Não era nada disso, Tite. Coluna Mário Marinho
COPA DO MUNDO – ESPECIAL
Não era nada disso, Tite.
COLUNA MÁRIO MARINHOAntes de falar dos erros do juiz, e eles aconteceram, é preciso deixar bem claro: para o futebolzinho apresentado pela Seleção o empate ficou de tamanho justo.
Desde que assumiu a Seleção Brasileira, Tite defendeu a alegria do futebol, a busca do verdadeiro futebol brasileiro, aquele que joga para a frente, que busca o gol adversário, acrescentado de um up grade resultante de uma defesa bem postada e a valorização da posse de bola.
O ataque formado por William, Philippe Coutinho, Gabriel e Neymar, jogadores de forte genoma atacante, prometia destruir defesas adversárias, mesmo que fossem um ferrolho como historicamente a Suíça se apresenta.
Mas o que se viu no jogo de estreia nesta Copa não foi nada disso.
O Brasil foi tímido.
William começou bem e sumiu.
Gabriel Jesus, a rigor, fez apenas uma jogada, aquela em que sofreu o pênalti não assinalado pelo juiz.
Philippe Coutinho fez o gol, o belo gol, e nada mais.
Neymar foi caçado, não produziu bem e, nos últimos 15 minutos, mostrou que realmente ainda não está 100% fisicamente.
Mas, lamentável mesmo, foi o Brasil ter renunciado ao jogo após o gol de Philippe Coutinho.
Ao invés de jogar o seu futebol, de procurar tomar a bola do adversário no campo dele, nosso time recuou e ficou à espera do time suíço que passou a tocar a bola.
O Brasil jogou feio. Foi tímido, foi medroso.
Cadê o
tal juiz de vídeo?
A adoção do assistente de vídeo é a maior novidade dessa Copa.
No jogo do Brasil, em pelo menos duas oportunidades, ele deveria ter sido utilizado.
No gol de empate da Suíça foi visível o empurrão que Miranda sofreu exatamente no momento em que se preparava para subir e cortar o cruzamento de cabeça.
Esse foi um lance muito claro e um bom juiz, bem colocado, nem precisaria de um assistente de vídeo para ver a falta.
Infelizmente, o juiz não viu e nem quis ver o lance pela TV.
Então pergunta-se: para que o assistente de vídeo se um juiz prepotente, que se acha acima do bem e do mal, não tem humildade para reconhecer a sua dúvida?
No lance sobre Gabriel Jesus, o pênalti também foi incontestável.
Menos, claro, para sua senhoria.
Mas, volto a afirmar: o resultado poderia ter sido outro. Mas o futebol apresentado por nossa Seleção foi pequeno demais.
O resultado, em si, não é desesperador, mas, o futebol apresentado foi altamente desapontador.
A Zebra
que pegou os campeões
Ninguém de posse de suas normais faculdades mentais apostaria na vitória do México sobre a poderosa e campeã do mundo Alemanha.
E é aí que o futebol se torna grande, por suas armadilhas.
E a armadilha mexicana foi simples como 2+2 são quatro: jogar futebol.
É verdade que na segunda metade do segundo tempo os alemães encurralaram os mexicanos e até fizeram por merecer o golzinho de empate.
Porém, no primeiro tempo, os mexicanos poderiam ter feito pelo menos mais uns dois gols.
Mas, sua vitória foi um feito a ser comemorado.
Será que
essa Copa vai pegar?
Diferentemente de outras Copas, o Brasil não calçou chuteiras nem se vestiu de verde e amarelo.
Não estamos vendo ruas pintadas, amigos marcando churrascos para assistir aos jogos. Nada disso.
Por isso, até estranhei quando, na tarde da última sexta-feira, ao passar pelo centro da cidade de São Paulo, encontrar vendedores expondo seus produtos verde e amarelo: camisas, bonés, vuvuzelas, cachecóis etc.
Conversando a respeito com um amigo, naquela sexta-feira, ele me disse:
– Parece que a Copa agora vai pegar.
Fui mais cauteloso.
– Se o Brasil jogar bem, vencer bem o jogo de estreia, pode até ser que a Copa pegue. Temos contra nós a turbulenta situação do País, muita corrupção, incertezas políticas, econômicas e, além de tudo, o horário ruim dos jogos.
Está difícil de a Copa pegar.
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Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
Muito boa e precisa sua análise Mário. Parabéns.
Abraço, Diniz
Muito bem, Mário. comentário perfeito, como sempre! bjo
Teresa Ribeiro
BOM TER VOCÊ TAMBÉM COMO NOSSA LEITORA, MINHA QUERIDA AMIGA!!!BEIJOS DA CHUMBINHA MARLI