Haja paciência! Blog do Mário Marinho
Assistir ao jogo Corinthians e São Paulo ontem, 30 de junho, à noite, pela Tevê, foi um exercício de paciência capaz de deixar Jó enfurecido.
Você certamente já ouviu usar a expressão “Paciência de Jó”.
Mas você sabe de onde ela veio? Não? Então vamos lá e depois eu volto ao futebol.
Quem foi Jó?
Segundo o Antigo Testamento, Jó foi um homem muito rico de bom coração. Tinha 3 filhas e sete filhos, e era um criador de animais abastado, criava bois, ovelhas e camelos. Para pedir perdão a Deus pelos seus pecados e pecados de sua família, de vez em quando Jó sacrifica um dos seus animais e dava a carne de comer aos mais pobres, para redimir-se.
A Bíblia conta que as virtudes de Jó desafiavam o diabo. Que ele era um homem rico, a quem nada faltava e mesmo assim era fiel a Deus. Satanás então pediu a Deus que o tentasse, para ver se na dificuldade ele ainda seria fiel, e Deus concordou.
Provação de Jó
Então, certo dia, Jó estava almoçando calmamente como sempre fazia quando um mensageiro chega esbaforido dizendo que guerrilheiros chegaram aos pastos, mataram todos os trabalhadores e roubaram todos os bois que Jó possuía. Segundos depois, um outro mensageiro de Jó chega e avisa que raios caíram do céu e mataram todas as ovelhas e pastores. Depois, chega um outro trabalhador e assustado anuncia que inimigos de países vizinhos atacaram os muleiros e levaram os camelos que Jó possuía.
Quando Jó já se via completamente em choque, chega o quarto mensageiro com a pior das notícias: o teto da casa do seu filho mais velho desabou enquanto seus filhos almoçavam, e todos os seus filhos morreram naquele incidente. De um minuto para o outro, Jó perdeu absolutamente tudo que tinha de mais valioso.
Mas Jó não se abalou com todas as desgraças. Levantou-se, rasgou toda a sua roupa, raspou sua cabeça e lançou-se por terra para adoração de Deus dizendo: “nu saí do ventre de minha mãe e nu retornarei para lá. O Senhor deu, o Senhor tirou, bendito seja o nome do Senhor.”
O diabo não resistiu
Mas o diabo é tinhoso, e ao ver que Jó mantinha-se fiel a Deus mesmo com tantas desgraças, ele disse que ele só se mantinha forte porque tinha muita saúde. Então, pediu a Deus que desse a Jó uma enfermidade, e Deus assim o fez. Jó então passou a ter muitas feridas por todo o corpo, causadas por uma grave doença de pele. Mas ele não abalou sua fé, dizendo: “Se aceitamos os bens que Deus nos dá, por que não vamos aceitar os males que Ele permite que nos aconteçam? ”.
A conversa com Deus
Um dia, em momento de desespero, sem família, sem dinheiro e com a pele toda acometida pela doença, Jó questionou a Deus se ele não havia exagerado no seu sofrimento. Deus então respondeu a ele: “Quem é este que se atreve a discutir comigo?”.
Imediatamente, Jó recolheu-se à sua insignificância e pediu desculpas ao Criador. Deus aceitou suas desculpas, concedendo-lhe o perdão.
A recompensa
Ao ver que Jó, mesmo diante de tantas provações, manteve-se fiel, Deus deu a ele como recompensa o dobro das riquezas que tinha antes. Concedeu a ele o amor de uma nova mulher e ele se casou novamente, tendo mais 7 filhos e 3 filhas. Suas filhas eram conhecidas como as mais belas mulheres que habitaram o seu tempo. Jó faleceu aos 140 anos, com muita paz, tranquilidade, amor e fé.
(https://www.wemystic.com.br/paciencia-de-jo/ )
Bem, se você chegou até aqui, é porque, realmente, tem paciência de Jó.
Foi a esse tipo de paciência que eu recorri para ficar até o final desse horroroso 0 a 0 entre Corinthians, do Flávio Adauto e do Walney Góes, e o São Paulo dos dois Ricardos, o Abud e o Pinheiro.
E pensar que esse clássico já foi chamado de Majestoso!
Não se aproveitou nada, absolutamente nada do clássico.
A não ser o exercitar a paciência.
Mas, no resto do Brasil até que teve futebol.
O Athletico PR, por exemplo, que é o vice-líder do Brasileirão, pegou o Fluminense e meteu 4 a 1, consolidando a boa fase em que está, com 5 vitórias, 1 empate e apenas 1 derrota.
Já o Fortaleza, que é o quarto colocado, recebeu a Chapecoense, teve algum trabalho, mas venceu por 3 a 2.
O Palmeiras, do Francisco Busico e do José Roberto Schiavinato, fez bonito: 2 a 1 no Internacional. Lá em Porto Alegre. Como se sabe, o técnico Abel Ferreira não chega a ser uma unanimidade lá pelos lados do Verdão, mas o time vai subindo na classificação: já é o terceiro colocado.
O Santos, do Cacá e do Sérgio Pascoal ficou no 0 a 0 com o Sport e se manteve em quinto lugar.
Mas, quem fez bonito mesmo foi o meu América. Que é também do Flávio Marinho e do Toninho Sulfabril: meteu um chocolate (ou um vatapá) no Bahia, lá na Terra de Todos os Santos: 4 a 3. Belíssimo e raro jogo de 7 gols.
Com isso, deixou a escorregadia pegajosa Zona do Rebaixamento (é o 16ºcolocado) por onde chafurdam o Tricolor Paulista, a Chapecoense, o Cuiabá e o Grêmio do professor Douglas.
Veja os gols da quarta-feira:
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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Ah Mario, só você mesmo para conseguir assistir ao terrível Corinthians e São Paulo no sábado. Muito obrigado por matar a minha curiosidade sobre a origem da expressão contida na história do Jó. E a minha paciência pra aguentar o Jô, vai merecer uma coluna?
Abraços!