Zen e a arte de manipulação de dados
Ao longo dos anos (e não são poucos!) como
economista fui aprendendo a reconhecer alguns truques retóricos. Um dos mais
comuns consiste em apresentar grandezas sem escalas que permitam uma comparação
efetiva dos valores envolvidos.
economista fui aprendendo a reconhecer alguns truques retóricos. Um dos mais
comuns consiste em apresentar grandezas sem escalas que permitam uma comparação
efetiva dos valores envolvidos.
Pensando bem, talvez esta não tenha sido a minha
frase mais feliz como articulista, mas o que quero dizer é bem mais simples.
frase mais feliz como articulista, mas o que quero dizer é bem mais simples.
Concretamente, quando alguém menciona um
determinado valor (tipicamente “bilhões de reais”), sem dizer, contudo, como
isto se compara à evolução de outras variáveis, como o produto, as receitas do
governo, ou qualquer outra grandeza que possa ser relevante para o assunto em
questão, não tenham dúvida: o argumento não está sendo feito de forma
equilibrada (ia dizer “honesta”, porém poderia soar algo injusto), mas sim com
o objetivo de reforçar um dos lados da história.
determinado valor (tipicamente “bilhões de reais”), sem dizer, contudo, como
isto se compara à evolução de outras variáveis, como o produto, as receitas do
governo, ou qualquer outra grandeza que possa ser relevante para o assunto em
questão, não tenham dúvida: o argumento não está sendo feito de forma
equilibrada (ia dizer “honesta”, porém poderia soar algo injusto), mas sim com
o objetivo de reforçar um dos lados da história.
Exemplos abundam. “O Bolsa-Família custa ‘X’
bilhões por ano”, sem mencionar que, seja relativamente ao PIB, seja na
comparação com as despesas do governo, trata-se grandeza irrisória. Ou “a
dívida pública no Brasil atingiu ‘Y’ trilhões”, sugerindo um processo
descontrolado, quando, na verdade, mesmo a dívida bruta tem se mantido entre
estável e decrescente na comparação com o PIB, mostrando precisamente o
inverso.
bilhões por ano”, sem mencionar que, seja relativamente ao PIB, seja na
comparação com as despesas do governo, trata-se grandeza irrisória. Ou “a
dívida pública no Brasil atingiu ‘Y’ trilhões”, sugerindo um processo
descontrolado, quando, na verdade, mesmo a dívida bruta tem se mantido entre
estável e decrescente na comparação com o PIB, mostrando precisamente o
inverso.
Nesta linha de argumentação li recentemente, a
respeito da proposta de nova renegociação das dívidas estaduais, mesmo tema da
minha última coluna (ah, estas obsessões!), que certos governos já tinham feito
pagamentos equivalentes a uma vez e meia o valor original da dívida, mas,
apesar disto, o montante a pagar ainda era cinco vezes maior que o inicial. É
impossível ler uma afirmação como esta e não concluir que a dívida seria
impagável nas atuais condições, necessitando de uma repactuação urgente.
respeito da proposta de nova renegociação das dívidas estaduais, mesmo tema da
minha última coluna (ah, estas obsessões!), que certos governos já tinham feito
pagamentos equivalentes a uma vez e meia o valor original da dívida, mas,
apesar disto, o montante a pagar ainda era cinco vezes maior que o inicial. É
impossível ler uma afirmação como esta e não concluir que a dívida seria
impagável nas atuais condições, necessitando de uma repactuação urgente.
Quase impossível, aliás, pois o treinamento a que me
referi no primeiro parágrafo praticamente exige o exame dos números antes de
concordar com a afirmação, dados estes disponíveis no sítio do Banco Central.
referi no primeiro parágrafo praticamente exige o exame dos números antes de
concordar com a afirmação, dados estes disponíveis no sítio do Banco Central.
De fato, segundo tais números, a dívida dos
estados junto à União por conta da renegociação ocorrida na segunda metade dos
anos 90 atingira R$ 137 bilhões em dezembro de 2000, mas, a despeito de
amortizações desde então, chegou a R$ 369 bilhões no final do ano passado, 2,7
vezes maior do que o valor registrado 11 anos antes.
estados junto à União por conta da renegociação ocorrida na segunda metade dos
anos 90 atingira R$ 137 bilhões em dezembro de 2000, mas, a despeito de
amortizações desde então, chegou a R$ 369 bilhões no final do ano passado, 2,7
vezes maior do que o valor registrado 11 anos antes.
Seria assim insustentável, exceto, é claro, por
dois outros desenvolvimentos relacionados: o PIB, que em 2000 era R$ 1,2
trilhão, atingiu R$ 4,1 trilhões em 2011; em linha com isto, a arrecadação
estadual, R$ 93 bilhões em 2000, chegou a nada menos do que R$ 365 bilhões no
ano passado. Assim, se é verdade que a dívida cresceu 2,7 vezes, também é
verdade que o PIB aumentou 3,5 vezes e a arrecadação nada menos do que 3,9
vezes no mesmo período.
dois outros desenvolvimentos relacionados: o PIB, que em 2000 era R$ 1,2
trilhão, atingiu R$ 4,1 trilhões em 2011; em linha com isto, a arrecadação
estadual, R$ 93 bilhões em 2000, chegou a nada menos do que R$ 365 bilhões no
ano passado. Assim, se é verdade que a dívida cresceu 2,7 vezes, também é
verdade que o PIB aumentou 3,5 vezes e a arrecadação nada menos do que 3,9
vezes no mesmo período.
Posto de outra forma, a dívida, que representava
11,6% do PIB em 2000 (equivalente a um ano e meio de arrecadação), caiu para
8,9% do PIB (equivalente a um ano de arrecadação) em 2011. Vista por esta ótica
já não parece insustentável. Pelo contrário, as condições hoje vigentes são
mais favoráveis do que as observadas no início da década passada, quando a
dívida chegou a quase 13% do PIB (ou 1,6 ano de arrecadação).
11,6% do PIB em 2000 (equivalente a um ano e meio de arrecadação), caiu para
8,9% do PIB (equivalente a um ano de arrecadação) em 2011. Vista por esta ótica
já não parece insustentável. Pelo contrário, as condições hoje vigentes são
mais favoráveis do que as observadas no início da década passada, quando a
dívida chegou a quase 13% do PIB (ou 1,6 ano de arrecadação).
Há duas morais nesta história.
Se a renda familiar cresce bem mais que sua
dívida, não há como evitar a conclusão que capacidade de pagamento da família
aumentou. O mesmo vale para qualquer governo, estadual, federal, ou municipal,
assim como qualquer empresa. Neste sentido, pedir mais uma renegociação porque
a dívida seria “impagável” equivale a nova rodada de subsídios, cujo custo
recai sobre a população dos estados que não foram originalmente favorecidos, ou
seja, os mais pobres.
dívida, não há como evitar a conclusão que capacidade de pagamento da família
aumentou. O mesmo vale para qualquer governo, estadual, federal, ou municipal,
assim como qualquer empresa. Neste sentido, pedir mais uma renegociação porque
a dívida seria “impagável” equivale a nova rodada de subsídios, cujo custo
recai sobre a população dos estados que não foram originalmente favorecidos, ou
seja, os mais pobres.
A outra retorna ao tema do meu primeiro
parágrafo. Sempre que forem mencionados números absolutos, desvinculados de
qualquer referência, desconfie. Alguém está tentando, de forma nada sutil,
obter benefícios às nossas custas.
parágrafo. Sempre que forem mencionados números absolutos, desvinculados de
qualquer referência, desconfie. Alguém está tentando, de forma nada sutil,
obter benefícios às nossas custas.
A retórica e a mão leve… |
(Publicado 25/Abr/2012)
olá Alex!
se existem analfabetos funcionais, existem idiotas funcionais tambem!
como se diz :
na sacola do otário esta a comida do esperto.
grande post!
[ ]'s
JCW
Reconheço que o assunto dívida pública é complicado. Mas não posso deixar de lembrar que o superavit primário em relação ao pagamento dos juros da dívida pública tem que ser levado em conta também quando falamos em trajetória da dívida.
Sim, mas e daí? (Elabore)
"na verdade, mesmo a dívida bruta tem se mantido entre estável e decrescente na comparação com o PIB…"
O Josue Pellegrini tem opinião ( e apresenta números) diferente.
Questão de metodologia?
http://www.brasil-economia-governo.org.br/2011/09/12/divida-bruta-e-ativo-do-setor-publico-sao-imprescindiveis-para-se-avaliar-o-equilibrio-fiscal/
Sou leitor assíduo da Folha de S.Paulo(assinante)Confesso,como um dos muitos de seus leitores na Folha, fico pasmo,ou seja.crítico com suas analises economicas que, eventualmente mas não necessariamente, considero corretíssimas. Assim posto,sua coluna (25/04/2012), considero um brinde a seus leitores.Abs.
Fazendo uma elaboração simples da importância de levarmos em conta o superávit primário:
Se depois de considerar tudo o que tenho pra gastar, exceto juros, contabilizo o que sobra, esperaria que pudesse pagar os juros. Com a dívida na casa dos 2 trilhões e um juros de 10%, teria que ter cerca de 200 bilhões de superávit primário. Se não consigo obter tal superávit primário, num primeiro momento, a minha dívida teria que aumentar apenas para se evitar o calote nos juros. Claro, ainda há a possibilidade do governo aumentar os impostos ou desviar recursos de outras atividades para completar o buraco. Então uma análise detalhada sobre a trajetória da dívida, teria que levar em consideração esses efeitos. Isto tudo, sem considerar a possibilidade do envolvimento do banco central no equacionamento do problema. Não posso deixar de reconhecer que não é uma estória simples pra ser contada, embora números simples possam trazer alguma idéia e para tal os economistas se esforçam em fazer esse dever de casa. Todavia, não acho que a relação dívida pública/pib sozinha possa dizer tudo. Daí a razão do meu comentário.
Como você bem sabe, a manipulação dos dados pelo governo é, no Brasil especialmente, algo muito sério – tão sério que , por denuncia voluntária sobre a bagunça da contabilização das farras do BNDES, lhe custou caro. Hoje, creio que a bagunça dos números continua aumentando.
Quanto ao endividamento dos estados e municípios exatamente colocaria a questão do superávit primário estadual. Simplesmente não tenho informações sobre tais números e creio que não seriam fáceis de se obter.
Por fim, destaco a importância dos blogs na internet: podem fazer uma análise que não atenda interesses outros que não seja o do próprio Autor. Neste sentido, fico atento ao que escreve porque me traz informações e análises interessantes e que me animam a participar do debate.
Um abraço e vamos em frente.
Alia-se a isso (aos manipuladores) a total ignorância do cidadão bem educado em relação à Economia e a necessidade do ser humano de compreender os fenômenos e encontrar soluções mirabolantes.
Passou do tempo que Introdução à Economia e Finanças deveriam ser disciplinas básicas do Ensino Médio.
E o spread?
A CEF baixou hoje os juros dos emprestimos habitacionais. Tendo em vista que a maior parte do custo de captacao e dado (poupanca e FGTS) o spread reduziu, correto?
Outros bancos devem segui-la ou a CEF ampliara ainda mais seu dominio na area habitacional?
Complementando:
Alguns analistas dizem que uma bolha imobiliaria esta se formando. Partindo do pressuposto de que estao corretos, a queda dos juros para o setor habitacional teria o efeito de potencializar a bolha ou de retardar seu estouro?
Em outras palavras, com o credito a um preco mais baixo sua demanda aumentaria, aumentando consequentemente a demanda por imoveis. Isso posto, tendo em vista que a oferta e limitada e possui um prazo de maturacao consideravel os precos dos imoveis tenderiam a subir. Isso significa que o fim da bolha estaria mais proximo ou que os elevados precos atuais mostraram-se nao tao elevados assim (pois continuarao subindo)?
A pergunta ficou meio mal elaborada mas acho que da para entender.
abs
O ensino médio deveria ser capaz de dar conta de tornar os alunos capazes de entender princípios básicos de economia e finanças.
Mas, o estudos das disciplinas deveria continuar nos cursos superiores ou técnicos, mesmo.
Essa situação de dívidas de Estados e Municípios, ganha proporções inéditas a cada período eleitoral. Como o que se aproxima.
Assim, nada melhor do que inflar números, porcentuais e tentar, mais uma vez, abrir as muralhas da LRF.
Alex, estou repostando uma indagação pois a mesma não foi respondida e tenho interesse em saber a sua opinião. Obrigado.
Anônimo says:
22 de abril de 2012 16:01 Reply
Alex,
A Dilma segue a cartilha dos keynesianos da Unicamp, e faz o que eles esperam dos bancos publicos, promovam concorrencia e sejam menos famintos. Derrubou os juros, como consumidor agradeco…
Pagavamos juros absurdos.
O que achou disso?
Tudo bem Alex voce jogou a bola para os estados dizendo que a arrecadação deles aumentou, mas e as atribuições? Como ficamos? Aumento do salário mínimo, piso para isso, piso para aquilo.
Temos que lembrar que São Paulo e Rio de Janeiro são exceções no que diz respeito a finanças. O primeiro é uma máquina azeitada de arrecadação de icms, o segundo vê sua receita aumentar a cada aoe com a maior parte da população morando em uma região metropolitana ele pode se dar o luxo de baixar a zero o icms para o interior( Lei Rosinha).
Dito isso vamos pegar dois estados bem estruturados, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, são dois estados de ponta da federação, digo isso no sentido de serem antigos e possuirem uma economia avançada mas nada excepcional, e o que eles podem fazer? Qual a capacidade de investimento deles? Sou de Minas Gerais e digo que fica difícil competir com o Rio de Janeiro.
Então lanço a bola para voce, depois da renegociação de dívidas quais a competências que foram passadas para os estados? Quais ônus tiveram de arcar sem o repasse de arrecadação por parte da União?
Um trabalhinho e tanto.
Prezado Alex, em relação ao anonimo e a questão do credito e bolha imobiliaria tbm tenho esta mesma dúvida. Ainda haveria mais folego e renda pra populaçãos eendividar e catapultar ainda mais os preços ou este ciclo chegou ao fim peloe sgotamento da capacidade de renda e nada mais que se fizer importa? Ou algo entre os extremos?
respondendo ao Augusto…
1) caro augusto, Keynesianos da Unicamp? voce por acaso viu no ano passado o titulo de PHD que eles deram ao Sr Aloisio Mercadante? se nao viu por favor tente encontrar a defese de tese do mesmo no youtube. Ja aviso, eh de chorar. Acbaram com o nome da Faculdade de Economia.
2) politica keynesiana no Brasil? Estamos em crise? depressao? porque poltica Keynesiana se estamos com o menor desemprego da historia? acho que nao foi isso que o Keynes escreveu no livro dele.
o que a Dilma ta fazendo eh neo-populismo, nao keynesianismo.
Augusto, acho que ele não irá responder por alguma das razões elencadas:
Acha que o tema spread não é relevante para a discussão (duvido);
Está atarefadíssimo e não tem tempo para responder (nao creio, pois sempre se acha um tempo quando se quer);
Ficou magoadinho com a grosseria do anônimo, vulgo VDMHDB, e não vai responder só de birra (possível, mas não o conheço para saber se é tão sensível. Se bem que é são paulino, então pode ser);
Não tem opinião formada (possível);
Tem opinião mas contraria o interesse de alguns de seus contratantes (ele já descartou essa hipótese em um post anterior);
Está escrevendo um post excelente com vários dados e insights que nos ajudarão a entender o problema e em breve o publicará (minha esperança!)
Prezado Dr.Alex,
É a primeira vez q escrevo aqui,mas acompanho sempre sua coluna. Parabens. Nesta especificamente aqui em P.Alegre esta semana veio a TV debate com representantes do PT(se aproveitam para meter pau no que foi feito na época) e dizendo da incapacidade de paga-la,devido sua má formação na origem.Nos meados da decada de 90 estava 13% hoje está 17%,ou seja, é diferente do seu cálculo acima. Neste caso, creio que contribui muito foi a diminuição do PIB c/renuncia dos impostos para exportação de agricolas. Acho que neste caso tem fundamento. Vc não acha? Dívida é dívida, mas 17% mais folha se torna quase imposivel os investimentos. Gostaria de ver vc falar é sobre repasse da arrecadação: Hoje a centralização está demais: Acho que mantendo as responsabilidades atuais, poderia ser: municipios ficar com 20% , estados 30% e União 50% , alem de ser mais democrático, menos burocratico por consequente menos corruptuoso, não te parece ?
Como a questão dos spreads deve ser discutido em um proximo post, poderia, se possivel, comentar esse estudo do Dieese: "O que o estudo da subseção do Dieese no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região confirma agora, com base em dados do Banco Central (BC), é que o spread é alto no Brasil por conta das altas margens de lucro embutidas na taxa. "
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20033
Agradeço a atenção dada pelos anônimos das 19:23 e 19:26, a respeito de minha postagem.
Anônimo, voce leu a tese do Mercadante?
Que isso cara pra que tanto sofrimento?
Anônimo, voce leu a tese do Mercadante?
Que isso cara pra que tanto sofrimento?
nao, por acaso no dia da defesa a Unicamp ainda teve a coragem de transmitir ao vivo pela internet. tive curiosodade para ver o que esse genio tinha para falar. Serio, parecia um bate de papo de buteco. NADA de ciencia, puro achismo.
Que tanta importância teria um post sobre spread?
Na realidade, que teria de falar sobre spread seriam, o BC e o SBDC, que são reguladores do sistema financeiro e estimuladores da desconcentração e da concorrência.
Não seria, pois, mais adequado cobrar deles tal posicionamento e intenções?
"2) politica keynesiana no Brasil? Estamos em crise? depressao? porque poltica Keynesiana se estamos com o menor desemprego da historia? acho que nao foi isso que o Keynes escreveu no livro dele."
Prezados anônimo, leia a Teoria Geral antes de citá-la.
Att,
POL
respondendo ao POL.
vou ler pela vigesima vez porque voce falou…mas ja aviso, o que o Brasil esta fazendo no momento nao e politica keynesiana. Controle de cambio, juros subsidiados, gastos do governo correntes altissimos com desemprego em niveis baixissimo? tomara que o preço das comodities permaneçam altos por um bom tempo, porque muita sujeira esta sendo varrida para debaixo do tapete.
Dawran Numida, vulgo advogado de defesa (não sabia que ele precisa de um), pela saco,
Até onde eu sei este é um blog de um economista com uma base acadêmica considerável e uma experiência relevante. As pessoas entram nele para conhecer as opiniões do autor. Se o seu raciocínio estivesse correto são dispensáveis os posts sobre educação (vamos cobrar do ministério da educação), sobre incentivos fiscais (vamos cobrar do Ministério da Fazenda), regulação bancária e câmbio (BCB e CMN), e por ai vai.
Além do "O", também conhecido como alter ego, não sabia que o blogueiro tinha um novo namorado. Fala sério.
"respondendo ao POL.
vou ler pela vigesima vez porque voce falou…mas ja aviso, o que o Brasil esta fazendo no momento nao e politica keynesiana. Controle de cambio, juros subsidiados, gastos do governo correntes altissimos com desemprego em niveis baixissimo?"
Então faça esse favor. Leia pela vigésima vez e entenda que a TG trata de uma economia fechada, sem governo, e onde desemprego em níveis baixíssimos não é sinônimo de pleno emprego nem que você queira (a não ser que vc queira muito)…
Mentira, serei justo. Pode até interpretar como política keynesiana, mas, por favor, não diga isso em referência à TG… diga que tais proposições decorrem de outros trabalhos de Keynes (que, suponho, vc tb já leu 20 vezes). Conselho de amigo…
POL
Alex,
E os spreads, porque a demora?
Abs
Giba
" desemprego em níveis baixíssimos não é sinônimo de pleno emprego nem que você queira"
Anais da idiocracia?
Meus caros,
O "O" anônimo se antecipou. Estes caras são divertidíssimos!!! Onde já se viu? Baixíssimo desemprego não é sinal de pleno emprego. Como alguém ainda não entendeu isto? Tx de emprego é uma coisa. Taxa de desemprego é outra!!!!! É muito divertido.
Além do mais, o sujeito coloca um tom religioso em sua afirmação que dá medo. Nunca li e nunca vou ler a Teoria Geral (Meu Deus, vou ser excomungado!!!!!!), mas sei que o Keynes trata do curto-prazo e da administração da demanda agregada. É claro, que não temos um keynesianismo explícito no Brasil, é só populismo rastaquera mesmo.
Estas coisas seriam divertidíssimas se eu não morasse no Brasil. Como eu moro, isto é super-trágico.
Saudações
O Alex deve estar se divertindo com esta discussão de spread bancário.
Alex,
Uma pergunta que não se relaciona com o post:
É possível dizer que a política de redução dos juros implantada pelo governo via CEF/BB tenda a acarretar uma maior concentração do crédito em função da expulsão de agentes que não possam concorrer nos níveis de taxas mais baixos? Seria esse o efeito se uma política como essa se mantivesse em prazo mais longo?
Obrigado
"O Alex deve estar se divertindo com esta discussão de spread bancário."
ou tá com medinho de falar o que pensa.
" It’s easier to do business in Pakistan or Albania than in Brazil, according to the World Bank’s 2012 competitiveness study, which ranked the nation No. 126 out of 183 countries." (bloomberg)
enquanto isso os neo-populistas (pseudo keynesianos) de plantao se apegam ao fetiche do cambio, gastos governamentais inuteis e outras peripecias. Quando eles vao aprender a diferença entre crescimento de longo prazo e curto prazo?
Não é bem medinho, é que ele foi do BC e os caras de lá não estão nem aí para regulação concorrencial. Não têm juízo de valor quanto ao assunto.
Nunca li e nunca vou ler a Teoria Geral (Meu Deus, vou ser excomungado!!!!!!), mas sei que o Keynes trata do curto-prazo e da administração da demanda agregada.
—————-
Percebe-se que tu nunca leu porque nao sabe do que se trata!
Eu observo este anônimo que fica repetindo sobre o spread e lembro deste quadro do Didi:
"Didi e o Piolho"
O Banco Central produz um relatório sobre Juros e Spread no Brasil:
"Juros e Spread Bancário – Relatório de Economia Bancária e Crédito "
Rogerio Ferreira, vulgo assistente de defesa,
Ninguém acessa este blog para escutar a repetição a de relatórios oficiais.
Ainda que assim o fosse, o relatório do BCB, apenas decompõe o spread (com algumas falhas metodologicas) chegando à conclusão que a margem líquida dos bancos é de 30% do spread. Logo, o que se pretende saber é se as medidas do governo são eficientes para se reduzir essa margem e consequentemente o spread total, bem como possíveis efeitos negativos.
Obs1: pode ter certeza que não é apenas este anônimo que vos escreve que está curioso. Há outros postando.
Obs2: piolho, piolho, piolho
Aqui ninguém é ou precisa ter advogado de defesa.
Mas você parece acreditar que acertou o calcanhar de Aquiles do blog com esta questão do spread.
Fiquei curioso, até para entender melhor, quais são as falhas metodológicas na decomposição do spread feita no relatório do Bacen. E quais os efeitos que você lista como negativos? Alimentar ainda mais um modelo de crescimento baseado no crédito e endividamento? Assistir a uma maior alavancagem e piorano perfil do cliente para concessão de crédito?
Ou ver os bancos públicos "estatizando" dívida de clientes com maior potencial de inadimplência?
Muito esclarecedora.
Voce conhece Alex onde eu conseguiria obter dados fidedignos de raciocinio similar em relação à previdencia?
agradeço
Sei que as NTN-C já sumiram do mercado secundário há algum tempo, o que me preocupa. Agora só restou uma LFT com vencimento em 2017, alguém pode elaborar o porquê dessa tendência? O Tesouro vai voltar a vender títulos indexados ao IGP-M e a Selic?
Ouvi hoje na rádio CBN entrevista do Alex ao Carlos Alberto Sardenberg, o assunto das taxas bancárias elevadas foi tratado pelo Alex de forma bem interessante, vale uma coluna no jornal.
M.
Primeiro um comentário sobre um comentário. O Rio Grande do Sul já esteve bem melhor. Existe um certo clima de estagnação econômica. Pior, falta diagnóstico.Pior ainda, existe uma tendência, vinda de um certo ranço de esquerda, de achar sempre um terceiro culpado. As causas da estagnação são externas.
Agora o post. A análise com dados agregados/médios mascara a condição individual dos estados, que é bastante heterogênea.
E, como o que está ruim ainda pode piorar, a dívida do RS aparentemente continua a crescer. Questões ideológicas. E o dito estado "mais politizado da nação" vai pagar o preço das suas escolhas.
O mais engraçado é que tem uma turma que adora a tunga que defende que o governo tire dinheiro do trabalhador para emprestar subsidiado à turma da FIESP via BNDES e jura que isso é política de esquerda.
Depois, adora quando o BNDES financia alguma fusão que crie um "campeão nacional", mas jura que o pessoal que estuda economia de verdade é que é comprado pelos interesses financeiros.
Rogerio Ferreira disse…
"…Ou ver os bancos públicos "estatizando" dívida de clientes com maior potencial de inadimplência?…
28 de abril de 2012 16:14
Matou com cacetadas sem chances de argumentações contrárias. O jogo pode passar por ai mesmo.
Se bem que a insistência do Anônimo com a explicação dos spreads, talvez seja mais no sentido de tentar induzir incautos que o governo seria contra o liberalismo…Só que com uma política que não tem nada de novo exceto ser errada.
Sr.Geferret,
1o)Eu concordo com suas considerações a respeito do RS. Porem, a respeito deste texto sobre dívidas dos estados eu vejo que algumas revisões devem ser melhor estudadas.São muitas as consequências advindas desde que houve a restruturação com absorção e finan.das dívidas, a Lei Kandir.Ou até mesmo o índice de reajuste das dívida deve ser revisto pis o governo está ganhando juros emcima de dívida de estado o que é muito discutível pois são demandas sociais.Ademais, para mim, é fundamental a revisão da descentralização da arrecadação.
2o) Concordo plenamente que a tempos que RGS deixou de ser um estado politizado,basta ver o seu nível desaceleração da educação. Já fomos exemplos, hoje estamos cada vez caindo mais. É o mesmo caso da Argentina.
3o) Volto a dizer, não sei qual as preferencias da maioria aqui, mas o RGS foi PRETERIDO durante 8 anos no governo Lulla, por seu passado sempre ser oposisão a ele.
4o) O Tarso assumiu compromissos em campanha que não tem como cumprir, só para assumir o poder. E mais, o RGS , cada vez vai mais para traz.
5o) Na expectativa de uma palavra do Dr.Alex, mas pelo que se pode ver , houve um recuo da vários indicadores no cálculo do Spred bancário, porem chegou ao limite e não recua mais a tradicional 35% de inadimplência. Eis aí um limitador, Mas não é este o fator.
Quero crer que para praticar estas taxas os volume de negócios terá que ser multiplicado para compensar e manter RO e poderá haver fusões, mas há limites para práticas deste negócio,aos poucos irão utilizar as práticas do BNDS para liberar os financiamentos.