Mudanças assustadoras…Por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
Mudanças assustadoras…
Por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
” It is more from carelessness about truth than from intentionally lying that there is so much falsehood in the world” .
Samuel Johnson
Artigo publicado originalmente no Blog de Ricardo Noblat, 22 de setembro de 2017
Que o clima está mudando, não há a menor dúvida. Completo 80 anos este mês. O que para mim pessoalmente é muito, para nosso planeta é um micro grãozinho de areia. Mas nesse espaço de tempo mínimo vejo diferenças assombrosas. Quando eu era garota, as quatro estações, apesar de suaves, eram bem definidas aqui no Rio. Agora dependemos da folhinha para saber se estamos no inverno ou no verão…
No resto do mundo, segundo notícias que leio ou que me são enviadas por amigos e parentes, as mudanças climáticas também são assombrosas. (Quer dizer, menos para Donald Trump, sujeito imune ao calor e ao frio…).
Gosto muito de ler a Newsletter do New York Times, sobretudo os artigos de Opinião. Sobre os furacões tenebrosos que destruíram e mataram agora no Caribe e nos Estados Unidos, podemos ler ali: “não podemos ter conversas inteligentes sobre o tufão Harvey que se abateu sobre Houston, Texas, sem mencionar como as mudanças climáticas aumentam os riscos de tais cataclismos”.
Mas isso, para um presidente que tuitou mais de 100 vezes sobre seu ceticismo a respeito do tema, inclusive insinuando que ‘mudança climática era uma pegadinha chinesa’, e assegurando que os EUA sairiam do Acordo de Paris, fica difícil conversar a sério sobre esse assunto. Seu diretor para a Agência de Proteção Ambiental chegou a dizer que é equivocado falar do Harvey e das mudanças climáticas na mesma frase…
No entanto, cientistas de peso concordam ao lembrar que os furacões têm sua origem em águas mornas, que o Golfo do México teve suas águas aquecidas de 7º a 15ºC e que o resultado só podia ser um: tempestades cada vez mais intensas.
Está cada vez mais triste assistir ao noticiário na TV. Além das tempestades, são os furacões morais, tragédias, mortes, refugiados, crianças sofrendo fome, pobreza, escravidão, violência, descaso, crueldades, e mentiras, de todo tipo, de toda sorte.
Não devemos falar de corda em casa de enforcado. Mentira aqui é arroz de festa. Temos problemas de toda sorte. Alguns medonhos, vergonhosos. Nessas horas agradeço a Deus sermos ainda um país em fase de crescimento, sem a força dos EUA et caterva. Assim, pelo menos não passamos pelo horror de ver nosso presidente fazer o que Trump acaba de fazer na ONU: o figuraço advertiu a Assembleia que, se necessário, os EUA não terão outro jeito a não ser destruir totalmente a Coreia do Norte. O susto dos presentes foi enorme. Um fórum dedicado à Paz foi usado para ameaçar de aniquilamento um país de 25 milhões de pessoas.
Afinal, qual o pior deles: o anão norte-coreano ou o ruivo alucinado?
Será que o cozimento do nosso planeta, ainda nas palavras do New York Times, está fritando os miolos de nossos líderes?
Será?
IMAGEM ABERTURA:Será que nossos netos conhecerão esses animais? (Foto: SMETEK / Science Photo Library / Getty Images)
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Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa* – Professora e tradutora. Vive no Rio de Janeiro. Escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005. Colabora para diversos sites e blogs com seus artigos sobre todos os temas e conhecimentos de Arte, Cultura e História. Ainda por cima é filha do grande Adoniran Barbosa.
Se chovesse o tanto que chovia 20 anos atrás, teríamos no Brasil 30% a menos de colheita de grãos. Em 1991 choveu mais de 40 dias seguidos em Goiânia. Duvido que a agricultura de hoje aguentasse tanta água sem que os preços dos grãos disparassem. Hein?
Maria Helena, você é estudiosa do clima mundial?
Você se lembra bem desde 1957 ou por aí. Menininha não dava, né.
Pois é. Ao buscar documentos para o inventário do meu pai, fu a uma cidade onde fiquei sabendo que em 1958 houve uma seca de cortar rios na região; o que nunca aconteceu depois. Você estudo isso?
Maria Helena, minha amiga, do clima mundial .