O golaço salvador. Coluna Mário Marinho

O golaço salvador

COLUNA MARIO MARINHO

Tem gente que assiste aos jogos de futebol porque gosta de futebol; outros assistem somente aos jogos dos times pelos quais torcem; outros assistem por dever.

No meu caso, somam-se o prazer e o dever.

Às vezes, o dever não é assim tão prazeroso.

Foi o que aconteceu na noite desta quarta-feira.

Postei-me frente à televisão para assistir a Corinthians x Mirassol.

Nada de grande expectativa: pensei apenas num jogo agradável e merecedor de um bom comentário em minha coluna.

Dei com os burros n`água.

Êta joguinho ruim.

Na semana passada, elogiei aqui o Corinthians em sua vitória contra o Palmeiras, na mesma arena do jogo de ontem, por sua competência na troca de passes, quase sem erros.

Ontem, foi o contrário: jogadores que tocam bem a bola, como Rodriguinho e Jadson, erraram passes de metro e meio de distância.

Não houve a decantada posse de bola corintiana. Sua troca de bola envolvente rumo ao gol adversário não pintou nem uma vez.

Do outro lado, o Mirassol cumpria bem o seu papel de modesto coadjuvante, torcendo par ao jogo acabar naquele modorrento 0 a 0.

Até que, nos últimos minutos, a bola sobrou para Emerson Sheik, dentro da área, que matou no peito com estilo e arrematou forte e bonito para fazer o gol corintiano.

Foi só o que salvou do jogo.

Confusão
em Recife

Sport e Santa Cruz empataram ontem em jogo disputado na Ilha do Retiro.

Tudo normal com o jogo e assim seria até o fim, não fosse desavença entre um torcedor e policiais. Segundo a PM, o torcedor tentou acender um sinalizador, o que é proibido.

A ação da PM, entretanto, desencadeou um corre-corre, uma avalanche humana que acabou com cerca de 60 feridos.

O futebol é disputado no Brasil há mais de cem anos. Temos grandes estádios, grandes jogadores e até mesmo o melhor do mundo de todos os tempos, Pelé.

Somos campeões do mundo, temos o jogador mais caro do mundo, somos favoritos para as próximas copas do mundo – mas, ainda não aprendemos a lidar com o jogo de futebol.

Não passamos uma semana sem um acontecimento triste, trágico, violento em nossos campos de futebol.

Uma pena.

Entre
tapas e beijos

O casamento entre o Palmeiras e a W Torre, empresa que construiu a belíssima arena do Verdão, é um daqueles casamentos que começou a fazer água ainda na lua de mel.

Antes mesmo da inauguração da Arena, os nubentes começaram a se estranhar.

O primeiro motivo da briga foi a distribuição de cadeiras e camarotes.

Como o casamento não foi em comunhão de bens, cada um teve direito a uma parte – e cada um queria a parte maior.

As brigas se arrastam e atualmente está sendo arbitrada uma ação em que o Palmeiras exige da construtora o pagamento de R$ 14 milhões, que seria sua participação em rendas.

A W Torre alega que deixou de receber do Palmeiras uma taxa de manutenção, acordado entre ambos, de R$ 300 mil por partida.

Agora, sabe-se que o Palmeiras tem um prejuízo maior: cerca de R$ 40 mil reais por jogo por não utilizar as catracas da W Torre.

Desconfiado de que a construtora queria acessar os dados dos cerca de 120 mil participantes do programa Avanti, o Palmeiras mandou instalar catracas particulares e, em dia de jogos, desliga o equipamento da W Torre.

Para ter seu próprio sistema, o Verdão aluga um equipamento ao preço médio de R$ 40 mil por jogo.

Depois que a W Torre divulgou informações de que esclarecendo que seu sistema de catraca não lê os dados cadastrais dos torcedores, o Palmeiras alega que seu equipamento não é compatível com o da construtora.

Enfim, sabe aquela briga de casal que não se entende?

Pois é, os dois ficam no prejuízo.

Veja os gols da rodada e atente para um detalhe: o rubro negro mais famoso do Brasil, o Flamengo, jogando com camisa amarela. Cena pra lá de esquisita.

https://youtu.be/Yh7fC9KFEyQ

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FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
 (DUAS VEZES POR SEMANA 
E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

2 thoughts on “O golaço salvador. Coluna Mário Marinho

  1. RECADO QUE O MÁRIO MARINHO RECEBEU DO AMIGO BELMIRO SAUTHIER

    Ô, querido Mário ‘Coelho’ Marinho. Na coluna, lá em meados de janeiro, você disse que eu – Belmiro Celso Dupont Sauthier, como escreveu – sou gremista. Que que é isso!!!??? Sou Colorado, o velho e bom (atualmente está horrível) Internacional, campeão mundial da Fifa e não da Taça Toyota com é o Grêmio. A Fifa acabou reconhecendo o título do Grêmio no jogo contra o alemão Hamburgo, mais de 30 anos depois, creio. O Inter foi campeão do mundo com gol de Gabiru (sabe por onde ele anda?) conta o poderoso Barcelona. É demais, né??? Abração – Bel

  2. MAIS UM RECADO QUE NOSSO COLUNISTA MÁRIO MARINHO RECEBEU E QUE TRAZEMOS PARA CÁ:

    Caríssimo Mário Lúcido:
    Você e eu, e milhões, comungamos com essa história de que, hoje, acompanhar o futebol – seja em campo, diante da TV ou (ainda há muitos, e como há!) escutando o rádio – é cada vez mais desalentadora.
    Nem quero falar do episódio do jogo de ontem no Recife (coisa lamentável!). Quero só dizer que, do jeito que está, breve não teremos mais por que torcer por um clube.
    Veja que ontem, aqui no estádio do Sport, que fica no bairro da Ilha do Retiro, houve aquele buruçu danado que, felizmente, não trouxe mortos nem pessoas gravemente feridas. E via eu, acho que anteontem, Paris Saint-German x Real Madrid, quando “civilizados” torcedores franceses acenderam não sei quantos artefatos luminosos – e, sobretudo, fumacentos -, a ponto de obrigar o juiz a interromper por alguns instantes a partida. Ainda bem que não houve correria, desespero, como se deu no campo do Sport.
    E se fosse apenas a violência (real ou latente) que inibe os torcedores que querem viver os jogos pessoalmente, isso já seria um fator importante para dar esta minha opinião negativa em relação ao atual futebol, no Brasil e no mundo inteiro.
    Pior, a meu ver, é a espetacularização do futebol.
    Eu mesmo, confesso, desiludido com a situação tragicômica do futebol local e nacional, às vezes acabo procurando um canal de televisão que vai me mostrar jogos do Barcelona e PSG, hoje meus favoritos. Acho bonitas as jogadas dos craques que vestem a camisa desses clubes (ou empresas de show business?), e até vibro com os gols que seus artistas contratados marcam. No mundo inteiro, milhões de consumidores dos produtos patrocinados fazem o mesmo.
    É bem diferente de quando, com alma, paixão pelas cores da camisa, a gente “torcia”.
    Querido Marinho, acho que já lhe disse coisa parecida tantas vezes quantas vi gols do meu Náutico (e você, do seu América) e pulei feito um besta, o coração batendo.
    Estendi-me, aqui, somente pelo prazer de conversar com você, depois de ler sua coluna, impecável.
    Um abraço.
    Tuim

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