improbabilidade

A noite das (im)probabilidades. Blog do Mário Marinho

improbabilidade

A probabilidade maior de um jogo entre o Brasil e a Colômbia é que aconteça um bom espetáculo.

Isso porque apesar de ter um futebol menos requintado, os colombianos são apaixonados pelo futebol brasileiro. Dentro de suas possibilidades (atualmente muito grandes) eles procuram imitar o futebol brasileiro.

Em 2001, passei 45 dias na Colômbia ajudando na preparação, no que diz respeito à Imprensa, daquela Copa América.

Só para lembrar, a Colômbia vivia uma crise tremenda com as Farc, grupo terrorista que ameaçava a tranquilidade do País com atentados e sequestros. Por falta de segurança, a Copa foi descartada e depois confirmada quase em cima da hora, gerando um trabalhão para a organização em todos os seus níveis.

Nesse tempo, aprendi a conhecer o povo colombiano e sua admiração pelo futebol brasileiro.

Então, um bom espetáculo era o que se esperava.

Mas o primeiro entrave a esse bom espetáculo aconteceu, por ironia, com uma obra de arte, logo no começo do jogo: o espetacular gol de Luiz Dias, aos 10 minutos de jogo.

Como? Uma obra de arte atrapalha?

Essa atrapalhou.

Não estava nos planos da Colômbia um gol tão rápido. E, claro, nem com aquela beleza.

A partir daí, a Colômbia se fechou para defender com unhas e dentes a impensável vitória.

O Brasil também se desorganizou e vimos em campo o velho Neymar, conhecido de tantas manhas, a cair em campo e pedir falta em qualquer esbarrãozinho que recebesse.

O jogo ficou comprometido.

O Brasil jogava mal e a Colômbia não jogava, apenas atrapalhava.

Veio o segundo tempo e o Brasil melhorou, com Neymar passando a jogar com mais seriedade.

Até que veio o lance do gol de empate como outra improbabilidade.

Aos 33 minutos, Neymar tentou fazer um passe. A bola tocou no juiz Nestor Pitana que mandou o lance seguir. A bola sobra para Paquetá que passa a Renan Lodi que cruza na cabeça de Firmino. Firmino toca para o gol e o goleiro Ospima leva um tremendo frango: 1 a 1.

Os jogadores colombianos partem para cima do juiz. No entendimento deles, o jogo deveria ter sido interrompido quando a bola bateu nele.

Aqui entra outra improbabilidade.

Lá na Fifa, como aqui no Brasil, deve ter alguma pessoa que é paga só para procurar soluções para problemas que não existem.

Há quase um século convivemos pacificamente com a regra segundo a qual o juiz é neutro. Assim, se a bola batesse no juiz, o jogo seguia normalmente, como acontece quando bate na trave, que também é neutra.

Mas aí, surgiu o desocupado que resolveu mudar a regra: se a bola bater no juiz, o jogo deve ser interrompido.

E isso se aplica em todos os casos?

Não. Existem exceções.

Por exemplo: se ao bater no juiz a bola voltar para o time que tinha a sua posse, não é preciso paralisar o jogo.

Foi o caso de ontem.

Porém, se ao bater no juiz propiciar um ataque fatal, o jogo deve ser interrompido.

Foi o caso de ontem?

Os colombianos acharam que sim. O juiz achou que não.

Ou seja, até um ano atrás, era simples: bateu no juiz, vida que segue. Agora, é passível de interpretação.

O que era tão simples como a tabuada de dois, virou interpretação. Nesse caso, pode se cair na máxima tão antiga quanto andar para frente: cada cabeça, uma sentença.

Por conta dessa possibilidade de interpretação o jogo ficou parado por 10 longos minutos.

Quando voltou, o Brasil se aproveitou para, numa cobrança de escanteio, marcar o gol da vitória, com Casemiro. Também num lance de pouca probabilidade.

Assim, a Seleção do Tite, mesmo sem jogar bem, conseguiu sua terceira vitória em três jogos na copa América.

Veja os gols:

Bem, muito

Bem o Bragantino.

Como se estivesse bebendo Red Bull e, portanto, dotado de asas, o Bragantino está voando e ontem mandou bem: 3 a 1 no Palmeiras e assumiu, ainda que provisoriamente, a liderança do Brasileirão.

Já o São Paulo deixou escapar a chance de se livrar da zona de rebaixamento: apenas empatou com o Cuiabá, 2 a 2, em jogo disputado ontem à noite, no Morumbi.

O Tricolor ainda não venceu nesse Brasileirão: foram três derrotas e três empates.

E está ao lado do meu América, também nessa pegajosa Zona. O Coelho pega hoje o Juventude e, se vencer, se livra dessa incômoda posição.

Veja alguns dos gols da quarta-feira:

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
 NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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