From Bernanke with love
Esta é uma carta fictícia do Bernanke para o Mantega, aparentemente publicada no FT. Tem um erro (fica para vocês apontarem). Já o resto é verdade.
Currency wars
Published: January 11 2011 15:12
Dear Mr Mantega,
Being frustrated politicians ourselves, we at the Federal Reserve rather envy you your currency war tub-thumping. But as Brazil’s finance minister you might want to think of the consequences if we were actually to treat your ramblings seriously.
You say that “deep down” our policy of quantitative easing is a trade strategy – a weapon to boost competitiveness at your expense. Ending QE with a sharp rise in US interest rates would indeed strengthen the dollar against the real. But it would also make America’s fragile economy crumble, by increasing the cost of corporate debt, at a record level of almost 50 per cent of gross domestic product and (through higher mortgage rates) destroying the property market and bank balance sheets (32 per cent of the $13,400 billion in bank assets are loans secured on real estate). Consumption would tumble.
And you must remember what happened when the US economy went pop almost three years ago? Money flooded out of Brazil and your claimed self-sustaining growth engine stalled. And if interest rate differentials suddenly move in our favour, investors would cease to find the returns on Brazilian assets so attractive. And you actually need their hot money to help increase investment levels from a low fifth of GDP as well as to balance your current account deficit.
But Mr Mantega, it was big of you to complain about China too, this time. Thanks for that. Ultimately the real is so strong because commodity prices are so high, and that in turn is because China’s currency has been kept artificially low. OK, our QE makes that problem even worse. But frankly, Mr Mantega, you need to get off our case on that one. QE is just another form of monetary policy and US rates are low because our economy is currently weaker than yours. When the outlook improves, we will tighten. You’re not exactly suffering down there. Or is there something worrying you that markets don’t yet appreciate?
Yours sincerely,
Ben Bernanke
A mentira:
"…commodity prices are so high, and that in turn is because China's currency has been kept artificially low."
Foi essa que voce pensou?
"But Mr Mantega, it was big of you to complain about China too, this time. Thanks for that".
Quer me parecer que os preços das commodities em US$ subiriam qualquer que fosse o comportamento da moeda chinesa.
O real está forte porque o mundo democrático desenvolvido está fraco.
O erro principal é alguém pensar que o Bernanke perderia algum tempo com nosso general.
O que diferencia uma moeda forte de uma fraca??
Tiago
Vitória-ES
O "Being" logo no começo da carta tinha que estar na linha de baixo, separado do "Dear Mr. Mantega".
Foi de fato publicado no Financial Times. Na Lex Column, na última página do primeiro caderno da edição de hoje. O título, no entanto, é pior que o utilizado pelo Alex. O publicado no FT é chamado "Get real, Brazil"
Abs
Caio Machado
O erro é o Mantega ser o "Brazil's finance minister"? hehehe
Quando vira motivo de chacota de jornal já é desmoralização demais.
Não teho conhecimento formal em economia , mas acredito que o erro é este : "Ending QE with a sharp rise in US interest rates would indeed strengthen the dollar against the real."
Mesmo sem QE o dólar continuará desvalorizado.
A mentira:
"Ultimately the real is so strong because commodity prices are so high, and that in turn is because China's currency has been kept artificially low."
O real está forte basicamente por causa do diferencial interno-externo de juros e pela mobilidade de capitais – a TPDTC funciona razoavelmente bem. Pt/Pnt elevado significa câmbio real desvalorizado.
Gostaria de saber o que nosso genial e consistente ministro irá fazer (ou o que irá dizer) quando EUA/UE retomarem o crescimento, a taxa internacional de juros aumentar e a bolha da economia chinesa (se é que é bolha) estourar. Como se dará o ajuste doméstico?
Ronald Hillbrecht
Alex, antes de o Brasil adotar o regime de metas de inflação e taxas de cambio flutuante, US$ 1 valia até R$ 0,90, embora a taxa de cambio fosse fixa. O que observamos foi que nossas reservas quase se evaporaram na época do Gustavo Franco. Não há muitos artigos explicando essa política. Havia realmente necessidade de o Banco Central manter aquela política? De o real ficar tão valorizado? Caso a pergunta não faça sentido, pode desconsiderá-la,por gentileza.
Charles
Nunca vi o Mantega reclamar da China
Acho que o erro do texto esta ai
Abs, BobFields
Ele nao tem o habito de reclamar da China, mas ele já o fez.
"A mentira:
"…commodity prices are so high, and that in turn is because China's currency has been kept artificially low."
Foi essa que voce pensou?"
A própria. É precisamente o oposto, i.e., se o yuan se apreciasse, preços de commodities aumentariam ainda mais (e o real provavelmente se apreciaria)
É de dar nó na cabeça de qualquer leigo: "se o yuan se apreciasse, preços de commodities aumentariam ainda mais (e o real provavelmente se apreciaria)".
Dólar fraco: preço de commodities sobem porque ele, o dólar, está fraco.
Yuan forte: preço de commodities sobem porque ele, o yuan, está forte.
Relação paridade de moedas (yuan x dólar) e de consumo de commodities (americano x chinês) em desequilíbrio frente a preços de commodities. Uma charadinha, né?
Tiago Ferreira, na minha visão tosca, pois não sou economista, "o que diferencia uma moeda forte de uma fraca é o comprar mais por menos (forte) e não menos por mais (fraca)".
Abraço.
Eu não acredito que os preços da commodities que o Brasil exporta tenham subido por conta da politica cambial chinesa. Pelo contrário, o yuan mais valorizado é que ajudaria os preços destas commodities subir uma vez que este movimento cambial aumentaria o poder de compra chines. O consumo chines e a politica de formação de estoques são os principais responsáveis pelo aumento dos preços das commodities produzidas no Brasil. O cambio chines mais fraco só faz estas commodities ficarem mais caras para eles e, portanto, reduz sua demanda.
"Pelo contrário, o yuan mais valorizado é que ajudaria os preços destas commodities subir uma vez que este movimento cambial aumentaria o poder de compra chines."
É isso aí.
Abs
A
Não creio que venha a haver redução ou aumento na compra da quantidade de commodities devido ao câmbio de esta ou aquela nação (americana, chinesa ou brasileira). Tampouco, creio que os preços por unidade venham a subir por isto.
Esta era a charadinha e a ísca.
Acredito não estar errado, porém, não afirmo com saber de causa.
Deve-se somente à fase econômica, sob forma geral.
Talvez, a hipótese de aumento do poder de compra da moeda chinesa, nos posts acima, seja um sofisma, porém, ajuda no tempero do prato principal, tal qual a fraqueza do dólar, moeda padrão usada para cotar as commodities, outro ingrediente, como muitos outros (disponibilidade, tradings, especulação, hedge frente à perda do valor de compra, logística, expansão de determinado setor vinculado a, aumento populacional, etc,…).
Posso ter sido fisgado, sem o saber.
Uma duvida Alex. e aquela historia toda de shadow exchenge rate? Um renminbi mais apreciado nao deveria diminuir uma das influencias de apreciacao do real e do AUD? A outra influencia, o aumento do poder de compra (em USD) dos chineses iria compensar e suplantar a primeira influencia(caso ela seja valida)? Nao tem lag nisso ai? Apreciacao do renminbi deprecia o BRL e o AUD no curto e deprecia no longo prazo???? curva J???
Confesso que fiquei meio perdido. O rabo balanca o cachorro ou o cachorro balanca o rabo (ou os dois??)?
obrigado pela ajuda.
abs