Sem noção
“O livro ‘Os Cabeças de Planilha’ saiu há dois anos. Em cima de hipóteses desenvolvidas desde a CPI dos Precatórios. A lógica central do livro começou a ser trabalhada a partir de 2002, em minhas colunas na Folha. Digo isso porque o livro antecipou vários movimentos que ocorreram depois de lançado:
1. Previu a grande crise, pelas disfuncionalidades progressivas do sistema financeiro.
2. Levantou o embricamento entre capital financeiro, dinheiro da contravenção, através dos paraísos fiscais e fundos offshore.
3. Previu a reação dos estados nacionais contra essa nova faceta do crime organizado e que agora explode de forma irresistível com essa ação do governo americano contra o UBS – e, no Brasil, com a Operação Satiagraha.
4. Desvendou o enigma da apreciação do Real e a estratégia financeira dos economistas visando criar as novas riquezas e novas classes de poder. Concentrei-me especialmente em dois focos centrais: endividamento público e política monetária.
5. Mostrou o processo de montagem da ideologia do mercado.
6. Tentou antecipar as novas tendências da economia, voltadas para o conceito de nação, para o fortalecimento de modelos voltados para pequenas e micro empresas, o investimento em tecnologia e políticas sociais, o papel das multinacionais brasileiras – vendo a economia como um todo.
Apesar da baixíssima divulgação – restrita aos blogs, à Carta Capital e a uma resenha na Folha – creio ter cumprido seu papel de desvendar esse modelo, alguns anos do ciclo oficialmente terminar.”
Eu noto que não foi só isto. O livro também:
7. Desvendou o segredo da Santíssima Trindade;
8. Provou, sem sombra de dúvida, a participação dos Cavaleiros Templários no assassinato de John Kennedy;
9. Descobriu a cura do câncer;
10. Previu o ganhador do BBB08.
E quem ligar agora ainda leva um conjunto completo de facas Ginzu e meias Vivarina (finalmente o Grande Desafio).
Ligue djá…
Esqueçam “O Capital” e “A Riqueza das Nações”. Fora a Carta Capital, a resenha da Folha e os blogs, ninguém mais sabia que o Novíssimo Testamento, travestido de clássico da economia havia chegado.
Eh um patife, explorando a estupidez alheia.
Tenho que confessar, livrar-me dessa mácula: eu assistia esse gênio da raça na TV Cultura e achava seus comentários interessantes. Até que um dia – aleluia irmão! – conectei-me a internet e meus olhos foram abertos.
“Previu a reação dos estados nacionais contra essa nova faceta do crime organizado e que agora explode de forma irresistível com essa ação do governo americano contra o UBS – e, no Brasil, com a Operação Satiagraha.”
Os EUA não deveria ter obrigado o UBS a revelar o sigilo de clientes,primeiro porque eles estavam correto em sonegar impostos,Satiagraha também foi errada em parte pois tenta punir quem sonegou impostos e mandou dinheiro para fora do país.
Microempresa produzindo tecnologia? Só se for no Sebrae. quá quá quá!
clePTomaníaco
TIO
Voce esqueceu de botar o numero do telefone pra gente ligar pra ganhar facaguinzu!
Abracao
Kleber S.
Tiozinho,
Você acabou fazendo propaganda do cara. Me induziu a pesquisar o livro na internet. Tu és um cabeça-de-planilha mesmo…
Chucky
Como comediante vc é um otimo economista!
Encosta sua cabecinha no meu ombro e chora. Agora é o momento deles.
Banking is out. Government is in.
Agora, a banca, a turma da bufunfa, vai pagar! Vão perder seus bônus, seus bancos e seus empregos, vão ter que voltar para suas coberturas no Leblon e nos Jardins e se contentar com os milhões que já amealharam. E assistir o tsunami passar.
Já o pessoal de baixo (dos bancos) vai ser carregado pelas águas. Uma porrada de “assets” já fechou. Os bancos gringos estão picando a mula ou enxugando (Dresdner, ING, e depois Citi, UBS, JPM… ).
Neguinho aproveitou a crise para fazer fusões e aquisições. A lâmina vai cair no pessoal do Itaú, Unibanco, Santander e Real. As devastações de 1995 e 1997/98 vão ser fichinha perto desta.
Os “progressista” vão poder cantar vitória. Depois, vão afundar na crise como todo mundo. A menos que tenham uma boquinha no governo.
E olha que, no Brasil, a suruba não foi essa toda que se viu lá fora. Aqui foi apenas o trivial de sempre: os bancos extraindo renda de imperfeições de um mercado onde a concentração bancária, a ignorância financeira da população, a poupança baixa e a situação fiscal do governo favorecem juros e spreads altos. Como isso não vai mudar logo, nosso setor bancário vai resistir bravamente.
Essa crise vai acelerar o processo de estabilização macro que começou no plano Real. A Selic vai cair a patamares civilizados (1 dígito). Vai haver espaço e vontade política para atacar as imperfeições do mercado de crédito (compulsório, cadastro positivo, etc..). Vai ficar faltando o problema fiscal.
Every cloud has a silver lining.
Chucky Poliana
“Previu a grande crise, pelas disfuncionalidades progressivas do sistema financeiro.”
Essa crise não foi um problema de regulação,foi um problema de política monetária.Tolo é quem acredita que ela foi gerada por falta de regulação.
Em post recente ele sugere que o governo obrigue as empresas regionais a comprarem avioes da Embraer para salvar a empresa. Inacreditável, nao?
“Voce esqueceu de botar o numero do telefone pra gente ligar pra ganhar facaguinzu!”
Esqueci mesmo, desculpe. O número é:
0800 PICARETA
Abs
Alex
“Os EUA não deveria ter obrigado o UBS a revelar o sigilo de clientes,primeiro porque eles estavam correto em sonegar impostos,Satiagraha também foi errada em parte pois tenta punir quem sonegou impostos e mandou dinheiro para fora do país.”
Juliano: isto não é liberalismo; é apologia ao crime.
Ivo disse:
“Essa crise não foi um problema de regulação,foi um problema de política monetária.Tolo é quem acredita que ela foi gerada por falta de regulação.”
Cê tá com idéia fixa nisso.
Pra mim, a crise foi gerada pela política monetária associada à regulamentação frouxa. Essa última foi essencial.
A dupla Greenspan/Bernanke achava que o Fed não tinha que estourar bolhas, mas tinham que baixar juros quando estouravam. Eram sopradores de bolhas.
A bolha IT estourou sem muito dano porque não tinha banco alavancado em ações. Já a bolha imobiliária estourou com os bancos entuchados de CDO’s e CDO’s squared. Levou o sistema financeiro junto porque a regulamentação não limitou a exposição dos bancos.
Só política monetária não explica.
Chucky.
Facas Guinsu cortaam as meias Vivarina?
“Meias Vivarina” X “Facas Guinsu”
quem ganha?
“Juliano: isto não é liberalismo; é apologia ao crime.”
É desde quando o empresário sonegar impostos é crime? Ele só estar guardando o que é seu de direito.
Crime é o estado roubar nosso dinheiro !!!
Governo inventou de taxar pessoas físicas/jurídicas a pagarem impostos quando tiram suas aplicações em títulos do governo qual o resultado disso? “Neguinho” mandando dinheiro para fora do país para fugir do fisco.
Não é impressionante onde a mente humana pode chegar apoiada por uma lógica que, como diz o Alex, só pode funcionar na dimensão Z?
O Leonardo Monasterio já pode entregar com antecipação os Prêmios Eços de toda a próxima década pro Nassif.
Zamba.
“É desde quando o empresário sonegar impostos é crime? Ele só estar guardando o que é seu de direito”
Desde que as leis assim o definiram. Você não gosta de pagar imposto? Convença o Congresso a mudar a lei. Bela formação liberal…
Obrigado pela propaganda do Luis Nassif, achei legal vindo de você. Você já leu o livro?
Eu acho que as facas Guinzu cortam as meias Vivarina. Essa era uma das grandes disputas meninos x meninas na minha tenra infância (antes de notar que era melhor chamar as meninas para tomar um sorvete do que implicar com elas).
Mas eu NÃO acho que as facas Guinzu sejam capazes de abrir a cabeça de um Nassif da vida para um mínimo de bom-senso. Nem para nada diferente do eterno estereótipo “disfuncionalidades progressivas do sistema financeiro” x “estados nacionais contra o crime organizado”. Nessa, eu dou o braço a torcer. Pobres facas Guinzu.
Não acho correto dar publicidade para um sujeito tão baixo nível, mas essa realmente foi irresistível… parece que o cara tá se esforçando para ser risível. Palmas para quem merece: ele conquistou seu espaço. Eu acrescentaria:
11. Descobriu o que acontece quando você cospe prá cima e fica parado.
Quem dá mais??
Hoje a maioria das pessoas preferem trabalhar como PJ,não pagam um puto pro governo (não se esqueça dos 55% dos brasileiros que não pagam impostos).
O empresário só sobrevive no Brasil se sonegar impostos,outra coisa que eu quero ressaltar é que os EUA tem uma impostos empresariais mais altos do mundo.
Terceiro Imposto é roubo.
“não se esqueça dos 55% dos brasileiros que não pagam impostos”
Então do que mesmo está reclamando?
“O empresário só sobrevive no Brasil se sonegar impostos”
Então, segundo você, todo empresário no Brasil é um sonegador?
“Terceiro Imposto é roubo.”
Procurei no código penal, mas não consegui achar. Em que artigo tipificam imposto como roubo mesmo?
“O Leonardo Monasterio já pode entregar com antecipação os Prêmios Eços de toda a próxima década pro Nassif.”
O problema do Patif nao é que ele não saiba economia (ele não sabe, mas está longe de ser o único), mas sim que ele é um pau-mandado, jornalista de jabaculê, comprovadamente autor de copy-and-paste de press release.
Por outro lado, entretanto, a existência de tal figura é útil. Basta saber se um sujeito leva a sério o que o Nassif fala e temos um indicador infalível de imbecilidade.
0800 PICARETA
Liguei para o tal numero para receber minhas facasguinzu. A conversa descrita abaixo se seguiu.
– Alo, aqui fala Ruiz Patif.
– Oi seu Patif, tudo bom?
– Tudo. Em que posso ajuda-lo?
– Eu liguei para receber minhas facasguinzu.
– Sei. Voce quer entao comprar o meu livro. Sao 39 reais.
– Nao, nao quero o livro nao senhor. Quero so’ as facasguinzu.
– Meu amigo, voce nao me entendeu. As facas sao um brinde reservado para quem adquire o livro.
– Quer dizer entao que se eu comprar o livro as facasguinzu vem de graca?
– Exatamente.
– Preco zero?
– Conforme eu disse.
– Ora, se o preco das facasguinzu e’ zero, entao anota ai’ o pedido.
– So’ que sem livro nao tem faca.
– Ora, o senhor esta’ tentando me impingir venda casada. Isso e’ ilegal.
– Num to nao. Eu dou as facas pra quem eu bem entender! (A voz subindo de tom).
– Mas eu nao quero facasguinzu doadas. Eu quero compra-las por zero reais.
– Mas me diga uma coisa, o companheiro: quem foi que te falou do meu livro?
– Foi o Tio Alex.
– Alex Schwartsman, o professor dos deuses?
– Bom, eu nao sou deus nenhum, eu sou so’ um neguinho.
– Aqui entre nos, voce acha que eu tenho alguma coisa a aprender com ele?
-Nao.
– Ainda bem. Ve-se que voce tem um pingo de bom-senso. Como voce chegou a essa conclusao brilhante?
– Porque o senhor e’ imune a aprendizado.
Seguiu-se uma profusao de improperios, ai’ eu resolvi desligar.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
O que permitiu o Brasil crescer nos últimos anos foi o protecionismo promovendo uma valorização do dólar.
Com cambio valorizado os salários reais tendem a ser maiores,por isso é possível concluir que protecionismo é bom.
Então uma história do nosso amigo Nassif – do blog dele, há alguns meses (novembro 2008).
Há algum tempo, ele solta a pérola: “Almocei outro dia com uma das estrelas da PUC-RJ, que passou pelo governo. E ele reclamava da perda de qualidade dos trabalhos acadêmicos de lá. Disse que apenas os veteranos ainda mantinha o espírito de pesquisa.”
Chamado de mentiroso em um comentário, ele completa: “Foi o Marcos Lisboa quem me disse.”
Tirando o fato óbvio de que o Marcos já tava no Unibanco à época do post… e que, antes, ele tava associado à EPGE, mesmo no governo… (bem, ninguém aqui vai cobrar bom jornalismo do Nassif, certo?)
Bem, dizer que quem pesquisa na Puc são o Zé Marcio e o Werneck… e não o Soso ou o Claudio Ferraz… é menos que risível. Nada contra o pessoal que tá dando consultoria, claro.
Ou o Marcos tem um opinião muito surpreendente, ou então… ou então… o Nassif é…
Mentiroso?
Será?? No lo creo.
Eu gosto muito de ler o Nassif. É uma maneira de eu me sentir – comparativamente, é claro – muito inteligente.
Tio Alex,
é comum entre libertários, dependendo do seu grau de radicalismo, defenderem que imposto para funções que não sejam garantir a segurança (na versão mais branda) ou qualquer imposto (na ersão mais radical) seja roubo. De certa forma, o imposto é uma forma de coerção do Estado, logo defender esse ponto de vista não chega a ser um absurdo (eu tenho dificuldade em concordar com isso por não acreditar em qualquer utopia anarquista que exista). O ridículo do post do Juliano não é defender que imposto seja roubo, mas defender o crime de sonegação.
Se alguém lançasse um movimento de desobediência civil para não pagar imposto, por achá-lo roubo, ou não concordar com os níveis quase confiscatórios do Brasil, isso seria lutar contra leis que consideram injustas. Agora, os songadores não o fazem por quererem combater leis injustas. Ao contrário, eles o fazem para ganharem mais dinheiro, às vezes até ficando satisfeitos pelo fato das concorrentes serem esbugalhadas pelo Estado enquanto eles se dão bem.
Essa defesa feita pelo Juliano seria o mesmo que, por ser a favor da descriminalização das drogas, alguém protestar contra a prisão de traficantes. E é tão “sem noção” que parece até que ele estaria a fim de fazer o papel de “Facas Guinsu” contra o Nassif de “Meias Vivarina”.
KEYNES E OS JORNAIS
Vejam voces, cara cambada, como a filosofia atual, novamente em moda em funcao da “crise”, afeta as percepcoes de maneira ate’ subliminar. Hoje o FT traz a manchete:
“GM future in doubt after 31 billion loss”.
Ora, caso estivessemos em um mundo mais “austriaco”, a manchete teria sido:
“GM out of business after 31 billion loss”.
Ora cumpadres, por que Keynes – que nao passava de um jacu – ainda esta’ tao em moda? Simples. Imagine voce que o seu medico lhe receite surubas inenarraveis para curar o seu stress. E faca o possivel para convencer sua mulher que esta e’ a mae de todas as solucoes de seu problema conjugal. Maravilha, nao e’ mesmo? O mesmo se da’ entre o keynesianismo e os politicos. Voces ja’ viram politicos se recusando a gastar dinheiro alheio? Ou se preocupando com as consequencias de seus atos apos o fim de seus mandatos?
E’ justamente por isso que, em que pese a teoria geral estar comprovadamente morta e enterrada, o fulano volta e meia ainda da’ uma revirada na tumba e solta seu bafo de jiboia sobre os incautos contribuintes de todas as nacoes.
Como nao poderia deixar de ser, a “santa alianca” salta imediatamente em seu apoio. Os lucros passados ja’ foram todos distribuidos a acionistas e empregados, particularmente os de nivel mais alto. Quando a agua bate na vunda, ai’ os otarios, aqueles que foram convencidos de que investimento em acoes e’ para o longo prazo, sao chamados a contribuir para a salvacao da patria (pois esta seria a unica maneira de recuperarem as perdas quilometricas em seu plano de aposentadoria). Cooptados por um presidente que e’ ou despreparado ou intelectualmente desonesto o suficiente para convencer o povo que o assalto a mao armada contra sua riqueza e’ nao somente justificavel, mas bom para eles proprios.
Um dia se disse que “a religiao e’ o opio do povo”. Eu diria que nao mais. Hoje em dia o keynesianismo e’ este opio.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
PS: Tio, tira essa porra do Krug da lista de seus blogs recomendados. Ele nao merece estar la’.
Juliano,
Não quer pagar Imposto de Renda, simples não trabalhe, não ganhe dinheiro, não tenha conta em banco, não tenha cartão de crédito e viva a margem da sociedade aderindo ao MST.
Nos acampamentos do MST você não vai precisar pagar IPTU, Luz, Água, Telefone, Taxa do Lixo, Internet, Conta do Celular, etc…
Não quer pagar IPVA, tenha um carro com 20 anos de uso ou mais.
Não quer pagar IPI e ICMS, simples não compre nada e viva de pedir esmola, mas atenção, até a comida tem de ser esmolada, pois se você usar o dinheiro para comprar irá pagar imposto indiretamente.
Assim se você realmente for radicalmente afavor de sonegar tem vários acampamentos no Pontal do Paranapanema precisando de voluntários.
Mostre para nós como você é coerente e faz o que prega e não é como o pessoal da esquerda de Ipanema que eu conheci nos meus anos da PUC.
LB
P.S.: Alex, desculpe mas eu pago um monte de imposto e fico P da vida quando alguém fala um absurdo desses e eu me lembro que os meus impostos são mal empregados pelo pessoal que paga jabacule para o Patif.
Alex encontrei um vídeo bem educativo sobre a crise,achei bem interessante.
http://vimeo.com/3261363?pg=embed&sec=&hd=1
foi o BNDES que concedeu a bola de cristal, devo supor.
Raciocícnio Patif-o-libertário:
Patif pega emprestado X mi BRL de um banco estatal;
Patif paga impostos, que são um “roubo”;
Patif não paga o empréstimo ao banco estatal, afinal, foi roubado pelos impostos;
A direção do banco estatal acha tudo isso muito bonitinho, e emocionada perdoa Patif;
‘Impostos – Empréstimo = 0’, equilibrio Patifiano, o Estado e suas instituições não devem nada a Patif e Patif não deve nada a ninguém, ok, deve ao bom senso e coerência, mas isso é monetizavel?
Fui procurar informações sobre o livro e esse texto está no Blog do Nassif.
Tinha que proibir essas pessoas de falar sobre economia, quem sabe eles poderiam escrever sobre “Fábulas Economicas” ou algum outro nome fantasioso.
Ótimo post, rendeu algumas risadas pela manha.
Ok, os comentários estão bem interessantes. Mas, alex, esta camisa do Sao Paulo aí…sei não… 🙂
Galera da economia, expliquem uma coisa, por gentileza, a um engenheiro: O que exatamente é isso que vocês chamam de regressão? To perguntando porque em engenharia regressão é uma das análises mais vagabundas e mixurucas que o sujeito pode fazer. Como as vezes aparece aqui algum comentário em que o sujeito diz que fez uma regressão que prova isso ou aquilo (normalmente coisa bem simples, tipo a natureza da energia escura que expande o universo e talz) estou chegando a conclusão que o que vocês chamam de regressão não é o que eu conheço por regressão. É aquele negocio de regressão a vidas passadas ou pode levar a sério?
O que houve com a doghouse? Aquele comentário no outro post do sujeito oferecendo seus serviços boquetícios foi deprimente.
Juliano,
Esse barato que tu curte se eu não me engano se chama anarco-liberalismo, ou anarco-captalismo. É mó barato a parada, o filho do Friedman é usuáiro. Nessa linha quase tudo é privado, até a polícia e as forças armadas. Será que o cara que bolou esse negócio pensou na possibilidade dos milicos captalistas formarem cartel?
abrços
ALL
Parece que o Luis Patif andou comendo da mesma cumbuca que o Paulo Boneca Jr…. E nem estou falando da FSP!
ALL:
Quando aparece um comentário do tipo “fiz uma regressão, etc, etc” é exatamente o tipo de análise vagabunda a que você se refere.
Econometria séria (do tipo que eu não sei fazer) não apareceu até agora.
Abs
Alex
“Econometria séria (do tipo que eu não sei fazer) não apareceu até agora.”
Sugiro pegar o livro de econometria do Fumio Hayashi pois sem econometria não é possível provar teoria econômica.
Não é a toa que no BC só tem engenheiros,se dependesse dos economistas….
ALL:
Pensaram, sim, na possibilidade de cartel, mas eles tem explicação para tudo. Segundo os professores “tops” da Escola Austriaca contemporanea, tipo Salerno, Thornton, etc, se o equilibrio vigente for maléfico para a população, as próprias psesoas se organizarão e encontrarão solução para isso. Um cartel que dominasse um país seria destruido pelo “simples” fato de que outros agentes teriam incentivos em acabar com o cartel e se aproveitar do mercado dominado por ele.
Resumindo: se os resultados não forem ótimos para todos, os indivíduos terão sempre incentivos suficientes para melhorarem a situação (acabar com um cartel, um monopolio, uma ditadura, etc..), e é isso que eles supostamente fariam numa sociedade anarco-capitalista. Simplificando, é como se, para eles, tudo se movesse em direção ao equilíbrio de Pareto: o que nos impede é o maldito governo e suas regras.
Esse raciocínio tem tantos buracos e falhas que eu nao vou me alongar muito, mas é essa a idéia.
E Alex: o que seria econometria séria? Coisas que o Aloisio Araujo faz?
Melhor explicação visual do TARP, peço desculpas para quem já viu:
http://www.slideshare.net/mengwee/how-tarp-works?type=presentation
“Sugiro pegar o livro de econometria do Fumio Hayashi pois sem econometria não é possível provar teoria econômica.”
E eu sugiro uma leitura rápida de qualquer texto do Karl Popper.
ALL,
Menos…
Sou engenheiro também, mas aprendi econometria no mestrado em economia. A regressão que você aprendeu na engenharia é mais fraquinha do que a mais fraquinha que se aprende na primeira aula de Econometria I (OLS multivariado).
Não é porque tem neguinho fazendo análises primárias que você vai enxovalhar todo um corpo de conhecimento que você desconhece.
Cê tá até parecendo o Apedeuta…
Menas…
Chucky
100 econometria a coisa não anda,seria a mesma coisa de tentar fazer um carro andar 100 gasolina.
Alex, de onde surgiu essa fixacao dos seus leitores pela “Escola Austriaca”?
A competição para ver quem é mais liberal me lembra as reuniões do CRUSP, onde ganhava sempre quem propusesse a tortura mais obscena no pobre do Hamilton (professor da FEA que mandava no bandejão).
Chucky eu também sou estudante de engenharia e paguei estatística na UFRJ,a estatística de engenharia é mais pesada que a de economia.
Segundo economia tem que ter mais calculo,deveria colocar calculo 1,2,3,4 analise real,variável complexa e tirar HPE,história do pensamento econômico.
Henrique,
Discordo de você quanto a tirar HPE da grade de economia. É fundametal para todo economista saber a historia do pensamento que ele advoga. Não só de matemática vive um bom economista. Na verdade ele nada é sem um fundo de história.
Abs
Caio Machado
Alex porque você implementou uma meta de inflação tão alta quando esteve no BC?
4,5% é uma meta alta.
Henrique,
Eu tinha sua opinião no começo. Mas hoje eu vejo que economia não é “rocket science”. Matemática muito avançada em geral não é necessária, pois os modelos são muito simplificados e imperfeitos.
Cálculo 1 e 2 e equações diferenciais bastam (o que é que eu faço com divergente e rotacional em economia?). Análise real, probabilidade intermediária e otimização já são dadas nos bons cursos de mestrado. De fato, a graduação em economia (que não cursei) é, em geral, fraquinha.
Algumas áreas exigem conhecimento específico (estatística bayesiana par amodelos DSGE, métodos não paramétricos em microeconometria). Mas aí só quem realmente precisa tem que estudar.
E hoje vejo que não dá pra separar Economia de História. Todas as teorias dos livros-texto foram criadas dentro de contextos históricos. Saber isso ajuda a entender os pressupostos e limitações dos modelos. Você pode achar um saco agora, mas depois vai perceber a importância.
Ultimamente, tenho cobrido essa lacuna lendo alguma coisa sobre os clássicos do sec XX (Keynes, Schumpeter,…). Não cheguei no Hayek. Friedman é um louco.
Você só pode ter feito um curso decente de estatística na engenharia se tiver estudado produção ou elétrica. Não foi o meu caso. Fiz mecânica.
Chucky
“Alex porque você implementou uma meta de inflação tão alta quando esteve no BC?”
Ahhh, o doce sabor da ignorância…
“DECRETO No 3.088, DE 21 DE JUNHO DE 1999.
Estabelece a sistemática de “metas para a inflação” como diretriz para fixação do regime de política monetária e dá outras providências.
Art. 1o Fica estabelecida, como diretriz para fixação do regime de política monetária, a sistemática de “metas para a inflação”.
§ 1o As metas são representadas por variações anuais de índice de preços de ampla divulgação.
§ 2o As metas e os respectivos intervalos de tolerância serão fixados pelo Conselho Monetário Nacional – CMN, mediante proposta do Ministro de Estado da Fazenda, observando-se que a fixação deverá ocorrer: (…)
Art. 2o Ao Banco Central do Brasil compete executar as políticas necessárias para cumprimento das metas fixadas.
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3088.htm)”
Entendeu, ou precisa da versão para colorir?
Anônimo disse:
“Alex porque você implementou uma meta de inflação tão alta quando esteve no BC?
4,5% é uma meta alta.”
Isso é coisa do Mantega.
Mas, em retrospecto, não foi tão ruim assim. Tivemos uma porrada de choques macro. Meta alta facilita ajustes de custos.
Chucky
A página do Patif sumiu ou é problema no meu provedor?
PRECONCEITO NAO AJUDA
Ficar pixando a escola austriaca nao resolve o problema de ninguem. Sua Excelencia o Fato ja’ demonstrou que eles estavam certissimos quanto a causa dos ciclos economicos. Greenzinho, velho safado e boko-moko, causou a depressao atual. Com mais de 50 pct de queda sobre o pico, o DJ demonstra de maneira quantitativa e inequivoca o fato de estarmos em Depressao. Isso ja’ e’ discussao morta. Tambem ilustra o ponto de que Greenzinho, velho safado e boko-moko, nao aprendeu porra nenhuma na NYU. O fato de que a tal escola escorrega em bobagens como emissao privada de moeda e padrao-ouro, nao invalida pontos em que ela esta’ comprovadamente certa.
Seria mais produtivo discutir o keynesianismo, que e’ claramente a filosofia seguida por Bobama e seus coleguas europeus. Assim nos poderiamos encontrar o que o tunel, ainda sem luz, nos proporcionara’ no trajeto macabro em que o trem desgovernado da economia mundial segue no presente.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
“A página do Patif sumiu ou é problema no meu provedor?”
ele deve estar negociando algum jabacule
“Friedman é um louco.”
É meu caro, haja leitura para preencher essa lacuna.
Então PQ em 2005 vc entregou uma inflação acima da meta?
O BC tinha obrigação de entregar na meta.
Em 2005 a inflação ficou na meta, assim como em 2004, 2006, 2007 e 2008.
A meta é 4,5,em 2004,2005,2008 a inflação ficou acima da meta de 4,5%.
Copom foi preguiçoso em não tentar trazer a inflação para a meta.
“Copom foi preguiçoso em não tentar trazer a inflação para a meta.”
Nãnãninã. Preguiçoso foi você. Deixei o link no comentário. Se não fosse preguiçoso (ou analfabeto) teria lido:
“Art. 4o Considera-se que a meta foi cumprida quando a variação acumulada da inflação – medida pelo índice de preços referido no artigo anterior, relativa ao período de janeiro a dezembro de cada ano calendário – situar-se na faixa do seu respectivo intervalo de tolerância.”
Xuqui,
Eu fiz uma pergunta sobre regressões em economia por estranhar que conclusões definitivas sobre assuntos tão complexos fossem obtidas a partir de ajuste de curvas, interpolações, extrapolações etc. Acho que isso ficou claro no meu post, só você que não entendeu. No mais ainda tenho a impressão (puro chute, admito) que estas regressões são uma ferramenta que servem para uma coisa, e o pessoal tá forçando a barra pra servir pra outra coisa. Afinal é infinitamente mais fácil interpolar uma curva do que compreender um fenômeno e criar modelo numérico. Regressões, no meu parco entendimento, são boas para fazer heurística, testar hipóteses simples e fazer extrapolações simples, sempre num domínio limitado . Além disso, como no geral tratam-se de dados que variam no domínio do tempo (chute de novo, imagino eu que em economia a maioria das variáveis seja não-ergódica, não estacionária), toda curva interpolada e todo resultado obtido é, em maior ou menor grau, um retrato do passado.
Se dá pra fazer muito mais que isso com regressões eu realmente tô papando mosca.
Abraços,
ALL
Vamos aumentar o nivel aqui um pouco…
Estava pensando em uma sugestao de pesquisa. Existe uma literatura gigantesca sobre o efeito de choques no preco de petroleo (ou energia) sobre a economia americana. Inclusive sairam resenhas bem interessantes pelo Lutz Killian e o James Hamilton recentemente.
Pois bem, alguem aqui sabe de alguma referencia recente e bem feita sobre o efeito de choques do petroleo no Brasil? Qualquer coisa?
Se eu fosse um mestrando ou doutorando no Brasil, consideraria seriamente este topico.
Um pequeno aperitivo da resenha do Killian: os dois itens do PIB americano que sofrem mais impacto negativo de um choque de energia sao, surpresa, surpresa, consumo de veiculos automotores e investimentos em estruturas residenciais.
Acho que no futuro proximo o papel da alta do petroleo em anos recentes no subsequente colapso de Wall St e recessao global vai ser reavaliado.
“O”
Arlequim disse de Chucky:
” ‘Friedman é um louco.’
É meu caro, haja leitura para preencher essa lacuna.”
I’m just kidding, man!
Sou mais Friedman (e Bernanke) do que Keynes para explicar a Grande Depressão.
Mas, convenhamos, controlar agregados monetários não deu muito certo…
Chucky
Indo por partes.
1 – Eu também sou um engenheiro que acabou fazendo pós em Economia.
Diria que a base de Econometria é a regressão múltipla, sim, mas o enfoque é diferente. Num laboratório de Engenharia, nós controlamos as variáveis independentes e vemos como a variável dependente reage a variações nestas. Aí, geralmente olhamos se o R2 da regressão é alto, o sendo, validamos a lei.
Em Economia a parada é mais complicada. Temos uma cacetada de variáveis que alteram ao longo do tempo, não é mais um experimento controlado. Assim, a “arte” que está por trás da Econometria consste em buscar formas que assegurem que o coeficiente que achei na regressão indica que uma variável causa a outra. E isso não é nada trivial.
2 – Ao Kléber. O erro que vejo na Escola Austríaca é a recusa deles em aceitarem métodos empíricos para suas teorias, acreditando somente na lógica. E em formalizarem pouco seus modelos (assim, não ficam claros quais os pressupostos que são utilizados). E tanto os erros quanto os acertos dela são compartilhados por autores ortodoxos. Por exemplo, eles não são os únicos que relacionam a bolha à política monetária. Acabei de ler um livro bem interessante do Taylor (Getting Off Track) em que ele defende que a causa foi o descolamento nos anos 2000 da política monetária em relação a sua regra de política monetária. E o que parece hoje loucura do Hayek quando ele escreceu o ensaio de desestatização do dinheiro não é muito diferente de um artigo escrito na mesma época pelo Fama (“Banking in the Theory of Finance”), em que ele defende que, se os bancos pudessem escolher uma mercadoria qualquer como moeda, não haveria necessidade alguma de regulação bancária. Vale à pena lembrar que ambos os ensaios foram escritos durante a estaflação dos anos 70, quando a defesa de um retorno a padrão ouro ou outra coisa do gênero era algo bem tentador.
Quanto ao Keynes, eu pretendo, em breve, lançar o livro “Saving Keynes from the Keynesians”…
E, por falar em revival – “meias vivarina, facas guinsu”, os textos recentes do Krugman me fizeram lembrar daquele comercial de shampoo famoso nessa mesma época…
“Tem cor de quermesse, mas não é. Tem cheiro de quermesse, mas não é.”.
ALL E AS REGRESSOES
To contigo e nao abro, cumpadre. Para complicar a coisa, aprendi aqui no blog que um indice de correlacao bastante baixo ja’ e’ considerado razoavel, em funcao da complexidade inerente a assuntos economicos. Vai dai’ que os instrumentos de previsao assim derivados sao fracos.
CHUCKY
Billy the Ben e’ muito bom. Acho mesmo que ele seja otimo. So’ que ele nao so’ nao resolveu porra nenhuma como:
1- Plantou as sementes da inflcao futura.
2- Nao entendeu a real causa da Grande Depressao.
3- Reduziu a figura do presidente do Fed a um mero doador de discursos, pois com a FFR a zero, ele emasculou a organizacao.
4- Insiste em tomar medidas para resolver um problema (liquidez) enquanto o problema e’ outro (solvencia).
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
Eu moro a 10 anos nos EUA,cheguei aqui para trabalhar na areá de TI quando estava no apice,o crescimento dos ultimos anos foi gerado por uma bolha artificial.
Bernanke teve ainda a brilhante ideia de baixar o juros,gerou mais inflacao e nao evitou a piora do sistema financeiro.
Em julho galao de gasolina estava 4 USD,nível de poupanca nos EUA hoje é zero.Deveriámos ter uma recessao prolongada para corrigir isso mas Bernanke prefere baixar o juros para estimular consumo.
Não vi ninguem semeando a discórdia no blog do patif… e ainda tem gente lá pedindo uma segunda tiragem…
alex, quando ate gustavo franco concorda que juros estao elevados demais, quando o bb um banco estatal esta batendo recorde de lucro, vc nao se sente desmoralizado, no meio de um monte de teorias, a realidade nao parece diferente, sem falar que vc provavelmente foi salvo pela falta de abertura economica brasileira, porque se fossemos abertos os bancos aqui possivelmente teriam se entupido de lixo toxico, e uma hora destas vc estara no poupa tempo tentando arrumar uma vaga de gerente de macdonald.
“O”,
Você acha então que um estudo sério pode mostrar a ganância do pessoal da OPEP que é amigo do Chavez, juntamente com os russos que achavam que iam reconstruir a grande mãe Russia uma vez mais, juntamente com os desvairados de Dubai, e mais alguns tarados da região do Golfo serviram como catalisador para a bolha, que foram eles que forçaram a entrada dos EUA em recessão e que essa acabou por detonar a crise.
Ou seja a bolha podia estourar um pouco mais a frente, 6 meses, 1 ano, ou mais se o pessoal não tivesse exagerado no preço do petroleo?
LB
“vc nao se sente desmoralizado (…) uma hora destas vc estara no poupa tempo tentando arrumar uma vaga de gerente de macdonald”
Não, não me sinto desmoralizado, muito pelo contrário. Acabei de receber um belo bônus, que deve me deixar fora da fila da Poupa Tempo pela maior parte da minha vida (que pretendo ser bastante longa – avó e bisavó que superaram os 90 anos me dão certa esperança).
Por outro lado, se eu fosse um “loser”, que escrevesse num português sofrível, e precisasse escrever mensagens anônimas num blog de uma pessoa mais famosa que eu e de quem eu não gostasse, aí sim, eu me sentiria um merda.
Mas não é o caso, fique só com minha pena.
Kleber,
Qual o endereço do médico com receituário Keynesiano, tem um amigo meu que está precisando arrumar umas desculpas para a patroa dele.
LB
Alex existe alguma explicao para a taxa de poupanca dos EUA dos EUA cair de 10% para zero?
Por isso que o FED deve subir o juros,para aumentar o nivel de poupanca.
“Por isso que o FED deve subir o juros,para aumentar o nivel de poupanca.”
Ah, claro. Tudo que os EUA precisam agora é de um bom aumento da poupança. Quem sabe conseguem fazer uma depressão pior que a dos anos 30, não é mesmo?
E, diga-se:
“Personal saving as a percentage of disposable personal income was 3.6 percent in December, compared with 2.8 percent in November.”
Fonte:http://www.bea.gov/newsreleases/national/pi/pinewsrelease.htm
Segundo o Fed, a poupança das famílias cresceu nada menos que 63% nos quatro trimestres terminados em em setembro.
Dados errados e teoria errada. Consegue errar em mais alguma coisa?
LB
Nao misturemos as coisas. A bolha imobiliaria comecou a dar sinal de fraqueza em 2006. Mencionei aqui no passado minha experiencia pessoal. Alem do fato que salvou a GS da debacle, que foi um relatorio de seu manager de mortgage servicing, o qual ainda naquele ano reportou um aumento nao-usual na inadimplencia de clientes sub-prime. Em dezembro de 2006 Billy the Ben, nosso bandidinho favorito veio a publico para declarar que “the worst of the housing problem is behind us” (ho ho ho).
Em agosto de 2007 Billy comecou a baixar a FFR como se nao houvesse amanha. Isso causou uma grande desvalorizacao do dolar, com o concomitante (e desproporcional) aumento dos precos das commodities, oleo incluido. NAO FOI SO’ O PETROLEO QUE SUBIU DE PRECO. A soja, por exemplo passou de 1750 cents por bushel (hoje esta’ a menos de 900).
Em marco de 2007 se verificou um grande decrescimo na milhagem rodada no Barakistao, cerca de 11 bilhoes de milhas. O preco atingiu seu pico em julho. Ve-se portanto que ha’ uma defasagem temporal consideravel entre os fatos. O preco do oleo cru nao subiu por causa da ganancia da OPEP, mas por macicos investimentos especulativos no mercado futuro, com liquidez ilimitada suprida pelo Fed. Em setembro the bottom fell off gracas ao reality check proporcionado pelo detonamento do Lehman Bros. O mercado fez um reavaliacao de risco, e o credito pra quem nunca deveria te-lo tido miou de uma vez.
Sobre a receita keynesiana, diga pro seu amigo que e’ facil:
1- Acima de tudo, e antes de qualquer coisa, negue o problema.
2- Gaste dinheiro a rodo (com a patroa).
No fim vai acabar dando merda, de um jeito ou de outro. Mas por um certo tempo eles viverao uma ilusao agradavel.
Um grande abraco
Kleber S.
SUJOU!
Pra nogentina da dona Kiki. Eles fizeram de tudo pra que os produtores rurais nao ganhassem porra nenhuma no boom das commodities. Gracas a suas eficiencia, agora o governo anuncia subsidios ao trigo, afetado pela seca (desgraca pouca e’ bobagem, certo cumpadres?).
Hoje saiu a noticia de que o governo esta’ concluindo na surdinha mais uma edicao dos famigerados “canjes”, onde o investidor canjeado recebera’ 15.4 pct de juros no primeiro ano. E depois, quem sabe, muito provavelmente, recebera’ da Casa Marronzada outro tour atras da horta.
Braz Asneira e seuas asseclas devem estar comemorando mais um ato de “audacia” economica dos hermanos, num e’ mesmo galera?
Mas vao ser ruins assim nos quintos dos infernos!
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
PS: Reitero minha sugestao anterior ao presidente Marolinha: comece a deslocar unidades militares para o RGS antes que seja tarde demais.
“quando ate gustavo franco concorda que juros estao elevados demais”
Eu assisti ao programa da Globo News, Espaço Aberto, em que o Gustavo Franco dizia que achava que os juros deveriam cair. Minha opinião é de que o Gustavo não entendeu a pergunta, porque ele foi ambíguo na resposta. Acho que ele pensou que a pergunta era se ele achava que nós deveríamos aspirar a ter juros menores. Nesse caso a resposta sim obviamente faz sentido. Mas não significa que nesse exato momento nós já deveríamos ter juros mais baixos, tanto que ele, na mesma entrevista, citou nossos problemas com o gasto público que nos impede de ter efetivamente juros menores. Provavelmente foi só um mal-entendido. o Gustavo sempre defendeu o BC.
Zamba
Marcos disse…
“Alex existe alguma explicao para a taxa de poupanca dos EUA dos EUA cair de 10% para zero?”
Várias. Uma plausível é que os chinas (e coreanos e brasileiros e indianos e…) estavam poupando tanto que empurraram os juros para baixo e induziram os gringos a se endividar e gerar deficits de transacoes correntes. Deste ponto de vista, o comportamento do Bernanke é endógeno. A inflacao estava sob controle porque os chinas tavam comprando dolar.
Resultado: investimentos excessivos em imóveis e na industria exportadora chinesa. Alta de preços de commodities e investimento excessivo nas empresas e países produtores.
Greenspan/Bernanke deixaram rolar. Greenspan dizia que, se não é claro se o mercado sobe por bolha ou por “revolução de produtividade”, então deixe subir. Se estourar, o Fed limpa a sujeira com liquidez. Deu mais ou menos certo na bolha IT. Deu errado agora.
O ajuste dos excessos chega. E a desregulamentação bancária americana (e européia) amarrou o sistema financeiro americano nos ativos imobiliários. Agora ambos vão pro buraco.
Um pouquinho de regulação poderia segurar o crescimento de bolhas, inibindo a tomada excessiva de risco. Acho que Greenspan/Bernanke tem alguma razão quando dizem que política monetária não deve estourar bolhas. Como é que vão saber? Mas, ao ver a bolha crescendo, deveriam ter alertado e sugerir medidas “cautelares” dos organismos regulatórios. Entretanto, o presidente era Bush…
Chucky
Alex disse:
“… Acabei de receber um belo bônus, que deve me deixar fora da fila da Poupa Tempo pela maior parte da minha vida …
…Por outro lado, se eu fosse um “loser”, que escrevesse num português sofrível, e precisasse escrever mensagens anônimas num blog de uma pessoa mais famosa que eu e de quem eu não gostasse, aí sim, eu me sentiria um merda…”
Titio, se segura. Mais humildade para com os humildes. Afinal,
sic transit gloria mundi.
Chucky
Caro LB,
A evidencia parece ser bem forte a favor do aumento do preco de petroleo ter sido causado por demanda. Nao soh o petroleo quanto praticamente todas as outras commodities e tambem os indices de preco de fretes marinhos subiram ao mesmo tempo. Nao existe especulacao no preco de frete marinho, assim como muitas commodities cujos precos subiram nao sao estocaveis nem sao negociadas em mercados futuro.
Tendo dito isto, nao existe uma explicacao para a crise. A economia global eh um sistema complexo. Certamente, a disponibilidade de mortgages marotos possibilitou o consumidor americano se esticar mais do que a prudencia recomendaria. Mas tambem a politica cambial chinesa (beggar-thy-neighbor) oferecia financiamento aos gastoos americanos. E a politica latino-americana reduzia a oferta de petroleo (Pemex estatal, sucateamento da PDVSA)… Nao existe uma unica causa porque nao existe uma unica causa em um sistema complexo.
Entretanto, eh razoavel argumentar que a forma que a crise se desenrolou (queda na demanda por casas novas, carros) eh consistente com um papel importante para a alta do preco do petroleo.
“O”
Alex essa crise cada vez piora nos EUA porque governo americano que salvar o setor financeiro.O ganho é muito maior salvando empresas como GM,Ford do que ajudando o setor financeiro.
A alma de uma economia esta no setor produtivo,não no financeiro.Veja bem o Brasil sentiu pouco os efeitos da crise porque apoiou o setor produtivo via bancos públicos,diferente dos EUA.
Modelo brasileiro dos bancos públicos é um exemplo para os EUA.
“A alma de uma economia esta no setor produtivo,não no financeiro.”
A autismo econômico é impressionante. Experimente funcionar sem banco; agora experimente funcionar sem indústria automotiva…
A ORIGEM DA CRISE
Recentemente alguns artigos comecaram a levantar a hipotese de que a crise tenha sido causada por fatores energeticos. Este conceito, entretanto, nao tem prosperado.
Caso a cambada queira dar uma olhadinha em dados concretos, o site investimenttools.com traz uma serie de graficos interessantes. Eles correlacionam o Baltic Dry Index com o preco de varias commodities. Ve-se que ha’ periodos de forte correlacao, seguidos de periodos com correlacao inversa. Por exemplo, reparem o que ocorreu entre 2002 e 2006 no grafico BDI e Oleo. E novamente entre meados de 2006 e 2007. A correlacao nao e’ melhor nem pior do que a demonstrada com ouro, o SnP 500 e 10-year notes interest. Ora cumpadres, nem ouro nem acoes nem treasury notes sao transportados em bulk cargo ships. Alias, cumpadres, os periodos de forte correlacao sao mais suspeitos ainda. Ele nos indica que a disponibilidade de navios e’ igual ‘a de soja e ‘a de petroleo! Mas nao e’ mesmo da peste?
Ha’ duas obviedades que nao podem ser esquecidas, though:
1- Observem os cumpadres que os precos aumentaram em ritmo de quase hiperinflacao.
2- O que causa inflacao do nivel observado? Se o Tio Alex esta’ certo – e obviamente esta’ – o colossal aumento nos meios de pagamento proporcionado por Greenzinho, velho safado e boko-moko.
Outro site a ser visitado e’ o da Energy Information Administration. Deem uma olhada na tabela de precos, pra simplificar focando na primeira semana de cada mes. Em marco de 07, quando sinais de fraqueza no mercado de CDOs ligados a MBS comecaram a se tornar publicos – o que equivale a dizer que a inadimplencia subprime ja’ estava em pleno andamento – o oleo cru fechou a 57.83 dolares por barril. Nos 24 meses precedentes o valor minimo encontrado na coluna e’ de 45.20 e o maximo, 69.79. Curiosamente proximo do ponto medio, certo?
Agora vejam voces o que acontece depois que Billy the Ben decide que os juros deveriam cair estabanadamente. O preco vai a 137.11 em julho de 08. Ou seja, dobrou em 16 meses! Olhem so’ que interessante. O pessoal do painel de pitonisas que declaram recessoes, informaram ao pais atonito ha’ alguns meses atras que a recessao atual comecou no quarto trimestre de 2007. Recessao significa menos consumo, certo? Pois bem. O preco do petroleo estava a 85.91 em dezembro 07. E em sete meses pulou para 137.11, mais de 60 pct de aumento, em plena recessao!!!
Ora cumpadres, so’ nao ve quem nao quer. A inflacao de commodities foi criada pela politica monetaria frouxa do Greenzinho, e exacerbada pelo afrouxamento capitulador do Billy. Por isso os precos continuaram a subir mesmo com recessao. Um dia a bolha estourou. Exatamente como ocorreu com as residencias a partir de 2006.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
PS: Nao tem por onde, galera, os austriacos estao certos no que tange ao inicio desta depressao, por mais que a gente nao goste de admitir. Nao ideologizemos fatos, porque isso nao adianta porra nenhuma.
Tio Alex & cia,
Você acha que, se houvesse regulamentação mais rigorosa (tipo epanhola) que inibisse a exposição extrema dos bancos americanos a mortgages, o estouro da bolha imobiliária também seria "depressivo"?
Chucky
Acredito que não. Os níveis de alavancagem teriam sido muito menores e as perdas bancárias também. A lembrar, houve bolha imobiliária também na Espanha (que passa por recessão), mas os bancos seguiram em frente.
“Acredito que não. Os níveis de alavancagem teriam sido muito menores e as perdas bancárias também. A lembrar, houve bolha imobiliária também na Espanha (que passa por recessão), mas os bancos seguiram em frente.”
E bote recessão,pior que a dos EUA (desemprego chegou a 12%).
Alex só um detalhe a mais bancos espanhóis costumam ser mais conservadores comparado aos americanos.
“bancos espanhóis costumam ser mais conservadores comparado aos americanos.”
Ou foi a regulação? Será que bancos alemães, ou holandeses, ou suíços também não são mais conservadores que bancos americanos?
Alex é da natureza dos bancos americanos serem desregulamentados,bancos ingleses também foram para a bancarrota.
Quem mais incentivou o crédito imobiliário foi empresas como Fannie Mae e Freddie Mac,o resto foi problema de política monetária,se os EUA tivesse uma política fiscal superavitária TALVEZ evitasse o FED subir o juros para 5,25%.
” resto foi problema de política monetária,se os EUA tivesse uma política fiscal superavitária TALVEZ evitasse o FED subir o juros para 5,25%”
Se você acredita que o problema era juro baixo, como um juro ainda mais baixo teria evitado o problema mesmo?
Uma das causas da crise foi o juros ter ido de 1% para 5,25%,por causa da inflação alta.Uma política fiscal em combinação com uma política monetária deixasse uma inflação mais baixa,evitando que o FED subisse mais o juros.
Teve bancos americanos que ficaram “intactos” durante essa crise,Bank Boston,Goldman Sachs,JP MORGAN CHASE,Bank of America.
Bank ficou porque comprou o Merryl.
‘Uma das causas da crise foi o juros ter ido de 1% para 5,25%”
Opa! Peraí. Não dá para mudar cavalo no meio da corrida… Se o problema era juro baixo, não pode agora ser porque o juro subiu demais. Ou fica com um, ou com outro.
P.S. Talvez você não saiba, mas o BofA comprou o BankBoston (via Fleet) há pouco mais de 5 anos (foi no final de 2003)
CUMPADRES
O “conservadorismo” dos bancos europeus ainda deve ser testado pelos fatos. Aguardemos um bocadinho o desenrolar dos acontecimentos nos paises-joia do Leste Europeu. Ja’ caiu um governo e tem outros por uma lapinha. Emprestimos feitos pelo FMI e outros nao cobrem uma minima fracao do problema. Alem disso, ate’ onde eu vi, a alavancagem europeia e’ bem maior do que a americana.
Por falar nisso, se o UBS e’ conservador, eu tenho que reaprender o significado dessa palavra. Voces ja’ leram o ultimo escandalinho involvendo a franchise no negocio dos bonds de fundo de pensao em Porto Rico? Voces lembram que no comeco do angu a alavancagem do dito-cujo era 40? Pra Lehman Bros nenhum botar defeito.
Aguardemos pois.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
Chucky,
ok, foi mal pela falta de humor.
Kleber,
matou a pau, de novo!
Alex,
“Ou foi a regulação? Será que bancos alemães, ou holandeses, ou suíços também não são mais conservadores que bancos americanos?”
Regulação who? De onde é o UBS que leva muita porrada em toda e qualquer crise, do LTCM a atual (que a essa altura sem um aportezinho camarada de seu estado natal já não seria mais)? De onde era aquele trader que fez o que quis com contratos do DAX? Grande parte dos europeus que não receberam ajuda direta de seus governos locais também só se mantém devido a ajuda que receberam seus pares americanos.
Liberdade demais tiveram – e aqui + uma vez me falta originalidade – os mandantes do FED, as FMs com seus recursos subsidiados.
Acho que foi o Kleber que falou que quanto a regulação o importante é evitar que haja instituições que sejam grandes demais para quebrar (FMs?), portanto, além evidentemente do tamanho de seus balanços, a alavancagem é fundamental. Ainda assim a questão que fica é: como evitar isso em tempo real?
Essas queixas que rolam de otoridades e imprensa sobre operações complicadas são de fazer corar Candide.
abs,
CHUCKY
Discordo de voce em alguns pontos, amigao. Regulacao bancaria teria tido pouco efeito sobre o resultado final da crise. Isso porque os ativos hipotecarios estavam quase todos securitizados em CDOs. Estes instrumentos tinham o risk assessment feito por uma das 3 grandes agencias. Quase tudo era triple A. Fraude? Nao, ate’ onde posso julgar foi incompetencia estatistica. Os metodos eram incontestaveis. Qual o erro? Estimativa da probabilidade de inadimplencia baseado em um passado de liquidez e inflacao de ativos nunca antes experimentada. Alem disso, nao deram bola para o risco representado pela probabilidade condicionada. Ou seja: qual a probabilidade de um default de A dado que ocorreu um default de B?
Seguinte: imagine duas criancas da mesma classe na segunda serie. Qual a probabilidade dos pais de Zezinho se divorciarem durante o ano letivo? Digamos 5 pct. Qual a probabilidade dos pais de Mariazinha decidirem o mesmo? Os mesmos 5 pct. Caso os pais de Zezinho se divorciem, a probabilidade dos pais de Mariazinha se divorciarem aumenta? Nao.
Agora pense no seguinte. Suponhamos que a probabilidade de uma crianca pegar piolhos na escola tambem seja 5 pct. Mas qual e’ a probabilidade de Mariazinha pegar piolho DADO que Zezinho, seu colega de classe que ocupa a carteira ao seu lado ja’ os adquiriu? Certamente muito mais da media nacional de 5 pct.
A pergunta nunca feita foi: qual a probabilidade do mutuario A entrar em default dado que o mutuario B, seu vizinho ficou inadimplente devido a uma queda no valor de seu imovel?
Isto fica claro agora, mas na epoca ninguem honestamente atinou com o problema, por mais simples que possa parecer.
Qual a regulacao de mercado que faltou? A dos mortagage originators, como Countrywide, por exemplo. Criterio de concessao de credito. Ai’ houve um alinhamento de planetas nocivo entre as duas ideologias dos dems e reps: os dems achavam uma maravilha que pessoas sem posses estavam comprando casas, e os reps nao queriam nem ouvir falar de regulamentacao.
Deu no que deu.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
PS: Arlequim, estou contigo e nao abro.
Alex quando vc esteve no BC alguém comentava sobre essa bolha?
Kleber andou lendo o artigo da Wired: o exemplo das crianças com piolho é ótimo para explicar a situação… rsrsrsrsrsr
Se não leram, vale uma olhada: http://www.wired.com/techbiz/it/magazine/17-03/wp_quant
Abraços!
Kleber,
Não sou especialista em regulação. Você provavelmente é mais iluminado. Mas aí vão umas questões:
– securitização não é regulada?
– um banco colocar na carteira CDOs próprios ou de outros bancos não aumenta risco sistêmico? CDO squared na carteira não é metástase? Não deveria ser restringido? Não era preferível repassar tudo para fundos ou investidores?
– Qual a provisão de capital para um CDO AAA na carteira?
– Não deveria haver um limite máximo para o percentual do valor financiado do imóvel? Tipo 80%? A bolha imobiliária inflaria mais devagar e murcharia ao invés de estourar.
O papel ideal dos bancos é atenuar imperfeições de mercado para alocar a poupança em atividades produtivas. Mas neguinho fica inventando jeito de enganar investidor desavisado, tentando vender gato por lebre. Sem regulação, acabam conseguindo. Falta transparencia. Pergunta na Aracruz.
O Calomiris apresentou um seminário no Rio no ano passado em que dizia que desde 2006 o pessoal dos bancos (ele incluso) já sabia que ia dar merda, mas continuaram o estelionato enquanto o Fed e a SEC não olhavam. Quebraram os bancos mas levaram os bônus. Incentivos “adversos” só podem ser contidos com regulação. E regulação é conservadora.
Na boa, não foi por causa dos erros de precificação que os bancos quebraram , mas por falta de exigência adequada e conservadora de provisão de capital. O sistema bancário tem que ser resistente a bolhas e cagadas monetárias.
Falta de regulação + bolha = Madoff
Chucky
O papel ideal dos bancos é atenuar imperfeições de mercado para alocar a poupança em atividades produtivas.
Temos aqui um socialista.
Anônimo disse…
“‘O papel ideal dos bancos é atenuar imperfeições de mercado para alocar a poupança em atividades produtivas.’
Temos aqui um socialista.”
É amiguinho, eu sou socialista… Quem nem o Diamond, o Rajan, e outros subversivos.
Se quer se juntar a nós, leia “Microeconomics of banking”, do Freixas e Rochet. Eles dão explicações bolivarianas para a existência do setor bancário, que têm a ver com assimetria de informação e mercados imperfeitos…
Quanto a direcionar poupança, os bancos poderiam arrumar 3 destinos:
– financiar atividades produtivas.
– financiar consumo.
– enganar otários construindo produtos estruturados pouco transparentes e criar pirâmides madoffianas com a aposentadoria dos velhinhos e reservas de fundos de caridade.
A última certamente se encaixa na sua concepção de capitalismo “ishperrto”.
Chucky
FASOLO
Li o exemplo do piolho em algum lugar, wired ou cnnmoney. Achei a analogia perfeita.
CHUCKY
O que pode uma regulacao fazer? Proibir bancos de investir em triple A stuff? Nao. Adequar capital? So’ se voce esta’ falando de alavancagem entre 2 e 3, veja a projecao de perdas do Roubini e faca as contas de quanta equity vai ser necessaria para aguentar o tranco. Voltar o Glass-Steagall ajuda? Ajuda. Mas no fim das contas, tudo voltaria para os bancos, pois quem e’ que financiaria a festa dos outros?
Limite maximo? Sem duvida. Mas isso cai no item “concessao de credito”. Foi ai’ que a porca torceu o rabo. Aqueles que como voce “sabiam” que ia dar merda ja’ em 2006 tiveram o mesmo tipo de informacao que eu tive: como o credito estava sendo concedido e seu papel na evolucao de precos dos imoveis. Ninguem entendia o modelo da Moody’s, por exemplo. Dai’ a minha conclusao de que mais regulacao bancaria nao resolve. MAIS SUPERVISAO, sem duvida ajuda. Madoff e’ o melhor exemplo possivel. A regulacao existente ja’ era suficiente para por o bixo na cadeia 15 ou 20 anos atras. Mas a supervisao falha da SEC deixou a coisa rolar.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
Alex você deve entender que a regulação bancária tem que ser adequada a cada realidade de consumo dos países,o padrão de cossumo dos EUA é diferente do da Espanha,você não pode tentar impor uma regulação bancária espanhola nos EUA que não vai da certo.
Bem, vou falar algo que passou pela minha cabeça.
Muitos economistas têm falado que a crise foi causada exclusivamente pela expansão monetária… que ela tem culpa no cartório, poucos têm dúvida.
Porém, vamos supor que a única coisa que gerou a bolha/crise foi a expansão monetária. Se A implica em B, não B implica em não A. Não tivemos uma crise violenta desse tipo entre a década de 30 e a de 80 (tivemos estagflação, o que é diferente), o que levaria à conclusão de que não houve expansão monetária irresponsável nesse período. E, com essa conclusão, eu iria merecidamente para a “suíte master” da doghouse discutir com quermesseiros e libertários da dimensão Z.
Então, há alguma coisa que, EM CONJUNTO com a expansão monetária, levou a essa farra no subprime. Algo que fez com que a expansão monetária, ao invés de levar à estagflação (como a política monetária frouxa dos anos 60/70), levasse a essa farra. Por mim, o grande desafio é entender esse mecanismo (tio Alex, você tem uma luz?). A inflação americana foi mascarada pela importação de bugigangas chinesas e pelo financiamento do déficit em conta corrente, dando sustentabilidade a esse desequilíbrio na conta corrente? O componente de “bolha” teria sido detectado por um Bacen que seguisse quase que à risca uma Regra de Taylor, aparecendo como “hiato”? Como que se pode saber se uma aparente estabilidade dos preços num momento de expansão monetária é fruto de ganhos de produtividade ou de formação de bolhas?
Kleber,
“Qual a regulacao de mercado que faltou? A dos mortagage originators…”
Faltou regulação e/ou a regulação levou os bancos a emprestar pro negron que não podia pagar.
Acho que a bolha subprime só se explica se juntarmos CRA+Greenzinho.
Abraços,
ALL
GALEGO
Esta e’ a primeira vez desde 1929 que a crise comeca a partir do setor financeiro. Em todas as outras recessoes o fenomeno veio a partir da “economia real”. Existiriam outras semelhancas entre os dois casos? Sim, pelo menos a laundry list abaixo.
1- Houve uma grande expansao monetaria nos anos precedentes.
2- Essa grande expansao monetaria resultou em um sem-numero de pessoas e instituicoes se endividando para compram o bem embolhecido. Acoes em 29, imoveis em 2007.
3- Da mesma maneira, nao houve explosao inflacionaria como tradicionalmente definida em nenhum dos dois casos.
4- A renda financeira cresceu mais que a renda do trabalho, com um gap crescente. A uma certa altura os consumidores que estavam mantendo seu nivel de participacao no mercado via endividamento, nao conseguiram mais acompanhar a carruagem. E ai’ se tornaram inadimplentes.
Quando o trem estava se desgovernando, eu brincava com a galera por aqui: “Quando o preco do feijao sobe, chamam de inflacao. Quando o preco de uma casa sobe, eles chamam de investment appreciation”.
Caso o item ‘casas’ fizesse parte do CPI, certamente a inflacao refletida no indice forcaria uma politica contracionista. Mas acontece que elas nao fazem.
Outra coisa que se inflacionou adoidado, como nunca antes – exceto pelo periodo pre-29 – foi acoes. De uma olhada no grafico do DJ since inception. Veja que a “montanha moderna” comeca a se formar por volta de 80.
A Xina naturalmente teve o papel que voce citou. No entanto, caso a Xina nao tivesse absorvido os dolares abundantes no mercado – causado pelo excesso de liquidez – algum outro pais o teria feito. Caso esse pais tivesse sido o proprio Barakistao, teriamos observado uma fenomenal subida de precos das quinquilharias as well, o que tambem teria forcado uma contracao na politica monetaria.
Galego, foi grana pra dedeu! Veja o crescimento do comercio mundial e das reservas de quase todos os paises. Tudo isso veio do Greenzinho, velho safado e boko-moko.
Um grande abraco
Kleber S.
Faltou mencionar aqueles que financiaram o comercio americano como Japão,China,Coreia mantendo seus câmbios artificialmente desvalorizados,obtendo superavit’s comerciais,financiando a farra americana.
Qual o telefone????
Eu quero as facas Ginzu e meias Vivarina! Quero descobrir se as facas cortam as meias!!
Vou dar um pitaco nessa discussão de regulação.
A sugestão da moda na terra da Rainha é a seguinte: o prazo para pagamento de bônus tem que ser maior, muito maior, e isso precisa ser imposto por regulação. Nada de soltar a grana a cada seis meses…
Não faz muito tempo que ouvi de um amigo no Rio: ” ‘trader’ ‘reseta’ o tempo de seis em seis meses (juro que a frase foi assim). Os caras não querem nem saber sobre o que vai acontecer depois do prazo do bônus.”
A história que a gente tá ouvindo é que os caras, no mundo todo, simplesmente assumiram risco demais porque valia a pena para eles – claro, isso tá ligado às baixas taxas de juros do Greenspan. Então, não se preocupavam muito se o ativo tava bem precificado ou não… se o risco de quebra tava bem calculado ou não…
A idéia de estender o prazo para pagamento de bônus é, obviamente, forçar o cara a ter uma visão de longo prazo, ao invés de ‘resetar’ as coisas de seis em seis meses. Modelos dinâmicos que usam u(c-cmin), em que cmin é o consumo de subsistência, justificam isso – na prática, é como se o trader tivesse uma taxa de desconto maior do que o resto da sociedade, o que faz ele arriscar mais do que o “socialmente ótimo” (seja lá o que for isso).
Bem, vá lá que o trader não tá nem aí pro banco… se quebrar, o cara já fez o pé de meia dele. Compremos essa. A dúvida é: por que o dono no banco foi nessa? Por que os acionistas deixaram uma exposição tão grande a risco? Tanto ativo mal precificado, que ninguém sabia o risco direito?
Concordo com o Kleber: regulação que simplesmente tivesse obrigado os bancos a comprar AAA não adiantaria muita coisa – nada a se fazer contra barbeiragem estatística. Estender prazo de bônus, porém, induziria os caras a tomar menos risco – incluindo comprar menos ativos AAA se o cara não entende direito como o risco foi calculado… mas, perguntaria Greenspan: se fosse funcionar, porque os próprios acionistas não fariam isso?
Os Greenspans da vida que foram contra a regulação dos derivativos simplesmente não viam por que o dono do banco deixaria o trader se expor demais só porque o FED resolveu deixar a taxa lá embaixo. Se o risco tava mal calculado, e portanto o ativo tava mal precificado, o banqueiro não deixaria o trader comprar, mesmo que esse só se preocupasse com os próximos seis meses… afinal, o dono do banco não deixaria o banco quebrar, certo? Ninguém via falha de mercado levando a risco excessivo, justificando intervenção…
Sem enxergar falha de mercado, não são muitos os economistas que gostariam de fazer regulação porque “o dono do banco é menos racional do que o regulador”.
Minha conclusão: se faltou regulação, é porque faltou teoria da regulação, faltou microeconomics of banking para dizer o que deveria ser corrigido – não foi falta de ação política. Quem sabe um modelo de principal-agente-supervisor em banking, tipo Tirole, para entender pq trader tomou tanto risco? Se alguém souber de algo do gênero, peço para me indicar!
E fica a pergunta: se os bônus só pudessem ser pagos a cada três anos, será que a crise teria sido menor? Se o banqueiro deixa o cara comprar mais risco do que deveria, que tipo de regulação ajudaria? Vetar a compra de AAA não seria grande coisa…
Abs
Na minha opinião, a falha de regulação se deu por permitir alavancagem excessiva. Como o banco tem um “put” contra o BC, por conta de risco sistêmico (assunto que tratei aqui http://maovisivel.blogspot.com/2008/09/pensamentos-esparsos-sobre-crise.html), há sim a tentação de tomar mais risco que o “socialmente ótimo” (gostaria de explorar isto de forma mais rigorosa no futuro, mas parece complicado).
Pior: como a regulação permitia a alavancagem fora de balanço e limitava dentro do balanço, a arbitragem regulatória piorou a transparência. Não havia como saber o quanto que havia de SIVs, SPCs e outros veículos off-balance. Tanto que nos primeiros momentos da crise ainda havia a ilusão (depois desfeita) que a securitização tinha jogado o risco fora do balanço (tinha, mas voltaram como o filho pródigo).
Houve também falha de supervisão, seja na originação (que o Kléber mencionou), seja na própria questão das SIVs, ou do Maddoff. Caramba, não dá para o regulador ser pego de calça curta do jeito que foi pego (aliás, foram pegos, porque a profusão de reguladores/supervisores provavelmente ampliou o problema).
Não há como o regulador permitir os níveis de alavancagem observados. Acaba como refém dos bancos e os bancos acambam do jeito que estão acabando.
Pode ser mais fácil falar do que fazer (geralmente é), mas o caminho para evitar a crise passava por aí e os “n” reguladores fugiram dele como o canhoto da cruz.
“Qual o telefone????”
0800 Picareta
Concordo integralmente com a falta de supervisão e transparência. Foi bisonho, não há dúvida. Em particular, a falta de supervisão quanto a instrumentos off-balance… como você disse no post mencionado: “A originação das hipotecas foi abaixo da crítica”.
Veículo off-balance pode ser menos regulado, mas não é completamente desregulado: no mínimo, há o básico da contabilidade, e nem isso foi respeitado…
Certamente, essas coisas foram responsáveis por um bom pedaço da crise. Quem sabe, o simples respeito ao marco regulatório já existente teria evitado esse buraco.
Minha dúvida se refere mais ao lado da alavancagem. Será que o problema de moral hazard BC-banco é tão relevante no excesso de risco? Será que o risco que o banqueiro toma é significativamente maior porque, se ele quebrar, ele sabe que tem uma boa chance de o sistema ser ameaçado e o BC salvar ele?
Honestamente, não conheço trabalhos teóricos ou empíricos respondendo essa questão. De orelhada, porém, eu diria que isso é menos relevante que moral hazard banco-trader, ou investidor-banco… enfim, também gostaria de estudar com mais rigor a questão: “quais as principais fontes de risco acima do ótimo?”.
O lance é que a justificava para a regulação bancária nascida nos anos 30 não podia ser aplicada na maioria dos veículos off-balance. Os depósitos foram resguardados. Eu cheguei na França e, com a maior tranquilidade, abri conta no LCL. Meus caraminguás de estudante não desapareceriam.
Mas os caraminguás que eu deixei na mão do banqueiro… que botou na mão do trader… tchau e benção.
Pergunta: e daí? Se eu pegasse uns tostões e emprestasse pro colega da escola comprar uma casinha no campo e ele não me pagasse porque perdeu o emprego… que fazer?
Se eu emprestei porque quis, sabendo do risco, azar meu. Se o dono da padaria também vai ser afetado porque vai diminuir a minha demanda de pão… e se o outro colega da escola vai ser afetado porque eu não vou emprestar dinheiro prá ele… parte da vida. Ciclos reais, risco realizado. Ex-ante, ainda não vejo como o governo melhorar isso (mas deve haver meios). O dinheiro que a vovó pediu prá eu guardar no colchão tá lá guardado, eu não mexi nele.
O problema só se coloca se pudermos dizer: entre você e o colega da turma, tem um sistema complicado, cheio de falhas induzindo risco excessivo, e a melhor maneira de lidar com elas é ________. Talvez você esteja certo e essa pergunta já esteja respondida – era só os reguladores terem feito seu trabalho direito, no máximo acrescentando restrições à alavancagem para o banqueiro não achar que, depois de quebrar, o BC garantiria. Mas, dada a magnitude da crise, acho válida a investigação: onde estão as falhas de mercado (além de moral hazard BC-banco)? Como corrigi-las, se possível for?
Abs a todos
TIO
Por que e’ que neguinho entrou de cabeca na farra imobiliaria? Porque dava muito lucro. Minha proposta entao e’ a seguinte: caso a alavancagem fosse menor – e sem off-balance sheet stuff like SIVs – nao seria improvavel que eles investissem uma percentagem maior de seus ativos em lichotoxico. No fim iria dar no mesmo. Havia 50 cervejas na geladeira, e elas iriam ser detonadas de um jeito ou de outro. O segredo era nao deixar o lixo se formar.
UERLEYSON
Os donos dos bancos – zilhoes de acionistas – indiretamente incentivavam a farra, pois tudo o que eles queriam era retorno sobre o que tinham investido no matter what. Eles nao estavam nem ai’ com a qualidade dos ativos. Os altos executivos, primeiros representantes do acionistas, eram os primeiro a botar pressao na rapaziada para assumir riscos crescentes.
Um grande abraco
Kleber S.
Olha só a que nível chegamos, vão colocar os calouros da Economia da UFRJ pra assistir “ENRON – Os mais espertos da sala”. E depois tem um debate com uma louca marxista.
Coitados.
Pra provar:
http://www.ie.ufrj.br/datacenterie/pdfs/download/semanadoscalouros20091.pdf
Kleber, se a turma investiu pq não tava nem aí prá qualidade dos ativos, e so queriam retorno, então essa crise é aceitável. É só um reflexo do fato de que as pessoas têm baixa aversão a risco – a economia vai enfrentar ciclos fortes. Nesse caso, não há o que o governo melhorar. Por que não deixar o lixo se formar? Se alguém quis comprar sabendo que era lixo… a oferta e a demanda de lixo vão alcançar o equilíbrio… não há motivo, por exemplo, para restringir alavancagem. Esse é o meu resumo do que o Greenspan achava, substituindo “lixo” por “novos instrumentos financeiros”.
O negócio é que a exposição a risco com esses ativos foi muito mais alta do que se pode esperar a partir de dados sobre consumo e poupança agregados, por exemplo. Então pode ser o caso de falhas de mercado terem gerado um risco acima do que cada pessoa gostaria. E aí vale perguntar: política regulatória seria capaz de corrigir (ao menos parcialmente) essas falhas?
Acho que concordamos todos que parte da alavancagem excessiva se deveu a falhas de supervisão. A dúvida é: foi só isso? O Greenspan só errou ao não aplicar a letra da lei? Ou faltou a própria letra da lei – restrição a alavancagem, que se reconhece excessiva não porque a galera quer farra, mas porque há problemas no off-balance (i.e., tudo que não foi regulado pelo FDR!)?
Abs
Pior: como a regulação permitia a alavancagem fora de balanço e limitava dentro do balanço, a arbitragem regulatória piorou a transparência. Não havia como saber o quanto que havia de SIVs, SPCs e outros veículos off-balance. Tanto que nos primeiros momentos da crise ainda havia a ilusão (depois desfeita) que a securitização tinha jogado o risco fora do balanço (tinha, mas voltaram como o filho pródigo).
“Houve também falha de supervisão, seja na originação (que o Kléber mencionou), seja na própria questão das SIVs, ou do Maddoff. Caramba, não dá para o regulador ser pego de calça curta do jeito que foi pego (aliás, foram pegos, porque a profusão de reguladores/supervisores provavelmente ampliou o problema).
Não há como o regulador permitir os níveis de alavancagem observados. Acaba como refém dos bancos e os bancos acambam do jeito que estão acabando.
Pode ser mais fácil falar do que fazer (geralmente é), mas o caminho para evitar a crise passava por aí e os “n” reguladores fugiram dele como o canhoto da cruz.”
O níveis de alavancagem eram seguros,o problema foram os incentivos.Me diga ,vc comprava titulos do tesouro.De repente o juros cai para 1%,você iria procurar novas alternativas de rentabilidades,os talentos de WalL ST são mais ágeis que os burocratas para desenvolverem novas formas de ganhar dinheiro.
EUA tem que ter um sistema financeiro livre,devido a seu padrão de consumo,se vc quiser regular o sistema financeiro dos EUA vai reduzir o crescimento mundial como observamos nos últimos anos.
Se Greenspan tivesse adotado a idéia ” austríaca”,não teríamos essa recessão.
O erro foi Greenspan cortar o juros de 6,5 para 1%,deveria ter mantido esses níveis de juros durante mais tempo.
“O níveis de alavancagem eram seguros,o problema foram os incentivos.”
Claro: 40x alavancado (basta uma queda de 2,5% nos seus ativos para vc quebrar) é bem seguro mesmo. Aliás, porque vc não põe todo seu dinheiro num fundo 40x alavancado?
Eu não coloco,mais o que levou os bancos a se alavancarem tanto?
Juros baixos demais,juros altos inibem alta alavancagem porque diminui a liquidez…… .
O estado não deveria interferir na vida doa bancos,é possível encontrar uma solução privada,basta eles entrarem em concordata o governo entraria protegendo só os correntistas.
O que falta para os EUA é uma lei de falências eficientes para bancos,é possível encontrar uma solução privada.
UERLEYSON
Imagine que a alavancagem fosse so’ metade, restrita por lei em 10. OK, os bancos teriam metade dos ativos. Mas alguem teria a grana do Greenzinho, velho safado e boko-moko, na mao, certo? A liquidez exagerada existia. Imaginemos tambem que os bancos nao pudessem investir em ativos imobiliarios. Isso iria evitar alguma porra? NAO. Porque alguem teria comprado esses ativos com grana emprestada adivinha por quem? Por quem, por quem, por quem? Pelos baaaaancooooos! Isso significa que os bancos iriam para a cacapa via tabela, mas o desfecho permaneceria o mesmo. Nao tinha por onde. Sacou a jogada? Uma vez que por um motivo qualquer se juntou 2 ou 3 trilhoes de ativos podres, alguem iria morrer com o prejuizo, certo? Nao so’ quem comprou esses ativos, como tambem quem financiou, concorda?
E’ essa a visao macro da coisa. Qual a saida? Nao produzir lixo. Como evitar? Forcar o mutuario por mais skin in the game. Como era no passado. Casa propria era so’ para quem pudesse pagar 20 pct de entrada. Isso limitava a inadimplencia por uma serie de motivos:
1- O comprador ja’ teria demonstrado ser serio o suficiente para ter feito uma poupanca.
2- Ele teria muito a perder num eventual default.
3- Em caso de default o banco mitigaria suas perdas barbaramente. Possivelmente o custo de uma foreclosure nao passaria de 10 pct do capital investido.
Mas nao foi assim que aconteceu. Nao so’ emprestaram para quem nao tinha um puto pra dar de entrada, como tambem financiavam ate’ o custo contratual. Em muitos casos, os mutuarios podiam optar por amortizacao negativa por alguns anos!!! Sem comprovacao de renda! Tudo isso acontecendo nos mortgage originators. Pois bem, assim gerou-se o mico. Alguem teria necessariamente que dancar.
Em 94 o congresso passou lei dando poderes ao Fed para regulamentar esse mercado. Deu o poder, mas nao a obrigacao. Greenzinho, velho safado e boko-moko, decidiu nao fazer nada. O resto e’ consequencia.
Abracao
Kleber S.
“Eu não coloco,mais o que levou os bancos a se alavancarem tanto?
Juros baixos demais,juros altos inibem alta alavancagem porque diminui a liquidez…… .”
Cachinhos de ouro:
Vc não coloca porque vc não tem put; quem tem put, coloca. Isto causa a falah de mercado. Como não é possível tirar o put, o second best torna-se regular o sistema para que ele não possa exercer o put em cima do BC.
Micro II…
Mais investidores reagem a estímulos,juros baixos estimulam investidores a tomarem riscos.
EU ESTOU ME LIXANDO PARA A CRISE BANCÁRIA AMERICANA!!!
Agora Inês está morta. Tão discutindo a tranca que vão colocar na porta arrombada.
O sistema bancário americano só não foi estatizado ainda por pudores do congresso americano, que um pouco mais de prejuízos bancários e crise devem eliminar. Os paisecos do leste europeu acabarão sendo salvos pelas economias centrais, ao custo de algumas humilhações. Rússia, China e Índia têm putilhões de reservas.
A minha curiosidade agora é saber como é que as mudanças na economia real induzidas pelas bolhas vão ser revertidas. Isso será doloroso, porque envolve desemprego. O setor financeiro vai murchar. O setor de construção civil também. Commodities, idem. Indústria exportadora asiática, idem. O mundo vai caminhar para uma situação de saldos de transações correntes mais equilibrados, e os países terão que se ajustar.
O problema é que os fatores de produção são especializados. Política fiscal expansionista, por si só, não transforma trader em engenheiro.
Pelo menos, o Brasil vai sofrer menos. Nós continuamos fechados, e a bolha modificou pouco nossa estrutura produtiva. O principal resultado do boom das commodities foram US$200 bi de reservas, cujo acúmulo protegeu nossa indústrias de um dólar ainda mais fraco naquele período. O câmbio flutuante e o endividamento externo nulo vão nos proteger bastante da zona que rola lá fora.
Mas a coisa ainda vai piorar muito antes de melhorar. Só aparece notícia ruim…
Chucky
Serviço de utilidade pública
Jamais confunda:
– mas: conjunção coordenada adversativa
– mais: advérbio de intensidade
Difícil estabelecer quando a loucura se instala. Quando um jeito esquisito de ser e pensar, atinge o ‘border line’, e o ultrapassa. Claro, que essa é uma visão externa ao indivíduo. Normalmente o cara ao aloprar de vez, perde a capacidade crítica de si, e mergulha cego na critica aos outros. Tal situação nos foi narrada com maestria por Machado de Assis em “O Alienista”, onde seu personagem, o Dr. Simão Bacamarte, interna metade da cidade de Itaguaí, com o “diagnóstico” de loucos!“Igual quenem”- como se diria numa reunião no Planalto – o que ocorre com Luis Nassif…
E por aí vai Alex!
Não resisti à tentação e postei em cima dessa listinha gozadíssima perpetrada pelo autor de “Os Cabeças de Planilha”, e de seu complemento à “obra” do megalômano!
Abs
Chucky,
Eu nao ficaria tao confiante sobre a economia brasileira. Nossa contracao em 2008Q4 deve ser mais do que 10% anualizados, e nos ainda nem estamos sentindo os efeitos da reducao de exportacao de manufaturados para nossos vizinhos bolivarianos cujas economias (em dolar corrente) devem contrair talvez pela metade em 2009.
Nossas contas fiscais estao afundando que nem o QI de um leitor recem apresentado para o blog do Nachifre. E do pior jeito possivel, pela reducao da receita, isto eh, nossas contas fiscais vao para uns 4-5% de deficit nominal SEM CONTAR qualquer estimulo fiscal, PAC etc. Tempos atras, eu achava que teriamos 5% de deficit nominal porque haveria algum escorregao fiscal (ex: recapitalizacao de bancos estatais, dificuldade para rolar a divida). Hoje meu cenario com escorregao estah nos 7-8% do PIB.
Para terminar, voce estah bem errado sobre China, Russia, India. As reservas nao servem para muita coisa se as dividas do setor privado sao da mesma magnitude. Pelo menos um desses 3 vai ter um 2009 inesquecivel.
“O”
Alex você acredita que o dólar pode ir para para 2,70?
Ele rompeu o suporte de 2,34,a próxima resistência é de 2,7344.
Pode. Nossa projeção é R$ 2,60, mas, com este nível de volatilidade não dá pra dizer que R$ 2,70 e R$ 2,60 são diferentes.
Isto dito, eu não acredito muito nestes negócios de suporte e resistência. Enfim, cada um na sua.
Abs
Alex
CHUCKY
Eu concordo com o tio “O”. E diria que a Russia e’ o mais fraco dos 3. Nesse particular, a Russia tem apenas 0.6 putilhoes em reservas, poi 40% ja’ foi na tentativa desesperada de segurar o rublo.
O cenario que o tio pinta sobre um eventual problema fiscal no Brasil e’ simplesmente MACABRO. Eu ficaria muito feliz em saber que ele esta’ errado. Mas francamente falando, eu acho que nao vou ter essa alegria, nao.
Abracao
Kleber S.
Eu também não acredito muito,eu olho o gráfico para ter alguma noção de preço para o dólar,(não boto muita fé na analise técnica).
A questão é se o dólar continuar a subir não seria melhor o banco central,ser um pouco mais prudente na Selic?
Acredito que com o dólar a 2,60 pode haver repasse,olha que os produtos importados já começaram a subir de preço.
“A questão é se o dólar continuar a subir não seria melhor o banco central,ser um pouco mais prudente na Selic?”
Sem dúvida Fabio.
“Eu ficaria muito feliz em saber que ele esta’ errado.”
Mesmo sob o risco de uma ruptura do tecido espaco-temporal?
“O”