Pés no chão
Recentemente o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard, co-escreveu um texto importante (Rethinking Macroeconomic Policy) em que explora lições da crise internacional para o desenho de política econômica, como a definição de metas mais elevadas para a inflação, a necessidade de um arcabouço regulatório no sistema financeiro que leve em conta os efeitos macroeconômicos da expansão do crédito, e a conveniência de melhorar as contas fiscais nos períodos de crescimento. Cada um destes assuntos requereria várias colunas, mas hoje quero abordar outra das sugestões do documento, relativa à opção entre a inflação e a taxa de câmbio como potenciais metas para a política monetária.
Segundo a proposta, a estabilização da taxa de câmbio também deveria ser um objetivo dos bancos centrais, ao lado da estabilidade de preços. Os autores reconhecem que há conflitos entre estes objetivos, mas sugerem que, em caso de conflito insanável, a meta de inflação deveria ser abandonada e a política monetária utilizada apenas para apoiar a intervenção cambial, prevenindo a apreciação (ou depreciação) exagerada da moeda.
A razão alegada para uma mudança no foco da política monetária refere-se a possíveis efeitos negativos de grandes flutuações da taxa de câmbio, seja sobre o setor exportador no caso de apreciação excessiva, seja sobre o balanço dos devedores em moeda estrangeira no caso oposto. Da forma como entendo problema, porém, podemos até nos preocupar com estes efeitos, mas temos primeiro que reconhecer que não resultam daquela cotação real-dólar diariamente observada, mas sim da taxa real de câmbio, isto é, da taxa de câmbio ajustada pela diferença entre a inflação doméstica e a externa.
Assim, por exemplo, caso o preço do dólar aumente 10%, mas todos os preços da economia também subam 10%, tanto a capacidade de pagamento das empresas endividadas em dólares como a “competitividade” do setor exportador permaneceriam inalterados. Vale dizer, mesmo partindo do pressuposto que a estabilidade cambial é um objetivo meritório, é necessário admitir que este só se aplica à taxa de câmbio ajustada à inflação.
Isto dito, se o BC consegue estabilizar a taxa de câmbio nominal, tipicamente igualando a taxa doméstica de juros (ajustada pelo risco) à internacional, não há quaisquer garantias que a inflação se mantenha baixa o suficiente para que a taxa real de câmbio não acabe se apreciando. Só por um acaso monumental a mesma taxa de juros que estabiliza a taxa nominal de câmbio será aquela que também gera inflação próxima à internacional, de modo a estabilizar simultaneamente a taxa real de câmbio.
Tudo isso pode parecer muito abstrato, mas as implicações são bastante palpáveis. A Argentina, por exemplo, optou por um regime monetário e cambial muito semelhante ao sugerido por Blanchard e colegas. De forma não totalmente explícita o BCRA tem buscado estabilizar a cotação do peso com relação ao dólar, abdicando do controle dos preços domésticos. A aceleração da inflação, contudo, erodiu a taxa real de câmbio, que continua se apreciando a despeito do regime cambial, seguindo de perto o comportamento da cotação real-dólar, também ajustada pela diferença de inflação.
Na prática, portanto, observamos exatamente o sugerido pela teoria: a mudança de foco da política monetária não consegue mudar a trajetória do câmbio real, levando apenas à maior volatilidade da inflação. Em que pese a indiscutível competência dos autores, não parece que esta proposta irá voar.
(Publicado 3/Mar/2010)
Alex,
Excelente texto. Não vou jogar praga, mas daqui a pouco deve aparecer algum texto da turma da quemesse defendendo um controle maior na política cambial com base nesse texto.
Com base no seu ponto de visto e a memória do período de altas taxas de inflação no Brasil, essa sujestão deve ser um tanto quanto indigesta.
ps: link para o texto do FMI
http://www.imf.org/external/pubs/ft/spn/2010/spn1003.pdf
Acredito que a relação USA x China (política cambial) e o relativo sucesso do Brasil (meta de 4,5%) e de outros) paises na crise, deve ter influenciado a análise do Blanchard. A China não pode deixar sua moeda valorizar para evitar desvalorização das reservas e possível quebra das empresas que só se sustentam com proteção cambial. Por outro lado a relação cambial atual é insustentável no tempo (déficits USA). Valerá a pena para os chineses trocarem trabalho por moeda que (mantido o satatus atual) se desvalorizará? É semelhante a vender por um preço menor para pagamento futuro (no caso da China).
Alex, vc usa o exemplo da Argentina, mas sabemos muito bem que Blanchard e cia não tinham em mente nossos hermanos quando usaram como exemplo o arranjo dos países emergentes.
Além disso, o "rethinking" é estritamente para países desenvolvidos! Acho que seria válido fazer essa ressalva.
Abs,
Guilherme
Alex, o problema em questão não é o nível do câmbio, mas sua volatilidade. É essa que os autores querem controlar. Ou seja, dane-se aonde a taxa de câmbio vai, mas é desejável que ele siga o mais próximo possível uma trajetória monótona.
Abraços, Jorge
O único de jeito de fazer a sugestão do Blanchard é com controle de capitais…
Roberto
Nossa como vc é pulido em falar sobre um paper no mínimo esquisito para um economista mainstream tipo Blanchard? Agora se fosse um professor Heterodoxo brasileiro vc iria cair no pau!!
Deve ser por que ele tem Phd nas 10 melhores do mundo dai vc fica quieto né..kkkkkkk (pois vc tem a necessidade de mostrar isso)
Saudações…vc
Se a China não aceitar deixar sua moeda valorizar a solução será os USA aceitarem uma inflação maior (4,5% ao invés de 2%). Os déficits americanos são insustentáveis no tempo. A solução (qualquer que seja ela, valorização do Yuan, ou inflação do dólar), será dolorosa e trará alguns prejuizos no primeiro momento. Outra solução será ir empurrando com a barriga por vários anos.
"Nossa como vc é pulido em falar ..kkkkkkk"
Desculpe: eu não entendo símio.
mas estas idéias são formalizadas por modelos e exemplos ou se trata apenas de algo genérico, mais no estilo "brain storm"? eu gosto muito do manual do Blanchard, mas o seu comentário me deixou a impressão de que as propostas deste paper parecem meio ligeiras…
"Se a China não aceitar deixar sua moeda valorizar a solução será os USA aceitarem uma inflação maior"
Não seria o contrário? Inflação maior já vem ocorrendo na China, atenuando a valorização da moeda.
Fernando A
Não fica nervosinho carequinha, até o Blanchard um dos maiores lideres de pesquisa mainstream (novo-keynesiano, DSGE model)tá pulando fora dessa furada.
Vai te que engoli o Oreiro e os Pos keynesian brasileiro deitando e rolando.
Saudações Corithianas!!!
Símio deve ser vc um cara tão "Polido" academicamente com publicações de alto impacto em revistas brasileiras e internacionais.
Ops. Não consigo encontrar um "paperzinho" teu? onde eles se econtram?
Reputação acadêmica é com paper publicado não com Blog econômico ou especulando no mercado financeiro.
"Símio deve ser vc um cara tão "Polido" academicamente com publicações de alto impacto em revistas brasileiras e internacionais.""
Não se sinta tão ofendido. Muita gente fala símio. Alguns até aprendem a diferença entre "pulido" e "polido" e arrumam um bom emprego polindo metais nos banheiros do mercado financeiro.
"mas estas idéias são formalizadas por modelos e exemplos ou se trata apenas de algo genérico, mais no estilo "brain storm"?"
Está no estilo "deixa que eu chuto".
O artigo do Blanchard é muito mais um direcionador do que um livro pronto de receitas. O objetivo do autor é indicar alguns pontos que merecem uma análise mais aprofundada nos próximos anos, dentre eles:
1. níveis de inflação vs indexação.
2. níveis de inflação vs volatilidade da inflação
3. câmbio apreciado vs sobreapreciação (que foi mencionado num artigo do Pastore no Estadao).
4. zero lower bound e os limites à política monetária.
abs, Lucas
Não adianta agredi carequinha com essa vaidade entre pulido e polido, ou polir metais no banheiro, fato concreto um dos mais lideres de pesquisa novo-keynesiano deu UM chute na bunda de vcs ponto final.
Agora vc irá fazer um post criticando e falando palavras bem da tua cara para o Blanchard escrevendo "Blanchard o que é de Blanchard". Ta nervoso carequinha….
Adoro ler teu blog me divirto muito..mas GOSTARIA DE VER UM PAPERZINHO TEU??? ACEITO NOS PRINCIPAIS JOURNALS DO MUNDO OU DO BRASIL MESMO? TUA REPUTAÇÃO ACADÊMICA É NÍVEL 1 DO CNPQ NÉ…..
Em primeiro lugar vc não consegue vencer um debate intelectual contra o prof. Oreiro ou somente com bom humor e sarcasmo tua marca registrada da tua carequinha…..
Segundo lugar, Blanchard deve ser um pesquisador que publica na economia e Sociedade né?
Terceiro, livro dele Lectures on macroeconomics é livro picareta acredito eu (kkkkkkkkkkk), bem como seus papers de grande impacto como o Clássico Blanchard e Kiyotaki (1987)
Saudações Corithianas
quero ler teus paperzinho não esquece tá…pode ser um publicado na Economia e Sociedade mesmo
"Não adianta agredi carequinha com essa vaidade entre pulido e polido"
Desculpe. Já disse que não compreendo símio. Tente num blog pós-keynesiano.
Alex, algum comentário sobre "This Time is Different"?
Alex, "O", conhecem / recomendam algum blog sobre Riscos, em especial de mercado?
Obrigado,
Fábio
Resposta do Morgan Stanley:
O primeiro ponto é que os investidores reconhecerão uma inflação implícita, o que elevará os yields dos Treasuries. O segundo fator é que quase metade dos dispêndios do Federal Reserve está relacionada (diretamente ou indiretamente) com a inflação. Gastos com Previdência Social, por exemplo, integram tal lista, e "at Last but not least", por pressões políticas, o Fed provavelmente não permitirá que os preços saiam do controle, muito menos encorajá-los a isso.
Faz todo sentido, só não entendo como o Blanchard não levou isso em consideração.
abs
A vaidade é algo que corroe o ser humano!! Tu é vaidoso, ironico, sarcastico e um excelente economista de mercado.(acredito eu pela tua posição profissional).
Mas para um debate econômico jogando com todas as correntes macroeconômicas tu é fraquinho demais.
Para de ser arrogante até Blanchard lider de pesquisa está se aproximando de uma macroeconomia mais coerente, não baseada somente em microfundamentações, agente representativo do mundo de pandora. Até Chris Sims já está críticando expectativas racionais, agente representativo e tal..
Antes que vc fale que sou heterodoxo nem perca teu tempo único problema é que a macroeconomia de curto prazo é chata a cada 10 anos vem meia duzia de economista defender um tal consenso e um monte de bobo correndo atrás (tu é um, eu também).
Macroeconomia de curto prazo, está anos luz da economia de longo prazo (crescimento econômico) sem falar da microeconomia.
E vc fica na postura de PHd das melhores escolas de economia do mundo mas com um pragmatismo (sarcastico legal de ler para se distrair principalmente no imtervalo do almoço) tentado defender com calunias que tenta avançar na macroeconomia.
Abraço Carequinha o mundo é mais que mercado financeiro bem como o teu Phd entre as 10 melhores do mundo..
Caro Alex,
Me deu a impressão que vc concorda com o pessoal do FMI neste artigo. Estou certo, ou não?
Se sim, isso não vai contra o que o senhor defendia em outros posts.
Abs!
"Não seria o contrário? Inflação maior já vem ocorrendo na China, atenuando a valorização da moeda.
Fernando A".
Realmente a inflação chinesa é um início de solução (mas é pouco). Uma hora o dólar desvaloriza e a dívida americana reduz (ao longo do tempo isto irá acontecendo).
É covardia um debate Alex ou "O" contra o Oreiro (o Oreiro parou no tempo).
Alex,
você disse que sempre reescreve o mesmo artigo, eu aqui vou fazer o mesmo elogio de sempre.
Foi certeiro o comentário.
É dificil reescrever o mesmo artigo de forma criativa e precisa sempre.
Basta ver a reação disfarçada da heterodoxia aqui no blog.
Você cortou a onda da quermesse que já ia eleger o Blanchard como novo herói (vão ter de se contentar com o Stiglitz apenas).
E comparar o Oreiro ou outro quermesseiro com o Blanchard não tem sentido. Basta olhar a consistência do curriculum de cada um.
Ele não é um dos grandes nomes do mainstream à toa. E se isto foi uma escorregadela dele, foi apenas uma exceção. No caso da quermesse, escorregadela é a regra.
A questão não é se o artigo do Blanchard é um direcionador ou não para os países desenvolvidos, mas é a quermesse achar que agora o FMI virou pos keynesiano e virou avalista das propostas deles.
"Me deu a impressão que vc concorda com o pessoal do FMI neste artigo. Estou certo, ou não?
Se sim, isso não vai contra o que o senhor defendia em outros posts."
Eu acho que eu discordei da proposta de abandono da meta de inflação pela meta de câmbio.
Quanto às demais, há coisas com que eu concordo muito (por exemplo, apertar a política fiscal no auge cíclico para preservar o espaço fiscal no período recessivo), outras com que concordo em grandes linhas (o papel da regulação – já andei escrevendo por aqui), e outras ainda sobre que eu não tenho muita segurança, mas queria examinar com mais cuidado (meta de inflação mais elevada).
Abs
A
"Abraço Carequinha o mundo é mais que mercado financeiro bem como o teu Phd entre as 10 melhores do mundo.."
Nossa! Eu nunca tinha pensado nisso. Que pensamento profundo. Vou me corrigir…
P.S. Eu nunca disse que meu PhD é dos 10 melhores do mundo (embora ache que Berkeley provavelmente seja Top 10 – alguém viu recentemente?). Um pouco de alfabetização faz bem.
Alex,
Confesso que quandoleio expressões como "rethinking macroeconomic policy", sinto calafrios. O que significa definir metas mais elevadas para a inflação? Estarã esses caras tentando ressussitar o velho debat "output-inflation trade-off"? O que será e o que pretende esse tal de arcabouço regulatório do sistema financeiro? Essas conversas me angustiam bastante.
Depois de um post comentando a respeito das publicações do Sr. Alex, estou a procurar papers acadêmicos do referido autor, porém ainda sem sucesso.
Alex, vc qual a sua contribuição para ciência, visto que é um PhD.
Viu carequinha
Tu e ironico e sarcastico nada mais que isso, no que tange ao debate macroeconomico tu é bem fraquinho.
Que guinada do Blanchard! É impressionante como em momentos de crise até mesmo as propsotas mais esdrúxulas atingem o poderoso e perigoso status de panacéia. O tal novo desenvolvimentismo tá entrando nessa onda … infelizmente.
"Alex, vc qual a sua contribuição para ciência"
Bem maior que a sua, não duvide.
"estou a procurar papers acadêmicos do referido autor, porém ainda sem sucesso."
Ainda não aprendeu a usar o Google ou a falte do polegar opositor tem se revelado um obstáculo intransponível?
http://scholar.google.com.br/scholar?q=alexandre+schwartsman&hl=pt-BR&btnG=Pesquisar&lr=
"Tu e ironico e sarcastico nada mais que isso, no que tange ao debate macroeconomico tu é bem fraquinho."
Por outro lado eu sei conjugar o ver "ser" na segunda pessoa do singular…
Impagavel. O cara vem aqui pra ser humilhado.
Excelente post.
Pai Alex.
Esse anônimo é aquele certo professor pós-keynesiano, acha que está disfarçando.
O engraçado é que ele vem aqui debater, mas no seu blog NÃO abre espaço para debate algum. O blog do professor pós-keynesiano só aceita comentários que dizem exatamente aquilo que ele quer! Aqui, não, é um espaço democrático (e como tal alguns falam asneiras, mas isso faz parte), e o pós-keynesiano deveria aprender com isso.
Agora o engraçado é o pós-keynesiano achar que só existe LATTES e CNPQ na vida… que se você não listou seu currículo no lattes, então seu currículo não existe! Pior ainda, é achar que qualidade acadêmica é ter bolsa de produtividade do CNPQ! Pelo amor de Deus, quantos picaretas aí não são bolsistas… é de dar pena.
Se o pós-keynesiano se acha bom assim, por que não debate frente a frente, pautado na lógica?
Depois fica fazendo argumentos ad-hominem… "ele é do banco", só falta dizer que "representa os interesses do grande capital…"
Obstáculo intransponível é a peculiar acepção de contribuição por meio de notas em jornalecos.
Interessante o argumento do Ricardo quanto ao debate face to face. O nobre colega "o" estará presente ou isto não vale para ele?Dois lados, duas medidas?
Pelo visto o pós-keynesiano não se cansa de ser humilhado… se ao menos se desse ao trabalho de ler antes de falar.
É, Alex, acho que o problema da falta de polegar é intransponível!
"O primeiro ponto é que os investidores reconhecerão uma inflação implícita, o que elevará os yields dos Treasuries."
Se dermos como certa a inação do Banco Central, tudo bem.
Paul Krugman é um dos meus:
http://krugman.blogs.nytimes.com/2010/03/04/malaysian-memories/
Sim! Controles de capitais são muito úteis!
Lucrécio.
A questão me parece mais interessante se analisada em termos nominais e não em termos reais. A pergunta simples: consegue o banco central, em uma economia pequena, como a nossa, reveter a tendência para cima ou para baixo do câmbio, de forma definitiva? O que diz a história recente das intervenções do banco central?
Ricardo, "não cansa de ser humilhado" será seu argumento? Primeiro, não sou pós keynes, muito menos o aludido professor que vc imagina. Evidente é a mediocridade das suas humildes intervenções.
Alex,
Li o paper rapidamente, então posso ter me enganado, mas acho que você está levando a idéia longe demais. Não interpretei como uma defesa do do câmbio fixo. Minha impressão é de que ele está sugerindo a possibilidade de uma abordagem mais pragmática e com o foco na prevenção de "bolhas". E, também o fim da hipocrisia: a grande maioria dos BCs que seguem o regime de metas de inflação está sim, preocupada com a estabilidade da taxa de câmbio para além dos reflexos sobre a inflação(embora, jurem de pé junto que não).
Conforme mencionado em outros comentários , o texto é mesmo bem vago e não lembra em nada um paper que o Blanchard "acadêmico" produziria. Na minha opinião, isso nem poderia ser diferente. Afinal, o Blanchard hoje ocupa uma posição mais para "policy maker" do que de acadêmico. E um bom "policy maker" sabe que, muitas vezes, o bom senso vale muito mais que o rigor formal.
Ao anônimo,
O que significa definir metas mais elevadas para a inflação?
Significa definir metas mais elevadas para inflação.
Estarã esses caras tentando ressussitar o velho debat "output-inflation trade-off"?
Não. Eles estão pensando em criar um "buffer" maior para o "zero bound". Um seguro contra a armadilha da liquidez. E, sim, eles sabem que não se sabe muito bem se uma inflação maior, digamos 4%, será estável.
O que será e o que pretende esse tal de arcabouço regulatório do sistema financeiro?
Reconhecer que o mercado financeiro está coalhado de falhas de mercado muito bem conhecidas no nível micro, mas que podem acabar em uma puta cagada macro (que foi o que aconteceu na crise de 2007/2008). O problema principal com o qual ele está preocupado, parece-me, é com o fato de que o atual arcabouço regulatório acabou tendo um efeito pró-cíclico: quando deu merda, os mecanismos de "mark-to-market", as exigências de capital, etc. acabaram jogando mais lenha da fogueira (e deixaram o barco correr quando tudo ia bem, ajudando a inflar as bolhas)…
Ótimo post acima. Até que enfim alguém com um pouco mais de nível leu o texto com a cabeça aberta, sem preconceitos!
O pior é que Economistas liberais como Bevilaqua e Joaquim Levy vieram do FMI.
Não sei porque os "ortodoxos" perdem tempo com o Blanchard.Todos sabem que ele é heterodoxo.
Tão cagando em vc no blog do Nassif!
Caros,
dizer que é um economista heteroxo ou pós-keynesiano que está escrevendo é um preconceito… Ele só está provocando o Aléx, isso é óbvio…
Adicionalmente, mesmo que o Alex não tivesse escrito nenhum artigo, a contribuição dele é grande no papel de um grande administrador que acaba trazendo benefícios mais diretos para a sociedade do que acadêmicos, sendo que estes, muitas vezes, mais atrapalham do que ajudam quando não usam um bom procedimento de análise empírica. Ou seja, quando "torturam os dados", o que é uma prática muito comum.
Agora que alguns economistas do mainstrain de peso estão começando a notar que o câmbio, e não somente sua variação, é importante, isso é inegável. Mas qual o problema nisso? Vamos fazer uma análise mais criteriosa para ver se eles estão certos ou não! É assim que a ciência funciona, e não com dogmas…
^ Quanta ignorância!!!
Alex, faço a pergunta abaixo pois recuperei recentemente sua resenha sobre o manual de GROSSMAN e HELPMAN. Acho que é de 1994 (a resenha).
O que mais vc indicaria, em termos de livro-texto, para quem quer se iniciar na (já não tão) nova teoria do crescimento?
Abraço do Pai Alex.
“Tão cagando em vc no blog do Nassif!”
Pergunto-me: existe alguma atividade superior ao ato de defecar acontecendo naquele blog?
Infelizmente o Blanchard escreveu um texto politico (por assim dizer, ele teve um momento de Krugman). O IMF esta tentando se encontrar de novo e o Blanchard passou acucar na boca do IMF Board.
O Alex foi na veia ao lembrar no post que cambio real eh um preco e nao se controla com politica cambial. Eh o obvio que o Blanchard sabe disso, mas o texto tem que ser entendido no contexto das reformas pelas quais o IMF esta passando e onde ele quer chegar….
faco minhas as palavras do o. nao se pode esperar nada alem de materia fecal naquele blog.
Alex, você tem uma noção de quanto custa o curso de economia em Berkeley (graduação)?
Pai Alex:
alem do G&H ha o livro do Barro e Sala-i-Martin (Economic Growth). Fora isso, na linha de Not-so-new Growth Theory, eu nao me lembro de mais nada. Ha i livro do Acemoglu, numa linha algo diferente.
Sugestoes?
Como sugestão: The economics of growth – Philippe aghion e peter howitt e para quem gosta de simulaçoes Economic Growth – Alfonso novales, Esther Fernandez e Jésus Ruíz.
Como sugestão: The economics of growth – Philippe aghion e peter howitt e para quem gosta de simulaçoes Economic Growth – Alfonso novales, Esther Fernandez e Jésus Ruíz.
LIvro recente e ótimo de crescimento é "The Economics of Growth" de Philippe Aghion e Peter Howitt nos da Unb, adotamos o mesmo em macro 2 (Growth) na pós.
Carlos:
Nao. Ha 10 anos a pos estava na casa dos 10 mil dolares.
"Os juros mais altos impactam os custos de produção, causando aumento de preços, e não o contrário. Ao mesmo tempo, mantêm a economia submetida ao arrocho", prosseguiu.
A opinião é do economista Dércio Garcia Munhoz, da UnB, sobre a decisão do Banco Cetral (BC) de elevar o compulsório dos bancos a pretexto de enxugar uma suposta liquidez superior a R$ 500 bilhões."
—
É mole?
Apollo Creed
Alexandre,
Quando você esteve no BC, em algum momento o Presidente Lula tentou interferir nas decisões do COPOM? Você o conheceu pessoalmente? Teve boa impressão dele?
Mas pelo que eu entendi lá no Nassif, quem cagou dessa vez e foi obrigado pelo Santander a limpar foi o schwartsman! Te obrigaram a se retratar?
O Economic Growth é realmente excelente.
Mas, qual a linha do Acemoglu?
No mais, o blog tá meio paradão, tipo o gordo se "movimentando" em campo.
Cadê o "O" anônimo? Ele não viria para impulsionar o blog?
Brados
Martins
Eu estou viajando, moderando comentarios enquanto espero o proximo voo (a proposito, estou usando o Kindle para navegar – quebra o galho, mas ha limitacoes). Nao sei onde anda o "O".
Ninguem me obrigou a me retratar. Quando erro, assumo meus erros. Ao contrario de uns e outros, como vimos recentemente.
Tio "O" tem andado trabalhando… Mas logo logo prometo um post sobre um paper muito interessante que li recentemente.
Teste
Mais uma proposta exótica. Para nós ainda não sobra nada além do aperto monetário. Acho que não escapamos do aumento do juro na próxima reunião do Copom.
Gostei do seu blog. Espero uma visita também.
http://boszczovskimarket.blogspot.com/
Alguém viu o Caio por aí?
Estou aqui.
-0,2% e 0,0% é praticamente a mesma coisa. Sem falar que eses números ainda serão revistos, após a divulgação das pesquisas estruturais que auxiliam na medição do PIB.
De todo forma, o diagnóstico que fiz anteriormente, de que aqueles que apostavam em forte queda do PIB brasileiro estavam redondamente errados, se mostrou verdadeiro.
Abs
Caio Machado
"O jornalista e empresário Luís Nassif mantém um contrato anual, fechado sem licitação, de R$ 1,28 milhão com a estatal EBC (Empresa Brasil de Comunicação), vinculada ao Palácio do Planalto e responsável pela TV Brasil."
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1103201015.htm
E tem gente que vem falar do Mao Peluda neste blog.
Se algum dia um jumento hidrofóbico e mercenário tentar me morder, eu chamo o Demétrio Magnoli para me defender.
Vale a pena ler a deconstrução que o Demétrio fez de uma certa figurinha triste:
http://noracebr.blogspot.com/2010/03/hora-e-vez-dos-caluniadores.html
Alguem ai sabe explicar por que os economistas do IBGE afirmam que quando as importançoes sobem, o pib cai?
Olá, "O",
O sociólogo Demétrio Magnoli expressa ideias sempre de uma forma enfática e bem convincente. Gosto bastante dele. O programa Canal Livre da Band o chama com frequência para debater assuntos relacionados à questão racial.
"O", lendo a desconstrução que ele faz daquele figurinha, pensei que você também poderia se inspirar no que ele diz na seguinte passagem:
"Escrevo o que quero, e só o que penso, em artigos de opinião assinados."
Pense nisso, vai ser um salto na sua participação aqui no Blog do Alexandre.
Ah, e não venha com suas respostas típicas, como: "e quem disse que eu quero saltar?" ou que "O" é um heterônimo.
Saudações,
Eduardo.
"Alguem ai sabe explicar por que os economistas do IBGE afirmam que quando as importançoes sobem, o pib cai?"
Dê uma olhada aqui:
http://maovisivel.blogspot.com/2007/03/cui-bono.html
li o seu post que explica a questão importação e seu efeito no pib. A intuição econômica é muito boa: Porque você, no fundo, pergunta: Alguem recomendaria como prescrição de política econômica levar as importações à zero, pois isso aumentaria o pib? Claro que não. Vale lembrar que o pib é um conceito que toma em consideração o que um país produz. Obviamente as importaçoes não corresponde a esforço local. Não é por outra razão que as retiram do pib.
Para não deixar dúvida: Y=C+I+G+X-M, com C=Cd+Cm ; I=Id+Im e G=Gd+Gm e M=Cm+Im+Gm.
Jogando uma pá de cal: pela conta de produção, do lado do débito, tem-se produto interno bruto + importaçoes=oferta global. É o que está no livro do Simonsen.
Se importação voce exclui do computo do produto, porque ele afetaria o produto? Porque ele é importante na geração do valor adicionado ou do produto. Mas não entra exatamente porque é um valor intermediário. É essa a conclusão dessa confusão toda?