As lágrimas de Neymar e outras bobagens. Coluna Mário Marinho – Especial Copa do Mundo
COPA DO MUNDO – ESPECIAL
As lágrimas de Neymar e outras bobagens
O Brasileiro, de um modo geral, ama odiar seus ídolos, seus personagens famosos.
É incrível a vocação iconoclasta do nosso povo. Se um cara fica rico e famoso, logo aparece alguém qualificando de ladrão ou viado.
Após a vitória dobre a Costa Rica, quando marcou o seu primeiro gol nesta Copa, Neymar se jogou de joelhos, cobriu o rosto com as mãos e chorou.
Foi o sinal para começarem os patrulhamentos.
“É fingimento”, dizem alguns.”. “É Marketing”, afirmam outros. “É palhaçada”, grita a turba ensandecida.
Eu pergunto: e daí? E daí se for fingimento, marketing, palhaçada? Qual o problema?
O que prende minha atenção, minha exigência, é a atuação do jogador.
Se fora de campo ele tem carrões, faz tatuagens, coloca piercings, descolore o cabelo, contrata cabeleireiros, sustenta parcas, como esta ou aquela namorada – tudo isso é problema dele, desde que não interfira em sua atuação dentro de campo ou seja ilegal.
Tem carrão? Tem iate? Comprou com o dinheiro dele, pagou impostos?
Então, meu dileto e seleto leitor, está tudo bem.
Mas nós gostamos de patrulhar os ídolos.
Quando Pelé marcou seu milésimo gol, em 1969, ele deu declaração pedindo ao governo mais atenção para as crianças abandonadas.
Foi acusado de demagogo.
Muitas daquelas crianças abandonadas em 1969 se transformaram em adultos infratores, marginais, assassinaram ou foram assassinadas.
Mas Pelé foi patrulhado.
Zico, um dos maiores jogadores de futebol do mundo, foi apontado durante muito tempo como um artilheiro só do Maracanã.
Circula pela internet uma foto, em preto e branco, onde aparecem Zito, ex-craque do Santos, ao lado de Pelé em caminhada tranquila por uma rua que, segundo o texto, é de uma cidade da Suécia, em 1958.
O texto diz, mais ou menos, o seguinte: “Sem brincos, piercings e tatuagens, Pelé e Zito caminham tranquilos por uma rua da Suécia. Eles trouxeram o título de campeão do Mundo para o Brasil”.
É o tipo do patrulhamento bobo. Tatuagens e piercings não era usados naquela época, como hoje.
Também naquela época, Zito e Pelé podiam andar tranquilos por qualquer rua do mundo inteiro sem serem incomodados. Eram dois ilustres desconhecidos, jogadores de futebol de um time que se tornaria grande, imenso, mas que na época havia conquistado apenas 3 títulos de campeão paulista (hoje tem 22).
Assim como Zito e Pelé, o próprio Brasil era um gigante adormecido e desconhecido. Pelo mundo afora, dizia-se que a capital do Brasil era Buenos Aires.
Esse tipo de patrulhamento é movido pela inveja ou pela simples falta do que fazer.
Outro dia li um adesivo em uma carro que dizia: “Deus só te deu uma vida, portanto, cuide bem dela. Da minha, cuido eu”.
É isso aí.
Impiedosa
Inglaterra.
Por enquanto, a maior goleada desta Copa: Inglaterra 6 x 1 Panamá.
É de dar dó.
Nós sabemos bem o que é isso.
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– Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
VOU FALAR SOBRE TUA MANEIRA DE ESCREVER E QUE VIREI LEITOR POR TABELA SEGUINDO O GORDUCHO BRIECKMAN USANDO O VOCABULÁRIO DE SABEDORIA DO PINTOR QUE ESTÁ DANDO UM TRATO EM CASA E QUE, TALVEZ NA CABEÇA DELE, POR ASSOCIAÇÃO AO ARTISTA, QUE SE DIZ “UM MIXELÂNGELO -como pronuncia- DE TANTOS TETOS QUE JÁ PINTOU” E QUE, DENTRE SEU RICO FALAR QUALIFICA O QUE GOSTA DIZENDO “É DO CARÁIO”. CHEGO AO PONTO. VIREI LEITOR TEU POIS TUA FORMA E CONTEÚDO SÃO DO “CARAIO”. FALEI.
Aceito em partes o que vc postou. Também admito, no tênis, que o Nadal seja um jogador com lugar garantido entre os maiores desse esporte. Mas não gosto de seus trejeitos, como não gosto do modelo de atleta “vendido” pelo Neymar. Atleta já é um indivíduo diferenciado e cuja atividade exige renuncias que poucos adolescentes se sujeitariam. O top, então, mais ainda. Veja o exemplo negativo de um Adriano, Maradona. O esporte, qualquer um deles, expões publicamente seus praticantes ( no nível em que estamos comentando ) e tudo que fazem está na mídia em seguida. Certo ou errado. Os “bons” exemplos perpetuam e os que não conseguem esse equilíbrio, rapidamente desaparecem.