Albert Einstein, Israel e Winston Churchill: o que dizer sobre o Plano de Estabilização Financeira

Segundo Einstein, “continuar a fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes” é a definição de loucura (“Continuing to do the same things over and over again and to expect different results. According to Einstein, the definition of madness”). Acabei me lembrando disto ao ler o discurso do Tim Geithner sobre a proposta de estabilização da crise financeira.

São três iniciativas:

1. As instituições financeiras devem passar por um teste de estresse, quer dizer, um exercício de solidez do seu balanço (soa como um oximoro neste momento, mas vamos deixar isto de lado). Em outras, querem saber o tamanho do furo e, portanto, quanto de capital cada banco vai precisar. O capital virá dos fundos do programa aprovado no ano passado (TARP) como ponte até que os bancos consigam levantar capital privado. Isto provavelmente significa que o dinheiro virá na forma de ações preferenciais (não são a mesma coisa que ações preferenciais brasileiras; é mais parecido com uma dívida perpétua com pagamento de cupons) com juro elevado.

2. A TALF (linha para aquisição de títulos lastreados em crédito – asset backed securities, ABS) passa de US$ 200 bilhões para US$ 1 trilhão. Em outras palavras o Fed ampliaria ainda mais seu balanço numa tentativa de sustentar o mercado secundário de ABS como forma de incentivar as instituições financeiras a gerarem ativos que posteriormente seriam securitizados e vendidos neste mercado.
3. Cria-se um fundo público-privado de investimento (inicialmente US$ 500 bilhões, mas que poderia chegar a US$ 1 trilhão) para aquisição de ativos que hoje oneram o balanço dos bancos (em bom português, ativos podres). Não é claro de onde vêm os recursos e, segundo Geithner, “estamos explorando um espectro de estruturas diferentes para este programa”.

Teste de estresse à parte, o ponto (1) é uma repetição do que foi feito até agora após a iniciativa do Gordon Brown de recapitalização dos bancos. Não funcionou até agora essencialmente porque o balanço dos bancos parece ser um buraco sem fundo. Ativos continuam sendo marcados para baixo, mas não (pelo menos da forma como vejo o problema hoje) por um problema de falta de liquidez no mercado secundário, mas sim porque continua a haver uma forte deterioração da qualidade dos ativos bancários, reforçada pela queda de atividade, renda e emprego.

Não tenho condições de saber o tamanho das perdas (desconfio que ninguém tem), mas não me parece absurdo neste momento que tenhamos, à frente, perdas ainda maiores dos que as já admitidas (US$ 1,1 trilhão, dos quais US$ 755 bilhões nos EUA). O Roubini fala em até US$ 2,5 trilhões. Neste contexto, quanto os bancos precisariam receber de capital? Aparentemente muito mais do que o Tesouro tem disponível no TARP.

A ampliação do TALF pode ajudar em alguma medida (até agora também parece ter tido pouco efeito), mas se o “quantitative easing” (agora redenominado “credit easing”) não deu muito certo no Japão, por que motivo deveríamos esperar que funcionasse nos EUA?

Quanto ao fundo… Bem, sim, pelo que foi dito acima, o problema está mesmo na deterioração dos ativos dos bancos, e, portanto, o caminho para a solução passa em equacioná-los, mas será que podemos criar valor mudando ativos de lugar? Acho que conseguimos “distribuir” o valor que resta (entre acionistas, credores, depositantes e, é claro, contribuintes), mas certamente não melhora em nada a qualidade dos ativos e, portanto, seu valor.

Incidentalmente, tenho a impressão (alguém poderia checar isto) que, para boa parte destas instituições, não é o valor dos ativos que ainda mantém positivo o valor das ações, e sim a perspectiva que, em determinadas circunstâncias, o prejuízo seja distribuído de forma que ainda sobre algo para o acionista. Por exemplo, se os ativos forem adquiridos pelo governo por um preço “x” (acima de preços de mercado e acima do “valor real”), o acionista ainda pode sair ganhando às expensas do contribuinte.

Acabei me lembrando, além da frase do Einstein, um velho ditado israelense: “o que não funciona com força, funciona com mais força” (na verdade não é um ditado israelense, mas a percepção de um amigo meu que, em Israel, testemunhou um sabra voando com dois pés na porta do caminhão, já que fechá-la do jeito normal não estava dando certo). De qualquer forma parece descrever bem a postura do país, assim como o sucesso deste tipo de política.

Continuo refletindo sobre o assunto. Não tenho a ilusão que entenderei mais deste assunto que os economistas brilhantes que devotam boa parte do seu tempo ao tema, mas, acredito que a solução passa por um esquema “banco ruim”/”banco bom” na linha do Proer. Se for o caso, não há salvação para o acionista e, muito provavelmente, para o credor também. Talvez o contribuinte possa sair sem grandes prejuízos, mas não sem comparecer, ao menos inicialmente, com parte substancial do dinheiro necessário.

Imaginem um banco com 100 de ativos, 5 de capital e 95 de dívida (não quis tratar de depositante separadamente aqui). Dos 100 de ativo, 40, digamos, são problemáticos. O banco sofre intervenção e é dividido: 40 de ativos ruins ficam no “banco ruim” e 60 no “banco bom”.

O acionista perde tudo (ou melhor, torna-se acionista do “banco ruim”) e vai ganhar o que sobrar dos ativos, depois de pagos os credores. O “banco bom” tem 60 de ativos, zero de capital e 95 de dívida, isto é, está furado em 35. Aqui há duas alternativas (na verdade infinitas, mas olho dois casos polares).

Num caso o governo capitaliza o banco. Para voltar à estrutura inicial o governo põe 40 no banco (os ativos passam de 60 para 100), mas, como a dívida permanece em 95, o capital (todo ele do governo) vale 5. Destruição de valor para o contribuinte (pôs 40 e ficou com 5); tremendo negócio para o credor.

Noutro caso, faz-se um “haircut” ao meu estilo na dívida. Os 35 que faltam vêm do “haircut”, e a estrutura do banco fica sendo 60 de ativos e 60 de dívida. Aí o governo capitaliza o banco com quanto achar necessário para uma alavancagem saudável (digamos, 20) e a estrutura final fica sendo 80 de ativos, 60 de dívida e 20 de capital. À frente o banco é privatizado e o dinheiro pode (ou não) retornar para o contribuinte. Para reduzir a perda do credor dá-se a ele o direito de receber antes do acionista original qualquer valor recuperado dos ativos podres em poder do “banco ruim”.

Entre estes casos há infinitas combinações de divisão do prejuízo entre credor e contribuinte. Por exemplo, é possível, também, um “warrant” no banco bom para adoçar a perda dos credores, que, obviamente, sai do ganho (potencial) do contribuinte na privatização.

Isto dito, mesmo que este esquema seja ideal (e certamente não é), há ainda problemas nada triviais de ordem operacional. A começar a inexistência (acredito) de marco legal que permita esta brutalidade de fatiar banco à torto e direito. Imaginem a discussão disto no Congresso com mercados a pleno funcionamento. Tem tudo para gerar uma crise.

Fora isso, embora idealmente esta solução possa chamar o acionista privado (já que, em tese, só ficaram ativos bons nos bancos), na prática a distinção entre ativo bom e ruim não é fácil e, mais importante, depende do ambiente externo. Ativos que seriam bons sob certas circunstâncias se tornam ruins sob outras, de modo que não há como garantir que o balanço fique limpo mesmo após a separação.

De um lado mais prosaico, quem tocaria o banco? É claro que a direção teria que ser afastada, e o novo acionista teria que indicar novos dirigentes também. Como impedir a politização de crédito num ambiente em que crédito é disputado a tapa.

Vale dizer, acho que o caminho para solução passa por algo deste gênero, mas faltam detalhes cruciais, apenas alguns dos quais foram mencionados acima. Em conclusão, é muito feio.

Resta, como esperança, o que Churchill dizia sobre os americanos: “You can always count on Americans to do the right thing – after they’ve tried everything else.”

Comentários são bem-vindos.

141 thoughts on “Albert Einstein, Israel e Winston Churchill: o que dizer sobre o Plano de Estabilização Financeira

  1. O interessante é que nenhuma medida Keynesiana defendida por você funcionou.

    Bernanke atolou o mercado de dinheiro e não resolveu o problema.Os EUA não demitiram os executivos dos bancos que fizeram besteira,coisa que o proer fez.

    EUA poderiam cancelar o pacote fiscal e focar a reestruturação do setor financeiro,vale lembrar que os EUA não tem tanto espaço assim para contrair divida.

  2. Primeiro de tudo, parabéns por manter um blog. Com certeza essa é a maneira de promover bons debates, colocar idéias à prova, enfim, entender melhor como o mundo funciona.

    Sobre o post, acho que a visão de Einstein sobre esse assunto já está ultrapassada… “continuar a fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes” não é loucura, é Complexity Theory! http://en.wikipedia.org/wiki/Complexity

    Aliás, me pergunto por que a teoria mainstream ainda não absorveu os conceitos da complexity theory.

    Abraços,
    Lucas

  3. “O interessante é que nenhuma medida Keynesiana defendida por você funcionou.”

    Não sei se você percebeu, mas o sistema financeiro ainda está de pé (mais pra lá que pra cá, mas de pé). Dado onde estávamos em outubro não diria que não funcionou, enquanto a estratégia (“austríaca”?) de deixar a Lehman quebrar nos levou ao pânico e ao quase derretimento do sistema.

    Daqui eu diria que, se não levou à recuperação (e não levou mesmo, nem parece que vai), pode ter impedido (ou adiado) o pior. Meu placar ainda mostra Bernanke 1 x 0 Ivo, mesmo com gol de canela.

  4. Prezados, me ajudem.

    Sou doutor em economia pela FGV-Rio.

    Tenho pleno domínio sobre absolutamente todos os modelos teóricos formais da micro e da macroeconomia modernas. Chego a sonhar com a demonstração do teorema da monotonicidade forte duas vezes por semana.

    Domino todas as técnicas de diagonalização de matrizes, com grande destaque para matrizes triangulares inferiores.

    Estudei como um camelo por anos a fio todos os lemas, teoremas, demonstrãções e corolários de todo o conteúdo que é dado em um curso avançado de análise convexa no Rn.

    E, por fim, meu conhecimento é tamanho que sou capaz de demonstrar de cabeça a validade do teorema de Kuhn-Tucker e de Weirstrass num campo vetorial complexo sobre o corpo dos racionais.

    (Obs: sobre equações de diferenças não-homogêneas lineares de ordem superior com coeficientes variáveis nem vou comentar, pois seria apelação.)

    Não obstante, meu caros, algo vem me deixando intrigado desde que esta presente crise estourou em meados do ano passado.

    Amigos, parentes, etc, todos me perguntam sobre a crise. Me pedem conselhos sobre o que fazer com suas aplicações diante do cenário turbulento. Me perguntam sobre o destino do capitalismo e sobre quais medidas deveriam ser tomadas para contornar o problema. Um estudante de química, semana passada, chegou a me perguntar simplesmente o porque de a crise ter estourado, foi o ápice de minha crise profissional. Não sou capaz de responder a absolutamente nenhuma destas perguntas.

    Caros, devo entrar com um processo contra a universidade? Afinal de contas, me disseram que eu estudaria economia no mestrado e no doutorado.

    O que acontece com os cursos de economia deste país?

    Grato, Ronaldo Riemann Jr.

  5. Alex,

    não seria melhor pegar todo o dinheiro do pacote de ajuda aos bancos e criar bancos novos, do zero mesmo? Tipo, pega 500 bilhões e cria 5 bancões com 100 bi de capital, podendo emprestar outros 5 trilhões no total? Como esse banco estaria com o Balanço limpo talvez não fosse difícil emitir ações no mercado assim como a médio prazo (talvez uns 2 ou 3 anos), eles poderiam criar uma demanda suficientemente grande para os ativos podres dos Bancos hoje existentes.
    O grande problema, a princípio, dessa estratégia, é a questão da estrutura física dos Bancos, que teriam que surgir praticamente do nada.
    O que achas?

  6. TIO ALEX

    O artigo foi excelente, como de praxe. Sobre o comentario acima, eu diria que Bernanke nao fez nenhum gol, ainda. Por enquanto o que ele conseguiu foi mexer na cinetica do processo. Os ativos ruins nao melhoraram em nada, dai’ o problema de solvencia permanecer como estava. O que as medidas todas fizeram ate’ aqui foi de estender o problema no tempo. O passamento do Lehman cusou uma aceleracao. As curvas que estavam na descendente mudaram o coeficiente angular. O que aconteceu de novo para o lado positivo em dezembro. E agora voltou quase tudo para o mesmo patamar pre-fim-de-ano-comeco-de-ano. Em termos futebolisticos, numas de Marolinha, eu diria que estamos a 35 minutos do primeiro tempo, e o placar esta’ Termo 1 x 0 Governo.

    TIAGO

    Nao acredito que eu seja um dos “iluminados” vendo a crise do mesmo modo que o Martin Wolf. Eu ja’ cansei de dizer que eu nao passo de um neguinho, nem economista eu sou. Mas eu fico de olhos abertos, falo a verdade e nao torco pra lado nenhum, pois tirei meu dinheiro de qualquer coisa especulativa em 2006, uma vez que eu vi a crise se desenhando. De vez em quando faco algum negocio pontual quando vejo que a burrada esta’ muito grande.

    O que me parece e’ que os especialistas sabem de tudo o que esta’ pra acontecer, mas como tem “vested interests” ficam na moita. O Wolf saiu do armario. Nao li o artigo na FSP, mas li ontem no Financial Times. Pela sua descricao parecem o mesmo.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  7. O problema de Bernanke foi não ter freqüentado aulas de microeconomia.

    Me diz aí qual instrumento “Keynesianu” funcionou? Um trilhão de dólar no mercado,corte nos juros de 5,25 para 2 % (antes da crise) evitou que os bancos quebrassem?

    Eu não considero o pacote de salvamento do sistema um pacote Keynesiano,é um instrumento microeconômico para tirar ativos podres.

    Porque é equivocada a idéia de que Greenspan causou essa crise com uma política monetária expansionista? Concordo plenamente com que o Kleber escreveu.

    Saiba destingir medida Microeconômica de medida KEYNESIANA.

  8. “O problema de Bernanke foi não ter freqüentado aulas de microeconomia.”

    Ah, claro. Agora está tudo explicado. Parece que o programa do MIT não inclui esta disciplina.

    “Eu não considero o pacote de salvamento do sistema um pacote Keynesiano,é um instrumento microeconômico para tirar ativos podres.”

    Ah, tá. Então esta intervenção é microeconômica, mas a que não funciona é Keynesiana.

    “Saiba destingir medida Microeconômica de medida KEYNESIANA.”

    Agora eu sei: medida microeconômica é a que o Ivo define desta forma; medida Keynesiana também.

    E pensar em todos os pobres economistas do MIT privados das aulas de micro… Inclusive dois dos meus professores em Berkeley (Carl Shapiro e Matt rabin). Será que aprenderam sozinhos?

  9. RONALDO RIEMANN

    O problema e’ que os cursos de economia nao tem aulas de termodinamica.

    IVO

    O Greenzinho, velho safado e boko-moko, pelo menos aqui no Barakistao, tem sido universalmente reconhecido como o causador da crise pelo motivo supracitado. Isso ja’ e’ assunto superado. No comeco teve neguinho que esperneou um pouco. Greenzinho, velho safado e boko-moko, tentou justificar. Depois veio com um mea culpa muiiiiito do meia-boca, admitindo que a tal self-regulation havia falhado. O que e’ uma balela, pois conforme demonstrado anteriormente por ocasiao da citacao do “mito dos adolescentes e a cerveja na geladeira”, se nao tivesse excesso do liquido, nem precisaria de regulacao.

    Por que eu tenho certeza tao cristalina da responsabilidade causal da crise? Porque eu VI a coisa contecendo. Tenho passado metade do meu tempo em Nevada, um dos focos do sub-prime. Eu vi a construcao de enormes complexos, financiamento para clientes NINJA, o preco explodindo, eu vi muitos deles ficando sem comprador, ouvi pessoas em emprestimos ARM subprime dizendo que no reset nao teriam como pagar, neguinho chegou a me oferecer imovel, parceria, o escambau. Tudo isso em 2006. As estatisticas mostravam na epoca que os precos estavam 40% acima da possibilidade demografica, e que os bancos tinham 62% de seus ativos ligados a imoveis. Ainda em 2006. Avisei aos navegantes: tirem a grana de acoes, e olhem bem o portfolio de bond funds, pois a maioria deles esta’ carregada de titulos hipotecarios. Ninguem me ouviu. Quando Billy de Ben, nosso bandidinho favorito veio a publico em dezembro daquele ano e disse que o pior da “housing crisis was behind us”, teve fulano que veio tirar um sarrinho. Eu disse: “Wait and see”. Bom, agora viram. Big time. A construcao parou. Os trailers da peaozada sumiram. Moradias que estavam sendo anunciadas por 500 mil, agora, no mesmo complexo, estao anunciadas por 300 mil!!! Entao nao e’ preciso ser genio para saber o que causou o que, e como a situacao se desenvolveu. Era so’ ficar de olhos abertos, ser honesto consigo mesmo, e nao ser muito burro.

    A grande pergunta que nao quer calar e’: Quando Benzinho foi ‘a TV em 2006 dizendo o que disse, ela estava sendo desonesto ou simplesmente um mocorongo desavisado? E’ esse o cara que vai resolver a crise? E’ dificil nao achas?

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  10. Vou citar as Medidas Keynesianas adotadas.

    Term Auction Facility; Discount Window; Primary Dealer Credit Facility; Asset Backed Commercial Paper Money Market Fund Liquidity Facility; Emergency Loans; Maiden Lane LLC (Bear Stearns Fed Facility); Foreign Term Auction Facility; e Open Market Operations Collateral. Além disso, o Fed reduziu a taxa básica de juros e passou a remunerar as reservas dos bancos em seu poder. Em termos , o Fed inundou o mercado de liquidez, num total que já ultrapassa US$ 1 trilhão.

    Me diga essas medidas funcionaram? Evitou que os bancos quebrassem? Suspeito que não.

    Bernanke como todos economistas acharam que isso era uma crise de liquidez bobaram dinheiro para o mercado e não resolveu nada.Uma intervenção microeconômica não pode ser considerada uma medida Keynesiana.

    Escola de economia Alex é só uma Chicago,os departamentos do MIT,HARVARD,Berkeley estão cheios de Keynesianos.

    Qual foi a única escola que defende o livre mercado com essa crise? Chicago,o resto se deixou corromper pelo velho Keynesianismo.

  11. “Qual foi a única escola que defende o livre mercado com essa crise? Chicago,o resto se deixou corromper pelo velho Keynesianismo.”

    Hmmm. Então micro=livre-mercado? Vê-se que não estudou muito mesmo.

    “Vou citar as Medidas Keynesianas adotadas.

    Term Auction Facility; Discount Window; Primary Dealer Credit Facility; Asset Backed Commercial Paper Money Market Fund Liquidity Facility; Emergency Loans; Maiden Lane LLC (Bear Stearns Fed Facility); Foreign Term Auction Facility; e Open Market Operations Collateral”

    e

    “Eu não considero o pacote de salvamento do sistema um pacote Keynesiano,é um instrumento microeconômico para tirar ativos podres.”

    Como eu disse: micro é o que o Ivo afirma ser micro; keynesiano é aquilo que Ivo afirma ser keynesiano.

    Pergunta: o libertário Greenspan, fiel seguidor da Ayn Rand, no seu critério é keynesiano também?

  12. ALEX

    Nao. O Greenzinho e’ safado e boko-moko.

    Curioso que o nome Greenspan esteja ligao a grandes tragedias da humanidade.

    By the way, parabens pela nova foto.

    Abracao

    Kleber S.

  13. Vamos por parte ok?

    Micro não é livre mercado,é custo benefício.O custo seria muito alto de deixar quebrar o sistema.

    Medidas Keynesianas normalmente focam questões macro,injetar liquidez no sistema etc,aumentos dos gastos público.Greenspan deixou há muito tempo de ser libertário,um exemplo disso é ele ter mantido as taxas baixas de juros durante muito tempo com medo de uma recessão.Essa crise não foi gerada pela desregulamentação do setor financeiro muito pelo contrário a regulação americana é mais eficiente que a brasileira,o que matou o setor foi a política monetária adotada que incentivou as pessoas procurarem rendimentos maiores,SUBPRIME era interessante.

  14. Prezados,

    porque continuam insistindo que injetar liquidez durante uma grave crise é uma medida keynesiana?
    Digam velho-keynesiana, pois keynesiana não é.

    Se não me engano, está escrito naquela famosa apostila, a TG (aquela mesma que o Hicks leu e não entendeu), que em momentos de expectativas pessimistas não há cristo nem pirueta monetária que faça a economia voltar a produzir. Apenas o Deus Governo tem esse poder, através da política fiscal.

    Pobres mortais.

    Saudações, Joan Robinson

  15. “Tio” Alex faça um favor a si próprio leia o livro de Any Rand e Hayek,você verá como o que esses filosos são importantes na teoria econômica.

    Tirando algumas cretinices de Hayek como o uso da matemática e o padrão ouro o resto ta tudo certo.

    PS foto do Corinthians da mais sorte que a do São Paulo.

  16. O entendimento das liberdades individuais é muito importante para um economista.

    Os EUA agiu errado salvando bancos,tem que deixar quebrar os bancos.O erro dos EUA foi querer salvar bancos,o correto seria salvar o sistema financeiro não bancos.

    Inclusive Anna Schwartz defende essas medidas.

  17. ” .Essa crise não foi gerada pela desregulamentação do setor financeiro muito pelo contrário a regulação americana é mais eficiente que a brasileira,”
    ave maria! de onde tirou isto?

  18. OS NOSSOSGUIAS NO BARAKISTAO

    Outro dia eu fui injusto com o Marolinha. Nao porque o tenha comparado ao Maguila, mas porque nao o comparei com seu counterparty daqui. Facamos entao uma analise da categoria dos 3 principais atores no palco – talvez devesse ter dito picadeiro – da atual tragedia.

    1- Bobama: Sabe ler e escrever muito bem, e fala como ninguem. Cheirou muito po’, pos-graduou-se em Direito. De vez em quando trabalhava em firmas de advocacia, ate’ que um dia politizou de vez. Nunca administrou porra nenhuma, nem gerenciou departamento algum. Continua em campanha mesmo depois de eleito. Nao entende um catso de Economia, mas vive declamando aforismos keynesianus. Ve-se portanto que a unica diferenca em relacao ao colega e’ sua familiaridade com as letras. No entanto, vale lembrar que o “imortal” Jose’ Sarney demonstrou sobejamente que erudicao literaria nao esta’ necessariamente associada a competencia executiva.

    2- Sub-messias: Economista experiente, com muitos anos de administracao financeira. Se ele soubesse o que fazer, seria perfeito para o cargo. O grande porem e’ que ele nao sabe. O plano divulgado ontem e’ uma colcha de retalhos, que parte da premissa errada. Com mais um comentario desastroso hoje – “Nao entramos em detalhes porque nao queremos fazer nada atabalhoadamente…” – confessou estar perdido no cipoal. Veio para explicar, mas ate’ aqui so’ o que fez foi confundir. O que os amigos verao paulatinamente aparecendo na imprensa, e’ que o que realmente chocou o mercado ontem e’ que todo mundo achava que ele saberia o que fazer, que ja’ tinha um plano pronto. Hoje esta’ claro que ele nao tem. Vai ficar numas de tico-tico no fuba’ ate’ que a coisa se resolva por si so’, ou que o Billy a foda de vez.

    3- Billy the Ben: Provavelmente o maior estudioso da Grande Depressao vivendo sobre a Terra. So’ que desgracadamente ele nao entendeu porra nenhuma. Diagnosticou a causa erradamente, criou todo um arsenal de medidas para atacar o problema, usou todas em tempo fabulosamente curto, e nao resolveu nada. E enquanto ficar teimosamente atacando liquidez em lugar de solvencia, nao vai sair do zero, aumentando tremendamente o risco de efeito colateral. Fica permanentemente enchendo o saco dos bancos para emprestar dinheiro pra inadimplente, e no dia em que for atendido ai’ que a coisa arrebenta sem apelacao. Toma um banho de seu colega brasileiro, pelo simples fato de que se suas medidas produzirem o efeito necessario, ele tera’ botado fogo no planeta. Bem-intencionado e irresponsavel, de um modo ou de outro, ja’ entrou para a Historia.

    Eeeee’, cumpadres, parece que a situacao dos barakistanos nao esta’ melhor que a dos brasileiros nao.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  19. O que vejo importante é que é muito difícil fazer um exercício de contrafactual.

    Sim, é verdade que as medidas tomadas até agora não evitaram a crise, nem a recessão. Os bancos foram mantidos, porém quase como zumbis.

    Porém, eu não consigo imaginar o tamanho do estrado que teria acontecido caso tivessem adotado a solução “austríaca” de deixar quebrar, porque a “recessão é benéfica, por fechar os projetos que não deveriam ter sido abertos”. Não vejo qual o mecanismo que teria deixado as coisas melhores. Então, na pior das hipóteses o jogo está em 0x0.

    Ah, e quanto à parte filosófica, a definição de liberdade como somente a parte negativa (que não vem do Hayek, nem da Ayn Rand, mas já havia sido sugerida por Humboldt muito tempo antes) incompleta, passando longe do que o indivíduo procura maximizar.

  20. O que acontece com os cursos de economia deste país?

    Ronald, leia a Biblia. Voce pode não aprender – necessariamente – mais economia, mas vai entender o porquê da crise.

    Abracos Rubro negros.

    G.Howe

  21. kleber,

    essa crise foi gerada bem antes, nos anos 90, quando ocorreu a valorização absolutamente absurda das ações, com o Dow Jones subindo uns 600% em uma década, sem qualquer contraparte na economia real. Lembra como o boko-moko se referia a isso na época, né? Exuberância irracional.
    Aí veio o pseudo-estouro da bolha em 2000, quando o boko-moko resolveu aliviar nos juros. A bolha deu uma desinflada, mas logo depois voltou com carga total, dessa vez se espraiando também por ativos reais.
    Essa história adolescentes/geladeira também cabe para a desregulamentação financeira. Assim como seria difícil ter surgido uma bolha sem uma política monetária frouxa, também não teria havido bolha com uma regulação/fiscalização mais consistente. Prova disso é a enormidade de derivativos off-balance que o sistema desconhecia e que veio à tona somente agora, depois que o tsunami deu as caras. Deixar um mesmo banco empacotar (e depois revender) empréstimos subprime com classificação de risco sabidamente forjada pelas Agências de Rating e emitir CDS parece mais com piada de português.
    A grande lição da crise, pelo menos até agora, é que a autoregulação do sistema financeiro não funciona pois os bancos sempre terão incentivos para superestimar os seus ativos e uma fiscalização leniente não tem como detectar isso.

  22. Na verdade, ninguém sabe, ainda, a forma correta de lidar com o problema, embora todos conheçam sua origem e saibam qual é a sua solução. O problema é que, como o problema está sendo tratado, tanto a origem quanto a solução passam pela atuação do governo. Aí é que a porca torce o rabo.

  23. Boa Kleber, excelentes definições. Se vc operou na mesma direção do q tem falado aqui desde meados do ano passado já fez grana para gerações.

    Qt ao sub-messias Geithner, eu tenho muita dificuldade de entender o pq de alguem q esteve tao envolvido em todo o processo de geraçao dessa KK poderia ser visto como o SOLUCIONADOR. sera q a tese é a mesma de se contratar hackers para desenvolver sistemas de segurança virtuais?

    abs,

  24. Kleber o problema do Bernanke foi ter estudado muito macro e ter se esquecido da Micro.

    Alex na USP você teve que formação? Neoclássica ou Keynesiana?

    Você parece um crítico da teoria Neoclássica.

  25. 0x0? 1×0?

    Vocês são muito otimistas!
    Acho que está mais para -7x-6! (Acadêmico de plantão, não me venha com transformações monotônicas).
    O Big Ben tá enfiando dinheiro até na boca dos cachorros da classe média para ver se o cachorro compra alguma coisa. Esqueceu que vai ter que pagar por esse dinheiro em algum momento. O segundo-no-poder está perdido. Não tem nem idéia no que ele se meteu. Não sabe se deve comer ou passar no cabelo.
    E a estratégia “Austríaca”? Deixaram quebrar um banco com melhores condições do que muitos dos bancos que estão sendo salvos hoje.
    A falta de consistência permeia as estratégias anti-crise.
    Aí vem o Cacique Obama e solta um peidinho como plano, não é suficiente como estratégia Keynesiana nem tem propósitos “Austríacos”. A promessa de união partidária vai por água abaixo.
    Abs
    Obs: A discussão entre o que é uma medida Keynesiana e o que uma medida Microeconômica (que apareceu no último post) é obtusa. Basta ler o Woodford – Money and Interest – para ver um modelo Keynesiano (com curva de Phillips e tudo) bem estruturado microeconomicamente. Não que eu concorde com o livro, mas está muito bem estruturado.

  26. “A discussão entre o que é uma medida Keynesiana e o que uma medida Microeconômica (que apareceu no último post) é obtusa. Basta ler o Woodford – Money and Interest – para ver um modelo Keynesiano (com curva de Phillips e tudo) bem estruturado microeconomicamente.”

    Perfeito João.

  27. CARA CAMBADA

    1- THX

    Concordamos em quase 100%. Mas a meu ver a grande licao da crise e’ o ‘segundo postulado’. Cujo inicio foi justamente apontado por voce, quando o velho boko-moko sucedeu ao Paulzao. Nao acho que seja possivel regular o mercado por completo.

    2- JOAO

    Nao e’ verdade que o Lehman estive em situacao perto da razoavel. Ele havia sofrido uma terrivel run on the bank na semana anterior. Alias, parece que esse esta’ sendo o criterio. WaMU, Wachovia, Indymac, BS, todos esses bancos de maior porte sofreram o mesmo processo antes da eutanasia. Foi ae que o cara do Merril Lynch correu para a fusao com o BofA, porque ele sabia que na segunda-feira ele seria o proximo.

    3- ARLEQUIM

    Riqueza e’ relativa. Como disse anteriormente, na minha visao estamos a 35 minutos do primeiro tempo. Botei meu time na defesa. Daria sim pra ter arrebentado a boca do balao em shorting, mas eu acho essa operacao arriscada. Lembra de quantos short squeeze tivemos nessa historia toda? 5% ao ano e’ uma enormidade quando comparado a -38%. Entao relativamente eu ganhei muito dinheiro. Mas em termos absolutos nao. Grana pra valer vai ser ganha no segundo tempo, quando entao sera’ a hora de partir para o ataque. A crise pode durar anos, mas mesmo na Grande Depressao, um dia houve o bounce back. Esse vai ser o momento de lavar a egua. Dica? Entre no Yahoo Finance e entre o ticker symbol SSO. Leveraged fund de blue chips. Saca so’ o portfolio. No ano down 69%. Chegara’ a hora de inverter a tatica e passar da defesa ao ataque. Ou seja: num toma gol no primeiro tempo, e faz uns 5 no segundo.

  28. Falemos um pouco do lado bom da crise: o futebol brasileiro está forte como não se via há muito num início de temporada.

    Pela primeira vez desde os pontos corridos em São Paulo, não temos um cavalo paraguaio disparando no começo. É grande a expectativa para que os quatro grandes façam o quadrangular final. Tudo isso devido ao fato de não terem sofrido verdadeiras desmantelações causadas pelas compras européias, como era normal.

    Rumo ao tetra (mundial e brasileiro).

    Abraços, Mujica

  29. Alex o BCB brasileiro sabe da “vida” detalhada dos bancos aqui,o que eles tem em títulos no balanço,situação financeira?

    O BCB levou 2 horas para liquidar o banco marka porque sabia de todo o patrimônio do banco.

  30. Alex,

    concordo com você, acho que a melhor solução deve estar no interior daquele espaço aonde os contribuintes e os credores dividem o prejuízo . Mas não acho que vai ser tão difícil estabelecer um marco legal para enfrentar a crise, se o plano for claro.

    Kelber S,

    Há duas semanas que eu só vejo equação do calor no Impa, não me venha dizer que economistas não estudam termodinâmica.

  31. O que deixa de lição para essa crise é que banco público é melhor do que banco privado pois não quebra.

    EUA deveria adotar o modelo brasileiro de bancos estatais.

  32. O titulo do trabalho do Woodford é mesmo “Interest and Prices”. E parabéns Alexandre pelo blog,um otimo espaço pra discutir e aprender Economia.

  33. banco público não quebra?! eu sabia que o Banco do Brasil quebrou pelo menos quatro vezes já no COLEGIAL! E, claro, os contribuintes perderam o dinheiro que tinham lá, para não mencionar o dinheiro usado para recriar o banco!

  34. “Depois que o Lehman quebrou a crise melhorou,mais vem o deus governo e resolve piorar as coisas.”

    Eu achava que era um caso de autismo, mas o Juliano está correto: a CRISE melhorou mesmo, ficou mais forte, parrudona, agressiva. Quase conseguiu levar o sistema financeiro mundial à lona em duas semanas.

  35. Você é economista? Nunca vê um economista defender o salvamento de empresas ineficientes.

    Se você tem uma empresa e ela quebra você vai pedir ajuda do governo? Mesma coisa acontece.Faltou aprender isso na faculdade “tio” Alex.

  36. Poxa, dei uma passadinha só para ver que tipo de lições nosso professor vidrado em percentuais de inflação e juros teria para oferecer aos leitores do blog. Eis que começo a ler o primeiro post, tudo bem, mas aí lá pelas tantas vejo um plagiozinho disfarçado do baselinescenario… está lá: http://baselinescenario.com/2009/01/21/bad-bank-aggregator-bank-beginners/. Hehehe, bad bank for beginners, muito bem Alexandre, mas na próxima disfarce melhor ou então toma vergonha e cita a fonte. Você era melhor quando ficava pedindo aumento de juros sem parar… mais transparente, sabe. E não venha me dizer que os bancos captam no curto e emprestam no longo, por isso alta na Selic é ruim. Sabemos que estão sentados em títulos públicos…

    Abraços do Mestre

  37. “Você é economista? “

    Sim sou.

    “Nunca vê um economista defender o salvamento de empresas ineficientes.”

    Já eu nunca vi a língua portuguesa tão maltratada. Só não é mais maltratada que seu senso de realidade, mas, sei lá, talvez na Dimensão Z (de zurro) isto seja normal.

  38. “Sabemos que estão sentados em títulos públicos…”

    Melhor do que sentados em outras coisas, se é que me entende. Em títulos prefixados, otário.

    “Poxa, dei uma passadinha só para ver que tipo de lições nosso professor vidrado em percentuais de inflação e juros teria para oferecer aos leitores do blog”

    Já eu não passo no seu blog. Por que será?

    Quanto ao “plágio”, sinto desapontar, mas eu nem conheço o tal blog que você menciona. Imagino que seja difícil para pessoas com deficiência de proteínas na infância (capim tem muito pouco; você precisa diversificar), mas a base do meu raciocínio foi o Proer.

    Talvez você se sinta um imbecil lendo isto, mas não se sinta: você é mesmo um imbecil.

  39. “Melhor do que sentados em outras coisas, se é que me entende. Em títulos prefixados, otário.”

    That is the way to go.

    Na proxima reuniao, o COPOM corta mais 100 bp ou mais (vejamos como vao sair os numeros do mercado de trabalho em janeiro).

    Agora se voce for realmente cauboi, short euro like there is no tomorrow.

    “O”

  40. NO BARAKISTAO…

    …num tem “medida provisoria”, cumpadres. O Tio Alex ta’ pra la’ de certo quando ele ve problemas legais pra se “fatiar banco a torto e a direito”. Alem do que ha’ um tremendo encalhe politico-ideologico.
    Seguinte: os republicanos nao aceitam perdao de divida indiscriminado, porque se o fizerem nunca mais se reelegerao. Nao se esquecam de que aqui o voto e’ distrital puro. Os swing districts o barakismo ja’ levou de roldao nas eleicoes passadas. Como a bananosa e’ enoooooorme, e considerando que o Bobama foi o senador mais radical que o senado viu em muiiiiito tempo, e’ extremamente conveniente pra eles deixarem que os dems facam tudo sozinhos. Porque como a chance de dar com os burros n’agua e’ muito grande, eles botariam a culpa no Bobama e sua entourage e retomariam o poder por longo tempo. O Bobama sabe disso, e nao quer fazer nada sem um certo apoio republicano.

    Uma coisa ja’ tentada foi recapitalizar os bancos via acoes preferenciais. Como o Tio mencionou, elas nao sao como as primas no Brasil. De fato, sao mais como um emprestimo, a juros pre-fixados. Mas tem uma diferenca contabil em relacao a um emprestimo comum: elas entram diretamente no equity, e nao no ativo/passivo. So’ que do ponto de vista de retorno para o devedor, elas sao uma josta. Estao pagando 5 pct ao ano de juros. De onde eles vao tirar essa grana? Quem e’ que esta’ pagando este tanto como rendimento liquido para o banco? Entao este tipo de capital ta’ muito mais pra tough love do que pra cafune’ no pescoco. Com certeza nao e’ com este tipo de “ajuda” que os bancos vao se levantar. O que eles querem e’ a solucao 1 do post do Tio. A ma’ noticia e’ que num tem carvao pra todo mundo. O ritmo de foreclosures esta’ em torno de 10 MIL por DIA. Como os bancos perdem 56 mil dolares por foreclosure, tem-se entao perdas anuais de uns 130 bizinhos. Que equivale ao tangible equity de dois megabancos somados. Sentiram o drama, cumpadres?

    Qual e’ o problema da solucao 2? E’ que nao da’ pra ser aplicada num so’ pais. Porque no dia em que os US nacionalizarem os bancos levando os credores para um passeio atras da horta, zilhoes de bancos por todo o mundo – a comecar pela Europa – tomaticamente quebrarao. Ou por perda de seu proprio capital investido, ou porque muitos de seus devedores entrarao em default em decorrencia do calote barakistano.

    Agora deve ter ficado claro porque ha’ algum tempo atras eu disse que o “auge da crise sera’ no dia anterior ‘a nacionalizacao bancaria em US e EU, ou no dia seguinte em que a UE o fizer unilateralmente”. Galera, os bancos europeus estao por uma lapinha. Alem de comprar ativos agora podres dos barakistanos, eles tem sua propria crise imobiliaria em Irlanda, Espanha e UK, alem das dividas impagaveis dos paises-joia, Russia recentemente incluida. E como ja’ nao bastasse, estao fodidamente alavancados.

    Xi, olhai’ meu: o velho boko-moko esta’ na televisao. Perai’ que vou vomitar e ja’ volto.

    Tudo bem, ja’ to melhor. Ele apareceu num programa da CNBC, justamente sobre o assunto da bolha imobiliaria. Bostejando aquilo que a gente ja’ ta’ cansado de ouvir.

    Viram so’ o tamanho do buraco, cumpadres? Voces acham que o Billy vai resolver essa merda toda via “inundacao”? Eu temo que nao. Porque o problema nao e’ liquidez, mas solvencia.

    Imaginem o caso do fazendeiro cujas terras valem 1 milhao, e que tomou 400 mil emprestado para custeio da safra, pagando 50 mil de juros. No dia anterior ‘a colheita uma nuvem de gafanhotos vem e devora toda a sua plantacao. Ele nao tem um puto pra comprar comida, mas ainda tem 550 mil de equity. Seu problema e’ portanto de liquidez. Agora imaginem o caso B, onde no dia seguinte apos tomar o emprestimo, antes que ele gaste o primeiro tostao, sobrevenha uma tempestade que cause o transbordamento do rio, e a erosao subsequente transforme sua fazenda num imenso barranco. Ele tem liquidez, pois ainda nao gastou nada. Mas esta’ insolvente, pois tem 400 mil, deve 450, e sua propriedade nao vale mais porra nenhuma. Nesta situacao enfiar mais dinheiro na goela do fazendeiro nao vai fazer nem fu, nem fa.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

    PS: Tio, reitero meu pedido para que considere a abertura de um negocio de capim-fast-food no blog. Cruzive a gente poderia arrumar um job ae pro Chapeleiro Maluco como degustador.

  41. Pois eu acho que o post foi brilhante e que o tio Alex é mesmo um economista brilhante. Puxa-saco? sei lá mas gosto muito da economia que ele faz. Talvez nao esteja sempre certo mas em promedio ele tem razao.

    O xará Alex

  42. O,

    acho que o caminho não está tão clear assim…toda medida de inflação divulgada esta semana saiu acima das projeções do mercado, com o IGP-10 hoje no dobro da mediana

    por outro lado, pela amaciada que o Lula tentou dar ontem, as demissoes em janeiro09 devem vir quase tao ruins (ou pior) quanto dezembro08

    de qualquer forma as expectativas voltaram para cima da meta, sendo que qualquer coisa acima de 1pp me parece um tanto exagerado sem uma visao mais clara do que prevalece

    respeitosamente,

  43. “Na ponta oposta, os bancos com os menores “spreads” est�o exatamente nos segmentos em que n�o lideram. No cheque especial, os menores est�o com Cruzeiro do Sul (0,63 ponto), Daycoval (0,81), Votorantim (1,01) e Fator (1,66). O foco desses bancos s�o pequenas empresas, corretagem e, no caso do Fator, gest�o de ativos.
    O estudo vai contra duas linhas de argumenta�o vigentes no mercado banc�rio e mesmo no governo. A primeira sugere que os grandes bancos, por terem escala no cr�dito e ganhos de sinergia (no caso dos que fazem aquisi�es), poderiam trabalhar com margens menores. E a segunda, que bancos p�blicos teriam uma fun�o social de universaliza�o do servi�o financeiro, quando cobram “spreads” parecidos com os dos privados.”

    Ta� um ponto pra come�ar a se falar s�rio dos juros altos no Brasil.

    Bom praqueles que gostam de dizer que a culpa de todos os males do mundo � o BNDES (o que t� fora de moda, ali�s).

    Bjos

  44. “Para o economista Armando Castelar, da UFRJ, a consolidação bancária joga a favor dos “spreads” elevados no país. Ele destaca, no entanto, o problema da falta de mobilidade dos clientes, que impede uma competição de fato no crédito.
    “O que me impressiona mais nesses números que o BC divulgou é como pode existir tanta diferença. A taxa do cheque especial varia muito, de 7% a 12%. Essa é uma prova de que não há concorrência. Não haver concorrência não quer dizer que os bancos não compitam. Quer dizer que o mercado não tem mobilidade suficiente para um preço mais baixo atrair o cliente”, disse.”

  45. “Do Brazilian banks compete?”

    Eu não conheço muito (tremendo understatement; eu não conheço quase nada) da literatura sobre competição bancária no Brasil. Mas eu respeito muito o trabalho do Marcinho Nakane nesta área (ele é um dos melhores economistas brasileiros que conheço, além de fã, como eu de revistas em quadrinhos). Acho que o segundo texto, pelo que me lembro das referências, está entre os mais importantes no assunto.

    Demand for Bank Services and Market Power in Brazilian Banking (Inglês)
    Márcio I. Nakane, Leonardo S. Alencar e Fabio Kanczuk
    (http://www.bcb.gov.br/pec/wps/ingl/wps107.pdf)

    A Test of Competition in Brazilian Banking* (Inglês)
    Márcio I. Nakane
    (http://www.bcb.gov.br/pec/wps/ingl/wps12.pdf)

    P.S. Eu não tinha visto a referência anterior (o paper da Agnes). O paper do Marcio chega a conclusões bastante diferentes. Divirtam-se.

  46. Brasil tem spreads altos porque o setor financeiro é muito regulado e muito concentrado,diferente dos bancos americanos.

    Há quem defenda o modelo de regulação bancaria atual.Deveríamos adotar o modelo americano de regulamentação.

  47. Alex,

    os resultados do Nakane não destoam muito do resto da literatura que aponta que o mercado brasileiro, se não é caracterizado por competição perfeita, é bastante competitivo e está longe de um cartel (ele mesmo tem um ótimo survey – muito bom, por sinal -sobre o tema). Estes resultados levantam a questão: então o que explicaria os altos spreads bancários? Uma possível resposta teria a ver com o ambiente econômico e institucional brasileiro, que exacerba os problemas de seleção adversa e assimetria de informação no mercado bancário, o que resultaria em maiores spreads. Outra explicação teria a ver com a má especificação dos modelos usados nesta literatura empírica, que não levam em consideração os “custos de troca” e a discriminação de preços (quem tem um saldo médio grande paga menos tarifas do que quem tem um saldo médio pequeno). Eu particularmente aposto na última resposta, embora o primeiro fator também deva ser importante. Obviamente não é tarefa trivial incorporar esses fatores nesta literatura. Alguém se habilita?

  48. P.S. Eu não tinha visto a referência anterior (o paper da Agnes). O paper do Marcio chega a conclusões bastante diferentes. Divirtam-se.

    O paper do Nakane não chega a conclusões muito diferentes não, ele até cita o paper da Agnes. Na verdade eles são consistentes entre si.

    Trecho tirado do texto da Agnes:

    “Also, a recent paper found evidence of a noncompetitive market structure in the banking system using aggregate time series data during the period 1994—98 (Nakane, 2001). In explaining the large banking spreads in Brazil, that paper finds that the aggregate supply of loans increases in response to a small increase in an individual bank’s loan supply.”

    Se o Brasil não tem um cartel bancário ( o que seria uma estrutura de mercado muito anti-competitiva) fica muito longe de ter uma competição razoável, como os papers citados indicam.

  49. “Se o Brasil não tem um cartel bancário ( o que seria uma estrutura de mercado muito anti-competitiva) fica MUITO LONGE DE TER UMA COMPETIÇÃO RAZOÁVEL, como os papers citados indicam.”

    Pode até ser verdade, mas NÃO é a conclusão do Márcio. Aliás, está no resumo:

    “Este trabalho implementa um teste empírico de poder de mercado para o sistema bancário brasileiro baseado em Bresnahan (1982) e Lau (1982), no qual uma versão dinâmica é aplicada. Os resultados mostram que a indústria bancária no Brasil apresenta um ALTO GRAU DE CONCORRÊNCIA [grifo meu], apesar da hipótese de concorrência perfeita ser rejeitada. A hipótese de que os bancos brasileiros comportam-se como um cartel é também rejeitada.”

  50. Com certeza o Nakane diz isso no resumo, mas não sei porque, já que no final ele escreve o seguinte:

    Summing up, the available evidence indicates that Brazilian banking is not competitive.
    Although the exact form of market structure is not identified it is possible to reject that
    Brazilian banks form a cartel.

    The results are consistent with the view that Brazilian banks have some market power.
    Such market power is more pronounced in the long rather than in the short-term. The
    precise market structure is not known but the data strongly rejects that perfect collusion
    is practiced by Brazilian banks.
    The conclusions reached in this paper are negative rather than positive in the sense that
    all that it was possible to infer was that Brazilian banking cannot be described by any of
    the two polar market structures, namely perfect competition and monopoly/cartel. It is
    left to future research an attempt to refine and better understand the exact nature of
    market imperfection characterizing the banking industry in Brazil.

  51. Já no abstract do outro paper, o Nakane diz o seguinte:

    A multinomial logit specification is used to study the demand for time deposits, for an aggregate od demand and passbook savings deposits, and for loans. (…) In the supply side, we find the absolute price-cost margins consistent with Bertrand competition and with cartel.

  52. Só um autista econômico acha que não existe cartel no setor bancário brasileiro.

    O Brasil tem um sistema pré concentrado,Banco Central regula demais o mercado.

    Bancos estrangeiros podiam vender títulos das hipotecas aqui? Não porque o Banco Central proibia.Isso é um sinal de cartel.

  53. “Só um autista econômico acha que não existe cartel no setor bancário brasileiro”.

    Se restava dúvida que NÃO há cartel no setor bancário brasileiro, a intervenção do habitante da dimensão Z dá a palavra final.

  54. “Bancos estrangeiros podiam vender títulos das hipotecas aqui? Não porque o Banco Central proibia.Isso é um sinal de cartel.”

    Em retrospecto é sinal de inteligência.

  55. Nenhum banco estrangeiro pode competir de igual para igual com um banco aqui,quase não temos bancos estrangeiros operando “pesado” aqui.

    Compare a atuação dos bancos estrangeiros na asia com o Brasil,veremos que não existe cartel no setor financeiro.

    Regras que o banco central impõe,dificulta termos spreads mais baixos.

  56. “Nenhum banco estrangeiro pode competir de igual para igual com um banco aqui,quase não temos bancos estrangeiros operando “pesado” aqui.”

    É mesmo autismo (a hipótese de capim com agrtóxico não pode ser descartada).

    O Santander é o quê mesmo? O HSBC, imagino, é um banco indígena e o Citi (é, o Citi…) tem suas origens no sertões de Minas Gerais…

  57. HSBC opera pesado? Citi? compara as operações do HSBC na Asia e no Brasil.

    VocÊ viu JP Morgan operando aqui,Merryl Lynch,Goldmansachs,Bear Stearns?

  58. “VocÊ viu JP Morgan operando aqui,Merryl Lynch,Goldmansachs,Bear Stearns?”

    JP: vi
    Merryl: vi
    GS: vi
    Bear: não

    HSBC: 4o maior banco privado
    Santander: 3o maior banco privado

    HSBC: ingressou em 1996
    Santander: ingressou em 1994 (comprou Geral do Comércio, Meridional, Bozano, Banespa, e, mais tarde, ABN, que havia comprado Real, Bandepe, e Sudameris – este último já estrangeiro).

    O fato do HSBC ser maior na Ásia que no Brasil é irrelevante. O Santander é maior no Brasil que na Ásia e não é por isto que vou bostejar acerca da regulação asiática.

    O Citi opera no Brasil hã trocentos anos. Desde que comecei a trabalhar no mercado financeiro (e faz teeemmpoo) fala-se que o Citi finalmente vai fazer uma grande aquisição. Nunca fez e não foi por restrição: foi porque não quis.

    A Goldman, então, eu cansei de receber no BC dizendo que “agora sim, vamos entrar com tudo”. o Sérgio Darcy ria toda vez que alguém da GS aparecia para falar disto.

    Juliano: pode ser que na Dimensão Z brigar com fatos seja coisa normal e eu não vejo nada de errado com a tradição, mas no quadrante Alfa da galáxia exigimos respeito aos fatos.

  59. Santander é um dos maiores no Brasil porque comprou o ABN,enfim mais a regulação brasileira impede que bancos americanos/estrangeiros vendam derivativos aqui,isso é ruim porque impede a livre iniciativa dos bancos.

    Nenhum desses operam fortemente JP,Merryk… .Nenhuma corretora/gestora/fundos brasileiro podem investir em outros mercados (a não ser hedge) fund) porque a CVM impede,forex no brasil nem pensar porque também é proibido.

  60. “Santander é um dos maiores no Brasil porque comprou o ABN”

    É isto mesmo: cadê a restrição?

    “mais a regulação brasileira impede que bancos americanos/estrangeiros vendam derivativos aqui,isso é ruim porque impede a livre iniciativa dos bancos.”

    Pergunta pra Aracruz de quem ela comprou os derivativos?

    “Nenhuma corretora/gestora/fundos brasileiro podem investir em outros mercados (a não ser hedge) fund) porque a CVM impede,”

    Errado. Pode, e não é só hedge fund. Aliás, mesmo se fosse, que diferença faz, já que não se proíbe ninguém de colocar dinheiro em hedge fund.

    “forex no brasil nem pensar porque também é proibido.”

    Falso. Desde a Res 3265/2005:

    “Art. 10. As pessoas físicas e as pessoas jurídicas podem comprar e vender moeda estrangeira ou realizar transferências internacionais em reais, de qualquer natureza, sem limitação de valor, observada a legalidade da transação, tendo como base a fundamentação econômica e as responsabilidades definidas na respectiva documentação.”

    Deve ser muito lagal viver na Dimensão Z: nenhum compromisso com a realidade e capim alucinógeno abundante.

    Diz uma coisa: você não se cansa de estar errado, ou, como outros tanto, vem aqui só pra apanhar?

  61. “Errado. Pode, e não é só hedge fund. Aliás, mesmo se fosse, que diferença faz, já que não se proíbe ninguém de colocar dinheiro em hedge fund.”

    É só os “ricos” se beneficiam dessas medidas pois só “rico” pode colocar dinheiro em Hedge Fund.

    Quero vê algum fundo brasileiro que tenha em carteira ações da Nyse?

    “”Art. 10. As pessoas físicas e as pessoas jurídicas podem comprar e vender moeda estrangeira ou realizar transferências internacionais em reais, de qualquer natureza, sem limitação de valor, observada a legalidade da transação, tendo como base a fundamentação econômica e as responsabilidades definidas na respectiva documentação.”

    Quantas corretoras de FX tem no Brasil? queria saber.

    Eu disse que tinha restrição para bancos estrangeiros comprarem nacional?

    Os derivativos que a Aracruz comprou não tem nada de “complexo” são somente opções cambiais.

    Nenhum banco brasileiro pode comprar títulos atrelados em hipotecas,mercado brasileiro é um dos mais regulamentados DO MUNDO,por isso juros aqui é um absurdo.

    Veja Hong Kong eles tem um mercado financeiro desregulamentado e não tiveram seu sistema financeiro quebrado.

  62. “É só os “ricos” se beneficiam dessas medidas pois só “rico” pode colocar dinheiro em Hedge Fund.”

    Bem, quem mais tem dinheiro, não é mesmo?

    “Quero vê algum fundo brasileiro que tenha em carteira ações da Nyse?”
    Eu prefiria VER, mas se não VEJO não é porque é restrito, mas sim porque não querem.

    “Quantas corretoras de FX tem no Brasil? queria saber.”

    Procura na página do BC, mas quem quiser fazer transação de câmbio pode fazê-la em qualquer banco e até em cooperativa de crédito e agência de turismo. Só não dá para fazer em correspondente bancário.

    “Eu disse que tinha restrição para bancos estrangeiros comprarem nacional?”

    Disse. Disse que bancos estrangeiros não operam “pesado” no país por restrição do BC.

    “Os derivativos que a Aracruz comprou não tem nada de “complexo” são somente opções cambiais.”

    Em primeiro lugar minha observação não foi sobre a complexidade dos derivativos, mas se bancos estrangeiros podem ou não vender vender derivativos para empresas nacionais. Obviamente podem.

    Em segundo lugar talvez o departamento financeiro inteiro da Aracruz não tenha a inteligência privilegiada (nem o português privilegiado) do juliano, mas não eram só opções cambiais. Informe-se melhor.

    Nenhum banco brasileiro pode comprar títulos atrelados em hipotecas,mercado brasileiro é um dos mais regulamentados DO MUNDO,por isso juros aqui é um absurdo.”

    Claor que pode. Qualquer subsidiária de banco brasileiro no exterior poderia comprar lixo tóxico, mas preferiram não comprar. Aliás, porque mesmo comprariam estes papéis?

    Em última análise você está lamentando o fato de bancos brasileiros não terem comprado ativos de má qualidade. Entendo. Isto dirime minha dúvida: você realmente gosta de apanhar.

  63. Poxa Alex, vestido com a camiseta do Sao Paulo vc parece com o Luis Fabiano, que agora joga aqui num dos times da minha cidade (Sevilha). Ele é muito bom mesmo, embora um tanto irregular. Se ele tivesse uma mente mais forte, estava disputando com o Messi e o Cristiano Ronaldo o título de melhor jogador do mundo.

  64. Isto porque eu escondi direitinho (?) a barriga, sem contar meu talento para o ludopédio. Sobre o Luis Fabiano, de fato ele joga muito, mas falta mesmo uma mente mais forte.

  65. O único banco brasileiro que é forte no exterior é o Safra.

    Derivativos cambiais não tem nada de complexo,tanto é que teve departamentos de finanças que rejeitaram.

    O setor bancário brasileiro não pode esconder títulos fora do balanço,alavancagem aqui é limitada comparada a dos EUA,Hong Kong.

    Tudo porque o governo invetou da fazer o PROER para impor mais regulamentação ao mercado.
    Brokeragem de forex está proibida aqui no território nacional.

    Fundos de investimentos daqui não podem aplicar em mercados emergentes,como mercados asiáticos porque a CVM impede.

  66. Alex, excelente participação no show do Waak. Parabéns.
    Uma pena terem colocado duas antas para interagir com vc.
    Quem sabe um dia não o vejo lá com o Belluzzo.
    (Não vai poder arregar hein! Vai ter que dizer umas verdades)

    Abc, Romualdo Arpi Filho

  67. “O único banco brasileiro que é forte no exterior é o Safra.”

    E isto prova o quê? Seu ponto era sobre restrições a bancos estrangeiros.

    “Derivativos cambiais não tem nada de complexo,tanto é que teve departamentos de finanças que rejeitaram.”

    Ah bom. Isto que dizer que não houve uma perda de US$ 20 bi?

    “O setor bancário brasileiro não pode ESCONDER [grifo meu] títulos fora do balanço,alavancagem aqui é limitada comparada a dos EUA,Hong Kong.”

    Esta é a melhor. O problema da regulação bancária no Brasil é que ela não permite [cito] “esconder títulos fora do balanço”. Se isto é a parte ruim da regulação, mal posso esperar para ouvir a parte boa.

    E quanto a “alavancagem aqui é limitada comparada a dos EUA,Hong Kong”, me diga qual banco brasileiro relevante não pode aumentar seu balanço por limite de alavancagem. Todo mundo está abaixo da Basiléia.

    “Fundos de investimentos daqui não podem aplicar em mercados emergentes,como mercados asiáticos porque a CVM impede”

    Errado. Pode sim desde 2007. Só não faz que não quer.

    Juliano, vamos convencionar que você não entende nada de regulação, menos ainda de economia e que seu “liberalismo” é, a bem da verdade, uma crençca religiosa (que eu respeito), mas que não tem nenhuma base na ciência econômica. Vai pra casinha do cachorro anté aprender a pensar antes de escrever.

  68. Eu fiz um estudo que mostra que o brasil precisa investir entre 25% a 30% do PIB por ano para aumentar sua taxa de crescimento.

    Brasil investe 520 bilhões,o BNDES deveria aumentar sua quantidade de empréstimos para 300 bilhões de reais por ano,para termos uma taxa de investimento de 25% do PIB.

    Parabens pela sua atuação no Globo News Painel.

  69. “Eu fiz um estudo que mostra que o brasil precisa investir entre 25% a 30% do PIB por ano para aumentar sua taxa de crescimento”

    E você publicou? Pode dar um prêmio IgNóbil…

    Vamos fazer umas continhas. O país investe 19% do PIB (até 3T08). Para aumentar para 25% do PIB (vamos deixar os 30% do PIB para 2010, né?) implicaria uma adição de 6% do PIB para o investimento. De onde vêm os recursos?

    Podemos reduzir o consumo. Uma modesta queda de 10% (já que o consumo equivale a pouco menos de 61% do PIB) deve dar.

    Podemos aumentar as importações líquidas: eram -0,3% do PIB em 3T08 e podemos trazê-las para 5,7% do PIB. Sõ não sei quem vai financiar o déficit em conta corrente próximo a 7% do PIB (já incluindo serviços de fatores) que isto implica. Quem sabe o BNDES?

    Ou, finalmente, podemos reduzir o consumo público de 20% do PIB para 14% do PIB. Mas, desconfio, esta não é a solução que o gabriel quereria.

    É, não é desta vez que o Nobel vai rolar.

  70. “O setor bancário brasileiro não pode esconder títulos fora do balanço,alavancagem aqui é limitada comparada a dos EUA,Hong Kong.”

    Ainda bem!

  71. Queridos,

    eu estou para defender o Gabriel.
    Deixem ele dar sua opinião sobre a taxa de investimento.

    “Há pouco tempo
    Eu fiz um estudo
    E sei que é melhor falar besteira
    Do que ser mudo.”

    Direto da redação:

    Mistão 1×1 Gambada

    Abc, Mujica

  72. Já que dos bancos públicos não aumentam a concorrência bancária no Brasil, é uma pena, já que isso podia ser resolvido com uma administração mais eficiente dos mesmos. Costa e Nakane (2005a) mostram que os custos administrativos nos bancos públicos representam 38,26% do spread, contra 22,47% nos bancos privados. A margem de lucro nos bancos públicos é de 11,98% contra 29,35% nos privados.

    Quanto ao BNDES afetar negativamente o investimento privado, a resposta parece ser NÃO.

    http://www.ipea.gov.br/pub/td/td_605.pdf

    http://www.ppge.ufrgs.br/epr/artigos/Jacinto_Ribeiro_upf1998.pdf e referência bibliográficas.

    Quem tiver um estudo melhor conta pra gente.

  73. Anonimo as margens de lucros dos bancos são menores,os bancos públicos no Brasil tem como função reduzir os Spreads,compare o juros de um banco privado com um banco público.

    BNDES é o responsável por 4,5% dos investimentos no Brasil.

    Alex eu queria tirar uma dúvida com você a respeito de política industrial.

    A nova teoria de crescimento neoclássica reconhece o papel da política industrial, comercial e tecnológica. Na visão dos seus teóricos, políticas industriais setoriais não significam necessariamente fazer a utilização de recursos escassos em atividades já perfeitamente arbitradas pelo sistema de preços, já que elas podem acelerar o crescimento devido a correção de falhas de mercado. Tecnologia de comunicação e TI são duas áreas onde economias de rede e externalidades são abundantes. Se há economias de rede e externalidades que não são capturadas por aqueles que investem, há potencialmente um caso para se justificar a política industrial, mais especificamente subsídios. É isso que o modelo de Romer e de Grossman & Helpman sugerem. E isto foi posto em prática na China e na Índia nos dois setores citados (Não só merecem destaque as externalidades decorrentes da atividade de inovação e aquelas relacionadas com o fenômeno de aglomeração industrial, mas se pode dizer que estas são as principais).

    Uma desvalorização cambial poderia aumentar o nível das exportações e diminuir o das importações, diminuindo o desequilíbrio; contudo, enquanto a taxa de crescimento da renda doméstica continuasse bem superior à do resto do mundo, a tendência ao desequilíbrio voltaria a se manifestar, exigindo desvalorizações cambiais sucessivas e crescentes, implicando em elevações também sucessivas e crescentes da taxa de inflação. Considerando a influência da inflação na taxa de câmbio real, nota-se a perda da capacidade da desvalorização cambial afetar as condições comerciais.

    Is novos modelos neoclássicos de crescimento endógeno trazem respostas ambíguas em relação à conexão entre abertura e crescimento da renda. É verdade que a abertura pode aumentar a absorção de tecnologias, trazendo equipamentos e bens de capital mais baratos e eficientes produzidos externamente. Mas por outro lado, um forte aumento grau médio da competição pode reduzir o nível de lucros esperados, desencorajando a inovação. Intervenções de política comercial pode criar incentivos para a atividade intensiva em pesquisa e inovação.

    Não existe estatística significativa entre crescimento da renda e a abertura medida pelos indicadores de política comercial, mas sim uma forte correlação causal positiva entre volume de comércio (exportação + importação) e crescimento econômico, ainda que restem perguntas sobre a direção de causalidade entre essas variáveis. Eles citam ainda que os países que realizaram os mais profundos cortes tarifários entre 1980-1984 e 1995-1997 tiveram crescimento “hardly exemplary”, enquanto China e Índia permaneceram entre as economias mais protegidas do mundo até o fim do século XX. Portanto, pessoas que tiram exemplos de países que cresceram abrindo seu mercado devem ter isso em mente na hora de formularem seus argumentos.

  74. Escreve baseado nessas fontes.

    Referências:

    (1) http://www.econ.puc-rio.br/gfranco/Agenda%20Perdida.pdf
    (2) SIMONSEN, Mário Henrique. “Textos escolhidos” (orgs. Carlos Eduardo Sarmento, Sérgio Ribeiro da Costa Werlang, Verena Alberti). Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002.
    (3)http://portalexame.abril.com.br/degustacao/secure/degustacao.do?COD_SITE=35&COD_RECURSO=211;831&URL_RETORNO=http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0916/economia/m0157300.html
    (4) http://geein.fclar.unesp.br/reunioes/quinta/arquivos/290307_070405.pdf
    (5) GIAMBIAGI, Fábio; BARROS, Octavio de. “O Brasil globalizado”: o Brasil em um mundo surpreendente. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2008.

  75. “Eles citam ainda que os países que realizaram os mais profundos cortes tarifários entre 1980-1984 e 1995-1997 tiveram crescimento “hardly exemplary”, enquanto China e Índia permaneceram entre as economias mais protegidas do mundo até o fim do século XX. “

    Sugiro que voce sente a bunda na cadeira e leia sobre a abertura comercial indiana nos anos 80, e seus efeitos na performance indiana desde entao.

    “O”

  76. “Sugiro que voce sente a bunda na cadeira e leia sobre a abertura comercial indiana nos anos 80, e seus efeitos na performance indiana desde entao.”

    Isto para não falar do desempenho extraordinário da economia chinesa até 1978…

  77. CAROS TIOS

    Sabe uma coisa que me intriga nessa estoria gabrielica/julianica? E’ que TUDO e’ uma merda, 100%. Nunca houve uma unica linha com um minimo de lucidez, com um tiquinho que fosse aproveitavel. Por que a preocupacao? Ora, porque dizem que nada e’ perfeito. Mas em termos de idiotice, o que eles escrevem e’. Sacaram o meu drama, quero dizer, parece que estamos diante da perfeicao?

    abracao

    Kleber S.

  78. Vamos lá a Coréia do Sul é um país que tem vantagens absolutas com a maioria dos países nos setores mais dinâmicos da economia. O país tem uma pauta de exportações compostas essencialmente por produtos de luxo (bens de capital, por exemplo), cuja demanda externa cresce mais do que o crescimento do resto do mundo, devido a sua alta essencialidade.

    À medida que aumenta a renda no resto do mundo, o padrão de consumo tende a elevar o consumo de produtos sul-coreanos que não sejam do setor agropecuário mais do que proporcionalmente ao aumento do consumo de semimanufaturados e matérias-primas que os sul-coreanos importam. Se a Coréia do Sul importa essencialmente produtos que possuem baixa elasticidade-renda da demanda, isso implica que a folga no balanço de pagamentos é um dos fatores que explicam a tendência de não-convergência, no longo prazo, do crescimento da renda per capita entre esse país e muitas nações de estrutura produtiva mais atrasada.

    Se Considerandorsmos a validade do argumento da relevância da elasticidade-renda das exportações e importações, fica claro porque na ausência de mudanças em sua estrutura produtiva, qualquer tentativa persistente de um país pobre crescer muito mais depressa que o resto do mundo acarreta, cedo ou tarde, redução desse crescimento devido a crises no balanço de pagamentos, desvalorizações da taxa de câmbio e/ou inflação mais elevada. Não por acaso, em teorias do crescimento como a de Anthony Thirlwall e a de Nicholas Kaldor, a taxa máxima de crescimento econômico sustentável que uma nação subdesenvolvida pode experimentar é aquela que é compatível com um balanço de pagamentos em equilíbrio.

    Existe razão para se constatar que a política de substituições de importações é necessária em países de capitalismo retardatário que pretendem se industrializar.Devido às falhas de mercado, indústrias novas em países em desenvolvimento podem ter custos médios de produção maiores que a de países onde elas já estão plenamente instaladas. Elas podem ser tanto devido às falhas no mercado de crédito como as restrições de escala em decorrência do estágio do desenvolvimento do país. Se há detecção de falhas de mercado que inviabilizam a implementação da indústria no curto prazo e há garantia que depois essas indústrias irão se desenvolver sem medidas protecionistas adicionais e permanentes, está aí um caso para se defender a substituição de importações.

    As tarifas de importações não-ponderada média caíram 67% contra uma queda de 60% e 59% na China e na Índia, respectivamente.´É um grande mito que o Brasil fez uma abertura comercial tímida na década de 90.

  79. Alex,”O” e companhia.

    Abertura as importações através de cortes tarifários generalizados podem gerar aumentos na produtividade setorial que podem alterar o saldo comercial de setores econômicos específicos. Entretanto, no aspecto geral, não é claro que ele sequer é capaz de manter constante o nível de restrição externa. O Brasil – país que na década de 90 realizou corte tarifário generalizado maior do que a China e a Índia- é um bom exemplo disso. Durante o período de 1989-1997, enquanto nossas exportações cresceram 54% (bem pouquinho), nossas importações tiveram um aumento de 209%, como mostram dados da Divisão de Estudo e Estatísticas da Secretaria Geral da Aladi.

  80. Gabriel:

    Duas coisas:

    1) Eu fui professor por um bom tempo, o suficiente para perceber a diferença da linguagem dos seus comentários ("Escreve baseado nessas fontes" ao invés de "Escrevi baseado nessas fontes") e do texto.

    De mais a mais, há parágrafos que não se conectam no seu texto, por exemplo, sair de comentários sobre possíveis “spillovers” em TI para uma discussão sobre taxa de câmbio, balança comercial e inflação.

    2) Eu fiz a resenha do livro do Grossman & Helpman para a PPE e fui aluno do Paul Romer.

    De fato, há resultados que sugerem que subsídios podem corrigir as distorções do sistema de preços originárias de "spillovers". Como todo modelo de retornos crescentes, a solução de mercado não é ótima no sentido de Pareto.

    Só que há também casos (o mais importante deles nos casos de "quality ladders", i.e., melhora de desempenho de um dado conjunto de produtos) no qual a política industrial pode requerer taxação, não subsídio.

    Agora eu cito: “In general, it is impossible to say whether the market allocation for research is too great or too small. (…) Under [certain] conditions a suitable subsidy to R&D can be used to raise social welfare. But in other cases, such as when innovators race to bring out higher-quality products, a normative evaluation yields ambiguous results”.

    Vale dizer, quem quiser tratar do assunto vai precisar de uma estrutura teórica capaz de avaliar bem-estar de acordo com um critério bem definido (eficiência no sentido de Pareto), i.e., modelos de equilíbrio geral com retornos crescentes. E mostrar e quantificar a falha de mercado para então propor subsídio ou tributação. Jamais presumir a falha e já arrumar um jeito de dar dinheiro para o pessoal bem conectado.

    Por fim, plágio também não irei publicar.

  81. Francamente. Invocar a tendência secular à deterioração dos termos de troca a esta altura do campeonato é de f… Ô Gabriel, pelo menos usa um argumento mais novo e que não tenha sido desmentido pelos fatos!

  82. Abertura comercial pode elevar a inflação por meio de desvalorização cambial.

    Com câmbio flutuante puro, a taxa de câmbio reage rapidamente, depreciando-se (como no curto prazo o nível de preços domésticos e externos são rígidos, as variações na taxa de câmbio nominal produzem variações no mesmo sentido na taxa de câmbio real), até eliminar o déficit em BP; neste processo, os produtos estrangeiros, perdem competitividade vis-à-vis aos nacionais, logo as exportações sobem e as importações de produtos estrangeiros similares diminuem. Volta-se a tudo o que era antes.

  83. Eeeeeerrraaaadddoooo, Lombardi!

    E não é difícil de ver. Imagine dois países idênticos em tudo, exceto no grau de abertura comercial. O país A exporta e importa, digamos, $ 500/ano, com balança comercial equilibrada. O país F exporta e importa $ 50/ano, também zerado na balança.

    Agora A e F sofrem um choque externo e te, que gerar $ 10 de superávit comercial. F tem que reduzir as importações em 10% e aumentar as importações em 10%. Se a elasticidade preço das exportações é E e das importações é –E a desvalorização cambial requirida é 10%/E.

    Já A precisa aumentar as exportações em apenas 1% e reduzir as importações em 1% também. Já que é idêntico a F, a devalorização requerida é 1%/E, 10x menor que no caso do país fechado.

    Melhor sorte na próxima.

  84. DIRETAMENTE DO BARAKISTAO

    Nao tem novidade nenhuma. Feriadao prolongou o fim de semana.

    Mas na Europa Oriental tem. Ta’ cheio. O pessoal nos paises-joia estao meio pe-da-vida com esse negocio de capitalismo. Parece que eles foram convencidos de que a coisa era so’ pra cima. Hoje teve tanto anuncio de demissoes e fechamento de fabricas que eu vou poupar a cambada da melancolica repeticao. O forint caiu pra 239. Exatamente ha’ 2 meses atras eu estava la’. O cambio era 205, e ja’ tinha caido um bocado. A producao industrial hungara caiu 24% em dezembro, coisa pra japones nenhum botar defeito. Uma agencia qualquer publicou sua previsao de crescimento pra Letonia: menos 10%.

    Aqui no Barakistao estao lancando um experimento muito interessante. Este e’ o terceiro programa de doacao de dinheiro pra populacao desde setembro 11. Nos dois primeiros deram uma bolada pra rapaziada, que guardou a maior parte da grana. Agora vao dar a grana aos pouquinhos: uns 13 dolares em contracheque ao longo do ano todo. Eu num sei nao, cumpadres, mas tenho uma impressao negativa dessa ideia. Na verdade, eu acho isso uma ideia de jegue do baralho! Aqui nao se vende a prestacao, como no Brasil. E’ tudo via cartao. Ninguem vai ser tao milimetrico pra aumentar o seu gasto mensal em 30 dolares, a menos que ele ja’ esteja gastando tudo o que ganha. Como os juros do cartao sao uns desmesurados 25 %, ja’ de saida se esteriliza um quarto do montante doado. Como o barakistano em geral nao tem o vicio de poupar antes de comprar, vejo ai’ que neguinho vai gastar essa porra em cerveja. Ou vai aumentar o pagamento da divida em cartao. Essa estoria toda me lembrou da piada do leproso e do portugues presos na mesma cela.

    Outra grande parcela do Prano B ira’ para estados semi-falidos evitarem a falencia, Kalifohnia entre eles. Como e’ so’ grana pra continuar a festa, mais do mesmo, nao vejo como isto podera’ estimular a economia. Da mesma forma o (justo) aumento de seguro desemprego e food stamps.

    Resta portanto a parcela destinada a reforma de infraestrutura. Mas que vai demorar um bocadinho a ser gasta, porque e’ preciso projetar a obra antes de gastar.

    Eu ja’ tive muitas surpresas antes em minha vida. Caso esse prano funcione, esta tera’ sem duvida sido uma das maiores.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

    P.S.- Po, to meio decepcionado com os assuntos em discussao no blog. Todo mundo falando da “velha economia”. Que tal alguma coisa forward looking, como o que vai ser do sistema financeiro mundial apos a quebra do sistema bancario atual? Teremos uma moeda universal? Havera’ “corrida do ouro” para se lastrear a(s) nova(s) moeda(s)? Os bancos serao nacionalizados para sempre? Os modelitos do Krug ainda servirao para alguma porra?

  85. O buraco na balance sheet dos bancos e de cerca de 2 trilhoes.

    O problema nao e somente o sistema financeiro, mas as varias corporacoes que estao over-leveraged. Ainda ha muito o que “hit the fan/”

    Bancos em receivership e inevitavel. O que TG e LS estao fazendo e uma danca politica pra evitar que acusem o governo do obama de nacionalizar os bancos sem antes esgotar as alternativas.

    O Stress test foi a porta que eles deixaram aberta.

    2009 vai ser duro.

    PIG

  86. Artigo de hoje do Delfim Neto está bastante instigante e provocativo…
    Além de usar o mesmo título que o seu último, “ilusão monetária”.
    O senhor poderia comenta-lo brevemente?
    Abraços

  87. Kleber, pergunta pro pessoal do velho continente como anda a moeda unica deles e como conflitam as politicas fiscais na ZONA do euro..

    sobre a crise, na minha opiniao estao analisando estaticamente uma situaçao dinamica, ie, estao por muito atras da curva…enquanto traço estas mal traçadas linhas por aqui, mais coisa que era boa começa a feder e o efeito dominó faz com que qualquer plano fique fraco demais

    droga, deixei a tv cair na TV senado e fiquei com azia…o que será de nós?

    Dout.

  88. Relendo agora meu comentário ao arguento da "nova"(era nova quando eu estava estudando; já faz tempo agora) teoria do crescimento noto que faltou um pouco de clareza.

    O argumento do G&H dizia respeito ao setor de R&D, isto é, à produção de conhecimento tecnológico, não à produção de bens. Como conhecimento é um bem não-rival (podemos "usar" conhecimento sem "tirá-lo" de outras pessoas), a resposta-padrão no caso de externalidades (reforçar o direito à propriedade) não funciona (Paul Romer insistia muito neste ponto). Daí a necessidade de política, que, como dizem G&H, pode ser tanto subsídio como tributo.

    Já no caso de bens (que são rivais), cada caso precisa ser analisado de acordo com o referencial teórico que mencionei acima.

  89. rtigo de hoje do Delfim Neto está bastante instigante e provocativo…
    Além de usar o mesmo título que o seu último, “ilusão monetária”.
    O senhor poderia comenta-lo brevemente?
    Abraços

    Só para variar, o Delfin hoje matou a pau. Pode-se discordar do que ele fez enquanto político, mas enquanto cientista social o cara é gênio.

  90. Alex o desenvolvimento dos tigres asiáticos se deu basicamente por política industrial (promoção das exportações) além da política cambial.

    Países como Coreia do Sul,Taiwan fizeram políticas de incentivo as exportações,os impostos eram mais altos para as empresas que vendesse seus produtos no mercado inter
    no do que no mercado externo.

  91. Engraçado q nao existe nenhum ex-aluno chamado Ronaldo Riemann na FGV-Rio.

    Mas foi uma historinha legal pra falar mal dos economistas. Falhou, mas foi legal.

  92. Alex mesmo eles tendo poupança elevada,o Japão fez política cambial,tanto é que Reagan pressionou o Japão para valorizar o YEN.

    O modelo asiático de crescimento é altamente dependente das exportações,qualquer recessão nos EUA eles sentem logo,veja o Japão eles não tem um mercado interno forte,são altamente dependente das exportações.

  93. PIG, DOUT., ADOLPHO

    Achei muito interessante a ideia de que o submessias esteja usando o stress test como cunha politica para justificar a nacionalizacao dos bancos. E’ bem possivel, pois um ST feito cum um minimo de seriedade dara’ pau em C e BofA.

    Sobre a ZONA do euro, eu concordo plenamente com a critica ‘a politica fiscal. Ha’ algum tempo atras comentei aqui que uniao monetaria sem uniao fiscal e’ predestinada ao fracasso. Neste sentido talvez vejamos um teste muito brevemente quando a IRLANDA, pais cujo indice ZdC tem sido na faixa de PP a PPP, finalmente abrir o biquinho. Nacionalizaram o Anglo-Irish, e nao vao guentar as pontas dos outros dois por muito tempo. E’ mais um claro sinal do primeiro postulado: “Nenhum banco pode ser maior que seu back-stop.” A reciproca tambem e’ montruosamente verdadeira. A Islandia aprendeu, e a Irlanda esta’ para aprender. Como as “potencias” euro-peias reagirao? Acho que irao tentar domar o miquinho. O primeiro sempre e’ facil. Mas outros virao. Raiffeisen, Erste e Uni-Credit, foram citados aqui ha’ meses atras como contaminados pela doenca europeia-oriental. Ja’ temos anunciado aqui o rating de PPP+ para esses cidadaos (Uni-Credit nao como a entidade italiana como um todo, mas como Bank Austria, o maior daquele pais, que e’ de propriedade do UC). Hoje, eis que nao mais que de repente, ate’ o Globo.com soltou a noticia de que esses bancos estavam causando grande queda nas bolsas europeias em funcao de sua exposicao aos paises-joia do leste europeu. Hum, era so’ ter lido o blog. Sabem qual e’ a diferenca entre a crise bancaria barakistana e a europeia? E’ que a daqui tem underlying assets vendaveis. Quem e’ que nao gostaria de comprar um ape em Miami Beach por 100 mil dolares? Todo mundo, nao e’ mesmo, cumpadres? Mas que tal o mesmo ape em Riga? Ai’ eu acho que naaaaao.

    De qualquer maneira, as perdas trilhonarias estao se acelerando. Esse e’ que e’ o problema, amigoes. TEMPO. Eventualmente nao havera’ mais banco solvente. Nacionalizacoes ocorrerao massivamente. A uma certa altura nem mesmo os governos aguentarao o tranco. So’ havera’ uma saida: inflacao, ampla, geral e irrestrita.

    Para acabar com a inflacao, nova moeda. Mas nao e’ curioso que o Brasil ja’ o tenha feito por diversas vezes? A questao central passaria entao ser qual o lastro para essa moeda, alem de sua abrangencia. Seria uma moeda regional? Seria uma moeda mundial?

    Aceito sugestoes.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

    PS: Cara cambada, hoje uma das ‘promessas de campanha’ do Kleber S. quase que se materializou. No comeco de janeiro, quando viviamos o rally farsesco de fim-de-ano-comeco-de-ano, informei ‘a rapaziada que a bolsa (DJ) atingiria new lows ainda neste trimestre. Hoje faltaram 0.40 pontinhos. Sniff, sniff. Mas num tem problema, cumpadres, ela ainda chega la’.

  94. “Países como Coreia do Sul,Taiwan fizeram políticas de incentivo as exportações,os impostos eram mais altos para as empresas que vendesse seus produtos no mercado interno do que no mercado externo.”

    Meu caro, politica industrial nao foram soh os coreanos e taiwaneses que tinham. O Brasil tb fez politica industrial, Turquia tb, Argentina idem… Basicamente todo pais tinha ou teve alguma politica industrial, talvez o unico que nao tenha tido politica industrial, protecao etc eh Hong Kong, esses caras realmente acreditam no mercado. Entao se quiser testar politica industrial, sugiro que compare Hong Kong com o resto do mundo, ok?

    “O”

  95. “A inflação na Inglaterra alta o BC cortando juros,deveria subir para conter a inflação.”

    CPI out: -0,2
    CPI nov: -0,1
    CPI dez: -0,4
    CPI jan: -0,7

    Realmente muito alta. Negativa nos últimos 4 meses e, em 12 meses, caindo de 5,2% em setembro para 3% em janeiro.

    Ivo: tenha as crenças religiosas que quiser, mas tente, pelo menos, pegar dados que façam um mínimo de sentido e não possam ser dementidos com uma pesquisa de 3t segundos.

  96. Sobre o artigo do gênio:

    1) Ele devia tomar mais cuidado. Como camaleão que é pode ser perigoso tomar o partido do principe tão claramente. Acho que os 84% de aprovação subiram a cabeça. Se a Dilma não levar vai ser interessante ver ele dezdizer tudo aquilo que ele disse antes.

    2)O gênio diz que o problema na banânia é que aqui so tem bundão, posto que aqui nao há crise nenhuma, e mesmo assim tá todo mundo na defensiva. E só ele e o apedeuta perceberam isso. O apedeuta então perbeu “instantâneamente”, palavra do gênio. Queria saber como um sujeito que nem lê jornal tem um insight desses.
    Alias aquela história de azia+jornal, não sei nao. Acho que tá faltando alguém ensinar ao marolinha que é pra ler não pra comer.

    3) Por último, o gênio dá o lustre final na puchada de saco com a seguinte pérola:

    “Um mínimo de análise objetiva obriga-nos, entretanto, a aceitar o fato de que a crise do subprime só adquiriu a virulência atual depois de 15 de setembro de 2008, com a desastrada intervenção no Lehman Brothers. Será possível levar a sério a hipótese de que a crise no Brasil se agravou porque Lula a chamou de marolinha, e ela, por vingança, transformou-se em um tsunami?”

    Quer dizer que antes de 15/09 era céu de brigadeiro? Pô, até eu que não passo de um sub-neguinho ouço falar de um tal de subipraime desde final de 2007. Fora isso o Ibovespa derreteu só uns 35% entre inicio de Julho e meio de setembro.

    Delfim, Gênio indomáaaavel.
    ALL

  97. “fechou”; “estavam”; “até setembro”.

    Na dimensão Z o tempo pode ter um significado diferente. No planeta Terra estamos em fevereiro.

    Claro, você sempre pode apelar para a a inexistência de verbo na sua frase inicial (” inflação na Inglaterra alta”), mas não pode escapar da observação que política monetária se faz olhando para a frente. Você pode escolher a taxa de juros que quiser; a inflação do ano passado não vai mudar um epsilon…

    Vamos lá, repita: “desculpe, escrevi merda, mas prometo melhorar”.

  98. A função da política monetária é garantir que a inflação fique na meta,na Inglaterra ficou acima da meta.

    O BC inglês deveria trabalhar para que a inflação fique na meta,o deficit público inglês está subindo (vai ficar em 10% do PIB)isso vai representar inflação no futuro.

  99. Kleber:

    1. O rombo e enorme.
    2. Quando C entrar em receivership, or BAC, os outros tambem vao. Nao ha duvida que isso nao vai ocorrer de forma isolada. Os 50Bn de market cap dessas suas instituicoes dependem exclusivamente da perspectiva de um bail out ou – crazy as it may seem – que shareholdres ainda sejam permitidos a receber parte do valor de um potencial “good bank.”
    3. Nao vai ocorrer. TG e LS e Obama nao tem como sair e dizer que havera nacionalizacao wholesale do sistema financeiro. Se fosse um governo republicano, seria outra discussao. Mas a realidade politica, gera esse papo furado de ST e public-private bail-out, sem detalhes porque e’ um plano furado, que nunca vai ser implementado.
    4. Hoje senadores republicanos e Alan Greenspan ja estao falando de nacionalizacao.
    5. Agora resta “brace ourselves” pro dia em que o C e BOF e outros seram nacionalizados. DJIA down 2000 points?

    PIG

  100. “ficou acima da meta”

    Pois é, e subindo a taxa de juros hoje o passado mudaria. Preciso conhecer a dimensão Z, onde o passado é alterado pelas decisões correntes. Quem sabe eu aprenderia econometria…

  101. “Os 50Bn de market cap dessas suas instituicoes dependem exclusivamente da perspectiva de um bail out ou – crazy as it may seem – que shareholdres ainda sejam permitidos a receber parte do valor de um potencial “good bank.””

    Perfeito. É isso mesmo.

  102. Ivo, o fato da inflação ter ficado acima da meta é apenas um indicativo de que a política monetária inglesa no início de 2008 foi frouxa.

    E a deflação ocorrida nos últimos meses é indicativo que as taxas de juros atuais estão elevadas. Metas de inflação não significam que hoje eu tenho que errar para baixo porque no passado errei para cima, mas sim que devo buscar não errar.

  103. "Agora resta "brace ourselves" pro dia em que o C e BOF e outros seram nacionalizados. DJIA down 2000 points?"

    Se todas ações do DJIA envolvidas com serviços financeiros ou montadoras
    — American Express Co., Bank of America Corp., Citigroup Inc., JPMorgan Chase &
    Co., General Electric Co. e General Motors Corp. — tivessem seus valores reduzidos a ZERO no fechamento de ontem,
    o DJIA iria perder "apenas" 400 pts, ou 5 %.

    MGLI

  104. “Agora resta “brace ourselves” pro dia em que o C e BOF e outros seram nacionalizados. DJIA down 2000 points?”

    nananananan… Na semana seguinte aa nacionalizacao do C vai ter um mega rally. Pode comprar que se eu estiver errado e voce descobrir quem sou, eu lhe pago uma cerveja, ok?

    “O”

  105. “Na semana seguinte aa nacionalizacao do C vai ter um mega rally”

    Concordo. Se fizerem direito (zerando a opção dos acionistas) vai destruir o valor dos bancos, mas os demais setores vão bombar.

  106. “O” e Alex:

    Eu sinceramente espero que voces tenham 110% de razao quanto a rally pos restruturacao.

    nos veremos quem ganha essa cerveja virtual. Eu topo a aposta.

    PIG, em primeiro lugar

  107. “que linear, MGLI..e os efeitos derivados?”

    Não estou levando em conta se o Mr Market vai achar bom ou ruim, só a participação dessas empresas zeradas no DJIA. Essa é a conta. Só matemática.

    MGLI

  108. O O O O

    Agora baixou o nivel.

    E meio como economista que acha que sabe matematica porque aprendeu a definicao de conjuntos abertos.

    Vamos ver como a psicologia do mercado evolve…. Depende de como e quando Tio Sam interferir.

    Veremos…

    Enquanto isso, a classificacao do Campeonato Paulista fala por si so.

    PIG

  109. E muito simples, po!

    Se o Geithner e Benjie anunciarem a nacionalizacao do Citi (sem resolver o problema sistemico), e com tanto detalhe como o Geithner ofereceu semana passada no plano trilhardario, sera um plunge no mercado.

    Se eles propuserem uma solucao pro problema sistemico, incluindo a nacionalizacao do C, BAC, e um mecanismo pra extender o processo pra outros bancos, e um caminho plausivel pra re-privatizacao ou venda, entao o mercado vera o comeco do fim e reagira positivamente.

    Skol, por favor…

    PIG

  110. Sou totalmente a favor da nacionalização, apenas por achar que talvez seja o jeito mais rápido de tentar resolver esse problema.

    O desempenho das ações dos bancos semana passada me deixou com uma pulga atrás da orelha no entanto … pois o que será que podemos ver no D0 da nacioalização do Citi ???

    E se todos resolverem zerar suas posições em bancos com medo que o seu banco seja o próximo ??

    Concordo que em D + XYZ o mercado reagiria positivamente, porém, se houver um colapso em D + 0 ou D + 1, talvez não tenhamos tempo para isso.

    O que acham ??

    abraços

    Teco

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