A magia do pênalti. Coluna Mário Marinho
A magia do pênalti
COLUNA MÁRIO MARINHO
Neném Prancha, carioca que se tornou famosos por suas frases sobre futebol afirmou categoricamente que ”o pênalti é um acontecimento tão importante que deveria ser cobrado pelo presidente do Clube, de paletó e gravata.”
Nos meus tempos de criança – e antes mesmo da genial frase de Neném Prancha – assistia aos jogos da várzea aboletado em barrancos e atento: se o juiz marcasse um pênalti saíamos, eu e os outros moleques, em disparada carreira para se colocar atrás do gol para assistir, hipnotizados, à cobrança.
Pois saibam, caríssimos senhores e senhoras, que esse lance que parece ter sido inventado para punir o goleiro, foi inventado por quem? Por um goleiro, vejam só.
Aconteceu no ano de 1891.
Em um jogo da Copa da Inglaterra, entre o Notts County e o Stoke City, o Notts vencia por 1 a 0 quando seu zagueiro Henry interceptou com a mão uma bola que já havia vencido o goleiro.
A falta foi cometida e assinalada em cima da linha do gol. A cobrança foi uma confusão danada com todos os jogadores do Notts em cima da linha de gol, quase colados na bola. Claro, a cobrança não teve como ser convertida em gol.
Foi então que o goleiro William McCrum sugeriu à International Board, que controlava o futebol, a adoção da nova regra estabelecendo o pênalti ou penalidade máxima.
Houve muita polêmica mas se estabeleceu que as faltas cometidas dentro da área seriam cobradas à distância de 11 metros do gol.
Em 1905 estabeleceu-se que o goleiro só podia se mexer após a movimentação da bola. Nos anos 1970, possibilitou-se ao goleiro se movimentar lateralmente em cima de sua linha de gol.
Também nessa época, Pelé passou a usar a paradinha que enganava os goleiros.
Recentemente a Fifa proibiu a paradinha como fazia Pelé. O cobrador da falta pode, hoje, fazer a paradinha antes de chegar à bola. Ou seja: antes de colocar o pé de apoio junto à bola para chutar.
A cobrança do pênalti tem que ser sempre para a frente.
Existe a chamada cobrança em dois toques: o cobrado corre para a bola, movimenta-a para a frente e um companheiro que vem de trás marca o gol. Essa cobrança não vale para as decisões por pênalti.
Segundo alguns especialistas, a melhor e mais eficiente maneira de cobrar o pênalti é bater no meio do gol, pois o goleiro sempre se mexe.
Essa atitude do goleiro é explicada por especialistas em comportamento como o efeito de ação. O goleiro não quer ficar parado, ele quer participar de alguma forma. Por isso, tenta adivinhar a direção da bola.
Nos meus tempos de goleiro e exímio defensor de pênaltis (a história assim registra…) eu me colocava mais para o canto esquerdo e deixava o direito um pouco mais aberto. O cobrador, ao constatar mais espaço de um lado, fatalmente mandava a bola para aquele lado, onde eu me atirava em defesa eficiente e de plástica memorável (refiro-me, também, a dados históricos).
Para o goleiro, independente do canto, a melhor bola é aquela que vem de meia altura.
Já o célebre técnico Gentil Cardoso, que produziu saborosas frases no futebol, tem receita infalível: o pênalti deve ser cobrado no canto e rasteiro. Sua explicação:
– Se a bola for alta, pode acontecer a desagradável companhia do vento que jogue a bola ainda mais para cima e levá-la até à lua; se for rasteiro, pode ventar com a força que for que a bola não vai entrar para o fundo da terra.
Cruzeiro e Grêmio decidiram a vaga da final ontem, no Mineirão, na cobrança de pênaltis. Embora popularmente conhecida como “decisão nos pênaltis” regra define como decisão “com cobranças de tiros livres diretos a partir a marca penal”.
Foi decisão com emoção, pompa e circunstância como os grandes momentos exigem.
Veja o vídeo.
Cruzeiro x Grêmio
https://youtu.be/K5X3DL4deAU
Para sua diversão veja outras cobranças de pênalti.
A paradinha de Pelé
10 pênaltis muito estranhos
Outros pênaltis incríveis
https://youtu.be/kue7w-jz45o
Bela
vitória do Flamengo
O clássico carioca começou meio truncado, com a mania dos jogadores brasileiros de querer intimidar o juiz logo nos primeiros minutos.
Apesar de ter um time com menor qualidade, o Botafogo endureceu o jogo com o Mengão no primeiro tempo.
o segundo, o Flamengo foi o dono do jogo até conseguir seu gol, marcado pelo Diego, craque revelado pelo Santos, ao lado de Robinho, no começo dos anos 2000.
A jogada do gol teve drible esquisito e sensacional de Berrio.
Veja:
https://youtu.be/ZNQY5tjgRog
O Timão
voltou.
Na vitória, 1 a 0, sobre a Chapecoense ontem, 23, em Chapecó, o futebol do Corinthians não voltou ainda a ser bonito e eficiente como nos jogos anteriores que o colocaram em lunática distância com referencia aos seus seguidores.
Parecia que ficaria mesmo no 0 a 0 até que o artilheiro Jô, com ponta de bota salvadora, como narraria Geraldo José de Almeida, fez o gol salvador.
Agora, são 10 pontos de diferença sobre o segundo colocado, o Grêmio.
Veja os principais lances:
https://youtu.be/Lu12CaICifE
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Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
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