Grécia e a estratégia do ‘boi de piranha’ – CBN

Minha entrevista ao Sardenberg na CBN.

Grécia e a estratégia do ‘boi de piranha’ – CBN

17 thoughts on “Grécia e a estratégia do ‘boi de piranha’ – CBN

  1. Po Alexandre, voce ainda nao explicou como exatamente voce acha que ocorre esse "contagio" da divida da grecia pra divida de portugal, espanha, italia…
    Se for pela exposicao dos bancos desses paises a divida dos outros (que na verdade eh relativamente pequena, excluindo portugal-espanha) Tudo que o ECB precisaria fazer eh dizer que vai garantir os bancos e que o socorro nao vai aumentar a divida soberana dos paises… ou voce pensa em outra coisa quando diz que vai ter "contagio"?

  2. Acho que o contágio é no sentido de não rolar as dívidas desses países, e como eles dependem dessa rolagem aí haveria o contágio. Repare que no final o Alexandre diz que terão que mostrar solução para o problema. Ou seja terão que fazer o ajuste fiscal. É isso que os países estão relutando, pois na Europa acontece uma coisa importante, cortar gastos públicos é cortar bem estar da população em geral, funcionários públicos e o restante da população . Ócio criativo é uma delícia, ainda mais às margens do Mediterrâneo, mas ele põe comida ma mesa?

  3. Correlações históricas entre preços de ativos, livre associações de idéias, similaridades econômicas entre países, prejuízos dos investidores, aumento do risco sistêmico, pouca visibilidade econômica, choque de volatilidade nos preços, medo atávico, sentido de auto proteção, enfim a psicologia de mercado também conhecida como efeito manada.

  4. Toma essas seus neoliberais!!!

    Governo argentino quer mais Marx e menos neoliberalismo em faculdades de economia

    14 de outubro de 2011 | 5h 52

    De Buenos Aires para a BBC Brasil – O ministro da Economia da Argentina, Amado Boudou, e seu vice, Roberto Feletti, defendem que as faculdades federais de economia do país modifiquem a atual grade escolar para dar "mais espaço" para as teorias do alemão Karl Marx, do inglês John Keynes e do argentino Raul Prebisch (fundador da Cepal), segundo confirmou à BBC Brasil o subsecretário de Coordenação Econômica do Ministério da Economia, Alejandro Robba.

    "As faculdades argentinas hoje apresentam grades mais ortodoxas e nós apoiamos que elas sejam mais heterodoxas", disse.

    "Além de Karl Marx, de Keynes e de Prebisch, o ministro apoia a maior presença de textos do professor (brasileiro) Franklin Serrano e do (polaco Michal) Kalecki, entre outros", disse.

    FRANKLIN SERRANO!!!

  5. Nosso governo é mais esperto, eles usam o ENAD (prova que avalia os cursos de graduação) e os concursos públicos para obter este resultado. Lembram do concurso do IPEA?

  6. Efeito manada e os outros argumentos em geral se baseiam em algum tipo de vies ou irracionalidade dos investidores… Mas entao a principal questao eh: Porque uns poucos governos seriam melhores classificadores de risco do que todos os agentes no mercado? Veja bem, eu nao digo que os mercados sao eficientes. Mas qual o motivo pra aceditar que os governos sejam? Quem sabe se os titulos italianos nao tem mesmo que pagar 5%aa ou mais?
    Os argumentos de aumento de risco so se aplicam aos ativos afetados pelo default grego. Ainda nao entendo esse spilover sob um ponto de vista de FUNDAMENTOS… Tem algum?

  7. O que eu tenho em mente é algo parecido com um texto do Calvo que andou circulando no final dos anos 90 (já acho a referência). Se bem me lembre a história é mais ou menos assim:

    Há traders bem-informados e traders (racionalmente) mal-informados, no sentido que a informação é custosa. Traders mal-informados tendem a imitar os movimentos de mercado na pressuposição que são os bem-informado quem lideram estes movimentos (daí contágio).

    Além disso, se houver alguma assimetria no desempenho indivíduo-mercado (perder quando o mercado perde não é tão ruim quanto perder quando o mercado ganha; perder quando o mercado ganha é um pecado mortal; ganhar quando o mercado perde é legal, mas não – em valor absoluto – tanto quanto perder quando o mercado ganha), há incentivos para movimentos de manada.

    Vou ver se acho o texto e coloco a referência (saiu pouco depois da crise asiática).

  8. Caro Alex, a questão de fundo é uma questão moral sim. Até porque não há falta de “dinheiro”, se os títulos gregos tivessem uma garantia firme da Alemanha, por exemplo, estariam pagando taxas mínimas, não é mesmo. Então a questão é quem DEVE pagar, ou até que ponto a união européia constitui uma unidade solidária ou um acerto de ocasião, não são essas questões morais? Engraçado, Keynes disse em algum lugar que a economia era uma “ciência moral”, justo ele! Provavelmente por saber que, ao defender déficits orçamentários em situações específicas, estava infringindo um preceito moral muito arraigado na época, e sentia-se forçado a justificar. Claro que a diferença entre os europeus do sul e do norte pode ser colocada de forma caricatural, mas carrega uma boa dose de verdade. De resto que importa se a situação de penúria fiscal se deve a um comportamento dissoluto contumaz, ou a uma avaliação incorreta sobre o poder de fogo que se possuía para socorrer bancos de grande porte? ( e tentar aplacar, diga-se de passagem, o pânico de uma burocracia que profetizava o fim do mundo, se os bancos, que estavam sob sua supervisão, não fossem resgatados). Não é uma questão moral ter ou não ter noção do alcance do paço que suas pernas podem dar? Uns podem mais, outro menos, é da vida. Mas aqui tocamos na questão moral mais importante: a existência de entidades privadas que não podem quebrar de forma organizada (modo de dizer, claro, elas não podem sequer deixar de pagar os bônus de natal, mesmo que endividem o contribuinte para isso). Não sou um moralista, não acredito que a questão moral deva ser equacionada para não ardermos no inferno ou para não ofendermos um imperativo ético. Mas desconfio que se ela não for equacionada não se alcançará uma estabilidade que perdure, ou que permita retomar o crescimento global. Continuaremos patinando, atropeçando aqui e ali, como vem se repetindo desde 2008. A propósito, a solução para a Grécia que você vê como a mais provável (e à qual empresta apoio, creio): um aprofundamento organizado do default grego, com a simultânea capitalização dos bancos europeus, é a pior maneira de a Europa pagar (pois é isso que estaria fazendo, e não passaria desapercebido de ninguém) a dívida grega, do ponto de vista moral. Melhor seria “comprar” essa dívida e cobrá-la da Grécia com um subsídio diluído no tempo, mas explícito (e uma garantia real, penso na negociação das dívidas estaduais com a garantia na arrecadação do ICMS, e ainda dava para fazer propaganda do governo FHC e da tal lei de responsabilidade fiscal, adoramos dizer que resolvemos as coisas escrevendo leis). As dificuldades dos "Piigs" são reais, e novos candidatos ao default não faltarão. Não me parece um raciocínio difícil de ser antecipado pelos agentes de mercado, ou mesmo pela a velhinha de Taubaté. Desculpe a prolixidade.

  9. O dificil parece ser distinguir quem eh noise trader e quem eh informado entao… E se os titulos da italia estao pagando "so" 5% na esperanca de que a alemanha vai resgata-los e nao que a italia eh solvente?
    Os paises europeus nao sabiam desse possivel tipo de risco de noise traders quando escolheram rolar dividas de curto prazo ao inves de emitir titulos de longo prazo tambem?

    A crise asiatica foi uma crise de credibilidade somente? Ou foi uma crise de um modelo de fixacao de taxas de cambio que nao deu certo?

    Eu sei q se eu fosse alemao eu nao ia dar um centavo pra grecia franca e afins…

  10. Alex, a coisa ta bem interessante no site do Institute for New Economic thinking com artigo do John Kay e resposta de outros economistas, entre eles o Woodford. Vale dar uma olhada (e uma comentada)
    JA

  11. Boas dicas moçada. Prometo da uma olhada, mas comentar vai depender da agenda. Muito trabalho para finalizar a consultoria (burocra, burocra, burocra e burrice da Eletropaulo, que conseguiu ligar a energia em outro prédio – isso aí mesmo: outro prédio, não outro escritório).

    Abs

  12. P.S: uma rápida pesquisa no Google Scholar, me mostra uma série de estudos relacionando a inflação com a desigualdade, especialmente entre países emergentes… porém, sempre, (aparentemente,) no contexto de gastos governamentais…

    Será que é díficil para o pessoal da folha fazer uma rápida pesquisa dessas, que não dura mais do que 10 minutos?

  13. Alex, eu procurei, procurei, procurei, e essa porcaria de google, e até o site do BCB, não me foram úteis. Estou me sentindo um burro, analfabeto digital, só pode. Explico. Eu estava pensando no custo fiscal de 100 pontos-base (pbs) na Selic para o serviço da nossa dívida e como o primário é só enxugar gelo, etc… Eu estava de carona, olhando o nada, e especulei se não valia mais a pena pro Tesouro, e pro Orçamento Federal, o BC usar o Compulsório, e a Taxa de Redesconto para combater a inflação. Ou se as expectativas têm um peso tão grande que é melhor usar uma taxa referencial de impacto fiscal grande e efectivo no mercado para ecoar por toda economia, como a Selic. Anyway, era só uma especulação boba, wonkish, como diz o Paul Krugman, que tive enquanto estava na estrada. Eu me lembrei que em 2002, Armínio Fraga e Ilan Goldfain (eu não sei escrever o nome, ele que me perdõe), além de darem um tapa na Selic de 300 pbs (se a minha memória de jornalista amador não falha, de 18% para 21%), eles elevaram o compulsório e assim garrotearam, ou melhor ajudaram a domar a inflação. Lembro muito claramente do Meirelles, junto com o Guido Mantega, anunciando a liberação de compulsório depois que o Lehman foi para as cucuias. E lembro que li èn passant que esse estímulo, relaxamento extra, foi removido em 2010 (ou 2011, não estou certo).
    Só tinha uma coisa: eu sabia a taxa de redesconto do FED (Discount Rate), mas não sabia a do BCB! E nem o compulsório! Ara, vamos consertar isso, certo? Errado. Fiquei quase 3 horas procurando, e não achei os valores. Diante desse causo, você poderia me dizer, se souber de cabeça, qual é a Taxa de Redesconto do BC e o nível (ou níveis) de Compulsório do Brasil? Se não souber de cabeça, pode me apontar para um local que tenha essas informações? Mas precisa ser assim: website for dummies, beleza?
    Abraços,
    Eduardo Ribeiro

    PS: meu e-mail eduardossr@gmail.com
    PS2: E na sua opinião, qual é mais eficaz, Redesconto, Compulsório, ou Selic? Deve o BC usar uma combinação dos três, ou causa muita incerteza e volatilidade? Existe uma alternativa para diminuir o custo do serviço dos juros e alongar os vencimentos de principal, sei lá, como diminuir a dívida selicada, ou pós-fixada, ou a indexada?

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