Uma tese com substâncias
Começo este artigo algo constrangido. Voltar a temas que já visitei me parece falta de imaginação, mas, acreditem, não é minha culpa. Se há – independente da avassaladora evidência empírica acumulada no período – quem ainda insista em teses rejeitadas pelos dados, só me resta continuar apontando as incongruências entre estas e a crua realidade.
Refiro-me, é claro, aos faniquitos sobre a taxa de câmbio. A acreditar no que certa corrente de economistas afirma, a apreciação do câmbio real nos levará a crescimento medíocre, desindustrialização e espinhela caída. Por outro lado, câmbio fraco curaria tudo, de unha encravada a coração partido.
Não é a primeira vez que ouvimos esta conversinha. Quem se interessar pode encontrar no meu blog um levantamento que fiz no começo do ano passado sobre afirmações de ilustres “keynesianos de quermesse” alertando sobre a iminente destruição do nosso parque industrial (maovisivel.blogspot.com/2008/02/cmbio-internacionalizao-e.html#comments) feitas em 2006 e 2007. O curioso é ouvi-la de novo, logo após a previsão ter se mostrado completamente errada pelo desenvolvimento do país nos últimos anos até a eclosão da crise.
De fato, o crescimento, não só da produção industrial, mas do PIB, acelerou-se consideravelmente até setembro de 2008. No que se refere à primeira, a taxa média de expansão em quatro anos atingiu algo como 4,5% ao ano, quase três vezes superior à registrada em períodos anteriores. Além disto, como já destacado aqui, o crescimento foi liderado pelos setores de maior intensidade exportadora, fenômeno difícil de conciliar com a afirmação acerca da influência negativa do câmbio sobre a atividade industrial.
É verdade que o melhor desempenho destes setores poderia resultar da maior demanda global por commodities, mas há dois fatos que sugerem não ser este o motivo. Primeiro porque o peso de commodities nos setores mais e menos expostos à exportação é muito semelhante. Além disso, um exame mais detalhado do desempenho industrial nos últimos anos mostra predomínio de segmentos não produtores de commodities entre os que mais cresceram.
Observa-se também uma aceleração apreciável da produção de bens de capital para uso industrial, indicando aumento do investimento no setor. Vale dizer, enquanto certas lideranças do setor vaticinavam a decadência inevitável da indústria brasileira, os industriais propriamente ditos tratavam de modernizar e ampliar suas instalações, um desenvolvimento também incompatível com a noção de desindustrialização.
Por fim, se é verdade que houve queda da participação de manufaturados na pauta exportadora, tal queda não resultou da redução (ou desempenho medíocre) das exportações de manufaturados, que cresceram além do comércio internacional nos últimos anos (até a crise), mas sim da expansão excepcional dos produtos primário, impulsionados pelo aumento extraordinário dos preços internacionais de commodities.
Tiro disto duas conclusões. A primeira, mais simples, é que a tese da desindustrialização simplesmente não sobrevive ao confronto com os dados.
A segunda, mais importante, é que certas correntes de pensamento econômico local insistem em formular teses cuja correspondência com os fatos varia do tênue ao inexistente. Não à toa, têm se provado consistentemente equivocadas, e continuarão a sê-lo até abandonar o apriorismo e mostrar um mínimo de respeito à realidade. Pelo que vejo, apenas o abuso de substâncias liberadas na Holanda poderia explicar o apreço incompreensível à tese da “doença holandesa”.
(Publicado 19/Ago/2009)
Olá Alex,
Parabéns pelo post, como dizem os lusitanos : "Contra factos não há argumentos" , portanto estou de acordo com o que dizes.
Mas vou fazer-lhe uma pergunta de leigo "Sou analista de sistemas", se tivesses 10.000€ aceitaria trocá-los por R$26.500? Pois os preços de supermercado, carros, electrodomésticos, vestuário, praticamente tudo(excepto serviços) são mais caros no Brasil do que na Europa, mesmo com a qualidade dos produtos vendidos na europa(europeus ou não) serem superiores ao vendidos no Brasil … Será que essa diferença brutal é devido a falta de concorrência no Brasil que leva a que tudo seja em média 30~40% mais caro?
O sr. não poderia ser mais preciso e conciso. Lembro, apenas, que os “desvairados” não só condenam o câmbio valorizado como apregoam intervenções para depreciá-lo. Se eles assumirem a rédea do poder, sabemos bem onde nos poderão levar…
MAS AE ENTRA O "SE"
Em que pese o mestre e filosofo Juarez Soares ter-nos ensinado que o "se" num joga, o argumento que viria a seguir e': se a taxa de cambio nao tivesse se apreciado tanto, o pais nao teria exportado mais?
Voce teria dados para comparar o crescimento industrial/exportador brasileiro com o de outras nacoes de mesmo porte?
Um grande abraco
Kleber S.
" se a taxa de cambio nao tivesse se apreciado tanto, o pais nao teria exportado mais?"
Esta é a pergunta de economista Kleber (sempre o que teria ocorrido se…).
A resposta, na minha opinião, é "provavelmente sim".
Isto dito, um par de considerações.
Primeiro, meu ponto não é se exportamos muito ou pouco (eu acho pouco, caso você me pergunte), mas sim se a taxa de câmbio matou a indústria brasileira. E a resposta inequívoca é "não". Para um defunto, a indústria cresceu bem, investiu, etc, etc, etc.
A outra: teríamos crescido mais se o câmbio tivesse mais desvalorizado? Mais difícil, mas aí também a resposta é "não".
Sõ lembrar que o nível de utilização de capacidade estava no toco quando a crise bateu. O problema não era falta de demanda, mas capacidade de expansão da produção. E isto não ~´a taxa de câmbi que dê jeito.
Alguém poderia argumentar que, sob uma trajetória diferente de taxa de câmbio o investimento seria maior. A respeito noto a tese do Pastore sobre a forte associação entre investimento e importação de bens de capital. Num cenário de câmbio fraco (portanto importação cara) o investimento deveria ser menor.
E não é que observamos exatamente isto? Em períodos de câmbio fraco o investimemnto é baixo! E vice-versa!
Ou seja: não, a indústria não teria conseguido crescer mais rápido com câmbio mais fraco, e, não, o investimento não seria maior. Se as exportações industriais crescessem, isto teria que ocorrer às expensas da demanda interna, ou seja, sob juro real mais alto.
Abs
Alex
"Será que essa diferença brutal é devido a falta de concorrência no Brasil que leva a que tudo seja em média 30~40% mais caro?"
Impostos e tarifas contribuem, mas, a bem da verdade, não são só os preços de serviços que são mais baratos no país (aliás, isto caracterizaria justamente um câmbio real fraco relativamente ao euro, i.e., preços de comercializáveis – bens – comparativamente elevados relativamente a não-comercializáveis – serviços).
Comida é mais barata e bens de consumo não durável em geral. Isto dito, nos duráveis não.
Abs
Alex
"Desvaiarados" não; "desaçaimados"
PQP, TIO!
Isso e' que se chama de matar a pau!
Belissima analise!
Abracao
Kleber S.
Já que há um problema(?), gostaria de saber o que os cidadãos "Zurros" propõem como solução. Câmbio fixo? Banda? controle de K? ou talvez a famosa banda endógena em diagonal? Não vale xarope de cobra viu?
Cambio valorizado com uma economia mundial crescendo bastante é bom,caso contrário é ruim para as exportações porque diminui o lucro das empresas em reais.
"Almeida explica que, se o dólar continuar caindo, as empresas brasileiras tenderão a substituir seus fornecedores, dando preferência a produtos e serviços importados, que estão mais baratos. "Com isso, as empresas brasileiras vendem menos, investem menos e crescem menos", afirma.
No mercado interno, os setores mais suscetíveis à queda do dólar, segundo Almeida, são os de bens de capital, calçados, têxtil e vestuário"
http://portalexame.abril.com.br/economia/dolar-queda-pode-ser-veneno-empresas-bolsa-492832.html
http://portalexame.abril.com.br/economia/risco-brasil-virar-exportador-commoditites-489092.html
Beluzzo e Gianetti defendem que o govero reduza IPI para os exportadores…
Muitas empresas sentem o peso do cambio valorizado.EU trabalho na Gerdau,o cambio valorizado tira nossa competitividade.
Ola
Gostaria apenas de sugerir aos leitores do blog uma leitura de um artigo interessante sobre cambio x crescimento. Cabe notar que ele conclui que um cambio mais desvalorizado inplica em maior crescimento…no entanto isso ocorre atraves do mecanismo mais classico possivel…aumento de poupanca…
Abraco
http://ideas.repec.org/p/wbk/wbrwps/4387.html
Alex como funcionaria no caso da China? No modelo que você colocou,mostra que um nível de poupança elevado produz um cambio real depreciado,superavit em CC,etc.
Em um regime de cambio flutuante,quando se tem um superavit muito grande em CC o cambio se valoriza.Qual seria o Impacto de uma valorização da moeda Chinesa em relação ao dólar.
Falando em vacina contra keynesianismos, faleceu ontem a Rose Friedman, viúva e colaboradora do grande Milton Friedman.
Toda vez que eu vejo alguém defendendo intervenção nos preços, imagino os velhinhos austríacos se revirando em seus tûmulos. O triste é ver inúmeros "liberais" defendendo intervenção do governo para corrigir o viés de baixa da taxa de câmbio.
Aliás, Alex, qual você acha que será a reação do mercado com a saída do Meireles da presidência do BACEN? Algum palpite de quem assume?
Concordo contigo Alex, é constrangedor que haja ainda economistas defendendo uma depreciação cambial na marra contra todas as evidencias. Eu, que nem economista sou, percebi já há quatro anos ( http://eudiscordomesmo.blogspot.com/2005/06/doena-holandesa.html )que se trata de choradeira sem sentido, como os que vivem de estudar isso não percebem.
muito bom e engraçado o comentario sobre a doença e as substancias holandesas
Carequinha o defeito no Eviews foi corrigido? To aguardando o efeito do repasse cambial.
Lucrécio
"Carequinha o defeito no Eviews foi corrigido? To aguardando o efeito do repasse cambial."
Diz como inflação mais alta eleva o salário real e eu te conto…
este artigo sobre câmbio, poupança e crescimento também é bem interessante: http://www.growthcommission.org/storage/cgdev/documents/gcwp046web.pdf
Abrs,
A
"Diz como inflação mais alta eleva o salário real e eu te conto…"
Porque inflação alta produz crescimento,o que aumenta a demanda por mão de obra,como vai existir a demanda por trabalho maior,as empresas para não perderem seus funcionários aumentam seus salários acima da inflação.
Ta bom de aprender a programar para evitar erros com o Eviews.
Lucrécio
"Porque inflação alta produz crescimento,o que aumenta a demanda por mão de obra"
A resposta está EEEEEEE…..RRRAAADDAAA.
O que ele leva Lombardi?
Um livro de microeconomia, para aprender que a demanda por mão-de-obra é a curva produtividade marginal do trabalho, Sílvio!
É Lombardi, quem sabe assim ele passa a saber que, na justificativa da velha curva de Phillips, é a QUEDA do salário real que leva ao aumento de emprego e produto quando a inflação sobe!
Isso mesmo Sílvio! E, se continuar com estas respostas, vai ganhar uma cópia xerox do The Role of Monetary Policy, ainda com as anotações do Milton Friedman,mostrando porque este trade-off não é estável!
Que aula Lombardi.
O Lucrécio já se escondeu debaixo da cama?
As teorias ortodoxas tradicionais não funcionam para o Brasil,Nakano nunca te ensinou?
Um nível médio de inflação aumenta a demanda por trabalho,basta ver ano passado.
Lucrécio
NO BARAKISTAAAAAAO!
Noticia interessantissima saiu agora a noite. David Axelrod, senior political advisor do neguinho que nos preside (equivalente ao macabro Karl Rove, da 'administracao' anterior), saiu da direcao de sua empresa em dezembro de 2008 para integrar a administracao Bobama. Eis que nao mais que de repente, a Bloomberg News descobriu que sua "ex"-empresa, da qual ele e' CREDOR de 2 milhoes de dolares, abocanhou um contrato de propaganda do governo para defender esse fabuloso HC Plan no valor de 12 milhoes de dolares! Pra Mensalao nenhum botar defeito…
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
Parece pinball..
Doutrinador
Alex,
Se tiver tempo, prepara um comentário para a última piada do Pokemom.
http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/comunicado_presidencia/09_08_19_ComunicaPresi_27_ProdutividadenaAdminisPublica.pdf
Alex, actualmente, comida no Brasil só é mais barata em Restaurantes, pois a conta do supermercado na europa é menor (Portugal, España, França).
Nos combustíveis, o diesel é cerca de 30% mais baixo no Brasil, já a gasolina é o mesmo preço (a vista desarmada parece ser mais barato no Brasil, mas levando-se em conta a octanagem e o rendimento das gasolinas, acaba por ser o mesmo preço).
Quanto custa um litro de leite no Brasil? Na Europa é menos de 1 Real.
Nos duráveis, carros são mais caros, monte um modelo pela Internet no Brasil e faça o mesmo em España, França, Portugal ou Alemanhã (Punto, Golf, Clio).
Imóveis, no Brasil são muito mais baratos, mas é de difícil comparação, um apto classe média no Brasil é um “ovo”, 50m2, na Europa têm mais de 100m2, vidros duplos, paredes duplas com isolamento acústico, lareira, AC, roupeiros, cozinha e banheiros equipados, um apto assim no Brasil é classe média alta e vai custar o mesmo que na Europa, 180.000€, a taxa de juros da habitação na Europa é actualmente inferior a 2,0% ao ano…
Bom, acho que para essas diferenças de preços o que contribui é ”Câmbio, falta de concorrência, carga tributária”.
Abs,
"As teorias ortodoxas tradicionais não funcionam para o Brasil,Nakano nunca te ensinou?"
É, quando cruzamos o Equador as coisas caem para cima…
Já o Yoshiaki ensinar qualquer coisa é uma contradição em termos. Ele precisa primeiro saber, para depois ensinar e a pré-condição não foi atendida…
São das exportações a responsbilidade pela apreciação do câmbio?
FSP, 20/08/09:
CÂMBIO: FLUXO DE DÓLARES NO MÊS FICA POSITIVO EM US$ 2 BI ATÉ O DIA 14
O fluxo de dólares entre o Brasil e o exterior está positivo em US$ 2,022 bilhões em agosto. Na área comercial, o saldo é de US$ 696 milhões. Na conta financeira, que considera aplicações, investimentos, gastos e remessas, o saldo é positivo em US$ 1,326 bilhão. No ano, o fluxo está positivo em US$ 5,957 bilhões.
Não é o que mostram os fatos….
A Argentina seguiu toda receita recomendada pelos heterodoxos,desvalorizou o cambio…. .
Quando o peso Argentino foi de 1 para 3 era de se esperar segundo eles uma "invasão" de produtos Argentinos no Brasil.O resultado foi o contrário,o MarketShare da Argentina no Brasil só piora.
Concordo plenamente com seus pontos, mas, no caso da tese do Pastore sobre investimento, não se poderia alegar que no Brasil, de maneira geral, câmbio fraco combina com crise e câmbio apreciado combina com momentos de "paz" na economia?
'não se poderia alegar que no Brasil, de maneira geral, câmbio fraco combina com crise e câmbio apreciado combina com momentos de "paz" na economia?"
Sim. Tem que controlar para endogeneidade, o que o Pastore fez, mas até aí sempre é possível a qualidade dos instrumentos, etc.
"Desvaiarados" não; "desaçaimados"
Vi essa palavra “desaçaimados” em um artigo do Valor, há dois dias, de mui nobre autoria. Confesso que tive de ir ao Aurélio. E… se o Sr. me permite, o dito cujo, líder da “turma”, está com u’a mão na rédea do poder (a que me referi anteriormente); digo u’a mão, porque a outra está reservada para levantar a taça do Campeonato Brasileiro.
Curioso é que tanto em economia como no futebol as vitórias são sempre transitórias… Não sei se há melhor exemplo do que o Plano Cruzado.
Carequinha Nakano é um dos maiores especialistas em economia do setor público no Brasil.
Lucrécio
Acho que você ainda está em férias, mas não perca o texto do Pochmann na Folha de hoje. Diversão garantida ou seu dinheiro de volta.
"Nakano é um dos maiores especialistas em economia do setor público no Brasil."
É. E eu sou o maior especialista brasileiro em enologia…
Entre 1997 e 2001 conseguiu aumentar a folha de pagamento do Estado de 5.1% para 5.6% do PIB e as demais despesas correntes de 4% para 4.8% do PIB. No mesmo período os investimentos do governo paulista caíram de 0.5% para 0.4% do PIB.
Um exemplo de gestão…
Muito bom (e engraçado) o artigo…estou passando adiante…
é bem isso, só mesmo o consumo elevado de maconha (ou outras substâncias liberadas na Holanda) é capaz de explicar a fixação quase sexual dos heterodoxos brasileiros por câmbio, controles de capitais e asneiras afins…
abs
Rogério Ceni
" mas não perca o texto do Pochmann na Folha de hoje"
Pô, eu só consigo lidar com uma asneira por vez. Agora estou me dedicando à bobagem da carga tributária líquida.
Pelo menos não falta assunto.
Brasil infelizmente é um monoexportador de commodities.Uma boa política industrial resolveria essa distorção.
Ipea: produtividade na administração pública de 1995 a 2006 foi maior do que no setor privado
—-
não merece só um post, isso é assunto para um blog inteiro!
"Brasil infelizmente é um monoexportador de commodities."
Monoexportador, por definição, exporta um produto só. Isto certamente não descreve o Brasil.
Quanto à política industrial, qual é falha de mercado mesmo?
Ou é só uma justificativa para arrancar uma graninha do governo?
Não exportamos nenhum produto sofisticado.35% das exportações brasileiras são commodities (aço,carne etc).
A Hyundai por exemplo teve subsidio do governo Coreano,assim como Samsung.
"Noticia interessantissima saiu agora a noite. David Axelrod, senior political advisor do neguinho que nos preside"
Sinceramente, Kleber, esse negocio de chamar o Obama de neguinho eh ofensivo.
Just quit it enquanto ainda existe algum respeito por voce aqui na casa d'O.
"O"
Anonimo disse:
"Ipea: produtividade na administração pública de 1995 a 2006 foi maior do que no setor privado
—-
não merece só um post, isso é assunto para um blog inteiro!
"
Uma correção: quem disse essa asneira não foi o IPEA e sim mais um bizarro "comunicado da presidência" do IPEA. Esses comunicados – que só mostram as falhas de formação técnica ou moral dos autores- não são discutidos nem apresentados internamente. Os "comunicados", bem como o equivocado "sensor econômico" vão para a imprensa sem que NINGUÉM do IPEA, além da turma do Pochmanm, ter tido acesso. O resultado é essa coleção de besteiras.
"Não exportamos nenhum produto sofisticado.35% das exportações brasileiras são commodities (aço,carne etc)."
Avião é mesmo um produto primitivo. E só exportamos US$ 5,5 bilhões no ano passado.
Automóveis: US$ 4,9 bi
Celulares: US$ 2,5 bi
Veículos de carga: US$ 2,2 bi
Motores e geradores elétricos: $ 2,1 bi
Tratores: US$ 2,0 bi
Máquinas e aparelhos para terraplanagem: US$ 2,7 bi
Motores e partes de motores de automóveis: US$ 1,7 bi
Bombas e compressores: US$ 1,7 bi
Plataformas de perfuração: US$ 1,5 bi
Chassis para autos: US$ 1,3 bi
Só aí já deu $ 26,5 bi.
"A Hyundai por exemplo teve subsidio do governo Coreano,assim como Samsung."
E aqui nós proibimos a importação de computadores. Consegue pensar por que um funcionou e outro não?
Dica: A Coréia é número 4 do ranking de matemática do Pisa (547 pontos; Taiwan é # 1, com 549). O Brasil é # 53, com 370 pontos, abaixo de gigantes como Jordânia, Turquia, Indonésia, Mexico, Azerbaijão, superando apenas Tunísia, Quatar e Kirguistão.
(http://www.pisa.oecd.org/dataoecd/15/13/39725224.pdf página 53)
Automóveis: US$ 4,9 bi
Celulares: US$ 2,5 bi
Veículos de carga: US$ 2,2 bi
Motores e geradores elétricos: $ 2,1 bi
Tratores: US$ 2,0 bi
Máquinas e aparelhos para terraplanagem: US$ 2,7 bi
Motores e partes de motores de automóveis: US$ 1,7 bi
Bombas e compressores: US$ 1,7 bi
Plataformas de perfuração: US$ 1,5 bi
Chassis para autos: US$ 1,3 bi
Só aí já deu $ 26,5 bi.
Isso é 18% de nossas exportações,é muito pouco comparado a outros países.Quanto a matematica os Coreanos (asiaticos em geral) estudam mais que a média.
Existe um ditado "enquanto você respira o Japa estuda".
Quando eu fiz engenharia na Poli tinha "Japa" que estudava 10 horas por dia,raramente se vê essa carga horária de estudo em um curso de economia.Eu fiz high school nos EUA era um dos melhores alunos da sala em exatas (isso porque o ensino de matematica é fraco nos EUA).
"Existe um ditado "enquanto você respira o Japa estuda"."
Será que isto tem algo a ver com a produção de bens mais sofisticados, ou sua mente de engenheiro conseguiu pensar em outra coisa.
""Não exportamos nenhum produto sofisticado"
e "Isso é 18% de nossas exportações,"
Para um cara que sabe matemática imagino que a diferença entre nenhum e 18% seja grande. E isto porque eu só coloquei 10/11 produtos.
Nossos Carros são péssimos,acabar com a reserva de mercado que existe a indústria automobilistica vai pro saco.Aviões as peças são importadas.
Nos exportamos para países "pobres",diferente dos asiáticos.
Ja viu um Gol nos EUA?
Me tire uma "dúvida" por favor.Porque os cursos de economia no Brasil são tão ruim?
Eu to estagiando na Gerdau na area de finanças,a maioria dos estagiáros são estudantes de engenharia.
A segunda é a respeito em fazer mestrado.Vale a pena gastar 2 anos em um mestrado de economia para aprimorar os conhecimentos em finanças?
Fica díficil conciliar trabalho com mestrado.
Anonimo 21:25,
respeito por demais o corpo técnico da instituição IPEA, mas também o fato de que o presidente tem poderes de falar pela instituição.
Abs.,
Doutrinador
Do texto do IPEA:
"Para a medida nacional de produtividade anual na administração pública desde 1995(…)"
"Somente a partir de 2004 a produtividade voltou a
acelerar-se."
"(…)a produtividade na administração pública manteve-se superior à do setor privado, em média, acima de 35%(…)"
Ironicamente o Distrito Federal apresenta uma "evolução acumulada da produtividade" de 91,3%, sendo o segundo lugar nacional. A família Sarney deve estar trabalhando muito pra manter o padrão de excelência.
Isso sem comentar a conclusão do texto, digna de 8a. série.
Excelente comentário.
Especialmente na parte que relaciona cambio e investimentos.
O câmbio mais apreciado reduz o preço relativo dos bens de capital, o que, consequentemente, junto com expectativas de maiores lucros das empresas, estimulam os investimentos. As pessoas não se dão conta de que houve, nos ultimos anos, o maior ciclo de investimentos em décadas na economia brasileira. Simultaneamente, o câmbio tb apresentou uma trajetória de apreciação no período.
Agora, faço um comentário e lanço uma pergunta. É consensual que a economia brasileira está em processo de recuperação do tombo ocorrido a partir de set/08. O crescimento do PIB na margem no 2T/09 deve ser algo entre 1,7% e 2,1%. Ou seja, com a melhora das expectativas e com a trjetória da taxa de câmbio, os investimentos têm condições de se recuperar de forma mais rápida nessa crise do que nas outras???
Acho que essa eh uma pergunta pertinente.
grande abraço a todos.
Tio "O"
Se voce nao me respeita por chamar o Bobama de "neguinho", por que voce nao me repreendeu quando eu me referia a eu (ou "mim", sei la' Portuguese is fading out) mesmo como "neguinho"? O Andre' L. entendeu bem a postura.
O Lulla e' um "neguinho", O Bobama e' um "neguinho", o Kleber S. e' um "neguinho". O Tio Alex NAO e' um "neguinho", e e' por isso que eu frequento esse blog. It is YOUR decision whether or not to be part of the "neguinhos" club.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
Tio "O" – 2
Ofensivo mesmo e' ver o assessor do neguinho envolvido neste esquema todo com sua ex-empresa. Ofensivo e' ver o neguinho renegar tao abertamente sua recentissimas promessas de campanha. Falar a verdade, que ele nao passa de um joao-ninguem, carinhosamente chamado por mim pelo mesmo adjetivo que eu me refiro a mim mesmo, NAO e' ofensivo. Mas para quem endeusa o neguinho como o "messias", independentemente do estrago que ele esta' causando, isso pode parecer ruim.
E tio "O", nao me venha com a estoria de que o Prano B esta' reavivando a economia do Barakistao, pois ae a casa S. e' que vai perder o respeito por sua inteligencia.
Outro abraco de quebrar costela
Kleber S.
"Sinceramente, Kleber, esse negocio de chamar o Obama de neguinho eh ofensivo."
O,
O Kleber só está aproveitando o anonimato de um blog brasileiro pq aqui nos EUA, por muito menos, ele já tava levando um processão nas costas e tendo que dar todo o bônus dele em indenização pra algum cidadão afro-americano.
"Será que isto tem algo a ver com a produção de bens mais sofisticados, ou sua mente de engenheiro conseguiu pensar em outra coisa."
KKKKKKK… Devia estar pensando em sexo cibernetico ou seja lah o que for a fantasia du jour na Poli.
"O"
A Embraer exporta muito mas também importa muito, acho que o índice de nacionalização dos aviões da embraer não chega a 20%, turbinas, aviônicos são na maioria importados dos US ou Europa. A Boeing e a Airbus também não fabricam turbinas e aviônicos, mas compram de empresas nacionais(GE,Snecma,RR), no Brasil não temos essa indústria.
"Me tire uma "dúvida" por favor.Porque os cursos de economia no Brasil são tão ruim?"
Eu diria que a pergunta contém a resposta, mas, se quiser saber, eu acho que é muita gente mal-formada dando aula.
"com a melhora das expectativas e com a trjetória da taxa de câmbio, os investimentos têm condições de se recuperar de forma mais rápida nessa crise do que nas outras???"
Acredito que sim, mas não se pode ignorar a magnitude do choque inicial. Nas demais crises, acredito, os limites para investimento vinham da própria instabilidade (incerteza, juros mais altos, redução de fontes de financiamento, etc). Estes fatores parecem não ser o problema hoje, mas ainda falamos de uma economia operando bem abaixo do potencial, onde a demanda por investimentos é naturalmente menor.
Isto dito, o investimento parece ter se estabilizado no segindo tri (o número trimestral ainda deve ser negativo, mas nossa proxy mensal mostra estabilidade/level recuperação em jun/jul). A contribuição na margem deve ser positiva já na segunda metade do ano, mas aceleração mesmo, eu só espero mais para a segunda metade de 2010).
" O Tio Alex NAO e' um "neguinho",
Pô, meu sobrenome é Schwartsman, o que significa, literalmente, que eu sou "neguinho".
"O Kleber só está aproveitando o anonimato de um blog brasileiro pq aqui nos EUA, por muito menos, ele já tava levando um processão nas costas e tendo que dar todo o bônus dele em indenização pra algum cidadão afro-americano."
Discordo.
Nos EUA voce pode chamar as pessoas do que voce quiser, e existe protecao quase que total a seu discurso.
No Brasil, sim, que ha leis que banem o discurso racista.
"Se voce nao me respeita por chamar o Bobama de "neguinho", por que voce nao me repreendeu quando eu me referia a eu (ou "mim", sei la' Portuguese is fading out) mesmo como "neguinho"?"
Que pergunta dificil, Kleber… Sera que he porque o Obama eh afro-americano? Nao passa pela tua cabeca de politecnico que a mesma palavra aplicada em contextos diferentes tem um significado, er, diferente?
"O"
BEM LEMBRADO, TIO!
No entanto, devido ao erro ortografico, seria mais apropriado traduzir por "neguim".
Mas veja voce aonde fomos parar com Bobama e seus fans! Agora eu, justo eu, que promovi a primeira mulher para cargo gerencial e o primeiro negro para cargo de supervisao na historia da empresa em meu emprego anterior, sou chamado de racista! E' brincadeira!
Vamos la' mocada, o que e' mesmo um "neguinho"?
1- Como ja' percebido por alguns intelectualmente mais arejados, NAO tem nada a ver com cor, o que e' sobejamente corroborado pelos fatos relacionados a posts anteriores de minha autoria.
2- Um "neguinho" e' um joao-ninguenzinho intelectual, nao tem eira nem beira, seu pensamento nao cheira nem fede. Alias, de vez em quando, fede.
3- Um "neguinho" nunca realizou porra nenhuma, nem tem capacidade gerencial.
4- Quando um "neguinho" abre a boca, ele nao acrescentou nada.
5- Quando um "neguinho" morre, a humanidade nao perdeu picas.
Acho que isso serve para aclarar as ideias. Quem ainda pensar que sou racista automaticamente se incluiu no item 2 acima.
Tenho todavia um comentario adicional para aqueles que fazem comentarios derrogatorios 'a Escola Politecnica. Eu sou formado e mestrado pela referida Escola. Faco parte da nata da tecnologia do complexo aeroespacial-militar. Sou um neguinho em economia, mas nao em engenharia. Sou reconhecido como uma das maiores autoridades mundiais no meu campo de atuacao. E estou liderando um projeto que dentro de 2 anos devera' ter mudado a estrutura dessa industria a nivel mundial. Mas num vai sair nada no jornal nao, viu tio "O". Essa e' a natureza da industria.
Por isso mesmo e' bom terem respeito pela EPUSP. A formacao que ela proporciona aos seus alunos e' WORLDCLASS.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
A doença Holandesa não existe em nenhum canto do mundo,é conversa de economista Heterodoxo.
Vamos encerrar o assunto "neguinho"?
Carequinha primeiro não é Nakano que definia o orçamento,quem define é o governo.Nakano era "subordinado de Alckmin",não era "patrão",era "empregado".
Na parte fiscal em SP ele fez muita coisa,compare a gestão dele com a de Joaquim Levy do RJ veas que a de Nakano foi melhor.
Pena que você não foi aluno do Nakano.Infelizmente você deve veio da PUC como todo integrante do BC.A PUC não valoriza a produção economica nacional,prefere a importada.
PS Carequinha não é o apelídio preconceituoso.
Lucrécio
Gostaria de saber a opinião sobre o potencial efeito na economia caso o Brasil se torne um grande exportador de petróleo por conta das novas descobertas. Números de US$ trilhão em reservas poderiam se traduzir em um aumento de muitas dezenas de bilhões de exportações por ano, com poder de mexer no câmbio real. Meras estimativas eu sei. Mas associada à vocação gastadora dos governos (com os aplausos dos eleitores), a uma tributação insana, ao baixo nível de popança e restrições graves ao aumento da produtividade (a educação, por exemplo) poderia mudar o equilíbrio de vários setores. Como não seremos exportadores de poupança, me parece que existiria um risco das importações realmente afetarem a diversidade industrial brasileira. Será que nesta hipótese teríamos maiores taxas de desemprego?
Abç
FCFA
"CABECA DE POLITECNICO"
O que significa este termo? Para quem nunca foi capaz de entrar para a Escola deve ser sinonimo de "bitolado" ou cousa que o valha. tio "O", eu acho que voce ta' errado. Podemos nos encontrar em Gettysburg, onde voce podera' ter um agradavel tour pela historia americana em portugues (meio fajuto, talvez), ou em Bayreuth, onde voce poderia aprender do MESMO guia algo sobre opera em geral ou Wagner em particular. Nao o convido para o museu Van Gogh em Amsterdam porque a comida de la' e' uma bosta. Mas culturalmente falando voce tomaria o mesmo tipo de banho.
A galera despeitada deveria limpar a boca antes de proferir o nome da EPUSP. Em vez de despeito, meus caros neguinhos, voces deveriam ter ORGULHO! Uma escola que produz profissionais WORLD CLASS, que nao precisam mestrado ou doutorado no exterior para se-lo. Nenhum outro pais da America Latina tem coisa igual! Isso e' MUITO MAIS IMPORTANTE do que ser penta-campeao mundial de futebol. Por falar nisso, a Medicina da USP ta' no mesmo nivel, viu tigrada? Se as faculadades de Economia nao estao no mesmo nivel, como admitido neste mesmo string, cabe a VOCES fazer o turn-around.
Hoje em dia nao vejo ninguem melhor do que o Alex para faze-lo. Vai ser um uphill battle, mas ele consegue, se asim o quiser. Quanto aos mais jovens, eu nao posso aconselhar, mas posso dar meu depoimento pessoal.
Tigrada, a graducao e' tudo. O que voce deve aprender no curso? Os PRINCIPIOS que regem a ciencia que e' materia do seu estudo. Quando voce vai para a pos, se voce estiver aprendendo alguma porra e' porque sua graduacao foi fajuta. Barrabas, todos os mediocres que estao lendo o blog agora vao cair de pau. Mas e' o fato, cumpadres. Tenham como paradigma Isaac Newton. Todo dia antes de ir para a escola, perguntem-se a si mesmos: "Quem foi o professor de Fisica do Isaac?". Resposta: Ninguem! Mas ele foi sim profundamente influenciado pelo livro "Duas Novas Ciencias", de Galilei. De onde ele tirou os "principios". O resto, ele criou all by HIMSELF. VOCE tambem pode fazer o mesmo, caso nao se prenda a PARADIGMAS DE MEDIOCRIDADE, que infelizmente e' a regra no Brasil. O bom aluno e' "cdf". O presidente se gaba de nao ter estudado porra nenhuma. O Brasil e' portanto cheio de rotulos rotos e mal-lavados. Saiam dessa, irmaos. Voces querem fazer um bem a alguem? Acabem com o bolsa-familia. Vejam o que aconteceu no curso para costureiras no Ceara'. O resto e' ideologia criada ou engolida por mediocres, que tiram sarro de competencia alheia por falta da mesma.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
PS: Eu assinei meu sobrenome aqui em Setembro do ano passado. Por isso "aproveitar do anonimato" e' um insulto que so' cabe ao autor. Mas se o autor for o vagabundo que penso que e', e vive aqui, pergunte para qualquer polones – aqui ta' cheio – como se fala "cheesecake" em sua lingua natal. Esse post e' bem mais recente…
"Carequinha primeiro não é Nakano que definia o orçamento,quem define é o governo.Nakano era "subordinado de Alckmin",não era "patrão",era "empregado"."
Pois é, e um empregado relapso, que deixou as coisas se deteriorem.
"Pena que você não foi aluno do Nakano.Infelizmente você deve veio da PUC como todo integrante do BC.A PUC não valoriza a produção economica nacional,prefere a importada."
Eu trabalhei com o Yoshiaki no Pão de Açúcar e vi de perto o "profundo conhecimento dele". Ah, sim: eu estudei na USP e na FGV.
"Carequinha não é o apelídio preconceituoso"
Não. É preferência mesmo…
Alex você conhece o movimento judaico Habonim Dror?
Zamba puxando a orelha das crianças.
Porra galera, ceis tão de sacanagem cum nóis estudantes que tamo frequentando esse blog a muito tempo. Sempre achei que os tios Kleber e "O" eram "cumpanheiros" unidos contra as batatadas lucrecianas… vcs tão transformando isso aqui numa palhaçada… controlem a vaidade porra!!! Vamos deixar essas questões menores de lado, ok? Concentremos em assuntos mais elevados.
abraços, Zamba
Carequinhga você é um caso "perdido".Além de torcer pelo SPFC segue a risca os manuais ortodoxos.
Por isso que eu admiro economistas como Sicsú,Oreiro,Nakano,Bresser porque eles criam sua própria teoria.
Quem é inteligente cria sua propria teoria.
Lucrécio
"Quem é inteligente cria sua propria teoria."
Eu acabei de criar uma nova teoria da gravidade: na minha casa as coisas caem para cima. Até agora não consegui prova empírica disto (as coisas insistem em cair para baixo), mas tanto faz, porque, por introspecção eu sei que na minha casa as coisas caem para cima, e se os dados não querem mostrar isto, pior para eles!
"Eu acabei de criar uma nova teoria da gravidade: na minha casa as coisas caem para cima. Até agora não consegui prova empírica disto (as coisas insistem em cair para baixo), mas tanto faz, porque, por introspecção eu sei que na minha casa as coisas caem para cima, e se os dados não querem mostrar isto, pior para eles!"
Lucrécio: porque vc não foge? Va ser humilhadp assim la na casa do chapeu
Caro Kleber Cheesecake,
Nao sabia que tirar sarro da Politecnica te machucava tanto 🙂
Quanto a estudar, eu estudo bastante ate agora, tanto quanto qualquer politecnico, portanto aceite minha simpatia!
Sobre o uso do "neguinho", isso me ofende. Voce tem o first amendment right de continuar usando, mas eh sim um epiteto racista. Imagina se voce chamasse alguem estupido de "canadense". Nao teria significado algum, porque nao existe uma historia de escravidao e opressao associada com canadenses. Mas "neguinho" eh um termo carregado, nao pertence a um dialogo de pessoas civilizadas e voce deve muito bem saber disso, afinal eh um profissional bem sucedido nos States e se voce chamar alguem de "blackie" or anything starting with "nigg" em seu ambiente profissional, voce pode ate walk on water, ainda assim vai ver o olho da rua. Nao eh pedir muito que voce aplique os mesmos standards que voce tem qeu seguir com os seus co-workers e clientes quando dirigindo a palavra para nos da patuleia.
Peace,
"O"
Carequinha não é só a parte heterodoxa da EESP que pensa diferente de você.A ortodoxa também Paulo Tenani meu professor de finanças internacionais discorda de você também.
Lucrécio
Fala bichas,
Vcs viram? Richard Posner é o Pochman dos americanos:
http://www.econbrowser.com/archives/2009/08/basic_math_for.html
http://www.econbrowser.com/archives/2009/08/richard_posner.html
Só por curiosidade: essa discussão sobre "neguinho" tem alguma coisa a ver com o blog do Paul Krugman? Ou essa semelhança é mera coincidência?
http://krugman.blogs.nytimes.com/2009/08/17/black-cats/
e
http://krugman.blogs.nytimes.com/2009/08/12/are-there-no-editors/
"Por isso mesmo e' bom terem respeito pela EPUSP. A formacao que ela proporciona aos seus alunos e' WORLDCLASS."
O mesmo respeito que você não tem pelos outros? Essa é a formação que a USP te deu? Creio que não…
Gosto de ler os comentários do blog, mas isso já tá virando o programa da Márcia.
Gente, não chamem ele de Lucrécio, pois não é o mesmo que faz um tempinho tinha esse "mão a mão" respeitável com o Alex. Pode ser Burrecio ou como vocês quiserem chama-lo mas o Lucrécio verdadeiro, estando errado, tinha bem mais estilo.
"Carequinha não é só a parte heterodoxa da EESP que pensa diferente de você.A ortodoxa também Paulo Tenani meu professor de finanças internacionais discorda de você também."
E eu deveria ficar preocupado com isto?
"Ou essa semelhança é mera coincidência?"
Eu acho que é coincidência, mas eu achei o artigo do Ferguson de um mau-gosto atroz.
Deveria ser intruduzido sim controle de capitais (de entrada) para evitar uma apreciação exagerada do real.
Controles de capitais corrigem falhas de mercado.
"Deveria ser intruduzido"
Já eu acredito que deveria ser intrOduzido um curso urgente de português.
"Vcs viram? Richard Posner é o Pochman dos americanos:"
Feio, feio…
A respeito:
http://krugman.blogs.nytimes.com/2009/08/21/sour-sixteen/
ZAMBINHA
Passei minha vida inteira me "desculpando" por ser politecnico. Agora, depois do meu ataque cardiaco ha' dois meses atras, resolvi que uma serie de coisas iria mudar. Uma delas e' nao ter mais vergonha de ser competente. Por isso NAO ofenda a Escola Politecnica. Ela e' PARADIGMA, ainda que a mediocridade que impera no Brasil nao a reconheca como tal.
Tem gente aqui que presta atencao na conversa, e aprende uma barbaridade. Como o Andre' L., por exemplo, que esta' lendo Guns, Germs and Steel, o que lhe dara' um insight unico sobre o passado. Caso ele leia Collapse, do mesmo autor, ele vai entender porque deixar o Iran construir uma bomba atomica e' loucura! Pra voce eu recomendo Atlas Shrugged, escrito por Ayn Rand em 1957, mas mais atual do que nunca. Este livro e' basicamente um grito de revolta contra a mediocridade.
E e' isso ae, tigrada. Lavem as maos antes de escrever sobre a Escola Politecnica senao tem mais chumbo como esse ai' acima. Eu apenas comecei…
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
kleber deveria botar os economistas para estudar na POLI.Tentem ver alguma coisa de Mecânica de Fluidos e todo embasamento matemático baseado em operadores laplacianos…
Tentem ver alguma coisa de Eletromagnetismo, com suas integrais múltiplas, teoremas de Green, Gauss e Stockes no espaço… .
DESMISTIFICANDO A ESCRAVIDAO
Meninos, a escravidao foi uma das instituicoes mais antigas da humanidade. Em 1760 AC, foi regulamentada no codigo de Hamurabi. No final do primeiro milenio AD traficantes arabes atacavam cidades costeiras na Europa e capturavam seus moradores para serem vendidos como escravos na Africa(!). A escravidao foi gradualmente abolida na Europa, sendo a Russia o ultimo pais de peso a faze-lo, no seculo 18. Foi abolida no Brasil em 1888, na India em 1843, na China em 1906. Enquanto isso na Africa a escravidao continuava a todo vapor. Quando da "conquista" da Abissinia na decada de 30, numa populacao estimada em 12 milhoes de pessoas, cerca de 2 milhoes eram escravas cujos senhores pertenciam ao mesmo grupo etnico. No continente como um todo, ao mesmo tempo do regime escravagista brasileiro e americano, cerca de 30 a 40 porcento da populacao africana era ESCRAVIZADA EM SEU PROPRIO PAIS DE ORIGEM. Os excedentes eram entao comercializados com mercadores arabes, e acabavam transplantados pra as Americas por navios negreiros. Curiosamente, na minha opiniao por motivos politicos, "intelectuais" da patota do Keynes INICIAM A HISTORIA AI'.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
PS: Abram vossos horizontes, mocada, nao se deixem ser manipulados por pessoas que querem escravizar suas mentes com associacoes falaciosas.
Mas Kleber, explica para mim agora como que a pratica de escravidao pelos arabes ou pelos africanos absolve a pratica no Brasil ou EUA.
Em termos logicos, seu argumento tambem nao faz sentido algum. Eh como se voce quisesse perdoar os nazistas porque havia Judenrat que colaborava com aqueles.
"O"
Declaro o assunto "neguinho" encerrado a partir de agora. Não vou liberar mais nenhum comentário a respeito.
Abs a todos,
Alex
Alex você apoia as iniciativas de alguns estados de fazer ZEE'S para exportação? Lá os exportadores tem insenção de alguns impostos federais e liberdade cambial.
MOCADA, HORA DE UM REALITY CHECK
Teve um fulano ae que resolveu insultar engenheiros, e acabou cotucando onca (infartada) com vara curta. Vamos entao tirar as luvas e fazer uma analise fria das profissoes. Se doer, paciencia.
O Engenheiro – hereinafter definido como o profissional que efetivamente trabalha com ciencia aplicada no seu dia-a-dia, e nao um idiota qualquer que obteve um diploma de Engenharia – sabe algumas coisas preciosas, listadas a seguir.
1- Seu trabalho e' regido por uma regra binaria de resultados. E' zero ou um. Ou o veiculo anda (ou voa) ou ele nao anda (ou nao voa). Ou o predio cai, ou ele nao cai. Num tem predio que cai mais ou menos. Num tem aviao quase bom. Como consequencia, ou o Engenheiro sabe, ou ele nao sabe. Os que nao sabem assim o reconhecem rapidinho, e vao trabalhar com coisas comerciais ou administrativas.
2- Fenomenos anelasticos em sua ciencia sao rarissimos. Por exemplo, se um vidro acabou de tomar uma porrada, ou ele quebra na hora, ou ele nao quebra. Num tem essa de quebrar seis meses depois.
3- Sempre que o governo se mete com ciencia, o resultado e' catastrofico. Uns exemplos singelos veem da Alemanha Keynesiana. Quando o chefe declarou avancos tecnologicos de ponta como "fisica judia", ele automaticamente se condenou a perder a guerra. Quando Lisa Meitner se refugiou na Holanda, demonstrou-se que Otto Rahn era apenas um xarlatao.
4- O progresso da humanidade esta' em suas maos. O computador – que nos une – nao foi criado por advogados. A medicina nao avanca alem da tecnologia de equipamentos que permitem realizar diagnosticos. Como consequencia, seu conhecimento somente avanca de maneira consistente por meio de modelos deterministicos ou estatisticos de ALTA correlacao. Seu objetivo nao e' um 'paper' ou um emprego publico, mas um resultado concreto. Por favor, releiam o item 1.
continua…
REALITY CHECK 2
E o Economista, qual e' o seu trade? Vamos listar coisas relacionadas 'a Economia que foram publicadas aqui e aceitas como consenso geral.
1- A Economia e' uma ciencia essencialmente "anelastica". Abaixa-se a taxa de juros agora e o resultado (cambial, fiscal, estrutural, o escambal) acontece entre 6 e 9 meses depois.
2- A Economia lida com modelos estatisticos de BAIXA correlacao. Tem gente (cruzive aqui no blog) que acha isso muito bom! Pierce (nada a ver com a cerveja) deve ter revirado na tumba, pois ele nao criou o indice de correlacao R2 para esta ou aquela situacao particular, ou com aplicacoes diferenciadas de acordo com a ciencia objetivo do estudo. Cumpadres, estatisticamente falando, o bom modelo permite previsoes precisas. O mau modelo, nao. Se os modelos econometricos fossem bons o FMI nao ficaria revisando previsao de crescimento a cada 3 meses, num e' mesmo tigrada?
Como consequencia, a Economia vive de opinioes. E xarlatanismo. Vejam so' que exemplozinho mais do que ilustrativo: os Engenheiros botaram o homem na Lua antes de os Economistas realizarem que Keynes, o Enrustidao, havia feito um trabalhinho de merda, que so' foi desmascarado alguns anos depois, na estagflacao dos anos 70.
Ainda como corolario das observacoes itemizadas acima, os economistas acabaram se dividindo em tres grupos distintos.
Grupo 1
O Estado e' a solucao. Tambem chamados de marxistas, esses Economistas acabaram tomando uma trolha de um ator de filmes classe B (ou C), que economicamente provocou o fim do Imperio Sovietico. Ardorosos defensores do xarlatao de Trier, esse grupo tem minguado pela migracao de seus militantes para o Grupo 2, discutido a seguir. No entanto, ainda se recusam a admitir que a teoria economica do xarlatao esteja errada. Ora, amigos, o marxismo nasceu morto. Quando o bebasso gorducho estabeleceu (plagiando D. Ricardo) que " o valor de uma commodity e' apenas e tao somente o envelope de trabalho utilizado na sua producao", desta forma eliminando o componente "desejo" no estabelecimento do valor de alguma coisa, ele, criando o "paradoxo do boi", disse a que veio. Animal maniaco-depressivo incompreensivel, o boi teima em ter apenas uma peca de filet mignon para outra de bofe. Como ele e' criado inteiro, o custo do bofe e' o mesmo do filet. Esse exemplo cretino ja' deveria ter sido suficiente pra galera da Economia ver que o gorducho num prestava. Mas nao e' que nunca se matou tanta gente na historia do planeta por uma bobagem tao grande?
Grupo 2
O Estado e' parte da solucao. Tambem chamados de keynesianos. Seguidores de um enrustido, ainda precisam um confronto final, como R. Reagan proporcionou aos marxistas. Foram salvos da desmoralizacao total pela Guerra, quando a economia americana estava voltando para a lona, e a da Alemanha Keynesiana perdia seu folego dado pela intervencao do Estado, que estava basicamente inadimplente. Quando sobreveio a estagflacao dos anos 70, sairam constrangidos de cena. Mestres na arte do "spin", voltaram com tudo na crise atual. Culpam o pessoal do Grupo 3 pela crise, e distorcem os fatos em conluio macabro com a midia esquerdista. Desta vez NAO serao salvos pelo gongo, porque os governos mundiais TODOS ja' pariram dinheiro a mais nao poder. Muito facil estancar uma depressao com 13% do PIB de deficit publico. O pobrema vai ser como arrancar o estimulo antes de foder com tudo via inflacao. Ae vai ser hora de competencia. Ate' aqui qualquer ex(?)-cocainomano pode cantar de galo e bater no peito que ele salvou a patria. Vamos aguardar um bocadinho, e ver como eles vao resolver o problema inflacionario.
continua…
REALITY CHECK 3
Grupo 3
O Estado e' o problema. Qualquer avanco futuro da ciencia economica vira' deste grupo. Sabem distinguir etica de ideologia. Estao injustamente sendo culpados pela crise atual, simplesmente porque a midia e os partidarios do Enrustidao nao mencionam o fato de que quando Greenzinho, velho safado e boko-moko fez o que fez, estava praticando uma intervencao estatal criminosa.
Vejam os membros da galera do Tio Alex que hoje em dia os energumenos no poder nao precisam mais de um ministro da propaganda tipo Goebbels. Alguns economistas idiotas ou venais justificando a rapinagem do dinheiro alheio, assaltando a propriedade de uns para trocar por voto de outros, sao o suficiente.
Este tipo de profissional nos na Engenharia nao os temos.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
CARLOS
Estudar na Poli e' para quem quer (e pode) aprender, nao pra quem pensa que sabe tudo (ou que desdenha de conhecimento)…
Esses nao aprendem porra nenhuma.
Um grande abraco a voce
Kleber S.
Alex disse,
"Isso mesmo Sílvio! E, se continuar com estas respostas, vai ganhar uma cópia xerox do The Role of Monetary Policy, ainda com as anotações do Milton Friedman,mostrando porque este trade-off não é estável!"
Prezado Alex, cópia xerox é crime contra os direitos autorais, não cometa um crime para tentar educar quem não tem recuperação, não vale a pena!
Muito triste com a derrota do Fluminense frente ao São Paulo.
Luiz
Carlos disse,
"Me tire uma "dúvida" por favor.Porque os cursos de economia no Brasil são tão ruim?"
Carlos, que tal antes de fazer o mestrado você trabalhar uns anos, você aí poderá fazer uma poupança para passar 2 anos num mestrado, e também com a experiência adquirida ao longo de alguns anos de trabalho decidir melhor se quer fazer um mestrado em economia, ou um MBA em finanças, ou um mestrado em metarlugia ou mesmo em engenharia de produção.
Gol nos EUA nunca vi,mas que lá tem um monte de aviões da Embraer, lá isso tem!
Muito triste com o Fluminense.
Alberto Mourão disse,
"A Embraer exporta muito mas também importa muito, acho que o índice de nacionalização dos aviões da embraer não chega a 20%, turbinas, aviônicos são na maioria importados dos US ou Europa. A Boeing e a Airbus também não fabricam turbinas e aviônicos, mas compram de empresas nacionais(GE,Snecma,RR), no Brasil não temos essa indústria."
Alberto, no Canadá a Bombardier também importa as mesmas coisas que a Embraer, na Suécia a SAAB também importa bastante componentes, etc…, mas o que importa é que o produto final tem muito valor agregado que foi feito no Brasil, e muitos itens devem ter sido importado em regime de "drawback", o Kleber pode explicar melhor o valor que a Embraer agrega afinal essa é a área dele.
Mas se de cada 100 dolares de um avião da Embraer nós importamos 50 mas adicionamos mais 50 de valor agregado que não existiria sem esses 50 importados ainda assim estamos ganhando, você não concorda?
Luiz
Alexandre, urgente!! Favor olhar o último "Comunicado da Presidência" do IPEA (n 27)!! Não estamos entendendo a metodologia adotada. Em que planeta aumento de produtividade = aumento de gastos?
LUIZ BRANDAO
Voce esta' certo sobre a Embraer. Ela agrega o valor do projeto. Os fabricantes de aviao operam mais ou menos (bem mais pra mais) como as montadoras de autos. A diferenca e' que o projeto e' ordens de grandeza mais complexo.
Os motores e tudo mais sao fabricados por companhias independentes. Nem a Embraer, nem a Boeing ou a Hellbus detem tecnologia para fabricacao de motores, por exemplo. Esses vem da GE, P&W, RR, pra ficar nas maiores. O aviao da Embra e' bom pra caxorro!
A Bombardier sofre das mesmas restricoes nacionais que a Embraer.
O Gol e' um carro projetado para ser o que e'. Ele nao e' ruim por incompetencia do engenheiro brasileiro. Como o governo garante o lucro das automobilisticas com impostos de importacao obscenos, qualidade e' a ultima das preocupacoes dessas empresas. O que manda entao e' o custo. Por isso e' que enquanto a GM americana foi 'a falencia, a mesma GM no Brasil faturou lucros record. Mas vai mudar. A Honda esta' fabricando no Brasil carros de altissima qualidade a precos moderados. Com o passar do tempo o comportamento mercadologico indecente de Fiat, GM e Ford mudara'.
Como eu ja' disse em post acima, nada no Brasil acontece por incompetencia dos engenheiros. A incompetencia e' SEMPRE politica, onde as aves de rapina do dinheiro alheio tem legioes de economistas vagabundos a justifica-los.
Um abraco de quebrar costela
Kleber S.
Ô kleber, sendo a Poli tão boa assim, então temos um monte de patentes sendo registradas por engenheiros de lá, um monte de artigos sendo publicados em revistas internacionais e um monte de estrangeiros querendo estudar lá. Isso acontece mesmo?
Procurei um ranking mundial de escolas de engenharia. A Poli nem aparece… acho que está na hora de baixar um pouco a bola, não?
http://www.universityportal.net/search/label/Top%20Engineering%20University%20Ranking
"Procurei um ranking mundial de escolas de engenharia. A Poli nem aparece… acho que está na hora de baixar um pouco a bola, não?"
Eu acho que a Poli continua sendo uma tremenda escola, certamente uma das melhores do país e, como regra, o pessoal que sai de lá é muito bem preparado. Trabalhei com vários politécnicos e é gente de primeira, que gramou muito mais do que eu na FEA ou na GV.
O que, obviamente, não me impede de sacaneá-los às vezes.
Klebão:
Não precisa defender a Poli para mim. OK?
Outra discussão que acredito gerar mais calor que luz e que ("democraticamente", pois o blog é meu, vou encerrar por aqui).
ALEX
Felicidades em sua carreira.
Um grande abraco
Kleber S.
"TIO" me tira uma dúvida,por favor.Todos sabem que controle de agregados monetários não funciona tão bem como controle de taxa de juros para controlar a inflação.
Caso a inflação volte, o FED não vai mexer na taxa de juros.Eles vão tentar diminuir a oferta de moeda.
Luis Bransão disse,
"Mas se de cada 100 dolares de um avião da Embraer nós importamos 50 mas adicionamos mais 50 de valor agregado que não existiria sem esses 50 importados ainda assim estamos ganhando, você não concorda?"
Sim, concordo! Não fiz uma crítica a Embraer, mas quando a colocamos como a prinical exporadora temos que abater aquilo que ela importa porque é muito.
Alberto
Entrando nessa discussão, como eu me formei em Engenharia e sou doutorando em Economia, entendo todos os questionamentos do Kléber.
Bem, eu tenho uma pequena discordância em relação à classificação do Kléber. Na minha opinião, existem dois tipos de economistas: os que estudam economia para analisarem e aprenderem um pouco o que acontece no mundo e os que o fazem para corroborar suas idéias pré-concebidas, sejam elas intervencionistas ou libertárias. Enquanto o primeiro grupo faz de tudo para entender as nuances do que está acontecendo, as limitações do modelo utilizado, da robustez dos resultados, o segundo grupo maltrata os dados para satisfazerem aos seus preconceitos ideológicos.
Agora, tenho uma dúvida para o "Tio" Alex. Eu sei como um curso de Engenharia é ralação (uma pós em Economia num bom centro é tanto ou mais). Por que não se faz uma graduação em Economia que puxe os alunos tanto quanto de Engenharia. Eu não vejo como possa haver um livro do Varian de graduação e um de pós, um livro do Wooldridge de graduação e outro de pós. Acho que poderiam "puxar" mais os cursos de graduação em Economia, seria um ganho de tempo para os estudantes e uma forma até de se valorizarem os alunos.
"Por que não se faz uma graduação em Economia que puxe os alunos tanto quanto de Engenharia?"
Excelente pergunta, mas eu não sei a resposta. Não entendo porque não há mais ênfase e profundidade na área quantitativa em Economia na graduação (o que certamente pouparia tempo na pós, já que o domíinio da linguagem permitiria foco maior no conteúdo).
Posso falar pela minha experiência. Fui dominar a linguagem no fim do mestrado, a ainda asism graças a vários grupos de estudos com colegas.
Tivesse uma base mais sólida em cálculo quando entrei no mestrado, não tenho dúvida que minha trajetória teria sido outra. O mesmo vale para estatística e econometria.
P.S.
Parece que o Ibmec-SP caminha nesta direção. Podem confirmar?
"o FED não vai mexer na taxa de juros.Eles vão tentar diminuir a oferta de moeda."
Dado que existe uma demanda por moeda, há uma relação intrínseca entre taxa de juros e oferta de moeda.
Se a demanda por moeda é:
MD = P.k(i,y)
onde P é o nível geral de preços, i a taxa nominal de juros e y a renda real (com ki<0 e ky>0).
Em equilíbrio:
M = Pk(i,y)
Logo:
dM/di = ki<0
Ou seja, só se aumenta a taxa de juros reduzindo (tudo o mais constante) a oferta de moeda.
"P.S.
Parece que o Ibmec-SP caminha nesta direção. Podem confirmar?"
É verdade; o mesmo pode se dizer do Ibmec -RJ e da FGV – RJ (graduação da EPGE). Destaco o ênfase em Finanças dos Ibmecs (Rio e SP) e as doses cavalares de Teoria Microeconômica da graduação da EPGE (além de um ciclo básico que parece o de qualquer faculdade de Engenharia…). Também, vale sempre ressaltar o excelente curso de graduação da PUC – Rio e que mesmo em departamentos mais "plurais" (FEA- USP, UFRJ, FGV-EESP) dá para fazer um curso decente de Economia….se o aluno "colar" nas pessoas certas, obviamente…Enfim, ainda há luz no fim do túnel…
abs
Rogério Ceni
(falhei de novo ontem…)
pq o Krugman, o indignadao, nao responde ao Mankiw?
http://gregmankiw.blogspot.com/2009/08/blanchard-on-outlook.html
Apesar de achar lamentável o nível da maioria das graduações em economia do país, não sei se a saída é torná-los mais pesados em métodos quantitativos.
O sistema educacional brasileiro dá 'saltos' muito grandes. Exemplo de uma boa faculdade de economia: ou o cara só tem segundo grau, ou tem o terceiro grau e sabe jogos, contratos, estimação de ARMA, o diabo. Não há nada intermediário como o 'major' americano. Na França, o cara já sai com título depois do terceiro ano de faculdade, e o bicho pega mesmo no quarto. O Brasil não tem nada disso.
E o pior: 90% dos caras que ralam prá caramba e terminam economia na Puc-Rio não usam quase nada do que aprenderam. Se tanto, usam o que aprenderam nos primeiros dois anos, nos cursos introdutórios. Economia na Puc é apenas sinalização para a maioria dos formandos. Na maior parte das vezes, o sujeito se forma e cai numa função genérica de economistas, administradores, contadores – e convive com o cara que ralou muito menos do que ele na faculdade da esquina, e não necessariamente será melhor profissional do que esse outro. Para a maioria dos cargos, não faz diferença o instrumental mais sofisticado que o sujeito sofreu para aprender.
Então para que tornar os cursos mais pesados? Só o cara que fizer mestrado vai arrumar um emprego que precise desse 'plus'…
Enfim, só um lamento pelas nossas graduações. Devo estar lendo muito Pochmann.
abs a todos
Dois comentários: primeiro, eu acho que não se ensina mais matemática aqui porque a estrutura de nossa universidade é diferente da americana (lá é mais flexível, e você pode ter uma formação menos matemática ou mais matemática, quem decide é você. Claro que quem quer fazer doutorado recebe a orientação de fazer toda a matemática que puder, mas em todas as faculdades tem um curso de micro "café com leite", onde dão o Baby Varian, e um mais hard, onde dão o Nicholson, ou o Advanced Microeconomics, ou até o Mas-Collel) e o aluno médio brasileiro é mais ruinzinho que o americano (na minha alma mater tinha 4 disciplinas de matemática, mas 2 eram revisão do 2º grau. E até hoje eu não sei se a média da turma encarava cálculo de cara). Dois, é aquilo que o Pedro falou: acho que Economia está mais pra Física ou Biologia do que pra Engenharia ou Medicina, no sentido de que um sujeito com graduação não tem condições de meter a mão na massa de verdade, profissionalmente falando (isso no mundo todo, me corrijam se eu estiver errado) e acaba fazendo um trabalho de escritório que um sujeito formado em Administração, Contábeis ou Engenharia também consegue fazer.
Nunes
"apenas o abuso de substâncias liberadas na Holanda poderia explicar o apreço incompreensível à tese da “doença holandesa”."
Você está subestimando a inteligência dessa galera. Se o cara defende com unhas e dentes idéias que obviamente não correspondem aos fatos é porque ele tá ganhando com isso. Dá até pra chegar a presidente do IPEA assim, veja só!
André L.
P.S1: Os comentários com teses definitivas em duas linhas e português sub-mobral são uma atração a parte deste blog.
P.S2: Kleber, relaxa! Desse jeito tu infarta de novo!
Fala pessoal
Eu concordo com a visão do Pedro sobre a não necessidade de se "puxar" mais na graduação. Estou formando agora no fim do ano e posso contar no dedo quantas pessoas na minha turma entenderam o que é economia. A maioria não gosta nem compreende, e nunca exercerá nada do que aprendeu em sala de aula, pois vai sair da faculdade e tentar algum concurso público pra PF, ou audioria, ou mesmo vão tentar trainee em alguma empresa. Os poucos que gostam e pretendem seguir carreira, como eu, se aprofundam por conta própria. Acredito que a ralação deve começar no mestrado mesmo.
Com relação aos professores nas escolas do país, vou deixar aqui minha impressão sobre a UFJF, onde estudo. Durante o tempo que passei aqui em Juiz de Fora o corpo docente da faculdade tem melhorado muito. Tem gente chegando de bons doutorados no país e no exterior. As principais cadeiras são ocupadas por bons professores. Óbvio que existem os suspeitos de sempre, mas a maioria é mais velha. É aquela galera que se formou em 1970, nunca mais abriu um livro na vida e acham a Maria da Conceição Tavares e o Carlos Lessa o supra-sumo da inteligência humana. Mas acho que eles estão perdendo espaço, e talvez isso reflita uma melhora nos cursos de mestrado e doutorado pelo país.
abraços, Zamba
Só mais uma coisa
Nessa era da internet, as coisas são muito fáceis. É possível acompanhar diversos blogs de economistas do mundo todo e aprender muito. Se manter a cabeça aberta e fuçar na net é possível aprender muita coisa mesmo sem ter frequentado ótimos cursos. Óbvio que ainda é importante ir à aula e ter bons professores, mas se não der o Alex e os outros compensam, pelo menos em parte.
Valeu pelas aulas aí professor, tenho certeza que muita gente aprendeu contigo.
abraços, Zamba
"Parece que o Ibmec-SP caminha nesta direção. Podem confirmar?"
Correto com uma diferença IBMEC foca mais finanças que a EPGE.Na EPGE os alunos tem calculo 1,2,3 AL e GA.Ibmec-SP bota para os alunos calculo 1 e 2 e algumas cadeiras de ADM.
Mesmo a EPGE oferece uma base matematica no mestrado (analise é obrigatoria).
Dá pra comparar Economia na Puc-Rio ou FGV com um curso medíocre de Engenharia, mas não com as tops (ITA, Poli, Unicamp). O curso de Economia é visto como "naturalmente" mais fácil. Não digo que todos os alunos são assim, mas já ouvi muitas vezes coisas como "vou fazer Economia porque é mais fácil" ou "Engenharia estuda muito". É mais por esse tipo de raciocínio dos próprios alunos do que pelo nível dos professores. O que mais explicaria um corpo docente como o da PUC (quase todos formados nos EUA) exigir relativamente pouco dos alunos ( na graduação, claro )? Um aluno de graduação em Economia da FGV pode saber Álgebra Linear, mas um de Eng. Elétrica sabe Teoria de Controle (queira ou não)! Não quero provocar nem desmerecer os economistas que estudam porque gostam, mas é uma realidade.
Aliás, falando em alunos de Economia que estudam pouco… Será que os cursos são fracos porque não podem reprovar "em massa" ? Ficaria ruim financeiramente para as faculdades particulares? Não acredito que na PUC, por exemplo, onde há tanto Eng. de Produção como Economia, houvesse um aumento no número total de alunos com um maior grau de dificuldade do curso de Economia. Logo, não compensaria "subir o nível" já que não dá pra ganhar mais dinheiro. Será que haveria uma dabandada para cursos mais fracos? O mercado de trabalho para quem Eng. Prod., Economia e Adm. é bastante similar.
É só uma hipótese, levando sempre em consideração que há excelentes alunos de Economia na Puc e na FGV, mas isso pode ser relevante.
Não sei quem perguntou sobre a produtividade do setor público, mas infelizmente o cálculo é esse mesmo utilizado dentro das normas das Nações Unidas: Standard National Accounts (SNA).
Essa metodologia é controversa, causa a maior quizumba, mas é a que há. É incrível mas é verdade.
"Posso falar pela minha experiência. Fui dominar a linguagem no fim do mestrado".
Aprendeu a linguagem matematica em compensação você não aprendeu nada sobre o Liberalismo.Economista sério é aquele que defende o livre mercado.
"Economista sério é aquele que defende o livre mercado."
Economista sério é aquele que chega a conclusões lógicas e as testa. Se (como quase sempre é o caso) coincidirem com a solução de mercado, OK. Se não, não.
Esta é a diferença entre o cientista e o crente.
Você é crente. Pegue o livro do Mises e vá rezar virado para Viena.
Eu também sou crente. Vou pegar a minha biblia "Introduction to Modern Economic Growth" do Acemoglu e começar a caminhar descalço pro M.I.T. enquanto rezo o seus teoremas e provas.
"Vou pegar a minha biblia "Introduction to Modern Economic Growth" do Acemoglu e começar a caminhar descalço pro M.I.T. enquanto rezo o seus teoremas e provas."
Pode fazê-lo, mas quer dizer que não entendeu do que se trata.
Prefere a versão para colorir?
Oi, Alex, sou novo por aqui.
Estava lendo alguns comentários em relação à utilidade da matemática na formação do economista.
Vc escreveu isso:
"Tivesse uma base mais sólida em cálculo quando entrei no mestrado, não tenho dúvida que minha trajetória teria sido outra. O mesmo vale para estatística e econometria."
Vc pode falar um pouco sobre qual seria a outra trajetória que teria percorrido?
Abraço!
Maurício