Duelo de Titãs

COLUNA MÁRIO MARINHO

No longínquo ano de 1960 assisti a um faroeste que considero, até hoje, memorável. Um dos melhores da rica história de westerns de Hollywood: “Duelo de Titãs”.

É a história de um xerife (Kirk Douglas) que sai à procura do assassino de sua mulher. Não sabe, mas o assassino é filho de um poderoso fazendeiro (Anthony Quinn) do qual foi amigo durante muito tempo.

O xerife vai buscá-lo e quer levá-lo para julgamento em sua cidade. O poderoso pai nem pensa em deixar.

Daí se desenvolve o drama muito bem dirigido John Sturges que,dois anos antes, havia feito o excelente “Sem lei e sem alma”.

O título original em inglês é “The last train from Gun Hill”. A tradução brasileira não tem nada a ver com o nome original, mas, é perfeita.

O filme é um duelo entre titãs.

Tanto se levarmos em conta os dois fortíssimos personagens como se ficarmos apenas com a performance dos dois excelentes atores.

São quase duas horas de muita tensão, de movimentação, de expectativa quanto ao final.

Exatamente com aconteceu em Itaquera nesse domingo, na espetacular vitória do Corinthians sobre o Palmeiras, 2 a 0.

Como na tela, o jogo foi cheio de alternativas, de jogadas bonitas, de gols e até mesmo de erro da arbitragem (Romero estava impedido, mas comemorou o gol validado pelo árbitro fazendo a selfie do alto da coluna).

Assim como o xerife Kirk Douglas lançou mão de ousada estratégia, também o comandante corintiano, Fábio Carille, soube como neutralizar seu forte rival.

O Verdão tem duas armas quase fatais: a velocidade de Keno de um lado, os dribles e a criatividade do perigoso Dudu do outro lado.

Nestes setores, o Corinthians tem também dois jogadores muito importantes: os laterais Fagner e Guilherme Arana.

Carille abriu mão do poderio ofensivo dos dois laterais, manteve-os mais na defensiva e, com isso, Dudu e Keno não tiveram espaço. Poucas vezes os dois apareceram no jogo.

O resto do time corintiano lembrou-se de como jogou no primeiro turno, mas fez upgrade: deu mais velocidade nas trocas de passes.

Foi um primeiro tempo totalmente corintiano.

Voltando para o segundo tempo com a vitória por 3 a 1, o Timão diminui o ritmo. O Palmeiras chegou ao se segundo gol e ameaçou o empate, mantendo o suspense até o fim do jogo.

Assim, a vantagem em cima do segundo colocado que havia ficado perigosamente estreita, volta a 6 pontos tendo, agora o Santos como mais próximo perseguidor e não mais o Verdão.

Os titãs em campo fizeram partida memorável. Foi tensa e intensa sem jamais resvalar para a violência.

Beleza pura para quem ama o futebol.

Voltando ao filme, seu título em inglês, como já citei, é “Last train from Gun Hill”. A tradução é algo como o “Último trem que parte da cidade de Gun Hill”.

Será que o Palmeiras perdeu seu último trem?

Veja algumas imagens do grande faroeste:

https://youtu.be/FwwHUSJzI9c

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Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

 (DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)