O Timão tá garrado. Coluna Mário Marinho
O Timão tá garrado
COLUNA MÁRIO MARINHO
Lá pelas bandas aprazíveis das Minas Gerais é muito comum ouvir-se esta expressão:
– Vou chegar atrasado: tô garrado no trânsito.
Garrado quer dizer que você ficou preso em algum lugar: no trânsito, numa reunião, num papo com os amigos.
E essa parecer ser realmente a palavra certa para definir a situação do ainda líder Corinthians no Brasileirão.
Nos últimos quatro jogos, o Timão venceu apenas um.
A fantástica série de 34 jogos sem perder nesta temporada, terminou na derrota para o Vitória, em Itaquera, 1 a 0. No Brasileirão, foram 20 jogos invictos.
Os críticos mais ácidos consideram que esse é o verdadeiro futebol do Corinthians, apontado no começo do ano como a quarta força do futebol paulista.
A verdade que todos sabem é que o elenco corintiano é mesmo modesto, muito modesto.
O brilho corintiano na primeira metade do Brasileirão se deveu, principalmente, ao entendimento de seus jogadores dentro de campo, o que também é conhecido como entrosamento.
Mas, o que aconteceu com esse entrosamento?
A sólida defesa que no primeiro turno levou apenas 0,5 gol por jogo agora soma quatro gols em quatro jogos. Nesses quatro jogos, um só mísero gol contra o adversário. No primeiro turno, a média foi de quase dois gols por jogo.
Será que acabou o gás?
Será o Corinthians aquele famoso cavalo paraguaio que arranca na frente de todo mundo e vai perdendo as forças na medida em que a disputa vai se alongando?
Perder para o Santos não é nenhuma sangria desatada. Trata-se de um clássico, trata-se de um Santos em ascensão, fazendo corrida de recuperação e mirando o topo da tabela enquanto, paralelamente, disputa a Libertadores.
A boa fase santista ficou clara no jogo de ontem, com jogadas espetaculares, principalmente do brilhante Lucas Lima. E não fosse Cássio, um grande goleiro, o resultado seria outro.
Ajuda
vascaína
A rodada só não foi pior para o Timão porque seu fiel perseguidor, o Grêmio, parou no Casco da Gama, no Rio de Janeiro.
Assim, ficou tudo como dantes no quartel de Abrantes. Sete pontos continuam separando os dois primeiros colocados.
Em BH, Atlético e Palmeiras ficaram no 0 a 0. Os fato incomuns a se destacar foram os três pênaltis marcados e apenas um convertido. Aconteceu um quarto pênalti escandaloso cometido pelo atacante Luan, do Galo, que o juiz Leandro Vuaden não marcou.
O tempo está
acabando, São Paulo!
O futebol produz algumas frases perigosíssimas.
Por exemplo, quando alguém diz que tal time está com as mãos na taça, hummm, cuidado. Pode dar zebra.
Se um cartola diz que o técnico do seu time está prestigiado, entenda-se: ele está com o pé na rua.
E se um time está lá na rabeira, mas seus dirigentes, torcedores e técnico explicam a situação com a frase: “calma, ainda temos tempo, o campeonato é longo”. Cuidado, muito cuidado.
O Tricolor paulista anda usando e abusando dessa frase.
Neste fim de semana, depois de estar vencendo a Ponte Preta por 2 a 0, acabou cedendo o empate. E, com isso, continuou estacionado na rabeira da tabela.
Sim, são ainda muitos os pontos a serem conquistados, mas é a mesma quantidade de pontos que podem ser perdidos.
Veja os gols do Fantástico:
https://youtu.be/93wjkBhMfb0
IMAGEM ABERTURA: O gigante Cássio caído aos pés do craque Lucas Lima
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Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
Prezado amigo
Alerte os corintianos que orem , com vistas a maldição , praga ou simples desejo ( o pensamento de alguém sempre é forte ) do Renato Gaucho não venha a se realizar gradativamente.
Clóvis Costa, São Paulo.