O DIA EM QUE A ÂNGELA DO MAKRO E O SEU JOÃO MOSTRARAM QUE O BRASIL TEM JEITO

Por Adib Muanis Junior

…No banco, a carteira ficou. Documentos, cartões, CNH , e poucos Geddéis, a nova moeda nacional.

POST DO FACEBOOK DO AUTOR, 11 DE SETEMBRO DE 2017

Domingo de manhã.

Depois da caminhada, uma passada no banco.

No banco, a carteira ficou. Documentos, cartões, CNH , e poucos Geddéis, a nova moeda nacional.

Tudo perdido.

E agora? Fazer B.O. , correr atrás da papelada, aquele perrengue.

Preocupação dividida com meu camarada Carlinhos, querido primo e parceiro nessa história.

Pouco depois das três e meia, o celular toca.

Era uma mulher. Perguntou se eu tinha perdido minha carteira.

Sim, mas quem fala?

É a Ângela, do Makro.

A pessoa que encontrou a carteira achou o cartão da loja e telefonou, pedindo para me localizar pelo cadastro.

E quem achou minha carteira, Ângela?

Foi o seu João.

Como faço pra falar com ele?

Passado o número do telefone, falei com seu João, um homem extremamente gentil, com aquela serenidade que só uma consciência tranquila é capaz de proporcionar.

Perguntei o endereço do seu João.

Ele mora na rua Abdo Muanis, nome de meu avô paterno. Com tanta rua em Rio Preto…

Não conheço a Ângela, não conhecia o seu João. E eles também não me conhecem.

Isso traz ainda mais nobreza ao gesto desse cidadão e dessa cidadã, num ambiente tão contaminado, num momento em que o egoísmo triunfa nas relações, onde a cada escândalo nos enchemos de vergonha e indignação.

Não há Geddel capaz de derrotar o povo brasileiro.

Obrigado, Ângela. Obrigado, João.

Ontem me reencontrei com meu país.

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Adib Muanis Junior – é jornalista. Vive em São José do Rio Preto.