. A conferir.
Estou criando a minha propria agencia de credit rating. Apreciaria muito o input dos amigos com opinioes e informacao.
Esta agencia emitiria periodicamente o Indice Ze’ do Caixao. Cada P no rating indica um prego adicional no caixao do referido pais.
Vamos la’:
1- PPP+ – paises que ja’ morreram e nao sabem.
Argentina
2- PPP – paises com dois pes na cova.
Islandia
Belarus
3- PP+ – paises com um pe e meio na cova.
Hungria
4- PP – paises com um pe na cova.
Turquia
5- P+ – paises cavando o buraco.
Indonesia
Filipinas
Russia
Korea
Brasil
6- P – paises sob observacao.
Austria
Suica
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VII-
Tio “O”, o medico do interior navegou bem em mar de almirante. Ele e’ parte do problema atual. Assim como eu nao confiaria no Alex para fazer uma cirurgia, eu tambem acho que economia e’ pra gente do ramo, como o Malan, por exemplo. Voce tem toda a razao quando diz que esta’ na hora de botar profissionais no comando. E’ muita carga pro Henricao guentar sozinho.
Acho que a Hungria tomou a decisao desesperada de sempre. O passado nao mostra sucesso no medio prazo para medidas como essa. Continua no rating PP+. Entram com rating PP os seguintes paises:
– Balticos
– Sudeste Europeu (Croacia, Servia, Romenia, Bulgaria, Bosnia)
– Ucrania
Continuamos com forte apoio ao Aleconomics: ta’ na hora de apertar os juros, sim. Senao a situacao pode sair de controle. Alias deveriamos iniciar uma campanha extra-blog: Alex na Economia! No entanto, se o efeito Orloff com a Coreia continuar, o BC devera’ abaixar as taxas.
A Austria continua causando “concern”. O Tio “O” retratou bem a situacao do Leste Europeu. Vao ai’ alguns numeros pra rapaziada se divertir:
Deficit em conta-corrente (% do PIB):
Czech Rep – 3.4
Hungria – 4.4
Polonia – 5.4
Paises Balticos – 11
Bulgaria – 23
Outros do Sudeste Europeu – entre Balticos e Bulgaria.
Numeros sobre os bancos austriacos (em bilhoes de euros), Raiffeisen (terceiro maior) e Bank Austria (maior):
Ativos: R – 159
BA – 228
Equity: R – 8.9
BA – 15
PIB austriaco: 250
Complicometros:
1- O R tem 1.3 bi de seus ativos como “intangibles”. Que na hora do vamos ver nao compraria um prato de sopa no Bei Marolinha.
2- O BA anunciou seus mikkassons. Pouca coisa. O R declinou comentar a quantidade, so’ confirmando a posse. Cheira maaaaaaal, cheira muuuiiiiito mal.
3- Diferentemente do UBS e CS, que tem atuacao global, os bancos austriacos sao de enorme concentracao regional. Aonde? Ora, em todos esses paises “joia” que mencionamos acima.
4- As acoes do Raiffeisen International, holding das filiais do leste europeu, que perfaz 60% do valor do grupo, cairam 60% nos ultimos 30 dias.
5- Seria razoavel supor que o segundo maior banco se situe entre os dois, 190 bi de ativos, 12 de equity. Teriamos entao 3 bancos com 570 bi em ativos e 36 bi de equity, operando numa area que esta’ caindo aos pedacos, sediados em um pais de 250 bi de PIB.
Por isso, anuncio aos amigos do Tio Alex que o Indice Ze’ do Caixao da Austria continua P, mas agora com vies negativo.
* * *
VIII-
Parece que a nacao brasileira esta’ acordando do torpor marolistico a que lhe foi imbosta, digo, imposta, pelo governo (?) de plantao. Perguntas comecaram a abundar aqui no blog sobre o porvir na terra brasilis (Po, to me sentindo um autentico Mane’ Bandera). Passemos entao a alguns factoides (?) economicos do fim da semana (aparentemente infindavel) passada.
1- O RBS (Royal Bank of Scotland) reuniu o seu Board para decidir sobre uma chamadinha de capital de 12 bilhoes de LIBRAS (que por enquanto ainda esta’ bem mais alta nominalmente que o dolar) em acoes ordinarias e 5 bi em preferenciais (que nao tem nada a ver com a “ordinaria” PP da Bovespa). Estao se antecipando ‘as perdas monstruosas a serem anunciadas em subprime-related issues. O board tambem votou sobre a mudanca do nome do banco para Real Bull Shit, which by still keeping the RBS acronym, would NOT require a change in stationary.
2- A Russia, cuja capital e’ uma das cidades mais caras do mundo, e cujo salario medio e’ de 700 dolares/mes (olha o “segundo postulado” ai’, o galera!), esta’ tendo um pobreminha (para usar lingagem ptelha).
Depois da invasao da Georgia, cujo “champagne” eu recomendo fortemente, a bolsa (quem sabe agora apenas um “saquinho”) de Moscou so’ nao caiu mais por falta de espaco. Como seus oligarcas e minigarcas estao alavancados up to the wazoo, e essa alavancagem foi feita tendo acoes como garantia, a Russia tem o seguinte leque de opcoes ‘a sua frente: bail them out com o Fundo Soberano, o que potencialmente renderia uma grana preta para os decision-makers, ou estatiza the whole damned thing.
3- Gostaria muito que alguem lesse para o Marolinha o relatorio daquela firminha sueca que fabrica umas porras de uns caminhoezinhos, uma tal de VOLVO. Esta empresa liberou dados muito pouco usuais de seu orders intake from last quarter. Em comparacao com o mesmo periodo do ano passado, caiu de 41.970 para 155. E’ isso mesmo, cumpadres, nao tem erro de digitacao nao! E confirmei a noticia em every possible way. Alex, sera’ que nao tem mesmo ninguem do governo que leia o seu blog, mesmo como um espiao, que possa levar ao Marolinha a seguinte mensagem: “Iih, presidente, sujou mesmo, viu? Nao e’ nem “pequenininha gripe” nem “marolinha”. IT IS A FUCK-NG DAMNED THING THAT MAY LEVEL THE LAND!”
Mas quem sabe o Marolinha ja’ saiba, e apenas use suas declaracoes estapafurdias (quem sabe um dia a historia as julgue como criminosas) para atingir objetivos – quem sabe – inconfessaveis. Cumpadres, voces ja’ viram qualquer governo de qualquer pais do mundo (cruzive a Uganda de Idi Amin), investir dinheiro publico em CONSTRUTORA? Me RECUSO a acreditar que ninguem esta’ levando nada nessa historia! Marolinha e sua entourage estao cometendo um equivoco fatal: o publico a quem vossas excelencias (ho, ho, ho) estao se dirigindo NAO e’ o publico que os elegeu. Ao pessoal anestesiado pelas bolsas, os senhores podem falar qualquer bobagem, porque tudo o que eles querem dos senhores e’ uma esmolinha mesmo. Porem, eles, ‘a semelhanca de seu Guia, nao leem porra nenhuma! Nao vao saber o que as Bestais do governo estao bostejando aos microfones midiaticos. Mas o mercado sim, marolenses.
Voces “enganaram” esse mercado enquanto eles estavam no “me engane que eu gosto”. Mas agora que a puta ficou velha e ta’ pra morrer, nao tenham ilusoes de que algum dos clientes vai querer segurar alguma alca do caixao!
E’ a pior coisa desde 29 e ninguem SABE se vai ser menos ruim. Pode acabar sendo muito pior. Fernando Blanco fez uns comentarios muito pertinentes, na linha do “po, tao falando de trilhoes como se fosse trocado”. E’ isso ai’ amigao. Todo mundo ta’ muito preocupado em dizer como vai fazer pro dinheiro entrar no mercado, mas NINGUEM estabaleceu regras sobre o como TIRAR esse dinheiro de la’. Um erro de pilotagem e estaremos todos WEIMARIZADOS! COLETIVAMENTE. A NIVEL MUNDIAL! MAS VA’ SER GLOBALIZADO ASSIM NA PIRITUBA!
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IX-
Os queridos primos que usam parte do seu tempo para ler as mal tracadas linhas dos meus comentarios em portugues chulo, podem ter depreendido que o meu Bazofionomics tem um forte embasamento dialetico. Parte dele vindo dos filosofos naturistas (nao gosto muito de usar o termo “platonico”, para nao ser confundido com amor de broxa), parte hegeliano. Esta segunda vertente e’ perigosa como uma navalha, como debateremos um dia no blog, uma vez que a antitese seja mal estabelecida, o resultado e’ fatalmente catastrofico. Marx, o gorduxo xarlatao que o diga.
Platao escreveu uma obra monumental, A Republica, onde ele frequentemente recorre ‘a utilizacao de exemplos “graficos”, chamados de “mitos”. O “Mito da Caverna” e’ particularmente interessante. Eu ja’ recorri ‘a mesma tecnica no “mito dos adolescentes e a cerveja na geladeira”. Hoje, seguindo a mesma linha, criarei outro “mito”, mas com mais tempo para desenvolver o raciocinio juntamente com a cambada. Se interromper antes do final, e’ porque a bateria dessa porra desse Blackberry esta’ acabando.
Entao vamos la’, mocada. Tratemos pois da construcao do “mito da piscina de josta”.
Um dia Zeus (a suprema divindade grega) botou um urubu para bicar o figado do Prometeu, acorrentado. O que a midia da epoca nao cobriu, e’ que tambem os mortais pagaram sua parte do pato.
Zeus mandou construir uma piscina de uns 2.5 metros de altura, e botou uns 200 neguinhos em seu interior. Cada neguinho simbolizava um pais, e sua altura era do tamanho da economia do pais representado. Tinhamos entao uma porcao de anoezinhos de 90 centimetros de altura, como tambem um negao de 2 metros e 20. Puto da vida como ele estava, ele chamou Hades, o deus do inferno, para aprontar uma sacanagemzinha com a tigrada, que era encher a piscina de josta. Hades chegou com uma betoneira, cheia de um sludge merdolento, que comecou a despejar na tal piscina. Inicialmente a tigrada ficou incomodada com o cheiro. 10 cm, 20, cm, 50 cm. Ai’ ja’ tava ate’ que meio tranquilo, pois todo mundo ja’ estava se acomodando ao fedor.
Quando o nivel chegou a 80 cm, o pessoalzinho miudo, paralizado de pavor, comecou a gritar em unissono, um canto triste e macabro:
“Num faz oooonda, num faz oooonda!”
Ouvindo o apelo dos neguinhos, Hades teve uma ideia genial: botou um dispositivo para enchimento/esvaziamento rapido no fundo da piscina e uma “paddle” enorme em uma das extremidades. Com isso ele poderia nao so’ variar o nivel da josta, como tambem criar ondas ou marolas so’ para aumentar o tumulto.
O “primo” leitor deve estar se perguntando: “OK, Kleber S. Muito engracado. Mas quicatsu que isso tem a ver com economia?”
Vamos la’ mermao. Isso tem a ver com o fator “volatilidade”. Imagine voce, que analisou tudo direitinho sobre a macroeconomia brasileira e mundial, e decidiu acertadamente que a Bovespa iria despencar, portanto fazendo o shorting de uma pa’ de acoes. Mas eis que nao mais que de repente, um bando de retardados vai ‘as compras e promove um rally farsesco como o do dia 13. Apesar de estar 100 pct certo, no dia 14 voce poderia acordar na sarjeta, certo?
O mesmo se passa entre paises. Fulanos fazendo a tal “licao de casa” perfeitamente, poderiam ser “wiped-out” numa onda na “piscina de Hades”. Ele pode acabar com uma mao na frente, outra atras. Tipo a Islandia.
Isto posto, para enriquecer o nosso Indice Ze’ do Caixao, estaremos tambem emitindo o indice de volatilidade. Eu sei que ja’ existe o Indice VIX para isso. Mas como esse indice nao aborda a condicao macroeconomica das nacoes, em homenagem ao “mito da piscina de josta”, estaremos emitindo o indice JIX. Este indice tera’ dois numeros: um para a profundidade, outro para a amplitude de sua oscilacao, tipo:
“JIX, Nov 1st 08:
Height: 90 cm
Amplitude: 10 cm”
Valeu, Alex, ficou muito gozado ver o bazofionomics put together.
Um grande abraco
Kleber S.
Não incentiva nem o ínicio da leitura…muito grande pra um blog…
Olhando as notícias, é incrível como as coisas não param de piorar. O Krugman está falando na “mãe de todas as crises cambiais”, os hedge funds estão afundando, risco-país de países em desenvolvimento em níveis obscenos…
Olhando pelo lado bom, para quem gosta de economia, tem muita informação interessante.
Surpresas pra essa semana! Quem se arrisca a citar quais?
Abs
AGORA E’ SERIO!
Acabei de ler uma noticia devastadora no NY Times. 17 dos 29 altos-fornos nos US estao em processo de shut-off.
Isso e’ de uma gravidade imensa, porque um reator deste tipo nao funcuona na base do liga-desliga. Paradas de alto-forno levam meses. Alem da reducao de capacidade ser colossal, o tempo de parada prolonga a recessao meses ‘a frente
Essa foi a pior noticia economica que li desde 911.
Caso mergulhemos em uma depressao, esta noticia tera’ sido o primeiro indicio.
Um abraco a todos
Kleber S.
Alex eu encontrei um antigo artigo no valor de Daniel Rittnerso sobre o “Livre comércio sempre reduz inflação”
O processo de abertura comercial, com aumento das importações na economia, ajuda a reduzir os níveis de inflação em qualquer circunstância. Tal relação não está restrita a um conjunto de países, nem a período específico de tempo, sendo uma regra que confirma a impressão da maioria dos economistas.
Essa é a conclusão de dois pesquisadores, Adolfo Sachsida e Mário Jorge Cardoso de Mendonça, em novo estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). Por mais que essa percepção seja amplamente aceita nos livros-texto e pelos especialistas, o estudo traz uma novidade: baseados em modelos econométricos que receberam dados estatísticos de 152 países, entre 1950 e 1992, os autores tentam desmontar algumas teorias recentes que restringiam a correlação entre abertura comercial e queda da inflação.
Usando a metodologia de dados em painel, cuja vantagem é a possibilidade de testar com mais precisão hipóteses sugeridas anteriormente por outros pesquisadores, Sachsida e Mendonça combatem a visão de antigos defensores da tese de que a abertura às importações só ajuda a reduzir os níveis inflacionários em países severamente endividados, mas tem efeito praticamente nulo em países sem dívidas e com um banco central independente ou de alto grau de credibilidade.
Outros pesquisadores admitem correlação entre abertura comercial e queda da inflação mais forte nos anos 70 e 80, mas dizem que ela diminuiu gradualmente ao longo dos anos 90. “Países que experimentaram um aumento da abertura também observaram uma redução em seus níveis de inflação”, concluem os economistas do Ipea, rejeitando distinções.
A respeito o que você achou da vitória de Kassab em SP? Sempre vou para SP a cada 3 meses e só vejo a cidade pior em termos de infra-estrutura ,transito ta cada vez pior.Para você que mora em mora em SP qual foi o grande marco da gestão Serra/Kassab na cidade?
Quanto a importação você falou em tópicos passado que a importação não resolve problema da inflação,o que você acha desse artigo?
ABS Fernando
“Não incentiva nem o ínicio da leitura…muito grande pra um blog…”
Concordo plenamente.
M.
Essa semana tem noticia bomba vindo da Argentina. Se eu pudesse vender a Argentina hoje, venderia.
(Somente um palpite).
Minha sugestão: os posts estão numerados. Leiam um por vez.
Abs
Alex
“Não incentiva nem o ínicio da leitura…muito grande pra um blog…”
Amigos, sigam a sugestão do Alex, é leitura fácil, instigante e bem-humorada.
An uncommon and wise view.
abs, BobFields
“…as ANJP detem mais ou menos um quarto das acoes negociadas na bolsa…” (sobre a Argentina)
Desculpem a ignorância, mas o que são as ANJP?
Belo espaço, a discussão apresentada motiva a reflexão. Estão todos de parabéns.
Abs!
Gabriel Gava
São os fundos de pensão Gabriel.
Abs
Alex
Pelo que eu li em outro lugar ( http://econompicdata.blogspot.com/2008/10/global-growth-screeches-to-halt.html )a queda nos pedidos para a volvo foi divulgada em termos líquidos. Na verdade houve aprox. 20 mil pedidos novos. Mas também houve 20 mil cancelamentos. 115 é o número líquido. Mas eles vão entregar 20 mil caminhões.
Esse fechamento de fornos nos EUA pode ter a ver também com um maior custo de produção por lá. O pessoal “mais para trás” na curva de oferta pode estar todo fora dos EUA.
A CRISE NUMA VISAO HEGELIANA (sai de baixo!)
Como mencionado em mensagem anterior, a aplicacao da dialetica de Hegel e’ extremamente perigosa, nao sendo aconselhado para otarios.
Hegel estabeleceu que os fatos e objetos que presenciamos hoje nao sao fruto dos nossos pensamentos, mas de pensamentos que precedem o universo. Como consequencia, tudo acontece segundo um encadeamento, invalidando desta forma analises metafisicas. O espirito humano entao perceberia o movimento do universo em tres momentos distintos: um de tese, um de antitese – que estaria embutida na tese e causaria sua destruicao a partir de seu apice – e um de sintese. A sintese por sua vez se tornaria uma outra tese, e o processo anteriormente descrito se repetiria ad infinitum.
Como exemplo economico, podemos citar o sistema escravagista do Imperio Romano
1- Tese: o sistema escravagista.
2- Antitese: O crescimento continuo do sistema escravagista so’ e possivel com o suprimento crescente de escravos.
3- Sintese: o feudalismo.
Raciocinio: quando Roma conquistou todo o mundo “conquistavel”, o suprimento de escravos miou. Como para dar lucro o escravo teria de viver em padroes substancialmente abaixo da media da populacao, seu crescimento demografico era menor. Deu no que deu.
Marx, o gorduxo xarlatao, resolveu que nao era bem assim. Os objetos e fatos de hoje sao consequencia da posse dos meios de producao, que ganhou o apelido “materialismo dialetico”. No entanto, ele e seu carregador de piano, Engels, concordaram com o raciocino de tese, antitese e sintese, o que por si so’ representa um contrasenso. Sua Gordencia veio entao com o “determinismo historico”, que se estruturava assim:
1- Tese: o sistema capitalista
2- Antitese: o crescimento continuo desse sistema so’ e’ possivel com o suprimento crescente de proletarios.
3- Sintese: o comunismo.
Raciocinio: o proletariado em expansao se tornaria tao forte que tomaria para si a posse dos meios de producao, extinguindo desta forma o capitalismo.
Sabe-se hoje que o barbudo de Trier estava redondamente enganado.
Qual e’ o problema que torna a aplicacao dialetica de Hegel perigosissima? E’ a definicao da ANTITESE, cumpadres. Ce erra ai’ e o jacare’ te come!
Especulemos pois um bocadinho, mas so’ um bocadinho, uma outra possibilidade para a antitese destruidora inerente ao sistema capitalista.
1- Tese: o sistema capitalista.
2- Antitese: o crescimento continuo do sistema capitalista so’ e’ possivel com o suprimento crescente de credito.
(DOES IT RING THE BELL, GALERA?)
3- Sintese: estamos aceitando sugestao.
Raciocinio: o suprimento crescente de credito leva ao segundo “postulado” de Kleber S. (o distanciamento continuado entre a renda financeira e a renda do trabalho leva a uma crise sistemica).
Ha’ portanto a possibilidade teorica de que estejamos vivendo o fim do sistema.
Barbaridade, senhores! Mas isso e’ mais feio do que jogo do Figueirense!
Um abracao amedrontado
Kleber S.
Complementando o que o Kleber S. disse.
Eu estaria super-apavorado se o charlatão Marx não tivesse mostrado involuntariamente que o Hegelianismo não leva a nada.
Então, provavelmente será possível o sistema capitalista se manter, assim como se manteve apesar da crítica marxista.
Claro que, agora, com outra filosofia. Ele sairá sem cair na situação do Postulado de Kleber S. se passar a adotar a nova filosofia, que poderia ser resumida nos meios incultos como “Alavancagem de c. é r.”.
Ou, parafraseando o saudoso Milton, não existe almoço grátis, o que sifnifica: se um fundo estiver ganhando muito dinheiro, corra dele como se ele fosse gerido pelo Sicsú, pois as chances de estarem fazendo lambança achando que encontraram a Pedra Filosofal do ganho fácil é imensa.
Com essas regras (que, mais que simples regulação, devem passar por atitides do consumidor no sentido de evitarem entrar nos fundos cheios de “telecoteco, balacobaco e ziriguidum”), o capitalismo vai crescer, sim. Porque eu acredito que a força do capitalismo está na inovação, e ela vai encontrar formas de se expor sem precisar de crédito fácil e “moralhazardiano”.
Um abraço,
Edson F.
Eu acho que o capitalismo não morre simplesmente porque não tem nada melhor pra botar no lugar dele.
Acho que vem por aí uma onda estatizante no mundo todo e pode até ser que alguns estados se tornem totalitários.
Acho que a América deve voltar aos basics, ética protestante/capitalista, trabalho duro, mais poupança e menos consumismo.
Um período de recessão e destruição criativa.
abs, BobFields
Para o teu bestiario:
http://www.bresserpereira.org.br/view.asp?cod=2730
A batalha de todos nós na Argentina
A doença holandesa não neutralizada é o mais grave obstáculo econômico que os países da AL enfrentam. A Argentina está competentemente neutralizando a doença ao estabelecer uma retenção variável de acordo com a commodity exportada e seu peço internacional.
O GOVERNO argentino está enfrentando há três meses uma batalha decisiva não apenas para o seu próprio desenvolvimento econômico mas para o de todos os países latino-americanos que ainda não compreenderam que a doença holandesa não neutralizada é o mais grave obstáculo econômico que enfrentam.
A retenção variável sobre as exportações, existente na Argentina, é o segredo por trás do fato de que a economia daquele país cresceu, em média, 8,8 ao ano entre 2003 e 2007. Essa retenção duplamente variável -de commodity para commodity e conforme a variação do preço internacional do bem- desloca a curva de oferta desses bens para cima na proporção da gravidade da doença holandesa que esse bem causa.
Torna, assim, não lucrativa a exportação do bem a uma taxa de câmbio menor -o que impede, do lado da oferta, que essa taxa se aprecie. Ao impedir a sobreapreciação do peso, o governo argentino garante, de um lado, a lucratividade dos agricultores, e, de outro, a demanda agregada para investimentos voltados para a produção de bens comercializáveis que podem ser exportados ou importados e, assim, a economia cresce aceleradamente.
Os agricultores argentinos, vítimas de uma ilusão, rejeitam o aumento da retenção sobre a soja para 44, pensando que são eles que a pagam. Não são. A não ser que os cálculos do governo estejam errados, isso só é aparentemente verdadeiro. Se o governo retirar a retenção desse e dos demais bens que dão origem à doença holandesa, o mercado provocará a apreciação da taxa de câmbio na exata proporção da retenção retirada, e o agricultor nada ganhará sua receita ficará igual à que tinha com a retenção.
Ganharão, no curto prazo, os consumidores argentinos, cujos salários reais crescerão, mas perderá toda a economia argentina, que voltará a crescer a taxas modestas e ficará sujeita a crises do balanço de pagamentos. E, se o governo argentino houvesse criado um fundo de estabilização para os preços agrícolas com o uso de parte dos recursos da retenção, sua eliminação ou redução causaria perda aos próprios agricultores, que voltariam a ficar sujeitos às variações dos preços internacionais das commodities.
Logo, o racional, do ponto de vista econômico, era lutar por esse fundo de estabilização -não pela diminuição da retenção. Sua luta atual só faria sentido se todas as demais retenções fossem mantidas e, em consequumlência, a taxa de câmbio não se apreciasse, mas, nesse caso, estaríamos diante de um caso clássico de oportunismo ou de comportamento “free rider”.
Se o governo de Cristina Kirchner vencer essa batalha, não estará apenas defendendo o interesse nacional da Argentina. Estará abrindo um caminho para que os países latino-americanos e africanos comecem a racionalmente reconhecer a existência dessa terrível falha de mercado -a doença holandesa- e a neutralizá-la.
Uma falha que tem consequências diferentes dependendo de se o país (1) ainda não se desindustrializou mas tem condições para isso, desde que neutralize a doença é o caso de vários países produtores de petróleo ou (2) já se industrializou mas deixou de neutralizar a doença é o caso da Argentina e do Brasil. No primeiro caso, o país não se industrializa no segundo, entra em processo gradual de desindustrialização.
Tem esse tambem:
http://www.bresserpereira.org.br/view.asp?cod=2198
Mas talvez este seja o pior:
http://www.bresserpereira.org.br/view.asp?cod=1639
“O”
Edson F.
Ai’ a gente bateu de frente! Marx NAO demostrou que o hegelianismo nao funciona, mas apenas que ele nao teve competencia para manejar a navalha.
O capitalismo pode sobreviver sim. Diferentemente de Marx, eu NAO fui estupido a ponto de achar que eu, um neguinho, tenha encontrado a antitese correta. Estou apenas levantando a hipotese para um debate. Por isso mesmo sou muito grato pela sua resposta.
Seria interessante notar alguns fatos que ocorreram nessa coisa toda que me “ligaram” para “criar” a antitese hipotetica.
1- Ha’ um consenso geral de que o excesso de liquidez posto no sistema por Greenzinho e seus colegas banquerios centrais ao redor do mundo causou o desastre.
2- Greenzinho fez o que fez na tentativa de eliminar a recessao advinda do estouro da bolha dotcomiana, ou seja, ele buscava o “crescimento continuo”, a quebra dos ciclos.
3- Uma evidencia que sugere o “segundo postulado” e’ a maneira como a Goldman Sachs evitou a desgraca, mencionada aqui anteriormente, mas em outro contexto, por isso me permita repeti-la. No segundo semestre de 2006 (quando a economia mundial voava alto), num management meeting da GS, um neguinho da unidade de mortagage servicing – que nao passa de um mal necessario – mencionou no fim de sua apresentacao que no trimestre anterior ele tinha notado um aumento nao-usual na inadimplencia de clientes subprime. Veja ai’, cumpadre, que esses caras nao estavam sendo afetados por nenhum “distress”. Nao tinha desemprego nem slow-down economico. Era pura e simplesmente uma abertura de bico em funcao de “affordability”. A base do sistema nao tinha mais grana pra continuar na festa.
E’ possivel que o auge desta crise seja o dia anterior de US e EU estatizarem seus sistemas bancarios. Ou o dia seguinte apos a EU o fazer unilateralmente. Caso haja estatizacao generalizada, a sociedades podem decidir que o sistema bancario e’ importante demais pra ser deixado nas maos de entidades privadas, e manter o novo status quo permanentemente. Numas de Nenem Prancha: “penalty e’ tao importante que o presidente do clube deveria bater.” Ai’ entao teriamos uma nova sintese.
Um grande abraco
Kleber S.
Kleber,
se mantiverem o status quo de sistema bancário estatizado, a “síntese” durará até o primeiro Quércia… hehehehe!!!
Quanto à crítica ao modelo hegeliano, a ironia foi para o charlatão alemão, não para você.
Um abraço de quebrar costela,
Edson F.
Edson F
E’ que o Hegel e’ meu idolo, detesto ve-lo confundido com o gorduxo xarlatao. Alias, sobre o gorduxo tem uma historia interessante.
Um dia, um dos netos do Tio resolveu ir fazer doutorado em Berkeley. Mas, diferentemente do avo, ele decidiu viver por la’ mesmo. Casou-se com uma gringa e teve um par de gringuinhos. Algumas geracoes depois, um dos descendentes, engenheiro, revoltado com o fato de o Premio Nobel de Economia de 2008 ter ido para o socialista Krugman em lugar de reconhecer seu ilustre ancestral, resolve fazer justica com as proprias maos.
Trabalhando no Silicon Valley, ele criou um prototipo de uma maquina do tempo para uma subcontratada da CIA. O objetivo era mandar agentes de volta ao passado para cortar o saco de pais de futuros terroristas antes deles conhecerem as progenitoras dos “garotos”.
Na falta de voluntarios, num domingo de sol em Sunnyvale, CA, ele foi ao laboratorio da firma, e com a ajuda da secretaria, consegue operara a maquina e se mandar de volta ao passado.
Falhou. Aterrissou num banheiro na Alemanha em 1860. Sentado ao vaso esta’ um gorduxo barbudo, que por sinal tinha o comodo como seu habitat natural. Ao ver o Alequinho ele quase teve um ataque cardiaco!
“WER SIND SIE? WAS MACHEN SIE HIER?”
“Calmai’, pessoa. Eu so o Alequinho…” e contou sua historia do Tunel do Tempo e o escambau.
“Huuum. Prazer, eu sou o camarada Karlao.”
“Nao me diga! Isso me saiu melhor do que a encomenda.”
“Nao sei do que o senhor esta’ falando. Mas o senhor e’ estranho uma barbaridade mesmo!”
Mas eis que nao mais que de repente, a secretaria de Alequinho em Sunnyvale aciona os controles e tcharaaaaaan…
Ele e Karlao sao atirados juntos em uma viagem no tempo.
A aterrisagem se da’ em 22 de Agosto de 1485, Bosworth Fields, Inglaterra. Alequinho cai ao solo. Karlao cai sobre o pescoco do cavalo do rei, no meio da batalha. O excesso de peso do gorduxo quebra o pescoco do equino, que estrebucha e morre.
“Um cavalo, um cavalo, meu reino por um cavalo!”, esgoela o rei.
“Um reino, todo um reino? Mas que merda e’ essa, majestade? O senhor ficou louco? Veja bem: o valor de uma commodity e’ apenas e tao somente o envelope de trabalho envolvido em sua producao. Tudo o resto e’ mais valia.”
“Nao me diga”, disse Ricardao.
“Digo sim, e digo mais! Um cavalo vale duas vacas, que valem dez porcos, que valem vinte calcas, etc, etc. Engels e eu temos tudo calculado direitinho, nos seus miiiiinimos detalhes. Por isso mesmo nao se deixe Vossa Majestade ser enganado e abusado por porcos capitalistas e dar todo um reino por um cavalo!”
“Putzgrila”, exclamou o rei. “Va’ ser esperto assim na Pirituba! Mas me diga uma coisa, meu senhor…”
“Karlao, camarada Karlao.”
“E quem e’ esse tal de Engels?”
“E’ meu assistente.”
“Assistente? What the hell is that?”
“Bom, e’ mais ou menos como os seus generais sao para o senhor.”
“Entao o senhor seria tambem um rei?”
“Ahn, digamos rei do socialismo.”
Neste momento Alequinho intervem:
“Ele fez muitos discipulos atraves dos tempos, majestade. Lenin, Stalin, Keynes, Krugman, Joao Csifu…”
“Nao conheco nenhum desses caras. Mas nao importa. Pois bem, kamarada Karlao, o senhor teria algum cavalo para vender?”
“Nao.”
“Nao? Naaaaaao? So you tell me, what in the fuck-ng hell do you know about how much a horse is worth? Guardas, prendam o gorducho e ponham-no a ferros. ELE E’ LOUCO E PERIGOSO.”
To be continued…
Outro abraco de quebrar costela
Kleber S.