Eu não disse?
15/01/2013 – 05h30
Dilma pede, e SP e Rio congelam a tarifa de ônibus para conter inflação
PUBLICIDADE
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
PEDRO SOARES
DO RIO
DE SÃO PAULO
PEDRO SOARES
DO RIO
Diante do temor de que a inflação oficial (IPCA) batesse em 1% em janeiro e alimentasse as expectativas para o ano, o governo decidiu procurar os prefeitos das duas maiores capitais do país e pedir que adiassem os reajustes das tarifas de ônibus
Se São Paulo e Rio de Janeiro aumentassem as passagens, a taxa prevista, de 0,80%, superaria o 1% e, no acumulado em 12 meses, ficaria muito perto de 6,5%, trazendo receio ao mercado (leia texto ao lado).
Em São Paulo, a prefeitura paulistana informou que o assunto foi tratado “com o governo federal”. A Folha apurou que o prefeito Fernando Haddad (PT) falou diretamente com a presidente Dilma Rousseff (PT).
No Rio, o prefeito Eduardo Paes (PMDB), disse que recebeu um pedido do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Rivaldo Gomes/Folhapress | ||
Ônibus em rua do bairro Santana, zona norte de São Paulo; cidade adiou reajuste da tarifa a pedido de Dilma |
SÃO PAULO E RIO
A tarifa na capital paulista está congelada em R$ 3 há dois anos. Desde então, o IPCA, índice usado na correção, já acumula alta de 11,84%. Se fosse integralmente aplicado, a tarifa iria para R$ 3,36.
Haddad disse que a tarifa só será corrigida em maio ou junho. O valor não foi definido, mas não será maior que a inflação acumulada, disse.
Para manter o preço congelado, ele precisa subsidiar o sistema.
O Orçamento da prefeitura paulistana para 2013 prevê R$ 660 milhões de subsídios, mas Haddad já sabe que o valor não será suficiente. Haddad terá de gastar ao menos mais R$ 150 milhões além do valor orçado. Assim, o subsídio em 2013 pode ficar próximo do recorde, de 2012: R$ 960,7 milhões.
Além do congelamento da tarifa, Haddad terá de bancar a criação do Bilhete Único Mensal, sua promessa de campanha, que deve custar cerca R$ 400 milhões ao ano. A ideia é implantar o programa até meados do ano.
Também até o meio do ano a prefeitura tem de licitar a substituição das empresas de transporte. Haddad disse que, se a licitação permitir redução do custo, a tarifa pode subir menos que o previsto.
No Rio, quando Paes reuniu-se com Mantega, no fim de dezembro, a correção (5,5%) e a tarifa (R$ 2,90) já tinham sido anunciadas e entrariam em vigor em 1º de janeiro. O ministro pediu que o prefeito postergasse o reajuste da tarifa porque muitos reajustes e pagamentos de tributos se concentram no começo do ano. Não há nova data prevista.
OUTROS ESTADOS
As Prefeituras de Belo Horizonte e Recife já aumentaram as passagens de ônibus entre o fim do ano passado e o início de 2013.
Curitiba pretende aumentar o preço da passagem em fevereiro, mas o valor não foi definido. Em Porto Alegre, a prefeitura ainda avalia se haverá mudança.
Salvador já mexeu no preço em junho do ano passado.
As prefeituras não quiseram comentar se receberam pedidos do governo federal em relação às tarifas de transporte urbano, com exceção de Recife, que diz não ter recebido solicitações.
É um novo instrumento de política monetária? Prêmio Nobel garantido este ano para Guido Mantega e seus meninos!
O governo definitivamente perdeu a vergonha em escancarar o óbvio: estão perdidos!
Rumo à República Bolivariana de Banânia
A tapeação já está sendo criticada até pelo ex-Kzar DN. Generalizou. Um artificialismo para ser sustentado exige outro e mais outro até perder-se o controle totalmente. Nunca tivemos uma conjuntura tão favorável ao controle da inflação sem sacrifícios. Esta turma está conseguindo complicar e desorganizar tudo. A inflação reprimida já é uma esculhambação que vem sendo adotada há mais de ano. Parece que não sabem que os USA não estão com inflação (lá a luta era contra a deflação). Aqui é para conseguir uma inflação anual de 4,5% (nem com tapeações conseguem.).
O administrador de empresa que conseguiu fazer doutorado na Cornell (?) e escrevia no Valor que o pensamento liberal era contra toda forma de regulamentação (desonestidade ou ignorância), agora escreve contra o "mercado eficiente" e defende o "planejamento de governo" (viúva do muro e do socialismo derrotado), utilizando um vai e vem e fugindo das conceituações corretas.
A economia de mercado (ou liberal) não é e nunca foi contra regras do jogos estabelecidas, normas para limitar os poderes discricionários dos governos, pelo contrário. A favor de normas para aumentar o poder discricionário dos governos são os "desenvolvimentistas". Os liberais e o mercado são contra as normas que aumentam a burocracia e as dificuldades desnecessariamente para proporcionar a venda de facilidades. Escreviam como se os liberais fossem contra controladorias, auditorias, normas prudenciais (uma desonestidade ou ignorância). Ninguém é contra planejamento (nem o mercado nem as empresas) se é contra a forma de governo de "planejamento centralizado" (morta e sabida por todos os mais ou menos informados). Mas as viúvas não conseguem parar de chorar.
Haddad já projeta um subsídio de quase R$ 1bilhão para 2013 em SP. Tenho penas dos paulistas, elegeram um péssimo gestor.
"O administrador de empresa que conseguiu fazer doutorado na Cornell (?)"
Não conseguiu. Nunca defendeu.
E não é uma decisão sem custo, como a matéria mesmo mostra.
Adiar a inflação pode atenuar a inflação temporariamente, mas apenas eleva o custo do subsídio ao sistema de transporte com recursos públicos.
O que se dá com uma mão se tira com a outra.
O velho e caro populismo econômico.
Ele assina assim. Deve ter conseguido utilizando o prestígio do nome de uma escola de economia do Rio que desvirtuou-se em SP.
Deve ser duro escrever um artigo para o Valor, tal como o Mondenesi fez ontem, defendendo o governo, o novo paradigma da política econômica, batendo na SELIC, etc, e no dia seguinte ler esta notícia dos preços das tarifas dos ônibus. O Mondenesi deveria se cuidar mais, ainda é jovem e acha que vale a pena passar por este ridículo para arrumar algo. Ele, e os que defendem estes mulambos que estão no governo, são patéticos.
E o pior que este mesmo jornal deu espaço para o Lacerda (compabheiro do Alex na Globo News) falar muita m…, cheio de pose, não entende nada de Economia.
Em resumo: preços reprimidos e estouro da boiada em 2014, ano de eleição e crescimento econômico forçado.
Abraços.
M.
http://www.eesp.fgv.br/professores/yoshiaki-nakano
Publicações em periódicos: nenhuma
Isso tudo é o resultado da caixa de Pandora que essa gente resolviu abrir quando se aproveitaram da quebra do Lehmann para tirar os livros empoeirados da estante. O pior ainda está por vir, mas, como sempre vão culpar o mercado, dessa vez não será diferente.
Queria saber se quando a crise pegar vão assumir a culpa, ou se vão falar que precisa de ainda mais intervencionismo. Tenho quase certeza de que essa gente vai, como lhes é de costume, apelar para ainda mais do remédio que está matando o doente.
E eles precisam se decidir se a flexibilização monetária dos países ricos é boa, ou ruim. E a última resposta desse Lacerda já mostrou que o que eles querem mesmo é uma crise da Fannie Mae e Freddie Mac aqui:
"Não vai ser mais possível dar o salto que se viu em volume de crédito. Saímos em cinco ou seis anos de 25% do PIB para 50%. Foi um salto expressivo. Esse nível, em termos internacionais, ainda é baixo. O Brasil tem condições de ampliar o crédito, principalmente o corporativo e o habitacional. Talvez haja menos espaço no crédito ao consumidor. Com isso, teremos de reavaliar a estrutura financeira: a base do compulsório, regulação de crédito. Temos um potencial grande para mexer por aí."
E para bom entendedor, meia palavra basta sobre esse "grande potencial"…
Alex,
Por isso que continuo a defender que iniciaremos recessão atfim do ano …
Cadê os "Leões do IPCA"?
http://maovisivel.blogspot.com.br/2012/07/leoes-do-ipca.html
"25 de julho de 2012 15:32 Reply
Sério, qual é a discussão?
O Bc errou em reduzir os juros ao contrario do que esperava o mercado? Não…
O Bc errou ao continuar reduzindo os juros? Não…
O IPCA está recuando para o centro da meta? Sim…
Por favor, parem de dar bola para as expectativas de inflação e olhem para a economia atual…
O BC tá corretíssimo e o Alex errado, pois se posicionou contrário…
Cândido"
Cadê o Cândido?
Pô, descolou um comentário que eu não lembrava. É isso aí: cadê o Cândido?
Cândido não é o nome dele, mas sim o adjetivo que deu à sua obra de arte/comentário…
Um misto de poeta e profeta.
Com rima, prosa e cadência.
O cândido passou longe.
E eu só vi demência.
Assunto paralelo: Alex, viu a coluna do Delfim hoje no Valor? Me parece um marco no relacionamento dele com a atual administração. "Fase de pré-entendimento da realidade nacional" é extremamente duro em qualquer contexto, ainda mais duro dada a proximidade dele com o partido. Vejo ele lavando as mãos. Vê de alguma outra forma, Alex?
Marcelo
Alex, mandou bem! Manchete principal do site do Valor. Com direito a foto.
MF
Na outra ponta:
Detalhe técnico, não por isso desprezivél: a diferença entre a taxa Selic efetiva e a meta.
Neste ano o gap saltou para 14bps, i.e., mesmo sem reduzir a meta, o BCB está injetando mais liquidez no mercados do que de costume = 14bps(a média do gap nos ultimos anos gira em torno de 8bps)
Desconheço se há algum limite para a diferença entre Selic Meta e Efetiva. Any thoughts?
Apollo Creed
Daqui a pouco, o CPI (Conselho Interministerial de Preços) tá de volta! (Comentário e comentarista saudosista, obviamente. Ah! como era bom um sorvete "cipado", i.é.: o governo impunha o preço de Cr$ 1,00 e o sorveteiro, p.da vida, só queria vender por Cr$1,50. Como o Governo entufava o peito, o sorveteiro metia água na "formulação". E assim ia o mundo girando até que por Cr$ 1,00 o sorveteiro não vendia nem picolé só de "torneiral". Um belo dia, meninada, o Funaro pedia as contas, o Bresser pedia as contas, as contas pediam a Zélia, o Marcílio, o Eliseu Resende, o Gustavo Franco, o Chico, nem sei mas quem… E o sorveteiro anunciava finalmente a boa-nova: "Picolé a R$1,00!" E quero logo avisar aos distintos habitués desse amável Blog: se a coisa desandar de novo, mudo-me para Buenos Aires!
Peço ao Alex que "segure" o máximo possível suas previsões, até que eu possa aperfeiçoar meu portuñol.
É o retorno aos anos 70! Agora se entende porque um ex presidente, que anda sumido, falava: nunca antes na história deste país!! Sim, o "novo" se resume a duas coisas: 1) militares nos quartéis; e 2) bolsa disso e daquilo para os ignorantes.
"Alex, mandou bem! Manchete principal do site do Valor. Com direito a foto."
???
Agora vi…
Como disseram ai em cima, o DN ja pulou do navio em chamas – como ja viu bastantes naufragios na longa vida, sabe reconhecer um Capitao Schettino a distancia…
A cabeca do Mantega vai rolar, nao vai ter jeito – uma pena que a Economist saiu pedindo a cabeca dele, agora a Dilma tem que esperar mais um pouco para nao parecer estar sendo guiada por uma revista extranacional…
http://economia.estadao.com.br/noticias/economia%20geral,reajustes-de-gasolina-e-onibus-vao-superar-queda-da-energia-na-inflacao,140735,0.htm
É isso mesmo, Alex?
aiii meu deuuus congelaram preços administrados aiiii é o fim do mundoo
Essa tática de controlar e adiar os aumentos de preços para maquiar índices econômicos foi utilizada pelos "pinguinos da patagônia" e continua até hoje.
A partir de agora índices oficiais devem ser vistos com muito cuidado e crítica. Os caras vão manipular mesmo. Não vão largar o osso nem a pau.
Décio
Oi, Alex.
Gostaria que você comentasse a matéria do Financial Times de que nosso Ministro da Fazenda, Guido Manteiga, e nosso Presidente do BC, Alexandre Tombini, se tornaram especialistas em “jeitinhos” (vide http://blogs.ft.com/beyond-brics/2013/01/15/brazils-monetary-jeitinho/#axzz2IEYVCe8N). Eles citam como exemplo exatamente o pedido de adiamento do aumento das passagens de ônibus no Rio e em SP.
O mais incrível para mim foi a defesa do Fernando Haddad: “(O governo brasileiro) faz uma política de gestão e não de jeitinho. Se há contratos que coincidem com o reajuste, a coisa mais natural do mundo é fazer gestão para descasar reajustes e impedir impacto forte (na inflação)”.
Alguém ensinou matemática para ele? Será que ele já ouviu falar em comutatividade da soma e da multiplicação? O índice do IPCA é uma ponderação dos reajustes de diversos setores. Adiar o aumento, não gerará impacto na soma dos fatores. Vamos a um exemplo. Se a inflação de janeiro é 0.7, a de fevereiro 0.4 e o aumento da tarifa tem impacto de 0.15 no índice de inflação de janeiro, o máximo que a equipe econômica conseguirá fazer ao adiar o aumento de janeiro para fevereiro é tornar a inflação dos dois meses igual a 0.55. A soma resultante não muda: 1.1.
No entanto, ainda existe a desigualdade entre média aritmética e geométrica: a média aritmética é sempre MAIOR ou IGUAL à média geométrica… Como a igualdade só vale quando todos os valores que compõem a média são iguais, se a equipe econômica conseguir suavizar perfeitamente o índice, o impacto acumulado será necessariamente MAIOR no final do ano! (1.07*1.04<1.055*1.055). Alguém deveria avisar isso à equipe econômica…
Ô Candinho, aparece aí, pôxa!
Culpa desse pessoalzinho heterodoxo da puc! Alias deregulation creditors eh bom sim. Só o mesmo tipo de maneira que acha que agoraos países ricos estão pobres pode achar que nosso sistema bancário ineficiente deve ser invejado.
Permita me um palpite….näo sou economista mas acompanho há alguns anos essa novela…..acredito que ainda este ano podemos ter inflaçâo acima do teto da meta