Esse Juiz de Vídeo está parecendo o Chacrinha. Coluna Mário Marinho. Especial Copa do Mundo
COPA DO MUNDO – ESPECIAL
Esse Juiz de Vídeo está parecendo o Chacrinha
COLUNA MÁRIO MARINHO
Para os mais jovens, cabe uma explicação.
Chacrinha, que se chamava Abelardo Barbosa, foi um grande comunicador do rádio e da televisão.
Seu programa, Buzina do Chacrinha, era uma grande misturada de tudo o que havia e de tudo que ainda haveria.
Começou como um programa de calouros, mas por lá passaram artistas já consagrados ou se consagrando naqueles anos 60, como Roberto Carlos, Chico Buarque, Caetano Veloso, Wilson Simonal, Hebe Camargo.
Vejam esse vídeo, onde, por sinal aparece a Hebe Camargo:
Aquela confusão toda era explicada assim por Chacrinha:
– Eu não vim para explicar: eu vim para confundir.
E assim está parecendo esse caro e pomposo Video Assistant Refree ou, simplesmente VAR.
Mas não era para acabar com as polêmicas? Ele não foi criado para acabar com as confusões? Ou veio para confundir como um Chacrinha tecnológico?
Não foi o que vimos no jogo de estreia do Brasil, onde nossa Seleção jogou uma bolinha.
Pior que leio no portal UOL que a Fifa aprovou a atuação do juiz mexicano.
E explica que há uma comunicação secreta entre o juiz de campo e os homens que ficam frente aos monitores para decidir o certo e o errado
Se há uma dúvida e os homens do VAR não vêm nenhum problema, eles apertam um botão e o juiz recebe a mensagem “Play On”. Algo como “Segue o jogo”.
Vejam o lance novamente:
Como o VAR, o juiz de linha e qualquer pessoa com visão perfeita pode deixar de ver esse empurrão. E não é um empurrão comum: é no exato momento em que o zagueiro Miranda se prepara para subir e cortar o lance de cabeça.
Foi sutil, leve, mas o bastante para caracterizar a falta.
Veja os melhores momento do jogo. Repare na falta em cima de Miranda e, mais tarde, quase ao final, a falta em cima do Gabriel.
Segundo a matéria do UOL, os juízes consideraram que Gabriel se jogou.
Pode ser que sim. Ao ver que não alcançaria a bola, ele se joga. Mas, isso acontece depois de sofrer a falta.
Ele é agarrado, abraçado e impedido de continuar a jogada.
Isso pode, Mr. VAR? Ou devo chamá-lo de Chacrinha?
Conserta a
Máquina, Tite.
Volto a dizer: os erros do juiz não teriam importância nenhuma se o Brasil jogasse um pouco mais.
Aquela recuada do time todo para o seu campo após o belo gol de Philippe Coutinho é inexplicável. O Brasil deu à Suíça todo o espaço do mundo.
Após o empate, partimos para cima deles. Desordenada e tardiamente.
Tite também errou. Fernandinho no lugar de Casemiro? Como? Por quê? Casemiro não estava jogando mal e a mudança não fez efeito nenhum.
Firmino poderia ter entrado antes, já que Gabriel estava totalmente perdido em campo. Participou efetivamente apenas de um lance: aquele do pênalti não marcado.
A entrada de Renato Augusto no lugar de Paulinho também não se explica. Paulinho está mais entrosado com o time do que Renato Augusto que vinha de contusão. Além disso, Renato Augusto é muito mais de toques, enquanto Paulinho sempre aparece de surpresa e com perigo.
Pareceu-me que o competente Tite ficou perdido.
Felizmente, ainda temos tempo para reparar os erros.
Nada está perdido.
Por falar em perdido, um recadinho pro Neymar: pare de se jogar, pare com esse dramalhão em qualquer faltinha. Você, nosso craque, nossa maior esperança está virando piada.
Veja só:
https://youtu.be/h9z4LezEPLk
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Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
MMarinho. Não se pode admitir falta de preparação. Depois de tantos jogos amistosos, uma fase inteira de classificação, assistir a um joguinho é antes de tudo de difícil justificativa. O Neymar faz parte de um coletivo e não o coletivo faz parte de um Neymar. E assim deve ser. Mas tudo em cima desse rapaz? Não, lógico. Mas é a principal estrela e acha que sendo assim tem que resolver tudo sozinho. Jogadores internacionais, escalados nos principais clubes do planeta, experientes, se apresentaram abaixo da capacidade individual. Vj outros jogos e o empenho à cima dos limites me empolga. Será que está faltando coração? Será que os altos salários e patrocínios despiram esses atletas do verde e amarelo? Não quero ter esse pensamento.
Pra mim o problema da seleção brasileira é que vencer é um objetivo secundário. O objetivo principal é transformar o Neymar na estrela da copa. Todo o time joga em torno de Neymar, frequentemente passando a bola pra ele quando ele está mal posicionado só pra ver se ele consegue aparecer sob os holofotes.
Já que deixaram as redes de TV e o marketing oficial transformarem a seleção brasileira no “time do Neymar”, agora temos que aguentar.