Distração Universal. Por Josué Machado
DISTRAÇÃO UNIVERSAL
por Josué Machado
Um gênio tão raro quanto Einstein, sim, mas será que ele “mudou o universo”? O universo infinito, ainda e sempre cheio de mistérios?
Uma das chamadas de capa da última edição da revista Veja (que alguns chamam de “O Veja” por razões misteriosas), anuncia o seguinte:
“STEPHEN HAWKING A vida extraordinária e a obra estupenda do homem que mudou o universo”.
Eis aí uma pequena distração dos editores.
É certo que Hawking foi um gênio raro, um cérebro excepcional capaz de sobreviver quase milagrosamente por 55 anos num corpo arruinado: com 21, descobriu ter sido atacado pela esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença que costuma matar em até três anos, mas, no caso dele, foi destruindo-lhe o corpo lentamente até apagá-lo aos 76.
…Hawking MUDOU foi a COMPREENSÃO, a CONCEPÇÃO HUMANA do universo.
Um gênio tão raro quanto Einstein, sim, mas será que ele “mudou o universo”? O universo infinito, ainda e sempre cheio de mistérios?
Uma grande tolice. Claro que involuntária, como quase todas.
O que Hawking MUDOU foi a COMPREENSÃO, a CONCEPÇÃO HUMANA do universo. O que não é pouco, mas nem tanto e nem tão absurdo quanto anuncia o mal pensado textículo vejal.
Coisas da vida.