Carga tributária, gasto primário e juro real: o que dizem os números
Conforme prometido, seguem abaixo os dados de custo real (deduzida a inflação) da dívida, bem como a evolução de carga tributária e gasto. Os dados de custo real da dívida são do BC e mostram uma forte queda no período mais recente, motivada pela aceleração do IGP. Para “limpar” o efeito das diferenças entre IGP e IPCA há uma média móvel, que mostra queda bem mais modesta na margem, mas também sugere o custo da dívida estável entre 4-5% do PIB/ano.
Já no que se refere à relação carga-gasto, o gráfico foi contruído da seguinte forma:
1) A carga tributária é o dado da Receita Federal, e se refere ao governo federal, estados e municípios (infelizmente a Receita ainda não divulgou o dado do ano passado);
2) Temos os dados do superávit primário dos entes que coletam impostos (União, estados e municípios) estimados pelo BC. A diferença entre a carga tributária e superávit primário é a estimatativa de gasto primário consolidado;
3) Este número provavelmente subestima o verdadeiro gasto primário consolidado. Não há dados sobre as receitas não tributárias do governo (por exemplo, dividendos recebidos de empresas estatais). A notar também que o gasto primário não é o mesmo gasto de contas nacionais, pois inclui transferências a pessoas (Bolsa-Família, e, principalmente, aposentadorias e pensões);
De qualquer forma fica claro que a carga cresceu em linha com o gasto primário. Em particular, notem que as observações gasto-carga têm ficado (até 2006, pelo menos) abaixo da combinação que manteria o primário de 1994 constante. A notar também que entre 1995 e 2004 não se registrou o mesmo primário de 1994.
Alex,
de onde vc tira tempo para suas obrigações no banco?
Eu não consigo direito estudar e estagiar…
O que causou o aumento da divida pública foi a Selic.
Basta vê que a relação divida pib em 98 era de 37% do PIB ,esse valor só veio atingir esses mesmos níveis hoje.Grande parte da dívida pública alta é culpa da Selic.Governo gastou 600 bilhões nos últimos anos pagando juros,esse valor (parte dele) poderia ser usado no abatimento.
Obrigado por formalizar de forma simples a desconstrução dessa papagaiada.
“Basta vê que a relação divida pib em 98 era de 37% do PIB ,esse valor só veio atingir esses mesmos níveis hoje.Grande parte da dívida pública alta é culpa da Selic.Governo gastou 600 bilhões nos últimos anos pagando juros,esse valor (parte dele) poderia ser usado no abatimento.”
Hiii Hooohhhnnn
O que compromete um esforço fiscal maior é a Selic,aqui na UFRJ os professores da demonstraram isso a baixa no juros pode ser compensada por um esforço fiscal maior.
“aqui na UFRJ os professores da demonstraram isso a baixa no juros pode ser compensada por um esforço fiscal maior.”
Hiii Hooohhhnnn
Alex no regime de metas de inflação como o mercado olha se a inflação ficar acima da meta?
A meta é 4,5%,o mercado olha com bons olhos se a inflação for para 5%?
Alex,
Explica por favor o que é hiii hooohhhnnn. Já comprendí o negocio esse da doghouse mas tô meio perdido com o palavrao esse
Alex,
Aqueles que têm a maior capacidade tributária, também, são os mais ladinos para se safarem dos tributos.
Olha que não estou falando de sonegação fiscal, mas de elisão fiscal.
Os sujeitos inventam mil artifícios para não pagar tributo. Chamam isso no Brasil de planejamento tributário, em outros países a coisa se chama crime. Lá no primeiríssimo mundo também existe planejamento tributário, só que mais moralizado.
O resultado desse jogo de gato e rato, aliado a falta de progressividade real do IR, leva os mais pobres a pagarem muito mais triubto do que os menos aquinhoados.
Só que o capitalismo é movido não pelo consumo da classe alta, mas da média e baixa.
O resultado é que o consumo não cresce em todo o seu potencial e, por conseguinte, a economia.
Eu sei que você pertence a classe alta, trabalha para clientes milionários, mas vamos ser sinceros.
Privilegiando a classe alta a economia brasileira nunca vai se desenvolver. Não precisa proibir ninguém de ser rico.
A Suíça, Suécia, Noruega, etc, estão aí para provar que se pode tributar equanimemente toda a sociedade e, ainda assim, permitir que os ricos usufruam de grandes fortunas.
Essa estoria de que nao existe progressividade tributaria no Brasil eh conversa para boi dormir, baseada em uma pesquisa completamente viesada feita pelo IPEA.
“O”
“Explica por favor o que é hiii hooohhhnnn.”
É um zurro.
Alex você é muito preconceituoso com a UFRJ,existe muitos economistas bons que são da UFRJ.
Hiii Hooohhhnnn
Ao amigo que disse nao conseguir estudar e estagiar direito: eu tive um dia uma namorada que nao conseguia andar e mascar xiclete ao mesmo tempo. Por isso num esquenta nao, camarada, e repita comigo:
“Eu sei que sou assim, mas eu hei de melhorar.”
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
“Alex no regime de metas de inflação como o mercado olha se a inflação ficar acima da meta?
A meta é 4,5%,o mercado olha com bons olhos se a inflação for para 5%?”
Depende das circunstâncias Ruy. Caso o desvio se deva a choque que ocorre sem tempo de reação para a a política monetária (digamos, um forte aumento de preços de combustíveis em setmbro, que adicione 0,5% à inflaçãp), não. Caso, porém, ocorra porque o BC deixou de ajustar a política monetária, há perda de credibilidade e as expectativas para os períodos seguintes tendem a se afastar da meta.
QUERIDA CAMBADA
Escrevo-lhes estas mal-tracadas linhas esperando que esteja tudo bem com voces. Porque se na estiver, ce ta’ frito, mermao. Daqui pra frente as coisas so’ vao piorar.
Vejamos as noticias do dia, em ordem cronologica.
1- O Bank of Japan marcou uma reuniao extraordinaria para esta semana. Vai ser como reuniao de eunucos pra decidir o que fazer pra aumentar a frequencia no puteiro. Porque com uma taxa de juros de 0.30 pct, a bola deles ja’ esta’ pra la’ de murcha.
2- Luminares economicos do instituto que declara recessoes neste pais, disseram hoje que os US entraram em recessao desde dezembro do 2007. Ora, meus amigos, o governo americano nao precisava gastar dinheiro com esses reis Momos, certo? Essa obviedade e’ tao grande como o aforismo “Hoje tudo e’ alegria, tudo e’ carnaval”. Era so’ deixar o Paulson ligadao no blog. Ja’ disse isso aqui ‘a exaustao.
3- Billy the Ben, meu bandidinho favorito, declarou nesta tarde que ha’ um enorme risco de deflacao. Muito engracado. O que e’ que o Kleber S. tem esgoelado aqui no blog ja’ ha’ tanto tempo? Nao e’ justamente que estamos diante de um fenomeno de deflacao mundial? E por que ha’ deflacao? Em boa parte porque o bandidinho resolveu abaixar juros de maneira desembestada, sem consonancia com seus coleguinhas europeus. Isso jogou o dolar para baixo e commodities pra cima. Quando a tchurma percebeu que o “pobrema” era mundial, a coisa reverteu. Agora eu tenho mais ma’ noticia pro bandidinho: a deflacao nao para por ai’, nao, viu Benzinho. Simplesmente pela inercia das medicoes.
4- O mercado de acoes despencou de novo. Dentro da “teoria da montanha artificial”, como nao da’ pra subir o pico indefinidamente – simplesmente porque ninguem e’ ilimitadamente otario – ha’ que se produzir um vale para se criar outro pico. Enquanto isso a tendencia nao muda: e’ pra baixo, pois os picos sao cada vez mais b aixos, e os vales, cada vez mais fundos.
Caso voces queiram saber o que esta’ para acontecer, ha’ duas opcoes:
1- Perguntem para a companheira Luzia (numero do telefone 1 800 NAHORTA), o que se sucedeu no pedaco numa noite em que pintou um bando de negoes.
2- Leiam o comentario seguinte deste seu criado.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
DE BOLHA EM BOLHA a galinha morre de embolia.
Querida cambada, facamos uma pequena resenha historica da sequencia de fatos que nos levou ‘a situacao presente.
Depois do segundo xoque do petroleo a economia americana entrou num estado apelidado de estagflacao. Inflacao alta, crescimento pifio. Depois de muito labutar pra resolver o problema, decidiram botar um tal de Paul Volcker na presidencia do Fed. A escolha acabou sendo otima, por motivos heterodoxos. Paulzao era fanatico por futebol. Um dia, indo ao Morumbi para assitir um classico paulista, ele encontrou o famoso comentarista esportivo – e filosofo – Juarez Soares, que proferiu a frase lapidar: “Seu Paul, uma coisa e’ uma coisa, outra coisa e’ outra coisa”. No gramado, o Coringao se dedicava com afinco feroz a enlinguicar o suino do outro Parque. Quando a coringada marcou o terceiro gol, a torcida foi ao delirio, e veio com o tradicional grito de guerra: “Bota pra f-der! Bota pra f-der!”
Profundamente marcado por sua experiencia brasileira, Paulzao pos as maos ‘a obra imediatamente: distinguiu inflacao de estagnacao. E botou pra f-der em cima da primeira. Jogou a taxa de juros pra lua, causou um aprofundamento da recessao, e uma vez resolvida “uma coisa”, ele partiu para a solucao da “outra coisa”.
So’ que a pirataria de ualstriti nao gostou muito da coisa nao, viu cumpadres. Ai’ trocaram o Paulzao pelo Greenzinho, velho safado.
Como a decisao de macho ja’ tinha sido implementada, Greenzinho implementou a decisao do micho, pois jogar dinheiro no mercado qualquer um sabe. E’ igual entrar em favela distribuindo brinquedo. Todo mundo gosta. Ja’ subir com o BOPE, num e’ pra qualquer um.
Um dia em outubro de 1987, a tigrada achou que alguma coisa estava cheirando mal, e naquele dia a bolsa caiu 22 pct. Greenzinho reagiu inundando a praca com grana. A “recuperacao” foi fantastica, e o velho safado achou que tinha encontrado a panaceia universal. Passou entao a utiliza-la regularmente. Enquanto o coisa se limitou a eventos menores, como crise asiatica, default russo, falencia do LTCM, foi tudo bem.
Mas um dia, a bolha do mercado acionario, em particular das acoes traficadas no NASDAQ, estourou. Greenzinho, velho safado, aplicou o truque de sempre. Tornou a inundar o mercado com dinheiro. Mais do mesmo apos September 11th. Tudo em nome de evitar o inevitavel: a salutar correcao recessiva.
Para evitar que uma parte da populacao dancasse com a quebra da bolsa, Greenzinho, velho safado, criou a bolha imobiliaria. O resultado e’ isso-qui-tai’: agora com o estouro da bolha imobiliaria, o pais inteiro dancou.
Agora seu asseclinha, Billy the Ben, que como um capitao histerico, gastou todas as balas no boato da chegada do inimigo, veio com uma ideia luminar. Bom, raciocinou o nosso bandidinho, ja’ que eu nao tenho mais efetividade com o abaixamento da taxa de juros, que e’ feita pela compra de titulos de curto prazo, eu vou reflacionar o mercado comprando titulos de longo prazo.
Isso me fez lembrar aquele filme do Eddie Murphy – anteriormente mencionado aqui – onde o protagonista virou-se para seu antagonista e disse: “Were you born shit or you took lessons to be like that?”.
Amigos, todo mundo ai’ e’ maior fan de abaixamento de juros, certo? Mas tem um porem: abaixar juros de longo prazo significa AUMENTAR O PRECO desses bonds. Hoje a taxa do 10-year bond atingiu 2.72 pct. Quem se der ao trabalho de entrar no site do FED, verificara’ que isso NUNCA OCORREU. Pelo menos no registro da serie historica.
Vai dai’ que para evitar a deflacao, devidamente criada pelo abaixamento estabanado da “fed funds rate”, promovido pelo bandidinho e seus asseclinhas, ele irresponsavelmente esta’ criando todas as condicoes necessarias e suficientes para uma terceira bolha, a dos Federal Treasury Bonds.
Seguindo a escalda f-dedora das antecessoras, esta bolha tem o potencial de destruir a economia do planeta! Porque o estouro fara’ com que reservas de BCs do mundo inteiro – em FTBs e em dolar – virem fumaca do dia pra noite! Quase todas as moedas mundiais perderao o lastro.
Por isso anotem o conteudo desta mensagem ai’, cumpadres, e botem as barbas de molho. Alias, aqueles que anotarem a mensagem, mas nao seguirem o conselho, nao deixem a mulher ler o conteudo.
Voces nao querem ouvir a patroa esbravejando: “Fulano, seu asno, ce viu o que ia acontecer, perdeu toda a nossa grana e agora quer que eu va’ lavar roupa pra fora, e’ seu cretino! Va’ pro diabo que te carregue!
Um abraco de quebrar costela, do sempre teu
Kleber S.
Em 2009 o BC está trabalhando com uma inflação de 5,25% (pesquisa focos),isso não é ruim?
Se a inflação ano que vem ficar próxima da meta (5,25) será devido a inação do BC de adequar a Política monetária frente aos choques que houve,principalmente no cambio.
Kleber S.,
obrigado pelo seu muito informativo comentário.
Qual seria a melhor alternativa para o FED? Há um meio termo entre aprofundar a recessão agora, aumentando os juros, e aumentar o tamanho da bolha futura potencial, diminuindo-os?
Você acha que essa movimentação internacional do G20 pode contribuir de alguma maneira para uma solução intermediária?
Saudações,
Ok, Kleber. Verifiquei e apenas em 1955 houve taxa tão baixa dos 10-year. Uma questão: isto está ocorrendo também nos títulos de curtíssimo prazo e desde outubro a taxa efetiva dos Fed Funds descolou consideravelmente da meta estabelecida pelo FOMC. Dia 08/10 foi acordada em 1,5%, a média de outubro ficou em 0,97%, em 29/10 a meta foi reduzida para 1%, a média de novembro ficou em 0,39%. Porque isto está ocorrendo? Porque o FED não está trazendo as taxas para mais próximo da meta? Abraço!
Kleber S,
Gostei dos seus comentários. Bem interessante essa sua visão sobre a próxima(?) bolha. Gostei da idéia da termodinamica.
A próposito, duas curiosidades… Aonde vc trabalha nos US? Vc se formou aonde ?
Abs
FMD
“Em 2009 o BC está trabalhando com uma inflação de 5,25% (pesquisa focos),isso não é ruim?”
Sim, porque reflete exatamente a idéia que o BC não estaria ajustando sua política para fazer frente ao choque inflacionário. É caso de ver como 2010 está se comportando.
Alex,
Com os dados atuais, é quase certo que teremos um PIB negativo na margem no 4o.tri de 2008, fato que deve ser repetido no 1o. tri de 2009, caracterizando uma recessão. Desta forma, não acredito que no ambiente atual, nós tenhamos que nos preocupar com a inflação, pois com o desaquecimento econômico que nós já estamos vivendo, provavelmente teremos uma queda expressiva dos índices inflacionários nos próximos 6-12 meses. Por isto, tenho a opinião que há a necessidade de o BC mudar urgentemente a sua postura em relação à política monetária e reduzir a taxa SELIC de forma agressiva já nesta reunião do COPOM. Concorda com a minha análise? E a minha opinião sobre mudança de postura de política monetária, você acha que tem fundamento? Obrigado pela atenção. Carlos.
Quase no mesmo horário do meu comentário: “11:42 – Santander: Previsão preliminar aponta queda de 0,2% do PIB no 4o.tri” (AE-News). Abraço,
Carlos.
Inflação sempre é bom porque gera crescimento.Não digo hiper inflação,mais uma inflação de 6% a 9% é importante para gerar um crescimento sustentavel.
Ou para evitar a perda de compra pode-se pensar em indexar a economia a taxa de inflação.Você pode perguntar para qualquer pessoa se ela prefere crescer com inflação ou crescer sem inflação,ela vai lhe responder que prefere crescer com inflação desde que gere mais emprego.
Kleber, essa tá impagável!
Mas diz aí, tem chance de haver troca silenciosa de reservas? Quer dizer, China, Japão, Brasilis e tecetera conseguiriam sair de mansinho dos Ts?
Acho que não, né…
Outra coisa, quando o padrão ouro foi abolido quem tinha dólar e achava que tinha umas barrinhas douradas acabou dono só de papel pintado. Dá para fazer alguma analogia dessa mudança de paradigma com a atual?
aquele,
Continua ai irmão,por favor, que tá ótimo!
Gabriel:
Serviço comunitário:
Para entender a mudança operacional da pol. monetária do Fed, leia esse arquivo .pdf e suas dúvidas acabarão: http://www.ny.frb.org/research/EPR/08v14n2/0809keis.pdf
Alexandre,
Bons Insights como sempre. Creio que seu segundo gráfico é revelador. Poderiamos inferir que o Brasil é cada vez mais um país “socialista” (desculpa, não achei outra palavra mais adequada)? Onde a atividade do Estado é cada vez mais expressiva no composto do PIB? Onde o juro real na economia tem uma trajetória de alta permanente em virtude do “drag” ocasionado pelo aumento do tamanho do estado no sistema (ineficiência no giro do $)? Seus comentarios sempre valiosos.
Grande abraço!
Luis
Brasil deve fazer controles de capitais para cobrir o deficit em conta corrente ano que vem.
China fez controle de capitais e não sofreu nada com a crise asiática diferente dos outros.
“Concorda com a minha análise? E a minha opinião sobre mudança de postura de política monetária, você acha que tem fundamento?”
Não. Mesmo com a queda de atividade, a depreciação da moeda deve adicionar algo como 2,5% para a inflação de 2009.
E saímos de um hiato muito apertado. No terceiro tri o hiato era positivo (no setor industrial) em pouco mais de 1,5% do PIB potencial. O hiato começa a desinflacionar a sério na casa de (-) 1-1,5% do PIB.
Alex pela regressão que eu fiz a desaceleração vai compensar fazer com que a inflação baixe,o problema ano que vem vai ser o deficit externo.
Pessoal nao sejamos ingenuos.
O alexandre trabalha num banco. Qual a maior fonte de rentabilidade de um banco? Titulos do Tesouro atrelados a Selic.
Nada mais natural que ele defende a subida dos juros.
Gasto do governo pode gerar inflação. Com inflação maior menor é a rentabilidade real dos bancos. Nada mais natural que defende o corte de gastos. ate porque tem que gerar superavit primario pra se pagar os juros, o maior do mundo diga-se de passagem
Acho que matei a charada.
Obrigado pela resposta.
Carlos.
“Pessoal nao sejamos ingenuos.
O alexandre trabalha num banco. Qual a maior fonte de rentabilidade de um banco? Titulos do Tesouro atrelados a Selic.
Nada mais natural que ele defende a subida dos juros.
Gasto do governo pode gerar inflação. Com inflação maior menor é a rentabilidade real dos bancos. Nada mais natural que defende o corte de gastos. ate porque tem que gerar superavit primario pra se pagar os juros, o maior do mundo diga-se de passagem
Acho que matei a charada.”
Acho que não… Você se esqueceu que banco paga Selic (CDI) para captar dinheiro. Aliás, bancos pagam algo como 105% do CDI para captar; se aplicarem em títulos públicos ganham 100% do CDI. É uma máquina de perder dinheiro.
Deve ser muito difícil ser tão burro. Se não fosse tão arrogante, eu até teria pena.
“Inflação sempre é bom porque gera crescimento.Não digo hiper inflação,mais uma inflação de 6% a 9% é importante para gerar um crescimento sustentavel.
Ou para evitar a perda de compra pode-se pensar em indexar a economia a taxa de inflação.Você pode perguntar para qualquer pessoa se ela prefere crescer com inflação ou crescer sem inflação,ela vai lhe responder que prefere crescer com inflação desde que gere mais emprego.”
Hiiiii Hoooohhhnnn
“Josué disse…
Brasil deve fazer controles de capitais para cobrir o deficit em conta corrente ano que vem.
China fez controle de capitais e não sofreu nada com a crise asiática diferente dos outros.”
Dããã…A Malásia fez e se ferrou. O Brasil viveu décadas com controle de capitais que não impediram nenhuma de nossas crises de balanço de pagamentos. Vários países passaram pelo mesmo.
O Jumento de Ouro de hoje vai para o Josué, já que o Pedro é inimputável mesmo.
Se você usar o Teorema de Stiglitz de mercados incompletos verá que controle de capitais faz todo sentido porque há falhas no mercado.
Stiglitz ainda cita que a China não sofreu nada com a crise asiática graças a controle de capitais.
Peraí, como a malasia se ferrou?
“Se você usar o Teorema de Stiglitz de mercados incompletos verá que controle de capitais faz todo sentido porque há falhas no mercado.
Stiglitz ainda cita que a China não sofreu nada com a crise asiática graças a controle de capitais.”
Josué:
Citar Stiglitz não vai te tirar o “Jumento de Ouro”. Você vai ter que explicar (com suas próprias palavras; argumento da autoridade – e desta autoridade em particular menos ainda – não vale neste blog) porque controle de capitais nao impediram todas as crises de balanço de pagamentos do Brasil (ou de todos os países da AL que tinham controle de capitais e passaram por este problema).
Porque foram mau arquitetado.É possível em um regime de cambio administrado manter balança de pagamentos estabilizada.
Existe outras medidas (inclusive Arminio Fraga fez em 2002) diminuir a alavancagem dos bancos para investirem no mercado de cambio,proibir estrangeiros de possuir títulos públicos.
Aumentar a tarifa de importações.Nunca do mundo se testou a hipótese de estrangeiros serem proibidos de terem títulos públicos.
“É uma máquina de perder dinheiro.”
Coitados dos bancos, sempre deficitários, remunerando o dinheiro depositado pela selic, e emprestando/aplicando a menos que isso, me engana que eu gosto…
“Coitados dos bancos, sempre deficitários, remunerando o dinheiro depositado pela selic, e emprestando/aplicando a menos que isso, me engana que eu gosto…”
Sua cretinice me espanta.
Se bancos ganham dinheiro, como ganham, a conclusão para qualquer pessoa com quatro neurônios é que eles devem aplicar em algo que não seja título público. Ou você ainda quer a versão para colorir?
“Josué disse…
Porque foram mau arquitetado.É possível em um regime de cambio administrado manter balança de pagamentos estabilizada.”
Interessante. É a síndrome do Rodrick. Basta ser brilhante para criar controle de capitais, mas não tão brilhante que consiga uma boa regulação financeira…
“Existe outras medidas (inclusive Arminio Fraga fez em 2002) diminuir a alavancagem dos bancos para investirem no mercado de cambio,proibir estrangeiros de possuir títulos públicos.”
É, inclusive o Armínio teve imenso sucesso em evitar a crise, não?
“Aumentar a tarifa de importações.”
Isto mesmo. Aí pelo Teorema de Lerner você ferra também as exportações, já que o câmbio se aprecia em resposta à tarifa. Aliás, isto não se parece um bocado com a política econômica brasileira que nos levou às crises de BP?
“Nunca do mundo se testou a hipótese de estrangeiros serem proibidos de terem títulos públicos.”
Errado. De cabeça eu me lembro que na Rússia estrangeiros eram proibidos de aplicar em títulos públicos. Obviamente não funcionou (locais compravam e emitiam notas offshore correspondentes ao papel). Se você pensar durante 17 segundos consegue descobrir o motivo…
1- Petterson
Eu acho que ta’ na hora de o Fed e o Tesouro pararem de fazer qualquer coisa. Pricipalmente porque esta’ clarissimo que eles nao sabem o que estao fazendo. A master-piece e’ o tal do TARP, que Paulson conseguiu aprovacao pra comprar ativo podre, mas que duas semanas atras ele proprio declarou que nao seria mais usado para aquele fim, que foi sem nunca ter sido. (Po, eu to meio porcinico hoje!). Grandes erros ja’ ocorreram, como o gasto antecipado de municao no abaixamento estabanado do fed funds rate, e o nao estabelecimento de regras para definir quem vai ser a vaca preta e o boi zebu. O governo parece um palhaco malabarista, que cada vez poe mais bolas no seu jogo. Uma hora vao comecar a cair. Ai’ sai de baixo!
2- Gabriel
O Fed nao traz a taxa real dos fed funds mais perto da meta porque ai vai ter mais neguinho abrindo o bico. Eu ja’ “denunciei” aqui que os anuncios portentosos de abaixamento de juros dos ultimos meses sao “farsos”, como dizia um amigo meu de Sorocaba, o querido PC Bebias (fazer, o Paulo Cezar nao fazia porra nenhuma, mas bebia uma barbaridade!). Porque isto que voce notou – descolamento da taxa real da taxa objetivada – ja’ vem ocorrendo ha’ muito tempo. Mas sempre que o Benzinho anuncia sua decisao “farsa”, a bolsa entra em outro rally farsesco, e a tchurma ganha mais uns trocados dos otarios esperancosos.
3- FMD
Muito obrigado pela sua atencao. Eu moro na New York Metro West, e sou formado na Escola Politecnica da USP.
4- Alequim
Legal que voce tenha se divertido com as pecas bazofionomicas acima.
Num da’ pra sair de fininho nao, amigao. Pelo seguinte: para ser moeda-padrao mundial, o tal pais tem que ter deficit comercial prolongado. Imaginemos que a tchurma queira comprar euros ou ien pra botar em reserva nos BCs pelo mundo afora. Ja’ pensou pra onde iria a cotacao dessas moedas? Como as reservas foram acumuladas? Colecionando os trocados do saldo comercial com os US por anos a fio, e trocando pelos FTBs ao longo desses anos. Agora imagine se a Xina resolve dumpear metade dos seus FTBs, uns 300 bilhoes de dolares, e trocar por euros? O valor dos FTBs vira fumaca e o euro explode. Todo mundo vai ficar puto. Pode dar ate’ querra. O real vira farelo. Uma pergunta feita no blog ha’ algum tempo que nao foi respondida, e’ por que mesmo estando no epicentro da crise o dolar esta’ se valorizando contra as demais moedas, exceto pelo ien? Ora, justamente porque ela e’ o lastro. Imagine que voce tenha investimentos no Paraguay e decida que a coisa por la’ esta’ preta. Ce num vai querer voltar com guarany pra casa, num e’ mesmo cumpadre? Ai’ voce fala pro negron na janelinha de cambio: “Troca tudo em ien”. Sabe o que ele vai falar? “No tiene.” “O que tiene”? “Dollar”. “Entao me da’ logo essa porra de dolar”. O dolar acabou de subir contra o guarany. Desnecessario dizer que o mecanismo vale a nivel mundial. A valvula de escape para o capital sainte da maioria dos paises e’ o dolar. Vai dai’ que josta por josta, o dolar e’ a resposta. Sair do dolar vai levar muitos e muitos anos, salvo por Weimarizacao em escala mundial. Viu que instrumento de dominacao GENIAL que os gringos criaram? Com a colaboracao alegre e entusiasta de todo mundo! Agora todo mundo tem que guardar os seus miquinhos com um sorriso, igualzinho ao joguinho infantil.
A saida do padrao ouro foi muito bem lembrada por voce, e guarda semelhanca com o que pode vir por ai’. Relembremos a situacao. Em Bretton Woods a tigrada estabeleceu o sistema de cambio fixo cujas taxas de cambio eram baseadas nas razoes entre o volume de moeda e as reservas de ouro em cada pais. Caso algum neguinho entrasse em deficit com algum outro pais, o credor trocaria seu excesso em moeda do devedor por ouro das reservas do primeiro. Os US comecaram entao a doar dinheiro adoidado pra todo mundo, principalmente para conter a expansao russa na Guerra Fria. Um belo dia (acho que foi em 65 ou 68)o governo americano veio com essa: “Devo, nao nego, pago, mas pago aos poucos”. Estabeleceram um limite anual para abaixamento das reservas do vil metal. Ao se atingir o limite para o ano, o pessoal entrava na fila para o ano seguinte. Desnecessario dizer que isso gerou inflacao no resto da tigrada, que pedavida, revalorizou sua moeda. BW nesse dia morreu, e foi enterrado quando Nixon disse: “Ah, vamos parar com essa merda de trocar ouro por papel”, eliminando a troca do excesso de dolares no exterior por ouro. Arlequim, ao fazer isso os US estavam na verdade renegando sua divida externa, tanto quanto a Argentina. Ai’ eles tinham duas alternativas: fingir que estava tudo bem e usar o dolar falso em suas maos para alguma porra, ou queima-lo. Usaram. Poderemos caminhar para uma reedicao dessa situacao. Caso a escolha seja “queima-lo”, ai’ vai dar merda em escala planetaria.
Um abraco de quebra costela
kleber S.
“Porque foram mau arquitetado.É possível em um regime de cambio administrado manter balança de pagamentos estabilizada.”
Entendi, entao o importante eh que seja BOM arquitetado…
1- Petterson
Eu acho que ta’ na hora de o Fed e o Tesouro pararem de fazer qualquer coisa. Pricipalmente porque esta’ clarissimo que eles nao sabem o que estao fazendo. A master-piece e’ o tal do TARP, que Paulson conseguiu aprovacao pra comprar ativo podre, mas que duas semanas atras ele proprio declarou que nao seria mais usado para aquele fim, que foi sem nunca ter sido. (Po, eu to meio porcinico hoje!). Grandes erros ja’ ocorreram, como o gasto antecipado de municao no abaixamento estabanado do fed funds rate, e o nao estabelecimento de regras para definir quem vai ser a vaca preta e o boi zebu. O governo parece um palhaco malabarista, que cada vez poe mais bolas no seu jogo. Uma hora vao comecar a cair. Ai’ sai de baixo!
2- Gabriel
O Fed nao traz a taxa real dos fed funds mais perto da meta porque ai vai ter mais neguinho abrindo o bico. Eu ja’ “denunciei” aqui que os anuncios portentosos de abaixamento de juros dos ultimos meses sao “farsos”, como dizia um amigo meu de Sorocaba, o querido PC Bebias (fazer, o Paulo Cezar nao fazia porra nenhuma, mas bebia uma barbaridade!). Porque isto que voce notou – descolamento da taxa real da taxa objetivada – ja’ vem ocorrendo ha’ muito tempo. Mas sempre que o Benzinho anuncia sua decisao “farsa”, a bolsa entra em outro rally farsesco, e a tchurma ganha mais uns trocados dos otarios esperancosos.
3- FMD
Muito obrigado pela sua atencao. Eu moro na New York Metro West, e sou formado na Escola Politecnica da USP.
4- Alequim
Legal que voce tenha se divertido com as pecas bazofionomicas acima.
Num da’ pra sair de fininho nao, amigao. Pelo seguinte: para ser moeda-padrao mundial, o tal pais tem que ter deficit comercial prolongado. Imaginemos que a tchurma queira comprar euros ou ien pra botar em reserva nos BCs pelo mundo afora. Ja’ pensou pra onde iria a cotacao dessas moedas? Como as reservas foram acumuladas? Colecionando os trocados do saldo comercial com os US por anos a fio, e trocando pelos FTBs ao longo desses anos. Agora imagine se a Xina resolve dumpear metade dos seus FTBs, uns 300 bilhoes de dolares, e trocar por euros? O valor dos FTBs vira fumaca e o euro explode. Todo mundo vai ficar puto. Pode dar ate’ querra. O real vira farelo. Uma pergunta feita no blog ha’ algum tempo que nao foi respondida, e’ por que mesmo estando no epicentro da crise o dolar esta’ se valorizando contra as demais moedas, exceto pelo ien? Ora, justamente porque ela e’ o lastro. Imagine que voce tenha investimentos no Paraguay e decida que a coisa por la’ esta’ preta. Ce num vai querer voltar com guarany pra casa, num e’ mesmo cumpadre? Ai’ voce fala pro negron na janelinha de cambio: “Troca tudo em ien”. Sabe o que ele vai falar? “No tiene.” “O que tiene”? “Dollar”. “Entao me da’ logo essa porra de dolar”. O dolar acabou de subir contra o guarany. Desnecessario dizer que o mecanismo vale a nivel mundial. A valvula de escape para o capital sainte da maioria dos paises e’ o dolar. Vai dai’ que josta por josta, o dolar e’ a resposta. Sair do dolar vai levar muitos e muitos anos, salvo por Weimarizacao em escala mundial. Viu que instrumento de dominacao GENIAL que os gringos criaram? Com a colaboracao alegre e entusiasta de todo mundo! Agora todo mundo tem que guardar os seus miquinhos com um sorriso, igualzinho ao joguinho infantil.
A saida do padrao ouro foi muito bem lembrada por voce, e guarda semelhanca com o que pode vir por ai’. Relembremos a situacao. Em Bretton Woods a tigrada estabeleceu o sistema de cambio fixo cujas taxas de cambio eram baseadas nas razoes entre o volume de moeda e as reservas de ouro em cada pais. Caso algum neguinho entrasse em deficit com algum outro pais, o credor trocaria seu excesso em moeda do devedor por ouro das reservas deste. Os US comecaram entao a doar dinheiro adoidado pra todo mundo, principalmente para conter a expansao russa na Guerra Fria. Um belo dia (acho que foi em 65 ou 68)o governo americano veio com essa: “Devo, nao nego, pago, mas pago aos poucos”. Estabeleceram um limite anual para abaixamento das reservas do vil metal. Ao se atingir o limite para o ano, o pessoal entrava na fila para o ano seguinte. Desnecessario dizer que isso gerou inflacao no resto da tigrada, que pedavida, revalorizou sua moeda. BW nesse dia morreu, e foi enterrado quando Nixon disse: “Ah, vamos parar com essa merda de trocar ouro por papel”, eliminando a troca do excesso de dolares no exterior por ouro. Arlequim, ao fazer isso os US estavam na verdade renegando sua divida externa, tanto quanto a Argentina. Ai’ eles tinham duas alternativas: fingir que estava tudo bem e usar o dolar falso em suas maos para alguma porra, ou queima-lo. Usaram. Poderemos caminhar para uma reedicao dessa situacao. Caso a escolha seja “queima-lo”, ai’ vai dar merda em escala planetaria.
Um abraco de quebra costela
kleber S.
Essa vai para quem acha que juros maiores beneficia bancos: O que acontece com o preço das ações dos bancos quando os juros caem?
abraços, Zamba
Alex é uma questão a se discutir.. .Vejamos partindo que os mercados são imperfeitos (principalmente em momentos de crise) há uma maciça fuga de capitais o que é ruim para o pais.
Vou lhe dar um exemplo a negligência de alguns investidores em relação ao Brasil fez com que o Brasil tivesse que fazer um senhor ajuste monetário para controlar a inflação.Com controles de capitais em momentos como os de 2002 podem ser evitados.
Segundo como regulação financeira evita episódios como os de 2002?
“Alex é uma questão a se discutir.. .Vejamos partindo que os mercados são imperfeitos (principalmente em momentos de crise) há uma maciça fuga de capitais o que é ruim para o pais.”
Opa! Fuga de capitais e mercados imperfeitos são animais bastante diferentes.
Fuga de capital pode ocorrer precisamente porque o mercado é perfeito (não disse que ocorre porque o mercado é perfeito, mas que pode, sim, resultar de reações racionais a informações novas, por exemplo, que o candidato de um partido que sempre pregou moratória aparece como favorito numa eleição). A mera possibilidade de controle de capitais pode deflagrar a fuga.
Mercados imperfeito requer um pouco mais. Informação incompleta, externalidades, coisas do gênero.
De alguma forma não estou surpreso…
Esquecemos 2002,o candidato garantiu depois que faria as políticas “ortodoxas” tradicionais se fosse eleito.
Hoje os fundamentos do país são outros,não tem motivos para haver uma “max” desvalorização do dólar.
Vejo controle de capitais um “instrumento” para evitar a euforia dos investidores de sair.Existem momentos em que há uma corrida por dólares,isso eu vejo como uma falha no mercado (uma corrida “anormal” por dólares).
“Hoje os fundamentos do país são outros,não tem motivos para haver uma “max” desvalorização do dólar.”
Que tal queda de mais de 30% nos preços de commodities? E um aumento de 130 para 400 bps nos CDS brasileiro?.
Você ainda não entendeu o que é falha de mercado. Não me surpreende, porque também não sabe como mercado opera. Quer a versão para colorir?
Eu trato como falha do mercado,grande parte da fuga desesperada de investidores do Brasil.
“Dããã…A Malásia fez e se ferrou.”
Como foi que a Malásia se ferrou mesmo?
Kleber,
se entendi bem o bazofionomics conduz à seguinte conclusão:
1) Depressão numa primeira fase
2) Hiperinflação depois
3) BCs descarregam títulos em dólar
Isso me leva a concluir por uma crise no fiat currency. Não vai ter outra moeda para tomar o lugar do dólar.
Os BC vão então comprar ouro.
É isso? Isso condiz com o que leio num site chamado Financial Sense já há algum tempo.
abs, BobFields
Alex,
quando o cambio era centralizado (até o governo Collor se não me engano) a variação das reservas internacionais era equivalente ao saldo do balanço de pagamentos de um determinado período?
saldo em cc + saldo em cK = delta reservas
É certo dizer isto?
Obrigado e abs, BobFields
“Eu trato como falha do mercado,grande parte da fuga desesperada de investidores do Brasil.”
Como você trata, Josué, a depeito do brilho dos seus comentários, é irrelevante. “Falha de mercado” é um conceito um pouco mais bem definido do que a opinião do Josué. Pegue um bom livro de microeconomia e veja o que se entende por “falha de mercado”.
“Como foi que a Malásia se ferrou mesmo?”
Dããã… Que tal uma queda de 11% do PIB? Ou será que isto é se dar bem na sua definição?
Comparando a alguns vizinhos:
Malásia: -11.2%
Coréia: -8.1%
Hong Kong: -8.1%
Taiwan: +3.3%
Tailândia: -13.9%
Alex essa queda no PIB pode ser compensada por controle de capitais e aumento das tarifas de importação,produziria uma valorização cambial evitando a queda do PIB.
“Alex,
quando o cambio era centralizado (até o governo Collor se não me engano) a variação das reservas internacionais era equivalente ao saldo do balanço de pagamentos de um determinado período?
saldo em cc + saldo em cK = delta reservas
É certo dizer isto?”
É, mas preciso explicar. Até o governo Collor funcionava o sistema de repasse/cobertura, isto é, os bancos não tinham posição de câmbio. Se seu saldo líquido fosse venda tinham que buscar dólares no BC (cobertura); se positivo tinham que passá-lo ao BC (repasse). Assim, o saldo do BP era igual à variação de reservas (jogando no BP as variações de preços de moedas, etc).
Hoje também é assim, mas a variação de posição de bancos é que entra no BP (além da variação de preços de moedas e títulos que estão nas reservas).
Abs
Alex
“Anônimo disse…
“É uma máquina de perder dinheiro.”
Coitados dos bancos, sempre deficitários, remunerando o dinheiro depositado pela selic, e emprestando/aplicando a menos que isso, me engana que eu gosto…”
Da Folha de S. Paulo de hoje (jornal conhecido pela simpatia para com o setor):
“Juro alto reduz o lucro dos bancos,
diz BC
Levantamento mostra que ganhos de instituições que atuam no país caíram 26% no terceiro trimestre em relação ao segundo
Mas queda não significa que o setor esteja enfrentando grandes dificuldades, pois o lucro acumulado de julho a setembro somou R$ 9,8 bi
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Antes mesmo do agravamento da crise internacional, o lucro dos bancos que operam no Brasil encolheu no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o trimestre imediatamente anterior. Pressionados pelos maiores custos impostos pela alta da taxa Selic, os ganhos apurados pelas instituições financeiras recuaram 26% nesse período.”
“Alex essa queda no PIB pode ser compensada por controle de capitais e aumento das tarifas de importação,produziria uma valorização cambial evitando a queda do PIB.”
Valorização cambial evitaria a queda do PIB… Hmmm, como mesmo?
Do nosso ministro do planejamento…
“Devemos manter uma política expansiva para crescer em 2009 4%, com uma inflação de 6% que nao seria ruim.
Isto geraria condições para crescer 5% em 2010 e tornaria mais fácil o controle da inflação”
Pelo jeito é bem simples: voce escolhe a taxa de crescimento, a taxa de inflacao, e tudo se resolve.
Expectativas dos agentes pra que ?
A valorização cambial pode evitar a queda do PIB em dólar.
Alex você trabalha com que projeção para o Ibovespa,dólar e petróleo para esse ano?
” Josué disse…
A valorização cambial pode evitar a queda do PIB em dólar.”
E daí? Eu me preocupo com o PIB em reais a preços constantes.
Pensei que você tivesse colocado a queda do PIB em dólares,divido a fluatação
O Brasil poderia subir as tarifas de importação para valorizar o cambio,isso ajudaria no combate a inflação.
Mesmo que nao se valorize o real frente ao dolar, se o bolivar fuerte tiver um colapso, o PIB brasileiro em bolivares fuertes pode aumentar consideravelmente!!
Porque um sistema de moedas privadas não poderia substituir o monopólio estatal?
A concorrência da moeda é fundamental para o funcionamento do sistema,qual vantagem do BC ter o monopólio de emissão de moedas?
“Josué disse…
Pensei que você tivesse colocado a queda do PIB em dólares,divido a fluatação
O Brasil poderia subir as tarifas de importação para valorizar o cambio,isso ajudaria no combate a inflação.”
Pensou errado, mas isto não chega a ser uma surpresa. A surpresa é agora você falar de tarifas para controlar a inflação.
Primeiro porque toda sua argumentação ate agora ignorou a questão inflacionária. Segundo porque o aumento da tarifa encarece as importações e aumenta a capacidade de repasse do produtor doméstico.
Aplicando o “teorema de lerner” você produziria uma valorização cambial,que impactaria na inflação.
BC vai ter um desafiou controlar a inflação.Não era para o BC ter liberado os compulsórios porque vai impactar na inflação,ele poderia ter mantido o juros e não ter liberado os compulsórios.
Se o governo não tivesse extinguido a CPMF poderia ajudar no pagamento da divida.
Poderia criar uma CPMF com fins de ajudar no Superavit primário.Isso diminuiria a relação divida/pib.
“Igor disse…
Se o governo não tivesse extinguido a CPMF poderia ajudar no pagamento da divida.
Poderia criar uma CPMF com fins de ajudar no Superavit primário.Isso diminuiria a relação divida/pib”
Se o governo cortasse seus gastos também. (Só para lembrar, foi o Senado que, ainda bem, derrubou a CPMF)
E ai’, BobFields? Ta’ preparando a coisa pra domingo, mermao? A parada e’ dura. Devido ao seu lazer na semana passada, agora tem que dar SP, Cruzeiro, Flazao e Botafogo na cabeca. Num vai ser mole, hein, cumpadre?
Respondendo sua pergunta, no caso de pior cenario, isso e’ o que ocorreria. Na minha opiniao a depressao ja’ esta’ em andamento. As bolsas ja’ cairam mais do que em recessoes, embora ainda longe de 29, e a atividade economica embicou de vez, o que naturalmente deve levar a novas quedas. Outras semelhancas com 29: o fenomeno comecou a partir do mercado financeiro – o que nao e’ a regra em recessoes por aqui – a volatilidade das bolsas esta’ igual ao que foi visto somente em 33, esta’ se comportando com sincronia mundial – coisa que so’ ocorreu na Depressao – e com o “decreto” dos luminares do ENBR, ja’ dura 4 trimestres, com segura deterioracao ‘a frente. Como a duracao media de uma recessao e’ tipicamente 4 trimestres, e a depressao de 29 durou uns 15, a coisa caminha naquela direcao. Pode ser uma Depressaozinha, como tambem pode ser algo muito pior.
Mas quem sabe a trinca Messias, Sub-messias e Marolinha tirem ai’ algum elefante da cartola que o neguinho aqui nao viu, nao e’ mesmo? Eu nao sou economista, mas enganeiro, quero dizer, engenheiro. Duarante minha vida tive grandes amantes. Primeiramente a Historia, depois a Filosofia, em seguida a Economia, e mais recentemente, a Opera. So’ que burrice, por aqui em casa, gracas ‘a Ele, nao passou nem perto. Por isso da’ pra perceber muitos truques rasteiros de analistas tentando convencer a cambada a investir nisto ou naquilo. Quem segue os “conselhos” da consultoria do MSN.com.br por exemplo, ja’ deve ter perdido as cuecas. Aqui tambem os programas de “economia”, ha’ muito tempo viraram propagandistas do mercado acionario. Como eu nao confio em ninguem, e aqui nos US nao tem a moleza do alto rendimento garantido por titulos do governo a juros estratosfericos, ou voce aprende como aquela porra funciona, ou o jacare’ te come, cumpadre. Tenho amigos que perderam uma enorme quantidade de dinheiro de todo quanto e’ jeito por “crencas” em coisas que they are told, but they don’t really know. Pode ser que as minhas previsoes utilizando o meu paradigma Termo tambem falhem. Mas ate’ aqui tudo bem.
Como disse no comentario da Termodinamica, tento enxergar um paradigma melhor para a ciencia economica, pois a do “corpo humano” e a da “mecanica”, sem duvida alguma JA’ falharam. Quem sabe a Termo falhe tambem. Ou nao, como diria Caetano.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
Alex os bancos “oficiais” BB e CEF tem algum subsidio para operar com taxas “abaixo” da de mercado?
As taxas do BB e CEF sempre foram abaixo da de mercado.Essa defasagem de juros entre os bancos “oficiais” como BB,CEF,BNDES e os bancos privados não atrapalha o trabalho do BC na condução da política monetária?
Trecho da coluna do Paul Krugman (NYT – 02.12.2008):
“Será que o governo deveria ter uma política permanente de trabalho com grandes déficits orçamentários? Claro que não. Embora a dívida pública não seja algo tão ruim quanto muita gente acredita – ela é basicamente dinheiro que devemos a nós mesmos -, no longo prazo, o governo, assim como indivíduos privados, precisa implementar um equilíbrio entre os seus gastos e a sua renda.”
Tem cheiro de quermesse no ar…
M.
Alexandre,
Qual é o custo de captação dos bancos junto ao publico? Nao é os 8% que em media tem rendido a poupança? Com a selic a 13,75… tchanran
To achando que o criador do premio jumento quer ser condecorado tambem
Da propria noticia que voce citou voce se esqueceu (por acaso ou convenientemente eu nunca vou saber dado o nivel de parcialidade do cidadao):
“Essas despesas estão atreladas a operações feitas pelos bancos para captar dinheiro. Bancos maiores têm mais facilidade para obter dinheiro com clientes, por meio de depósitos em conta corrente, por exemplo. Mas instituições menores são mais dependentes de lançamentos de CDBs e de empréstimos oferecidos por outros bancos, que ficaram mais caros com o aperto feito pelo BC.”
Ou seja, to me referindo aos bancos que tem grande poder de lobby.
Quanto à relação entre gasto primário e carga tributária:
— se o objetivo é explicar a carga tributária, o ideal seria rodar uma regressão. Mas, nesse caso, colocar apenas gasto primário me parece um erro de especificação pois há outras variáveis relevantes.
— uma das omissões, na minha opinião, seria a exclusão dos juros. Por que apenas gasto primário? Se a carga real de juros foi quase constante em relação ao PIB, ela cresceu junto com o PIB. Logo, o resultado nominal da NFSP foi por ela afetado. E, o que de fato conta, é a NFSP, ou não?
— outra omissão seria a ausência do estoque da dívida. Quanto maior for, mais crescerá a NFSP no futuro, maiores serão os juros correntes e maior deverá ser a carga tributária para cobrí-los.
Kleber S.,
qual é o paradigma do corpo humano? Você está fazendo referência ao Quesnay?
Um amigo meu escreveu ótima dissertação sobre a força da obra de Georgescù para romper com o paradigma mecanicista. Também acho que as questões que atualmente se apresentam não podem ser resolvidas pelos instrumentos tradicionais. Mas ainda não conheço uma sistematização bem feita disso que vc está chamando de paradigma termodinâmico e da maneira como questões do tipo política macro poderiam ser tratadas nesse novo contexto. Você conhece?
Att,
“Qual é o custo de captação dos bancos junto ao publico? Nao é os 8% que em media tem rendido a poupança? Com a selic a 13,75… tchanran”
Dados de outubro:
CDBs: 570 bi
Poupança: 260 bi
Crescimento nos últimos 12 meses:
CDBs: 250 bi
Poupança: 39 bi
No mínimo você deveria fazer a média ponderada. Ah, sim, e não esquecer que depósito de poupança (feito via rede) implica custos fixos elevados (bancos grandes)
Fora isto, a poupança é direcionada: 65% do saldo vai para empréstimos habitacionais, a taxas subsidiadas.
É, parece que você falou bobagem de novo…
“– se o objetivo é explicar a carga tributária, o ideal seria rodar uma regressão. Mas, nesse caso, colocar apenas gasto primário me parece um erro de especificação pois há outras variáveis relevantes.”
Nada como papaguear o que não se entende. Erro de especificação? A carga cresce (como % do PIB); o gasto primário cresce (como % do PIB) e o juro pago (não a taxa de juros, mas como % do PIB) é aproximadamente estável.
Você pode torturar os dados o quanto quiser, que isto eles não irão confessar.
“– uma das omissões, na minha opinião, seria a exclusão dos juros. Por que apenas gasto primário? Se a carga real de juros foi quase constante em relação ao PIB, ela cresceu junto com o PIB. Logo, o resultado nominal da NFSP foi por ela afetado. E, o que de fato conta, é a NFSP, ou não?”
Errado. Tudo aqui está medido como proporção do PIB. Se o gasto real com juros se manteve aproximadamente constante como proporção do PIB ele não pode ter contribuído para o aumento da carga.
E, do ponto de vista de dinâmica de dívida, o que interessa é o juro real, não o nominal. Aliás, se você insistir no nominal, mostro que o resultado caiu de 40-50% do PIB antes de 1994.
Já o gasto primário aumentou como proporção do PIB, aumento aliás praticamente igual ao da carga. Será que isto quer dizer alguma coisa, ou precisa desenhar?
“– outra omissão seria a ausência do estoque da dívida. Quanto maior for, mais crescerá a NFSP no futuro, maiores serão os juros correntes e maior deverá ser a carga tributária para cobrí-los.”
Errado outra vez. Se eu tivesse usado a taxa de juros (real ou nominal) seu argumento valeria. Eu, porém, mostrei o gasto com juros, que já incorpora o efeito do aumento da dívida.
Zero em três tentativas. Melhor sorte da próxima vez.
Petterson
O paradigma do corpo humano e’ o utilizado pelo Meirelles no dia de hoje, quando ele disse que os US tinham uma pneumonia, mas o Brasil, em funcao de sua prudencia, so’ gripe. Que e’ necessario saber-se o tamanho verdadeiro da doenca para se evitar panico desnecessario.
Com o paradigma Termo eu diria: naaao, seu ministro, a diferenca e’ apenas que o Brasil iniciou o seu ciclo mais tarde. Lembra que a bolsa daqui atingiu o pico em Outubro 07? E a dai, varios meses depois, nao e’ mesmo? Entao na minha opiniao a diferenca deste momento e’ apenas uma defasagem temporal nos ciclos. Ou, o que se chamava no passado, Efeito Orlof.
Nao sei ha’ quanto tempo voce acompanha o blog, mas ha’ meses atras alertava a querida cambada de que cerca de 40 pct dos altos-fornos dos US estavam fechando, prenuncio de crise prolongada. Neguinho disse que era porque os americanos nao eram competitivos. Hoje a Mittal anunciou o fechamento de AF no Brasil. No mesmo comentario alertavamos tambem que a coisa iria atingir a Vale. Viu so’ que “maravilha” as noticias nos jornais de hoje sobre a nossa querida mineradora?
Tambem informamos a galera de que a queda do real NAO era por causa de algumas empresas que se enluziaram na horta do hedge, e que logo o real voltaria ao “normal”. Hoje ja’ ninguem fala mais nisso, certo?
Tambem baseado no mesmo raciocinio, concordo plenamente com a proposicao do Alex de subir a taxa de juros. O tamanho do dano nao muda, e evita-se criar males colaterais TOTALMENTE DESNECESSARIOS, pois desvinculados da crise, na area de consumo e reservas.
Mas ainda tem muita agua pra correr debaixo dessa ponte. Vejamos no que vai dar.
Um abracao
Kleber S.
PS: Tudo o que ja’ foi escrito sobre o pradigma Termodinamico voce ja’ leu aqui neste blog.
Ok, estou de acordo.
O que ainda não entendo é: mesmo que a carga com juros tenha ficado estável em relação ao PIB, se ela tiver sido inferior ao superávit primário (e acho que sempre foi) terá se somada ao montante da dívida. Num contexto de dívida crescente (em relação ao PIB), e de gastos primários também crescentes (em relação ao PIB), como pode ficar constante a carga da dívida (em relação ao PIB)?
Por exemplo, entre 1995 e 1999 a dívida pública bruta cresceu de 28% do PIB para 51%, e depois continuou subindo, mas a carga da dívida, que em jan.96 estava nos 4,5%, em jan.00 estava quase igual. E os juros nominais variaram entre 15% e 30%!
Além disso, se a carga da dívida ficou quase estável em 95, 96, 97 e 98, e a receita cobriu os gastos primários em quase todos esses anos (exceto 97, quando ficou 1 ponto percentual abaixo), por que a dívida explodiu?
Essas duas coisas parecem não bater.
“Tambem informamos a galera de que a queda do real NAO era por causa de algumas empresas que se enluziaram na horta do hedge, e que logo o real voltaria ao “normal”. Hoje ja’ ninguem fala mais nisso, certo?”
Nao entendi 🙁
Quando o dolar enlouqueceu na segunda semana de outubro, a imprensa veio com a estoria de que a desgraca toda era por causa de empresas que tinham se entubado por negocios de futuros tipo o kiko coreano, e que logo a loucura iria passar. Este argumento parece ja’ amplamente superado pelos fatos. O dolar tem subido de maneira bastante consistente na ultimas semanas devido ‘a saida de capitais. Todos os jornais reportaram ontem e hoje.
Abracao
Kleber S.
UM DIA TIPICO
Cara cambada, facamos uma resenha dos acontecimentos de hoje.
1- LBOs – mais uma empresa espanhola do ramo imobiliario abriu o biquinho. O consorcio de bancos – todos espanhois – credores trocaram acoes por divida. Cortaram o cabelinho deles, num e’ mesmo cumpadres?
2- As autoridades brasileiras continuam a definir a situacao com metaforas pobres: agora o Brasil tem gripe enquanto os US estao com pneumonia.
3- A deflacao petrolifera continua, com o barril fechando na casa dos 43 dolares. Isso me lembra um fato engracado. Quando estive na nossa “terra prometida” na segunda semana de outubro, passei a ultima noite na casa do meu irmao. No bate-papo final, la’ pelas 3 da manha, ele me perguntou qual era o meu target para o petroleo, que estava em 75, give ou take. “30 dolares, irmao”. Ele quase vomitou. Po, agora eu ja’ to comecando a me achar otimista.
4- A bolha dos Treasuries vai de vento em popa. Outro record de precos hoje, com os juros caindo a 2.55 pct. Pra quem nunca prestou atencao ao assunto, o normal e’ mais ou menos o DOBRO. Da-lhe Benzinho!
5- O Dow caiu, com mini-rallies farsescos no intraday.
E’, que dia xato.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
Alex as commodities em baixa não pode compensar a valorização do dólar?
Mesmo os produtos o Brasil importando outros produtos como insumos,bens duráveis devem baixar
de preço por causa das commodities em baixa,que barateá sua fabricação.
São Paulo campeão domingo?Estarei indo para o Brasil só para vê o jogo.
ABS Fernando.
Alex a Argentina tem hoje 120 bi de capitais no exterior.No Brasil agente não observa tanto isso,pessoas mandando dinheiro para fora.
Esse fenômeno ocorre porque a Argentina foi mais “liberal” que o Brasil no sentido de mandar dinheiro para o exterior,ou porque população Argentina não tem confiança no BC/Governo?
Fenômeno óbvio mas curioso: o dólar sobe mas a taxa de juros longa vem em movimento de baixa mais ou menos contínuo. Será que existe um fetichismo excessivo com a taxa real de juros ? ou o pass through estimado pelo mercado dada a contração em curso vai ser muito menor? ou o que importa é realmente a atvividade econômica num ambiente que a autoridade monetária já tem alguma credibilidade? ou nenhuma das alternativas…
saudações,
P.
petterson disse:
“Além disso, se a carga da dívida ficou quase estável em 95, 96, 97 e 98, e a receita cobriu os gastos primários em quase todos esses anos (exceto 97, quando ficou 1 ponto percentual abaixo), por que a dívida explodiu?”
pq o nivel do superavit primario caiu continuamente de 94 até o ponto de negativar em 97.
Kleber;
achei boa a sua abordagem termo; será q o Meireles só percebera que a doença é a mesma assim que surgir um CATALIZADOR e faca aparecer a todos que os sintomas da doença (ou o novo estado mantendo sua abordagem termo) são os mesmos!
Mogli(novo por aqui)
Alex a nível de pós graduação quais os livros de Macro trabalhado?
Já acabei o Blanchard de Macro,e Abbel e Bernanke.Estou no Romer,Adanced Macroeconomics e no Livro do Robert Lucas sobre economia dinâmica.
Em micro Você já Trabalhou com o Mass-Colel e o do David Kreps?
Alex cadê sua teoria de que a desaceleração econômica não vai afetar na inflação?
O IPCA de HJ ñ reflete nas perspectivas de inflação para 2009?
Mogli
Nao acho que a situacao requer aceleradores artificiais. O ciclo ja’ esta’ em andamento e deve seguir seu curso natural de baixa. Veja a demanda de veiculos, por exemplo. Saiu de fila para 25 pct de retracao. Isso pode somente empurrar a curva naturalmente pra baixo, assim como uma grande quebra qualquer. A OCDE no entanto concorda com o Meirelles. Saiu um relatorio sobre as 35 maiores economias, e o Brasil foi o unico que escapou de ganhar 3 preguinhos. Como o pais tem se situado atras da curva, caso a crise reverta em tempo habil, ele pode mesmo sair dessa com gripe. Eu, particularmente, nao acho que isso va’ acontecer. A coisa aqui fora nao para de piorar. Enquanto the orders intake nao comecarem a virar, havera’ somente pranto e ranger de dentes. Caso a coisa se confirme ser longa o suficiente, o modelo Termo deve prevalecer.
Agora me diz como o OI vai nelhorar. Ce viu as noticias de hoje, cumpadre? O desemprego de novembro – segundo os especialistas – deveria aumenta em pouco mais de 300 mil pessoas. Foi mais de 500 mil. O ramo imobiliario trouxe uma boa noticia: a inadimplencia do pessoalzinho subprime parou de crescer! Mas tambem veio com uma pessima noticia: a inadimplencia do pessoal PRIME acelerou como nunca. Ora, como a razao prime/subprime e’ de 8 ou 9 pra 1, eu diria que isso e’ muito pessimo. Agravado pelo fato de que o imovel do prime e’ em geral mais caro.
Mas mesmo assim o Dow subiu. Depois de ter caido mais ou menos do mesmo tanto. Farsesco ou nao? Este sim esta’ precisando de uma catalisador! A qualquer dia havera’ uma faisca que vai arrombar a festa, e tirar toda a gordura farsesca acumulada. Vamos aguardar um bocadinho.
Um grande abraco, e olho na Termo.
Kleber S.
Gilherme,
no momento que voce se sentir confiante sobre os livros de macro/micro, vale a pena comecar a ler a literatura mais especifica. Eu sugiro que voce comece a ler o Journal of Economic Perspectives ou o Journal of Economic Literature — sao os dois journals da American Economic Association onde sao publicados resenhas da literatura economica. O valor de tudo que voce aprende nos livros-texto de macro e micro eh prover o instrumental para pensar em problemas economicos. Nos journals acima voce vai encontrar as aplicacoes, escritas em um nivel acessivel (acho perda de tempo tentar ler journals mais avancados, por ora).
E’, Alex, revi todos os comentarios, e nao tem por onde. Como o Pedro Ju e’ inimputave”, eu tambem voto no Josue’.
Abracao
Kleber S.
“Hoje também é assim, mas a variação de posição de bancos é que entra no BP (além da variação de preços de moedas e títulos que estão nas reservas).”
Obrigado Alex. Mas a posição líquida comprada dos bancos não entra no saldo de reservas, então (desconsiderando variação de preços de moedas e títulos que estão nas reservas):
saldo BP = delta reservas + saldo líquido posição dos bancos
Am I right?
PS.
Kleber, caí doente (malária) mas já melhorei. Falei com um grupo de sobas (soberanos, kind of local authority) e eles vão ajudar o SP. Expliquei que é um time também rubro negro, etc. Me perguntaram qual é o mascote do time e eu não soube explicar. É muito importante pra mandinga angolana esse detalhe.
abs, BobFields
“gabriel disse…
Alex cadê sua teoria de que a desaceleração econômica não vai afetar na inflação?”
Tempo ao tempo…
Bob:
Espero que esteja melhor da malária.
Se não me engano o resultado do BP inclui a variação da posição dos bancos (dê uma olhada aqui: http://www.bcb.gov.br/?SERIEBALPAG – precisa abrir o zip e olhar na linha 247). Neste caso:
saldo BP (incluindo bancos e erros & omissões) = delta reservas
Se não incluíssem no BP, seria do seu jeito.
Abs
Alex
Alex quando teve a desvalorização do dólar em 2002,quanto tempo levou para impactar a inflação?
Pelo que eu me lembro demorou 4 meses para inflação explodir.
BobFields, espero que voce se recupere rapidamente, caro amigo. Eu nao conheco nenhum outro mascote do SP que nao a figura do proprio santo, vestido com um camisolao do tricolor.
Meu filho, que acabou de chegar do Brasil para passar uns dias comigo esta’ ouricadissimo com o jogo de amanha, que sera’ em Brasilia – num vai mandar o trabalho pra Goiania, hein, Bob!). Alias, ele me contou uma que foi realmente surrealista. No caminho ao aeroporto ele ouviu no radio a noticia de que o excelentissimo sr. Marolinha disse que “o mercado financeiro e’ que nem um adolescente com diarreia”.
Quando eu me recobrar do xoque talvez eu comente. Talvez quem sabe o Tio Alex tenha algum input.
Um grande abraco ao amigo
Kleber S.
Alex..
i – desconheço o reflexo total que tem no IPCA, mas boatos de reajuste no preço do combustivel e derivados foram levantados esta semana
ii – o modo como a imprensa noticia as atuaçoes no BC no mercado de cambio lhe tirar a ‘credibilidade’, não acha? Afirmar que as intervenções são para controlar o cambio é chamar o BC de incompetente (saiu de 1,70 para 2,50). Não vejo ninguém falar que as atuações são apenas para manter a liquidez do mercado, sem se preocupar com o fato do preço de equilibrio (com a piora nos termos de troca) mudar para
2,50, 2,80 ou ou 3,00.
Meu voto também vai para o Josué!
Apollo Creed
Nao sei nao, mas a intervencao do final da tarde de ontem cheirou muito como controle cambial.
No entanto, no geral, o BC nao esta’ numa defesa cambial “gustavofranquista”.
Um grande abraco
Kleber S.
Alex com essa crise o liberalismo acabou?
Se você perguntasse para o Friedman o que ele acharia desse pacote provavelmente você levaria um “fora” dele.
A dilma disse que o neoliberalismo acabou, entao deve ser sinal de que o neoliberalismo estah pronto para voltar mais forte do que nunca… Aquela mulher eh de uma burrice sobre-humana.
O que acabou foi a minha paciência com essa Dilma…
Alex, qual a sua opinião sobre a proibição de short-selling em tempos de crise? Isso não forçaria de alguma forma uma queda ainda mais acentuadas dos ativos?
Alex no regime de metas de inflação,para você o BC deve trabalhar para a inflação ficar na meta ou abaixo de meta?
Na minha opinião o BC deveria trabalhar para que a inflação ficasse abaixo de meta.A meta de inflação do Brasil é de 4,5,o BC deveria procurar manter a inflação abaixo da meta (próxima de 3%),em cenários como de coques de cambio o BC passaria a mirar no centro da meta da inflação.
Temos o que aprender com a Malásia.
“O economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida, consultor do IEDI, diz que a especulação cambial tem como objetivo primordial evitar que o BC diminua a taxa de juros básica. Essa é a meta mais valiosa. Depois vem o alvo secundário, que consiste na valorização dos swaps cambiais. No seu entender, o BC não pode ser operacionalmente autônomo unicamente em relação às ingerências de natureza política do governo. Sua independência deve ser mais abrangente. Ele deve desvincular-se sobretudo dos interesses do mercado. Atualmente, a política monetária é prisioneira desses interesses. Tanto é que não se pode confundir medidas de estímulo à ampliação da liquidez do sistema bancário com uma política de expansão do crédito. De acordo com Gomes de Almeida, nenhum centavo dos R$ 94 bilhões liberados do compulsório bancário chegou ao crédito. Esses recursos apenas aumentaram o empoçamento. “Se o BC não baixar logo o juro e o governo não fizer uma política fiscal mais ativa, o que atualmente mostra-se como uma desaceleração econômica pode se transformar em uma recessão”, diz o professor de economia da Unicamp.
O BC parece estar numa sinuca de bico. Se larga o câmbio às forças do mercado, favorece às exportações ao melhorar a competitividade do câmbio num momento em que os países emergentes parecem dispostos a promover depreciações cambiais para facilitar a venda em mercados cada vez mais arredios. Esta pode ser a explicação para a atuação hesitante do BC no câmbio, na opinião do consultor Miguel Daoud, da Global Financial Advisor. Uma redução da Selic teria o poder de amplificar a desvalorização do real. Mas esta não pode sair do controle a ponto de estragar completamente o esforço desenvolvido desde 2002 de desinflação da economia brasileira. É por isso que o estrategista da Pentágono Asset, Marcelo Ribeiro, considera necessária a adoção de algum tipo de controle de capitais externos. “O governo deveria começar a cogitar a implementação de controles de capitais, nos moldes feitos pela Malásia em 1998, para impedir que a depreciação do real dificulte a queda da Selic na velocidade que tem de ser realizada para impedir que o Brasil entre em recessão”, diz Ribeiro.”
Theo disse: “Alex, qual a sua opinião sobre a proibição de short-selling em tempos de crise?”
Alex…; deixa que eu chuto. Seria algo como marcar 3 penaltis para um time e em seguida encerrar o jogo! Ah! e voltar a cobrança caso o atacante errasse um dos chutes.
O short selling existe para corrigir algumas assimetrias que existem no mercado.E é possitivo para todos (ao contrario do que falam por ai) porque aumenta as chances de arbitragem e reduz os spreads.
Alias na BOVESPA tivemos um “rally”(farsesco ou não)de pelo menos 5.000 pontos quando foi sugerido levar ao congresso um projeto que acabaria com o short selling. Não sem antes alguem ter comprado algo como 10.000 contratos de IBOVESPA futuro (perto de US$ 120.000.000,00)… e não fui só eu que vi…
Mogli
“o BC deveria trabalhar para que a inflação ficasse abaixo de meta.A meta de inflação do Brasil é de 4,5,o BC deveria procurar manter a inflação abaixo da meta (próxima de 3%),”
Henique, para que ter meta entao?
“Henrique disse…
Alex no regime de metas de inflação,para você o BC deve trabalhar para a inflação ficar na meta ou abaixo de meta?
Na minha opinião o BC deveria trabalhar para que a inflação ficasse abaixo de meta.A meta de inflação do Brasil é de 4,5,o BC deveria procurar manter a inflação abaixo da meta (próxima de 3%),em cenários como de coques de cambio o BC passaria a mirar no centro da meta da inflação.”
Na meta, é claro, senão a meta não seria a meta e sim alguma outra coisa. Além de que, sinalizar uma coisa e buscar outra aumenta o custo da política monetária.
Agora, se sua pergunta fosse acerca de baixar a meta, sim, sem dúvida poderíamos fazê-lo.
Anônimo disse…
Temos o que aprender com a Malásia.
“O economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida, consultor do IEDI, diz que a especulação cambial tem como objetivo primordial evitar que o BC diminua a taxa de juros básica. Essa é a meta mais valiosa. Depois vem o alvo secundário, que consiste na valorização dos swaps cambiais.”
“Aprender” e “Júlio Sérgio Gomes de Almeida” não podem ser conjugados no mesmo período. Tem a ver com QI, mas você possivelmente também não entenderia a explicação.
É menos complicada, porém de que a noção que as mesas de reais derrubam o pré enquanto as mesas de dólar tentam fazê-lo subir. Só o Luiz Sérgio Guimarães, que – depois da aposentadoria forçada do Luis Nassif – assumiu a posição de Colunista Mais Cretino da Imprensa Nacional, é que poderia acreditar numa baboseira deste tamanho. Sem contar, é claro, o nobre anônimo acima.
Acho que se contar a internet tambem, o mais cretino ainda eh o Luis Patif!
“Anônimo disse…
Acho que se contar a internet tambem, o mais cretino ainda eh o Luis Patif!”
Aí também é sacanagem, né?
Mas ainda eh mais elegante que chamar o figura de Luis Nachifre!
Alex soube da nova do IPEA?
RIO – O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou na quinta-feira dia 4 de dezembro o Cátedras para o Desenvolvimento. O programa concederá bolsas de pesquisa para cursos de pós-graduação em economia reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC) em 27 universidades públicas brasileiras, federais e estaduais. O investimento anual nas bolsas de estudo será de R$ 1,2 milhão.
O programa é destinado aos professores dos cursos de pós-graduação. Cada docente selecionado receberá uma bolsa no valor de R$ 3 mil por mês, durante o período de 12 meses. As inscrições para o programa começam na próxima sexta-feira, dia 5, e vão até 22 de janeiro. Os resultados serão divulgados 20 de fevereiro. As propostas inscritas deverão ter o consentimento do departamento de economia da universidade beneficiada.
O Cátedras para o Desenvolvimento pretende contribuir para a geração de políticas que visem à construção de uma visão estratégica para o desenvolvimento brasileiro. Num primeiro momento, o programa será implantado nas universidades públicas como um projeto-piloto, estimulando a discussão e a reflexão sobre o pensamento econômico social brasileiro e estabelecendo redes de pesquisa.
Segundo explica o diretor de Cooperação e Desenvolvimento do Ipea, Mário Theodoro, não haverá temas priorizados, mas todos os trabalhos deverão ter como foco a questão do desenvolvimento. Theodoro acrescenta ainda que o professor selecionado deverá dedicar uma parcela de seu tempo ao estudo da obra de um dos patronos do programa e da sua contribuição para a questão do desenvolvimento nacional.
– Trata-se de uma iniciativa inédita que, esperamos, vá trazer muitos frutos. Até porque o programa deverá contemplar anualmente o apoio à elaboração de trabalhos sobre nossos principais pensadores econômicos e sociais – afirma o diretor do Ipea.
http://oglobo.globo.com/educacao/posgraduacao/mat/2008/12/04/ipea_lanca_programa_de_bolsas_de_pesquisa_em_economia-586835869.asp
http://www.ipea.gov.br/default.jsp
*Conselho de Orientação do Ipea
Antonio Delfim Neto
Cândido Mendes de Almeida
Carlos Francisco Lessa
Dércio Garcia Munhoz
Eliezer Batista da Silva
João Manoel Cardoso de Mello
João Paulo de Almeida Magalhães
João Paulo dos Reis Veloso
Luiz Carlos Bresser Pereira
Luiz Gonzaga de Mello Belluzo
Marcio Pochmann
Maria da Conceição Tavares
Pedro Demo
Rafael de Almeida Magalhães
Roberto Cavalcanti de Albuquerque
Rubens Ricupero
Tânia Bacelar de Araújo
Walter Barelli
Wanderley Guilherme dos Santos
Wilson Cano
Tudo isso com dinheiro do cotribuinte.
Realmente, é uma vergonha discutir o desenvolvimento do Brasil com $$ do contribuinte. Pois se não existe política econômica, pra quê perder tempo com isso?
IPEA = Instituto Pokemón de Economia Acéfala.