Decisões dramáticas e heroicas. Blog do Mário Marinho
A decisão de um título ou uma classificação importante na cobrança dos pênaltis carrega dramaticidade e emoções tão grandes que a faz, ao mesmo tempo, ser temida e desejada.
Ontem, terça-feira, tivemos duas decisões muito importantes que foram parar nos pênaltis. Ou como diz a Fifa oficialmente: cobrança de tiros livres diretos a partir da marca penal.
A começar pela decisão em Londres, onde o Wembley recebeu 60 mil torcedores (tem capacidade para 90 mil) emulsionados pelo sangue latino, as cores quentes e a paixão pelo futebol.
Somem-se mais dois itens importantes: o gramado impecável e a enorme vontade de vencer demonstrada por cada time.
Pronto, está feito o espetáculo.
A Itália levou apenas 14 minutos para fazer 1 a 0. Foram somente 16 segundos desde que a bola saiu das mãos do goleiro Donnarumma, passou por Immobili, chegou a Insigne e daí para conclusão perfeita de Chiesa.
Vinte minutos depois, Morata marcou o gol de empate.
Empate que perdurou também na prorrogação e levou a decisão para os pênaltis.
Em suas duas primeiras cobranças, Itália e Espanha não marcaram.
Daí para frente, foram acertando, até que Morata, que fez o gol do empate em tempo normal, perdeu sua cobrança.
Veio então o quinto e decisivo pênalti para a Itália. Coube ao brasileiro Jorginho, naturalizado italiano, cobrar com incrível calma e maestria. Deslocou o goleiro Simón para um canto e apenas rolou a bola para o outro canto.
Itália em festa.
O futebol em festa.
Veja como foi:
Drama&Emoção
Também no Brasil
O Palco foi outro, com cenários bastante mais pobres.
O gramado já não era tão perfeito.
As arquibancadas estavam vazias.
Dentro de campo, já não vimos um futebol tão espetacular como aquele vivido e exibido em Londres.
O estádio Mané Garrincha, em Brasília, recebeu Argentina e Colômbia para decidir o finalista que enfrentará o Brasil na decisão da Copa América.
Tá certo, foi mais pobre.
Mas foi muito bom.
Principalmente o empenho e vontade demonstrados pelas duas Seleções.
A Argentina saiu na frente com um gol de Lautaro Martínez, aos seis minutos de jogo. Ficou no ar a falsa impressão que a Colômbia, presa fácil, seria goleada.
Mas, os colombianos conseguiram equilibrar a partida e chegaram ao empate aos 15 do 2º tempo.
E quem seria o grande herói argentino da noite?
O candidato natural seria Messi muitas vezes eleito o melhor jogador do mundo.
Mas a estrela que brilhou mesmo, que garantiu a classificação foi o goleiro Emiliano Martínez que defendeu três cobranças.
Foi lega ver a festa dos argentinos mostrando que eles estão a fim de levantar o título.
A final será no sábado, às 22 horas, no Maracanã.
E por quê?
É bom lembrar que a Colômbia e a Argentina, que se dividiram como sede da Copa América, abriram mão da organização.
A Colômbia por questões políticas internas. A Argentina por questões sanitárias: a pandemia.
A Copa América veio parar no Brasil duas semanas antes de seu começo.
Já se sabia que a final da Eurocopa seria transmitida para o Brasil às 16 horas do domingo.
Assim, emissoras de tevê, patrocinadores e organizadores chegaram a um consenso sobre o horário das 21 horas de sábado: não é um bom horário para a Europa, pois lá será madrugada do domingo, mas pega o público do México e dos Estados Unidos, além do público da Ásia, pois lá será manhã do domingo.
Assim, todos ficaram contentes.
Brasil x Argentina. Quem é o favorito?
Não há.
Essa é uma das maiores rivalidades do futebol internacional.
Tecnicamente, em minha opinião, os dois times são parelhos.
Do lado argentino, está o Messi para desequilibrar.
Do lado brasileiro, Neymar.
E o Brasil terá que mostrar, além do futebol, gana, garra e vontade que até agora não foram demonstradas nessa Copa.
Que vença o melhor.
E que o melhor seja o Brasil…
Veja os melhores momentos:
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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