Violência no futebol e as confusões na política. O Brasil “cordato”?
“Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo.” – Essa é de Queirós, o Eça.
O curioso na expulsão de Katia Abreu do PMDB, aquela senhora petista desde criancinha, é que Sérgio Cabral, Eduardo Cunha, Jorge Picciani et caterva não incomodam o partido. Não fazem nada contra eles, talvez porquê, se derem com a língua nos dentes, poucos sobrarão fora de presídios.
A torcida da Ponte Preta, time de Campinas (SP), no domingo (26), das mais violentas que vi – sofri, várias vezes, as penas do inferno com ela quando fotografava futebol para a revista Placar, da Editora Abril – invadiu o gramado e interrompeu o jogo em que foi derrotada por 3 x 2 pelo Vitória (BA) pouco antes do fim, o que determinou a queda do time campineiro para a Série B do Brasileirão. Todos os invasores – um dos bandidos tentou agredir um repórter fotográfico, sabe-se lá por quê – são facilmente identificáveis, suas caras apareceram em todas as TVs. Além de selvagens, são burros, faltavam ainda 8 minutos para o jogo acabar, a Ponte poderia empatar. Cana neles!
E, por falar em burrice, no caso, somada à cafajestagem, o jogador Rodrigo, da Ponte, que foi expulso, logo no começo do jogo, por ter dado uma “dedada” num jogador adversário, é useiro e vezeiro nisso, fez a mesma coisa quando jogou pelo Vasco – no caso foi apoiado por Eurico Miranda, que dispensa comentários. Desta vez, o castigo veio a cavalo, pode ser responsabilizado pela derrota de seu time, que ficou com um a menos logo aos 18 minutos da partida e, ainda por cima, o jogador agredido fez dois dos três gols na virada do Vitória. É o que um de meus tios chamava de malandro-cocô.
No Estadão (26), pág. A8, “Inimigos da democracia” http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,inimigos-da-democracia,70002097338
De Maria Hilda Paraíso, diretora da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH) da UFBA: “Há um movimento nacional de intolerância absoluta a um conjunto de assuntos que eles não consideram politicamente corretos”, afirma Paraíso. “Eles querem nos impedir de discutir temas porque dizem que são contra a família, contra a religião, contra os costumes. Mas somos uma faculdade de filosofia, então incomodamos bastante.”.
E o obscurantismo viaja rápido, pois, como disse Umberto Eco, “As redes sociais deram voz aos imbecis.”.
Os ministros do STF Alexandre de Moraes e Dias Toffoli usam o argumento de que “criminoso eleito merece o foro privilegiado porque não sabia se ia ter mandato”. O problema dessa interpretação é ser fato sabido que muitos deles procuram um mandato exatamente para conseguir o foro privilegiado, exemplos não faltam. E seus eleitores sabem que eles são criminosos e os elegem apesar disso.
(CACALO KFOURI)
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“MINHA TERRA TEM HORRORES”
“Canção do Exílio”, poema de Gonçalves Dias, foi parafraseado por dois estudantes de escola pública do Rio de Janeiro.
Eis, ipsis litteris:
“Minha terra é a Penha.
O medo mora aqui
Todo dia chega a notícia,
Que morreu mais um alí.
Nossas casas perfuradas
Pelas balas que atingiu,
Corações cheios de medo
Do polícia que surgiu
Se cismar em sair à noite
Já não posso mais
Pelo risco de morrer
E não voltar para os meus pais
Minha terra tem horrores
Que não encontro em outro lugar
A falta de segurança é tão grande
Que mal posso relaxar.
Não permite Deus que eu morra,
Antes de sair deste lugar
Me leve para um lugar tranquilo
Onde canta o o sabiá.”
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O Rio de Janeiro é Brasil.
O Brasil é Penha…
Onde estão os sabiás?
AHT
27/11/2017