Os tentáculos da Dimensão Z

Recebi de um leitor do blog o seguinte trecho, copiado do blog de José Luiz Oreiro:

“Um detalhe técnico que a ‘thurma’ dos fatos estilizados de Friedman se ‘esquece’ de mencionar é que o hiato de 6 a 9 meses se refere a ‘mudanças exógenas na política monetária’, ou seja, mudanças na política monetária que não sejam uma reação a mudanças no ambiente econômico. Se o BCB tivesse reagido em outubro aos efeitos da crise internacional então não seria o caso de uma mudança exógena na política, mas uma mudança endógena !!! Isso faz toda a diferença !!!! Uma mudança endógena tem por objetivo neutralizar os efeitos de um choque, ao invés de produzir um ‘novo’ choque sobre o sistema ( a esse respeito sugiro aos ortodoxos de plantão a leitura do capítulo 1 do livro do Walsh). Todos os ‘fatos estilizados’ que os defensores do BCB mencionam referem-se a mudanças exógenas da política monetária. Nesse contexto, desafio a quem quer que seja a mostrar um único teste empírico que mostre que mudanças endógenas na politica monetária levam todo esse tempo para surtir efeito sobre o nível de atividade econômica.”

Esta afirmação é tão errada que fica até difícil começar, mas, isto dito, talvez o melhor seja mesmo começar pelo óbvio: simplesmente não há, pelo menos fora da Dimensão Z, qualquer observação de mudança “exógena” de política monetária pela singela razão que toda mudança de política monetária resulta de uma reação da autoridade monetária a uma alteração no ambiente econômico.

Deveria ser óbvio, mas face à cretinice da afirmação acima, é bom explicar. Bancos centrais não ficam subindo e descendo as taxas de juros para “produzir novos choques”, como se estivessem fazendo experimentos em laboratórios (ou melhor, como se banqueiros centrais se trancassem em salas escuras, sem contato com o mundo exterior e, sob estas condições, decidissem – literalmente no escuro – sobre taxas de juros). As observações que temos são de BCs operando em tempo real, reagindo aos diferentes choques a que a economia é submetida e são estes dados que embasam os tais “fatos estilizados”. Aliás, é por este motivo que a estimação da resposta da economia a mudanças das taxas de juros precisa, de alguma forma, tratar do problema da endogeneidade.

Um exemplo extremo de endogeneidade (não é meu; é do Alan Blinder) pode ilustrar bem este tópico. Imaginem um BC onisciente e onipotente, que não só antecipe todos os choques de demanda e oferta da economia, como também conheça a real estrutura da economia, da forma das equações ao valor dos parâmetros. Este BC é então capaz de calibrar a taxa de juros de forma a neutralizar perfeitamente todos os choques, mantendo permanentemente a inflação na meta e o produto sempre operando no nível potencial. Em particular, conhecedor da estrutura de defasagens da economia, o BC sempre consegue alterar a taxa de juros antes mesmo dos choques atingirem a economia (como eu já disse em algum lugar, quanto mais irreal melhor).

Agora imaginemos que um econometrista (o Sr. Orelho) resolva estimar a resposta da economia aos movimentos “exógenos” do BC. Sem levar em consideração que o BC está reagindo a choques plenamente antecipados o Sr. Orelho vai concluir que… a política monetária não tem qualquer efeito sobre a economia! Afinal de contas, ele observa uma enorme flutuação da variável “exógena” e nenhuma da variável “endógena” (inflação, ou hiato). Não seria difícil concluir, erradamente, que a política monetária é absolutamente irrelevante.

A questão é que a taxa de juros é uma variável endógena. Voltando a um modelo similar àquele postado há uma semana, a endogeneidade da taxa de juros é capturada pela regra de política monetária que, se ignorada, produzirá coeficientes viesados, em particular (como deve ter ficado claro pela discussão acima) menores que os “verdadeiros” valores dos parâmetros.

Nos termos do modelo, a IS (de onde sairia a estimativa da elasticidade do hiato com respeito à taxa de juros) é a seguinte:

h(t) = -c[i(t) – E[p(t)] – r] + u(t) (1)

Mas a taxa nominal de juros é dada pela regra de política monetária:

i(t) = r + E[p(t)] + a[E[p(t)]-p*] + bh(t) (2)

Quando consideramos (2), é fácil ver que i(t) é correlacionada com o choque u(t) em (1). Por esta equação um choque positivo de demanda eleva o produto efetivo acima do potencial, o que, por (2) leva o BC a subir a taxa de juros, ou seja, há uma correlação positiva entre i(t) e u(t), que viesa a estimativa de “c” relativamente ao seu valor real se (1) for estimada, por exemplo, por MQO. E, vale lembrar, ainda haveria uma curva de Phillips para agravar a questão da endogeneidade.

Isto dito, eu não sou nenhum mago em econometria (muito pelo contrário), mas não precisei de nenhum argumento sofisticado para concluir que toda estimação que desconsidere a endogeneidade da taxa juros (isto é, que a política monetária responde a alterações no ambiente econômico) está pura e simplesmente errada. Qualquer econometrista digno deste título que, por dever de ofício, tenha que estimar a resposta das variáveis econômicas (demanda, hiato, inflação) à taxa de juros vai tentar corrigir o problema de endogeneidade de diversas formas (GMM, MQ2E, VAR, o que seja).

Vale dizer, todas as estimações respeitáveis que sugerem uma defasagem da ordem de dois (ou três) trimestres entre alterações de taxas de juros e resposta da demanda partem do princípio que há um problema de endogeneidade no que se refere à taxa de juros. Em outras palavras, a historinha do Oreiro, que as defasagens só valem para alterações “exógenas” (como se as houvesse) das taxas de juros, não faz o menor sentido. O desafio dele é respondido por todo estudo econométrico que trate devidamente o problema da endogeneidade da política monetária.

84 thoughts on “Os tentáculos da Dimensão Z

  1. Mais uma aula de teoria de controle aplicada! É fato conhecido que estimar o modelo de um sistema em malha fechada é difícil, porque o controle torna os sinais tidos correlacionados. Se o controle funciona bem, fica tudo parado perto dos valores desejados, e não há nada a medir. Não surprende que na economia haja fenômenos desse tipo. Nem que haja ignorantes que não entendam.

  2. Nossa, realmente deprimente.

    Agora que o Oreiro foi posto na peneira é possivel entender o motivo que leva a muitos amigos que converso acharem que ele é um mala.

    Alguns o chamam de o “heterodoxo mais ortodoxo que existe”. Mas ficou claro que, na verdade, o sujeito tem muito égo e pouca lógica.

    Abs.

  3. Muito Bom !
    Estudo na UFRJ e há 2 semanas houve um debate entre Oreiro e Cardim (esse vc engole/aceita/admite/admira ?)
    E, heterodoxa como ela só, na UFRJ Oreiro (até por ser “filho” do Cardim) é bastante respeitado.
    Mas a impressão é que, ainda que respeitados, especialmente, dentro da linha teórica que escolheram, há economistas que possuem um gap de conceitos básicos.
    Mesmo a mim, estudante do 2ndo período da UFRJ (por isso perdoe os comentários errados ou, talvez, bizarros, que faço aqui), pareceu estranhíssimo “mudanças exógenas na política monetária”. Estranhamento ratificado e explicado pelo resto do post.

    Ainda tenho esperanças (quanto a mim hahaha).

    Parabens e abs

    JA

  4. Alex,

    até o mais alucinado comentarista – sempre os há – pode aprender um pouco de economia.

    Para os alucinados que, realmente, querem aprender algo sobre um mundo como o nosso, recomendo, o excelente cap.14 do novo livro do Mankiw.

    O prof. Mankiw, ao contrário de muitos pavões brasileiros (ou seja, mais importante do que os ditos cujos e também mais educado e acessível) disponibilizou o rascunho (rascunho? é um draft finalzíssimo!) do mesmo na rede.

    Lá se vê, no modelo para adolescentes universitários, que a taxa de juros é, de fato, endógena. Ah sim, o modelo é um de metas de inflação com regra de Taylor. Nada muito diferente do que se vê por aí.

    Abração

    Claudio
    p.s. também não sou nenhum mago da econometria. Só li cuidadosamente o livro-texto de graduação.

  5. Será que Polyana ( Lucrecio ) não é o pseudônimo desse Oureiro? Essa “técnica” de falar asneira citando boas referências ( no caso recente o Walsh ) é no mínimo suspeita! hehehe
    Ou será que a quermesse usa sempre essa “técnica” de pilantronomia?
    abs
    RN

  6. “Não surprende que na economia haja fenômenos desse tipo.”

    Interessante o paralelo. Como eu não sei teoria do controle nunca tinha me tocado a respeito, mas certamente não deve ser por acaso. Estas técnicas devem ter sido importadas de algum lugar.

    Abs

    Alex

  7. O que e endogeno vs exogeno depende do que voce define como o sistema sendo modelado.

    Eu nao sei nem economia nem controle, mas vou tentar usar a linguagem da teoria de controle aplicada a economia: Eu posso olhar ao sistema de malha aberta (uma economia onde o banco central nao existe ou decide a taxa de juros independentemente do que ocorre na economia – no quarto escuro mencionado pelo Alexandre cujo time perde pra times de segunda divisao) e ai a taxa de juros e uma variavel exogena a economia.

    No momento em que um feedback loop e criado, e o banco central passa a olhar tanto a outputs quanto a variaveis de estado da economia pra definir a taxa de juros, ela passa a ser um variavel endogena do sistema (economia+banco central). Desenhe um retangulo e escreva dentro economia. Desenhe outro retangulo embaixo e escreva dentro BC. Agora conecte a face esquerda dos dois rectangulos e as faces direitas dos dois rectangulos. There you are! Esse e o seu novo sistema…

    O que eu nao entendo, e desconfio que talvez seja o “pobrema” e o seguinte: a maioria (ou totalidade)dos modelos discutidos na economia amadora dos blogs e papers que eu posso ler sao input-output models.

    Sao modelos que relacionam inflacao, emprego, GDP growth (outputs) com as inputs que estao disponiveis ao banco central (taxa de juros, etc.).

    Um resultado de quase 50 anos de idade de teoria de controle diz que voce so consegue realmente controlar um sistema atraves de feedback (ou politicas monetarias baseadas nas variaveis de saida do modelo:inflacao, etc) se o sistema for “observavel” e “controlavel.”

    Esses sao termos tecnicos com definicoes precisas, mas observavel significa (mais ou menos) que nao ha nenhuma dinamica interna ou sistema que nao afeta diretamente as variaveis que voce esta usando pra definir a sua politica monetaria. E controlavel significa que voce tem a capacidade de controlar todas os estados internos do sistema(state variables) independentemente, usando as inputs que lhe estao disponiveis.

    Se eu quiser ser benevolente com as criticas aos modelos usados pra justificar politica monetaria, eu diria que elas questionam a capacidade do feedback loop usado por bancos centrais de realmente controlar todas as variaveis importantes da economia, inclusive as variaveis que voce mede (inflacao, emprego, etc).

    Outra forma de colocar a critica: mesmo que o seu modelo (ou algoritmo de controle) tenha funcionado em varios casos pode ser que em certos casos uma parte da dinamica interna da economia que nao e controlavel (ou nao observavel) pelo seu feedback loop seja excitada e ai sua politica monetaria e modelos nao funcionaram. Com respeito a essa parte nao controlavel da economia, se ela realmente existir, as variaveis usadas pelo BC nao sao nem endogenas nem exogenas, mas insuficientes.

    Of course, tudo isso e meio bobagem porque

    a) eu inventei quase tudo que escrevi acima – eu nem sei dizer quais seriam as state variables de um modelo economico completo.

    b) o que importa e que politica economica usando feedback loops e modelos matematicos sao melhores do que politicas baseadas em ideologia e opinioes – os resultados praticos parecem ser claros

    PIG

  8. Eu acho que sei quem eh a Polyana, e ela nao eh o Orelho.

    Quanto aa tecnica de citar textos fora de contexto eh endemica na quermesse. Afinal, se eles vao citar algo que eles nao entendem, dificil eh faze-lo dentro do contexto!

    “O”

  9. Um jornalista americano fez um comentário infeliz e ignorante (semelhante ao do Sr. Orelha) a respeito de um artigo dos Romers sobre política fiscal.

    Eis o comentário do Mankiw a respeito: (http://gregmankiw.blogspot.com/2009_01_01_archive.html)

    This argument raises the question: Why did the Romers focus on exogenous policy changes? The reason is that these are the only changes that can be used to reliability identify the effects of tax policy. If a tax change is made in response to some event, call it X, that influences the economy, it is hard to disentangle the effects of the tax change from the the direct effects of X. The Romers focus on exogenous tax changes for the same reason doctors conduct randomized drugs trials–not because they are interested in randomization as a prescriptive tool, but because randomization solves a statistical identification problem.

    Imagine if a clinical doctor reasoned the same way as Silver did. He would say, “All the evidence on the effects of this drug are from randomized drug tests. In my practice, I never randomize treatment of my patients. Therefore, I can safely ignore the results from the randomized experiments.”

    That is, of course, fallacious. We need the randomized experiments to inform us about the effects of medical interventions, even though interventions in practice are rarely randomized. Similarly, we need to consider the effects of exogenous tax changes, even though many actual tax changes are not at all exogenous.

    Abs

  10. simplesmente não há, pelo menos fora da Dimensão Z, qualquer observação de mudança “exógena” de política monetária pela singela razão que toda mudança de política monetária resulta de uma reação da autoridade monetária a uma alteração no ambiente econômico.

    OU

    O cretinismo aqui atinge os píncaros. Taxa real de juros exógena? De onde você tirou isto? A taxa real de juros não pode ser exógena. No modelo o BC escolhe a taxa NOMINAL de juros. A taxa real de juros depende das expectativas de inflação. Vá ser burro assim lá em Campinas!

    Escolha uma.

    Hum… quem será Lucrécio?

    Lucrécio.

  11. O analfabetismo atingiu os píncaros: as duas afirmações são iguais. Ou melhor, não extamente iguais, mas dizem a mesma coisa.

    Não são exatamente iguais porque uma se refere à taxa real de juros (que eu afirmo não ser exógena) e a outra se refere à taxa nominal de juros, escolhida pelo BC por um regra de política, portanto endógena.

    Já aprendeu a diferença entre choque de oferta e de demanda, Polyana?

  12. “Em outras palavras, a historinha do Oreiro, que as defasagens só valem para alterações “exógenas” (como se as houvesse) das taxas de juros, não faz o menor sentido.”

    O título desse post poderia ser “O sujo falando do mal-lavado”.

    Entendi. Então você pensa que movimentos de política monetária são totalmente endógenos. Bernanke discorda:

    The idea of an exogenous policy shock has been criticized as implying that the Fed randomizes its policy decisions. Although the Fed does not explicitly randomize, it seems reasonable to assert that, given the state of the economy, there are many random factors affecting policy decisions.
    Such factors include the personalities and intellectual predilections of the policymakers, political factors, data revisions, and various technical problems. In any case, if there are no exogenous policy shocks, then as far as we can see the effects of policy on the economy are econometrically unidentifiable by any method.

    Além disso, existe uma boa literatura sobre choques exógenos de política monetária (dá pra acreditar?? dessa vez, sem links, se virem)

    Pode espernear mais, mas você só mostrou que não sabe muito de política monetária de novo (aliás, não é à toa que na PUC todo mundo zomba das diretorias do Meirelles, sempre “atrás da curva”).

    A propósito, quando você vai dar outra entrevista falando de repasse cambial?

    Lucrécio.

    PS: Pare de perder tempo com ofensas, você nem sabe se eu estou falando sério. E só li hoje os seus comentários sobre efeito Fisher e taxa real de juros… e rolei de rir.

    Eu já estive nesse blog defendendo o BNDES e controles de capital na Malásia antes, alguém deve lembrar (para os interessados).

  13. Essa pode doer um pouco em pessoas muito confiantes:

    http://www.ecb.int/pub/pdf/scpwps/ecbwp323.pdf

    What did we learn from this paper? Let.s imagine a discussion where a policy maker turns to a new-Keynesian economist. The new-Keynesian economist gives the following advice.
    “Mr. Chairman, I have estimated the response of the economy to changes in the interest rate and I counsel that policy should be active. You would be wise to increase the fed funds rate by more than one-for-one in response to an increase in expected inflation since a rule of this kind will minimize the danger of irrational exuberance as a separate impulse to economic fluctuations”
    Experiment 3 suggests that this advice is overconfident at best. A policy advisor who had read the Benhabib-Farmer [1] paper might offer these alternative words of wisdom.
    “Mr. Chairman, my esteemed colleague is clearly mistaken since he is working with a wrong and outdated theory of aggregate supply. I have checked his conclusions and I Þnd that the policy rule he suggests will have exactly the opposite effects from those that he predicts. You would be wise to move cautiously by increasing the fed funds rate less than one for one in
    response to an increase in expected inflation”

    How could the policy maker decide which of these two economists is correct?

    Lucrécio.

  14. ” it seems reasonable to assert that, given the state of the economy, there are many random factors affecting policy decisions.”

    Fantástico: você descobriu que BCs não são escravos de uma regra… Descobriu que há diferentes interpretações da realidade dentro de um comitê (poderia ter lido qualquer ata do BC a respeito). Agora qual destas decisões NÃO estava reagindo a alterações do ambiente econômico mesmo?

    “aliás, não é à toa que na PUC todo mundo zomba das diretorias do Meirelles, sempre “atrás da curva””

    Deve ser por este motivo que nunca me convidam para falar lá… Aliás, deve ser por este motivo que nunca estive em cinco bancas da PUC-RJ.

    E segue o desafio: já aprendeu a diferenciar choques de oferta e demana?

  15. “Fale logo quem é o Polyana!!!
    Eu nao consegui dormir direito :-)”

    Nao vou falar nem se algum dia eu tiver certeza, em respeito a privacidade dele/dela.

    “O”

  16. “How could the policy maker decide which of these two economists is correct?”

    A pergunta eh meramente academica e a resposta eh bem simples. O policy maker em geral sabe que nos ultimos 10, 20, 30 anos, o banco central de seu pais tem respondido a movimentos da inflacao com movimentos maiores que um para um da taxa de juros nominal, e sabe que tal estrategia tem sido efetiva em estabilizar a inflacao.

    Em qualquer banco central existe uma base de conhecimento (heuristico, as vezes) sobre o relacionamento das variaveis economicas. E ninguem melhor que o policy maker para saber o que acontece quando se puxa a alavanquinha que aumenta/diminui os juros.

    “O”

  17. Suponhetemos que o BC use modelos (diferenciais em tempo continuo ou de diferencas em tempo discreto) pra estudar o impacto da taxa de juros na economia e inflacao, etc, e definir politca monetaria. (usa?)

    Alguem pode descrever a natureza desses modelos? Por exemplo, quantas equacoes diferenciais de primeira ordem? quantas variaveis? Linear ou nao linear?

    E afinal, ate que ponto esses modelos REALMENTE influenciam a taxa de juros? Por que simplesmente nao pode ser que os modelos deem respostas em incrementos de 250 bps….E ate que ponto e util aplicar matematica (ou teoria de controle) um pouco mais sofisticada pra entender/definir a politica de juros? Ou serao os modelos tao imprecisos e as decisoes tao influenciadas por outros fatores, que nao vale a pena investir nisso?

    PIG, num dia muito triste

  18. Rubens:

    No meu mestrado a coisa foi algo confusa. Em Macro I usamos muita coisa do Macroeconomic Theory do Sargent, que foi bom (e ainda é bom em muita coisa), mas me parece algo antiquado (o próprio Sargent escreveu o Dynamic Macroeconomic Theory, mas tenho a impressão que não "pegou").

    No doutorado, no curso do Akerlof não havia manual; só ensaios. No curso do David Romer usamos o Blanchard & Fischer, mas muito para os capítulos iniciais e o capítulo sobre "real business cycle" (não é, naturalmente, o foco do livro, mas faz um relato honesto). De resto foi muito material que acabou se tornando o livro do David (Adavaned Macroeconomics).

    No curso do Paul Romer não havia livro-texto (mas a matéria foi soberbamente coberta no Innovation and Growth in the Global Economy – Grossman & Helpman). No curso da Casella só ensaios.

    Quando eu fui TA do Obstfeld no curso de Macro ele usou muito o material inicial do livro dele com o Roggoff (Foundations of International Economics).

  19. “Quando eu fui TA do Obstfeld no curso de Macro ele usou muito o material inicial do livro dele com o Roggoff (Foundations of International Economics).”

    Ele agasalha ou nao?

  20. Eu tive o Blanchard-Fischer como livro texto no curso introdutorio de macro, e depois disso tive 5 outras cadeiras de macro, mas somente com ensaios e um eventual capitulo de livro.

    Alguns livros topicos que fizeram minha cabeca macroeconomica durante o doutorado e depois:

    – para consumo, o livro do Deaton (Understanding Consumption)

    – para desemprego, o excelente livro do Pissarides (Equilibrium Unemployment Theory)

    – para macro neo-keynesiana, o livro do Jordi Gali

    – para crescimento de longo prazo, o livro do Parente e Prescott para uma visao provocativa, Barro-Sala-i-Martin para o feijao com arroz

    – para open economy macro, o Obstfeld-Rogoff eh a biblia, ainda que agora esteja um pouco defasado

    – quase tudo que o Krugman e o Helpman escreveram ateh a metade dos anos 90

    – para economia da America Latina, colecao de ensaios do Carlos Diaz Alejandro (imperdivel, nosso Keynes!).

    “O”

  21. Acabei de ler o post do oreiro. Ele não faz a MENOR idéia do que seja um VAR. Seguem os absurdos:

    1) Ele diz que um VAR contém um ampllo número de variáveis, identificadas ou não. O que é identificado ou não são os parâmetros.

    2) O choque exágeno que ele teima em entender como não correlacionado com as demais variáveis da economia, na verdade, só precisa ser não correlacionado CONTEMPORANEAMENTE com as demais variáveis da economia. Isso SE a estratégia de identificação for Cholesky ou outros tipos de restrições de curto prazo. Até onde eu entendo, se você for usar a estratégia de Blanchard-Quah, por exemplo, isso não precisa mais ser verdade.

    Além disso, citar Friedman e Schwartz pra discutir política monetária em 2009 é ridículo.

  22. “Acho que alguém vai botar o rabinho entre as pernas…O rapaz já respondeu no blog…”

    Fui lah e o Oreiro nao disse nada aproveitavel. Nao apresentou nenhuma evidencia que uma reacao endogena do BC teria causado um efeito imediato no nivel de atividade – simplesmente porque nao existe nenhuma evidencia a favor da afirmacao do Oreiro (que movimentos endogenos de politica monetaria tem efeitos imediatos no nivel de atividade).

    Alem do mais, eu imagino que existem varios paises durante essa crise que teriam baixado os juros no segundo semestre de 2008 – que tal o Oreiro mostrar um caso, unzinho sequer, em que ele poderia argumentar que politica monetaria agressiva teria evitado uma contracao maior?

    Eu nao conheco um caso sequer. Provavelmente porque nao ha um caso sequer. Porque a crise brasileira nao tem nada a ver com o banco central, queira ou nao a venalidade e sem-vergonhice dos quermesseiros que querem transformar o BCB em um cabide de emprego de economistas inempregaveis pelo setor privado, mas sim com o fato que o que nos temos (commodities) hoje vale 1/3 menos do que valia um ano atras.

    “O”

  23. Eu não entendo xongas de econometria, mas pelo que eu entendi a crítica do Walsh é a seguinte:

    “Quero avaliar o impacto de X sobre Y, mas sei que há endogeneidade. Vou rodar um VAR. Mas aí eu só capturo o impacto de choques exógenos a X sobre Y. Então não faz muito sentido calcular dY/dX.”

    Claro que citação feita pelo Oreiro tá fora de contexto – baseando-se nela, vou concluir que VAR é essencialmente inútil. E não precisa nem comentar sobre a picaretagem da conclusão (bla bla bla os juros poderiam cair). Mas, do pouco que entendi, a crítica do Walsh sugere que a nossa forma de tratar endogeneidade ainda é problemática. Ou, pelo menos, a interpretação de coeficientes estimados por VAR deve ser diferente do que fazemos em modelos sem problema de endogeneidade.

    Bem, vou prá escola amanhã perguntar prá alguém mais sabido se to viajando. Alguém por aí tem ideia?

    Quem tiver, tente responder ao Quiz Tostines sobre Endogeneidade: o Botafogo chora porque perde, ou perde porque chora?

    Abs

  24. Por isso que é díficil encontrar defensores do livre mercado nesse blog,George Akerlof ,Grossman.

    Todos eles defendem pesquisa pública,regulamentação estatal para evitar monopólios,tudo isso com uma palavra mágica chamada “assimetria de informação”.Um livro macro Neoclassica é muito melhor do que um de Macro Keynesiana.

  25. “tudo isso com uma palavra mágica chamada ‘assimetria de informação'”

    Eu contei três… Mas, tudo bem, ninguém espera que um “austríaco” conheça matemática…

  26. Fala alex,
    Me tira um dúvida aí em relação a esse post, posso afirmar o seguinte: Que as mudanças na taxa de juros nominal são sempre endógenas visto que elas seguem uma regra monetária (regra de taylor genérica)e que de acordo com essa regra, a política monetária só altera a tx de juros nominal se houver mudança na atvidade econômica (componente endógeno), porém posso afirmar que “como” a taxa de juros se move para responder as mudanças na atividade econômica é exógeno visto que depende dos parâmetros de resposta do BC (componente exógeno: a regra monetária que o comitê escolheu).
    Gostaria de saber se esse pensamento estaria correto?
    Saudações rubro-negras
    Victor

  27. “o fato que o que nos temos (commodities) hoje vale 1/3 menos do que valia um ano atras.”

    Aqui entre nos, uma definicao funcional de “idiota” eh alguem que nao entendeu ainda que nos brasileiros somos mais pobres hoje do que eramos um ano atras.

    Esta deve ser a premissa basica de qualquer analise macroeconomica para o Brasil. Se o chimpinha nao entendeu e incorporou esta ideia em sua analise, voce pode manda-lo voltar para a arvore comer banana na sombra.

    “O”

  28. Alex,

    Você deveria ler todo o artigo antes de criticar um TRECHO enviado do seu “fã clube”.

    Aliás, vc anda sumido da academia. Tsk, tsk…Nos blogs se permite quase tudo…

    Aquele abraço e um ENORME beijo em sua careca!!

    Mosh Dyen…

  29. Moshe:

    Eu li o artigo todo. Continua errado, mas este trecho – que consegue a proeza de estar mais errado que o resto – merece o comentário que fiz.

    Cuide bem do olho que sobra… Este hábito de beijar carecas pode acabar te machucando…

  30. Acho essa história de mudança na tx de juros ser exógena ou endógena meio estranha. Na minha opinião ela sempre será exógena visto que quem decide qual a taxa de juros nominal a ser utilizada é o BC. Se ela segue uma regra monetária acho que nbão tem nada a ver. Então podemos dizer que os gastos do governo tb é endógeno pois deveria ter um carater anti-ciclico ( logo depende da atividade economica). E mesmo seguindo uma regra monetaria é possivel sim alterar a tx de juros sem ter acontecido uma mudança na atividade economica, exemplo: Vamos supor que o Oreiro vira o presidente do BACEN e tb utilizará uma regra de taylor genérica como a demonstrada no post. O termo h(t) é o hiato do produto que é o produto efetivo menos o produto natural. O produto natural é “escolhido” pelo Bacen, logo com a entrada do oreiro ele escolherá um produto natural mto maior o que reduzirá a tx de juros sem que ocoresse uma mudança na atividade economica.
    VT

  31. Nossa, li a resposta do Oreiro…
    Em termos gerais ele tá níveis acima daqueles em que vc entrou em debate (sicsú, Luís Antônio de Oliveira Lima, etc..)
    Vai encarar essa agora, ou vai dar uma de bambi?! Haha
    abraços

  32. É, o Oreiro te exculachou mesmo, vai ser difícil agora que você já confessou que não sabe econometria, nem história da política monetária.

  33. que tal o Oreiro mostrar um caso, unzinho sequer, em que ele poderia argumentar que politica monetaria agressiva teria evitado uma contracao maior?

    Índia e China, com certeza não afundaram muito depois de fazerem políticas agressivas.

    Quanto a evitar uma contração maior, se você quer falar de causalidade, acho que vai ter que fazer uma análise um pouquinho melhor (construir contrafactual etc, mas você sabe, não?)

    Sempre se pode dizer que a contração poderia ter sido maior/menor.

  34. “É, o Oreiro te exculachou mesmo, vai ser difícil agora que você já confessou que não sabe econometria, nem história da política monetária.”

    O problema não é saber econometria; é saber economia… Português também ajuda um bocado, sabe?

  35. simplesmente porque nao existe nenhuma evidencia a favor da afirmacao do Oreiro (que movimentos endogenos de politica monetaria tem efeitos imediatos no nivel de atividade).

    Hein???

    Mas ele tava reclamando justamente do atraso na ação do BC!!!

  36. “Índia e China, com certeza não afundaram muito depois de fazerem políticas agressivas. “

    Entao voce estah me dizendo que India e China nao tiveram contracoes maiores porque tiveram politica monetaria expansiva agressivamente? Isto eh simplesmente falso. Se eu nao tivesse que salvar o mundo, hoje, de novo, eu explicaria para voce agora.

    Abracos,

    “O”

  37. Uma dica, entretanto:

    A India, ao contrario do Brasil, teve um choque de termos de troca positivo, e bem grande, no segundo semestre de 2008. Nada a ver com politica monetaria.

    “O”

  38. Alexandre, vc esta se complicando…

    Que tal debater ideias e reconhecer que vc nao sabe tudo? O Oreiro é muito tecnico e excelente professor… Uma ciencia que se pretende seria nao tem espaco para egos inflados…

    Um pouco de respeito nao faz mal a ninguem…

    Abracos

  39. Alem do mais, eu imagino que existem varios paises durante essa crise que teriam baixado os juros no segundo semestre de 2008 – que tal o Oreiro mostrar um caso, unzinho sequer, em que ele poderia argumentar que politica monetaria agressiva teria evitado uma contracao maior?

    Nossa, essa foi a afirmação mais cretina dos últimos tempos.

    Então quer dizer que o Banco Central não deve reagir frente a uma queda na atividade?? Como assim?

    Então quer dizer que não deve reagir a uma economia superaquecida também?? Chamem o veterinário

  40. Um professor de Harvard (isso é muito respeitado, não?) chamado Mankiw tem o seguinte a dizer:

    Let’s start with the basics: What is the best way for an economy to escape a recession?

    Until recently, most economists relied on monetary policy. Recessions result from an insufficient demand for goods and services — and so, the thinking goes, our central bank can remedy this deficiency by cutting interest rates. Lower interest rates encourage households and businesses to borrow and spend. More spending means more demand for goods and services, which leads to greater employment for workers to meet that demand.

  41. Alexandre:

    O Luiz Brandao, que e meu colega de trabalho, falou tanto que eu resolvi te dar um alo. (nao, eu nao sou o PIG, mas sei quem e')

    Mas, responda o seguinte: o que e' pior:

    a) ter que discutir com os caras que sao "endogenamente" panacas

    b) perder pro Corinthians

    O teu tio deve estar insuportavel!!!

    Eu devo estar no Brasil em Maio e te dou um alo.

    Abracos e beijos pra E, E, & M.

    Carlos K

  42. “Que tal debater ideias e reconhecer que vc nao sabe tudo? O Oreiro é muito tecnico e excelente professor… Uma ciencia que se pretende seria nao tem espaco para egos inflados…”

    Aguarde…

  43. “Então quer dizer que o Banco Central não deve reagir frente a uma queda na atividade?? Como assim?

    Então quer dizer que não deve reagir a uma economia superaquecida também?? Chamem o veterinário”

    Não: chamem o Mobral!. O que o “O” disse (e eu também) é que não há nenhuma evidência que a defasagem de política monetária seja menor quando o BC reage endogenamente (aliás, muito pelo contrário). Mas me adianto: eu pretendo voltar ao assunto quando tiver tempo.

  44. Entao voce estah me dizendo que India e China nao tiveram contracoes maiores porque tiveram politica monetaria expansiva agressivamente? Isto eh simplesmente falso. Se eu nao tivesse que salvar o mundo, hoje, de novo, eu explicaria para voce agora.

    Salvar o mundo? Estou falando com o Super-man!!!

    Como você sabe se é falso? Os EUA tiveram choque de termos de troca? A Europa inteira?

    Que viagem…

  45. “Então quer dizer que o Banco Central não deve reagir frente a uma queda na atividade?? Como assim?”

    Cretina foi a sua reacao.
    Meu comentario se refere aa falta de vergonha da afirmacao do Oreiro que a contracao ocorrida no Brasil foi causada pelo BC. Nao foi. Tanto que outros paises que foram atropelados pelo mesmo caminhao que o Brasil, mas cujos BCs afrouxaram a politica monetaria, tiveram contracao similar ao Brasil. Este eh o meu ponto.

    Quanto ao seu comentario, uma reducao de atividade economica, na medida que se traduz em reducoes nas pressoes inflacionarias, obviamente requer politica monetaria menos restritiva. Assim como tem agido nosso BC alias.

    “O”

  46. “Como você sabe se é falso? Os EUA tiveram choque de termos de troca? A Europa inteira? “

    Nao, Keynes. Voce estah bebado? Parece. Onde voce leu em meu argumento que todos os paises do mundo sao expostos ao mesmos choques?

    Entretanto, existe uma multidao de paises que exportam commodities (Chile, Australia, Colombia, Nova Zelandia etc) e foram submetidos a um choque similar ao Brasil. Em nenhum desses paises, nem voce, nem eu, nem o Jose Saramago podemos argumentar que uma politica monetaria expansiva no segundo semestre de 2008 evitou uma contracao substancial da atividade economica.

    “O”

  47. Xará Alex,

    O Oreiro parece que quer apanhar mesmo. Lhe dá uma boa porrada pra ele calar a boca um tempinho.

    Para quem nao saiba, o Oreiro é um pobre coitado. Quem honesto falaria que tem criado uma teoria que comparte o nome com o do Keynes? Oreiro fez isso (Teoria Oreiro-Keynes). É pra sentir vergonha alheia.

    Abrs,

    A

  48. Em nenhum desses paises, nem voce, nem eu, nem o Jose Saramago podemos argumentar que uma politica monetaria expansiva no segundo semestre de 2008 evitou uma contracao substancial da atividade economica.

    Essa foi muito boa hein… Conhece a diferença entre “evitar uma contração substancial” e evitar uma contração pior? Sem uma análise mais detalhada, sinto muito, mas você só está falando do que não sabe.

    Lembra de conceitos como “causalidade”, “construir contrafactual”? Claro que lembra…

    Ademais, bancos centrais não causam recessões?

    Claro que causam… Friedman que o diga…

  49. Romer não segue a mesma linha do Akerlof (linha Neokeynesiana).A maioria dos livros de Macro hoje tem uma tendencia heterodoxa Blanchard,Fischer todos esses são heterodoxos,mesma coisa os livros de Microeconomia eles ensinam muitas coisas erradas.

    Um exemplo são os livro de Microeconomia defenderem regulação para evitar monopólios,isso não faz o minimo sentido.Empresas são livres para agirem como quiserem,se elas quiserem formar Cartel é um direito delas não tem que ter regulação do governo para impedir isso.

  50. Bem, se alguém ainda tinha um pouco de respeito pelo Orelho….

    meu Deus do céu….apelar para o mão peluda é o fim da picada….

    abs

    Milton Friedman

  51. Nao só Bancos Centrais tem o poder de evitar contrações maiores, como também é bem possível que essa crise que estamos vivendo tenha no Fed (e no BC brasileiro, no nosso caso) e suas polítcas restritivas a mais importante explicação para os eventos, como na decada de 30, alias… Trecho do documento do FMI:

    From a U.S. Recession to the Great Depression

    The Great Depression remains the most severe recession on record in the United States and many other countries (first figure). Output
    fell sharply, unemployment skyrocketed, and prices fell in a deflationary spiral. There is
    broad agreement about the process by which a severe recession in the United States evolved into a global depression:
    • A recession began in the United States in August 1929. A tightening of monetary policy
    during the previous year, aimed at stemming stock market speculation, is widely seen as the initial cause. The stock market crashed
    in October 1929, which prompted a sharp decline in consumption, partly because of increased uncertainty about future income.

  52. Porra, esse documento do FMI é uma banho de água fria nos trouxas desse blog… q lindo… Ele mostra direitinho como uma redução de juros maior que a dada por uma regra de Taylor tem efeitos positivos sobre a recuperação da economia.

    Segura essa (só serve pra quem sabe econometria :P):

    A 1 percent reduction in the real interest rate beyond that implied by the Taylor rule increases the probability of exiting a recession in a given quarter by about 6 percent.

    E para países com o sistema financeiro, surpresa!, política fiscal:

    During these episodes, a 1 percent increase in government consumption is associated with an increase in the probability of exiting a recession of about 16 percent.

    http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2009/01/pdf/c3.pdf

  53. Só faltou mencionar que o documento do Fundo está tratando de casos de recessão com crise financeira. Modesta omissão e uma prova gritante de honestidade intelectual…

  54. “A 1 percent reduction in the real interest rate beyond that implied by the Taylor rule increases the probability of exiting a recession in a given quarter by about 6 percent.”

    eu nao sei econometria, entao pergunto:

    6% de aumento de probabilidade é uma alteraçao digna?

    eu achava que uma politica monetaria expansionista tinha efeitos muito mais contundentes na recuperaçao de recessoes.

    em retrospectiva (molezinha) parece mesmo q o bacen errou, talvez pq enxergasse a economia aquecida o suficiente na ocasiao para se contaminar com o repasse da desvalorizaçao cambial. a babaquice da critica reside nessa estorinha de exogeno X endogeno. o bacen pode nao ter enxergado o q vinha a frente, mas alegar q o erro é de interpretaçao do modelo soa a deslumbramento de neofito. comportamento comum em graduandos, lamentavel em professores, ainda mais qd se desafia q os acusados se provem inocentes. o infeliz, incapaz de apresentar uma prova, recorre até a Friedman – q chegou a rever seus conceitos sobre controle da moeda, e inverte a ordem quando afirma q nao havendo evidencias dos efeitos da politica monetaria sobre mudanças endogenas (pq ele poe a palavra entre aspas?)o bc nao poderia agir como agiu nem argumentar com base nisso para justificar suas açoes. nao deveria ele apresentar evidencias de que os efeitos no porduto de reaçoes da autoridade monetaria a mudanças exogenas ocorrem em um periodo de tempo menor?

  55. Alex políticas públicas que foquem ciência e tecnologia podem aumentar o crescimento de um país?

    Eu tiro como exemplo Israel,em 85 Israel tinha uma economia basicamente primária.Com o fim da URSS muitos judeus russos imigraram para Israel,muitos deles eram PHD na areá de “exatas”.

    Israel Tem o maior número de empresas cotadas na bolsa NASDAQ tirando EUA e Canadá.Olha que Israel tem um estado “pesado” com impostos altos.

  56. “Essa foi muito boa hein… Conhece a diferença entre “evitar uma contração substancial” e evitar uma contração pior? Sem uma análise mais detalhada, sinto muito, mas você só está falando do que não sabe.

    Lembra de conceitos como “causalidade”, “construir contrafactual”? Claro que lembra… “

    Haja paciencia, capeta!

    Eu construi o contrafactual: veja o comportamento de TODOS os paises que bateram de frente em um choque negativo nos termos de troca no segundo semestre de 2008. Alguns foram mais agressivos na politica monetaria, outros foram menos, mas todos passaram por uma forte contracao. Ergo, politica monetaria eh uma explicacao irrelevante para a contracao brasileira.

    “O”

  57. “Não aprendeu com aquela escovada do Gustavo Franco?

    http://www.econ.puc-rio.br/gfranco/Resposta_Schwartsman.PDF

    Qual? Aquele em que o Gustavo argumenta que os preços de exportação brasileiros são endógenos (pricing-to-market, portanto que os preços teriam caído por causa da desavalorização cambial), ignorando a correlação de mais de 90% entre os preços de exportação e os preço de commodities medidos pelo CRB (cuja composição não tem quase nada a ver com as exportações brasilerias)?

    Tente outra vez, porque neste tópico eu estou absolutamente correto…

  58. “Qual a sua opinião sobre relevância (ou não) do estudo de “metodologia” em uma graduação em economia?”

    Se for uma discussão de epistemologia eu acho um desperdício. Se for algo mais direto (como fazer pesquisa, o que significa um teste empírico, etc) pode ser bacana.

  59. Alex,

    O Oreiro publicou num post a opinião do Nassif sobre você. A opinião dele é basicamente que você é um inútil, alguém que serve mais como contabilista de um economista do que propriamente um economista. Nos comentários o Oreiro diz que uma pessoa culta como você não deve se comportar de modo a ofender seus oponentes.

    A pergunta que fica é: qual o tamanho da cara-de-pau do Oreiro para dizer que não gosta de ofensas pessoais no comentário de um post em que ele reproduz uma passagem do Nassif que é altamente ofensiva contra você?

    O que você acha dessa paranoia das pessoas com relação ao comportamente politicamente correto?

    Eu particularmente, acho isso uma bobagem. Óbvio que se nos determos somente em ofensas não há nada de produtivo no debate, mas desde que as ofensas e piadinhas sejam acompanhadas de uma argumentação lógica e séria, não vejo problema algum em um prêmio “jumento de ouro”.

    Abraços, Zamba.

  60. No Brasil existem economistas que tem um pensamento parecido com o meu,quanto mais rápido for o ajuste,mais rápido sairemos da crise.

    “Esta é a vida que, nas suas voltas, nos prega muitas peças e não é diferente com o atual ciclo econômico -muito mais complexo- pelo veneno da dosagem excessiva de crédito com juros baixos demais, durante tempo demais, na era Greenspan. Os médicos da economia global estão agora tratando da doença com o próprio veneno, em doses nada homeopáticas, mas, sim, cavalares de liquidez.
    Para ter uma pálida ideia, o déficit fiscal dos EUA deve superar a marca estratosférica de 13% do PIB em 2009, algo que não atingimos nem na pior de nossas recentes crises fiscais. O limite “recomendado” no tratado de Maastrich é de 3% do PIB. Com isso, a relação entre a dívida pública federal americana e o PIB saltará para 60%, com tendência a superar os 70%, talvez 80%. Por isso, já existem observadores atentos e experientes, como o professor Alan Meltzer, um dos maiores “experts” em economia monetária e história de crises financeiras, que apontam a “volta de inflação, com a força dos anos 70″.”

    Artigo de Paulo Rabello de Castro

  61. Por que o Oreiro envia seus comentarios anonimamente neste blog? Seria medo das respostas ou apenas a tentativa de fazer parecer que existem inumeras pessoas interessadas em defende-lo?

  62. “Não, não está… e pare de me censurar…”

    Claro que estou, chiliquento. O que o Gustavo afirmou na nota é que o preço das exportações brasileiras caiu por conta da depreciação cambial (i.e., o preço das exportações seria uma variável endógena, por conta do fenômeno de pricing-to-market).

    No entanto, a correlação do preço das exportações brasileiras com qualquer índice de preço de commodities sugere o contrário. Em particular, o CRB, cuja composição é muito distinta das exportações brasileiras (e, portanto, não se pode argumentar endogeneidade) tem uma correlação de quase 90% com os preços de exportação.

    Ou seja, a hipótese de pequena economia aberta tomadora de preços descreve muito precisamente o Brasil neste quesito.

    Agora vá tomar uma Maracugina e estudar um pouco…

  63. “Agora vá tomar uma Maracugina e estudar um pouco…”

    Nao sei se estudar eh um bom conselho para nosso amigo anonimo.

    Estudar pode muito bem ser uma atividade destruidora de valor para algumas pessoas e objetos de estudo.

    Como bom economista neoclassico, acredito em vantagens comparativas, e minha sugestao eh mandar o nosso amigo anonimo “puxar a carroca”.

    “O”

  64. Apesar do interessante debate entre você e o Gustavo Franco — que, confesso, me deixou um tanto surpreso –, voltando ao tema do post, creio que o Oreiro tenha feito o comentário pautado sobre suposições que, a meu ver, são inválidas.

    Basicamente ele teria suposto que:
    (1) O mainstream é monetarista (o que, discordo).
    (2) Ter adotado a constatação de Friedman de que variações na Moeda causam variações na Renda como uma verdade universal aos olhos do mainstream.

    Respondendo (2): Uma das coisas que me lembro das alegações de Friedman é que variações no Estoque de Moeda (M) implicariam em variações na Renda Nominal (Y). O que um monetarista “friediniano” (se me permitem usar esse termo) alega é que, dado que a demanda por moeda é praticamente invariante no tempo (é relativamente estável), as oscilações no estoque de moeda são decorrências do lado da oferta!

    Dito isso, a partir da constatação (de Frideman e Anna Schwartzman no seu famoso livro “A Monetary History of USA – from 1867 to 1960”) de que os oscilações em M antecediam oscilações em Y — com ambas as séries sazonalmente ajustadas (SA) — ele chegaria a conclusão de que Moeda causa Renda Nominal.

    Uma outra coisa que também vale dizer é que, no entendimento de Friedman, o melhor instrumento para a Autoridade Monetária seria feito via agregado monetário (estabelecendo uma taxa de crescimento fixa) e não taxa de juros! Mas isso é so pra colocar mais lenha na fogueira.

    *************

    Alex, acompanho seu blog desde o final de 2007. Acho muito bom todo o tipo de discussão que você propõe…

    E, apesar de ser economista (também ortodoxo!) e nem sempre concordar com a forma como você expõe certas coisas, arrisco a dizer que são os comentários cretinos que mais me fazem aprender (sejam eles oriundos dos quermesseiros ou de ‘graduandos oniscientes’)!

    Tenho um questionamento. Creio que no post anterior, não sei se fiquei com a impressão errada ou se realmente o que entendi corresponde ao que você quis dizer. Depois de tanto fazer referência a Friedman, fiquei com a impressão de que, apesar de todo aquela coversa de neoclássico/neokeynesiano acerca do seu posicionamento, você fez um comentário mais pro lado monetarista do que propriamente de um neoclássico/neokeynesiano.

    Que moeda importa, disso não discordo. Mas, até que ponto você compartilha a idéia de que moeda venha a causar variações na renda nominal como porposto por Friedman?

    A minha pergunta tem um objetivo maior: entender um pouco mais da cabeça de um ex-BC, dado meu interesse por Política Monetária e, mais, por Economia!

    Abraço,
    Guilherme

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