Teoria gravitacional da inflação

O IBGE
registrou em janeiro a inflação mais elevada para o mês desde 2003, 0,86%. O
número é alto, mas sua análise revela características ainda mais inquietantes.
Nada menos
do que 75% dos itens pesquisados registraram aumento de preços em janeiro,
também a maior proporção observada desde 2003, sugerindo que – ao contrário da
história oficial – a aceleração da inflação não está ligada à evolução de uns
poucos preços, mas se trata de fenômeno disseminado. Além disto, as medidas de
inflação que buscam atenuar os movimentos exagerados de preços (os chamados
“núcleos” de inflação) também alcançaram níveis recordes para o mês.
Registre-se,
por fim, que o mau desempenho ocorreu a despeito do apelo patético feito aos
prefeitos de grandes capitais para que adiassem a elevação das passagens de
ônibus, assim como da antecipação da redução das tarifas de energia. Sem tais
manobras, a encrenca seria ainda maior.
Há, é bom
que se diga, um tanto de sazonalidade na história: a inflação mensal é, em
geral, mais alta no começo e no final do ano e perde força no período
maio-julho. Seria, portanto, despropositado tomar o resultado do mês como valor
representativo do que nos espera ao longo de 2013. Ainda assim, a inflação
medida em 12 meses (portanto livre de sazonalidade) superou os 6%, sacudindo,
aparentemente, o torpor que tem caracterizado a atuação do BC nos últimos anos,
a ponto deste admitir, embora com ressalvas, preocupação com a evolução da
inflação “no curto prazo”.
Foi o que
bastou para que o mercado passasse a questionar a estratégia (com perdão da
palavra) antiinflacionária do BC. É sabido que este não revela a menor intenção
de alterar a taxa de juros “por um período de tempo suficientemente
prolongado”. À luz, porém da aceleração inflacionária e do aparente desconforto
do BC com tal situação, já há quem aposte na possibilidade de que a promessa de
estabilidade da Selic se mostre impossível de ser mantida, pelo menos por um
período tão longo quanto o prometido pelo Copom.
Não por
outro motivo as taxas de juros futuras se elevaram, incorporando uma
probabilidade mais alta do BC ser obrigado a retomar uma postura mais ativa na
condução da política monetária, condizente com o que se espera de uma
instituição minimamente comprometida com a estabilidade de preços.
Em momentos
como este é que se espera de um economista que diga a que veio, isto é, se
haverá (ou não) aumento das taxas de juros este ano, contrariando o consenso da
profissão, que ainda aponta para estabilidade da Selic até dezembro de 2013.
Por mais que
me desagrade repetir o consenso, desta vez me parece mais provável que o BC
mantenha a Selic inalterada. De qualquer forma, mesmo que, em cenário mais
remoto, o BC venha a elevar as taxas de juros, creio que não o fará (como não o
fez) em intensidade suficiente para domar o processo inflacionário, ainda mais
considerando a proximidade com o ciclo eleitoral.
A verdade é
que a definição da taxa Selic, que deveria ser um instrumento para controlar a
inflação, tornou-se um objetivo de política econômica e, mais que isto, uma
bandeira eleitoral. Em tais circunstâncias o BC enfrenta obstáculos consideráveis
à sua autonomia, como a redução dos juros em meio à aceleração inflacionária
permite inferir.
É mais
provável que o governo lide com a inflação da forma como tem feito nos últimos
tempos, isto é, por meio de reduções pontuais de tributos, adiando o momento de
encontro com o teto da meta (6,5%), sem tratar, porém, das causas fundamentais
do problema.
Não há,
porém, como trazer a inflação de volta à meta sem uma verdadeira estratégia de
política monetária, apenas alívios temporários, que não mudam a tendência
central do processo. Inflação não volta à meta por gravidade, nem por torcida;
apenas quando o BC faz o seu trabalho de forma consistente.
O buraco
negro é mais embaixo.
(Publicado 13/Fev/2013)

142 thoughts on “Teoria gravitacional da inflação

  1. Temos a âncora nos preços administrados, que será levada até quando der. Teremos mais desonerações. Tudo bem sujo, focado no curto prazo e ineficiente como o governo gosta.
    Se a Dilma tivesse topete mesmo, iria promover desonerações (cesta básica, tarifas, combustíveis) associada ao aumento no imposto de renda pessoa física. O IPCa iria vir para o número chileno, podendo extinguir o igpm e outras indexações. Seria coisa de cara macho mesmo.
    O crédito está fraquinho, então não será por aí. E o ultimate weapon será o câmbio, que será usado para manter a inflação com o algarismo 5 na frente até 2014. Mas poderemos ter um totó de 100 bps na Selic este ano para poder jogar um biscoito para acalmar os mais aflitos.
    Maradona

  2. "Na Inglaterra a inflação se encontra acima da meta (2,7%), nem por isso o BC de lá deixou de priorizar o crescimento economico."

    Isto. E a Inglaterra se encontra a pleno-emprego também…

    Ih, não? Então sua afirmação está furada…

  3. Do jeito que está, se o banco central aumenta juros o Mantega expande o fiscal. Ou o banco central peita a Fazenda claramente ou nao importa o que ele faz.

  4. Se aplicada a Condição ceteris paribus veremos que o regime é o mesmo e ambos se encontram em situação semelhante,crescimento do pib abaixo do potencial.

  5. "Se aplicada a Condição ceteris paribus veremos que o regime é o mesmo e ambos se encontram em situação semelhante"

    Você quer dizer que presumindo que os países são iguais você chega à conclusão que eles são iguais? Mmmm… Pode render uma publicação…

  6. A gente lê o Editorial do Valor de hoje e o seu artigo e fica alegre pensando que ainda existe gente inteligente e racional na imprensa brasileira (na verdade, felizmente, existem mais). O Valor escreveu no editorial: "Há sinais de desarrumação na política econômica…". Na verdade a The Economist e o Financial Times já deram nota vermelha para a equipe econômica deste governo (acho que é um título inigualável). Por outro lado o mesmo jornal que publicou seu artigo, publica um outro do DN onde ele manda rasgar os livros de Macroeconomia e fala que somente daqui a alguns anos teremos o que é correto. Então não adianta estudar, pois está tudo errado (até o que ele escreve? Acho que é o mais correto.). Ele já enxergou que o que considerava correto (esta desarrumação na política econômica feita pela equipe do governo e apoiada e defendida por ele) está dando água e está abandonando o barco sem a grandeza de escrever: eu estava errado (é uma inteligência perdida a serviço de tentar defender a desarrumação que ele fez em seu tempo de Kzar da economia. Se escrevesse: eu estava errado, faria um bem imenso ao estudo da economia no Brasil.). A outra bobagem é um artigo da turma da AKB no Valor (eles não sabiam que Keynes era a favor do câmbio flutuante e contra a inflação. Keynes só não previu que seu modelo levaria à inflação e a seguir à estagflação). Agora redescobriram Minsk e tentam fazer acreditar que mesmo fazendo tudo certo no fim dará errado, então vamos fazer errado (uma canalhice).
    Toda crise é precedida por barbeiragens ou irresponsabilidades monetárias e/ou fiscais. Rogodff provou.

  7. Alex/O,

    Acreditam que a redução do número de reuniões do COPOM no ano de 12 para 8 pode ter tido efeito negativo na comunicação com o mercado (não razão principal, mas um dos componentes)? Quais seriam os pontos positivos de ampliar o espaço entre as reuniões?

    Abs.,

    The Anchor

  8. O tal do Maradona nao deve saber quanto e arrecadado pelos impostos diretos e pelo IRPF para sugerir que o aumento deste compense a redução daqueles.

    De quebra a renda dele deve estar na faixa de isenção, pelo menos até que a inflação associada a morosidade na redução da tabela o pegue.

    Para controlar a inflação, basta o governo parar de gastar e imprimir moeda para pagar as contas. Para voltar a crescer teremos mesmo e que esperar um pouco.

  9. Alex,

    Para mim, isso é um sinal de que a atual aceleração inflacionária tem um núcleo exclusivamente inercial e que só pode ser atacado mediante uma política de congelamento de preços.

    Abs.

  10. "Para mim, isso é um sinal de que a atual aceleração inflacionária tem um núcleo exclusivamente inercial e que só pode ser atacado mediante uma política de congelamento de preços."

    Sorte que o quermesseiro aí não se identificou, preservou a integridade! Eu já venho a tempos dizendo: os caras vão congelar preços! Tudo começa com uma IDEIAZINHA BOBINHA como essa aí em cima… a eleição é logo ali, em 2014… não esperem por uma reação do BC, ele está omisso e quem manda é a Fazenda (e lá tá cheio de doido como esse aí em cima)…

  11. Alex, tem um modo um pouco intuitivo de sabermos se estamos ou não no pleno emprego, correto ?

    Temos mão de obra QUALIFICADA sobrando ?

    A resposta para isso é não, então estamos no pleno emprego, já que não existe Produção sem mão de obra qualificada, Capital e mão de obra desqualificada.

    Abs, Marcelo Ferreira

  12. Congelar preços!?!?
    O preço dos combustíveis estava congelado!! As tarifas de ônibus do Rio e São Paulo estam congeladas!! A energia eletrica está subsidiada! Só não vê quem não quer, os anos 80 estão de volta. A inflação está alta e reprimida.

  13. "…Como se calcula que o Brasil tá em pleno emprego?

    Qual a "nairu"? Ela existe?"

    Meus caros,
    para quem não acredita que estamos em pleno emprego, tente contratar um pedreiro! Converse com algum empresário (pode ser um micro-empresário). Que chatice! Existe uma escassez brutal de mão-de-obra no país de todas as qualificações.
    Por fim, é claro que o post sobre congelamento de preços (que não foi meu) é uma piadinha. Não vamos ser tão paranóicos!!!
    Saudações
    Ps: Mas que vai ter gente defendendo congelamento de preços (com outro nome – sincronia dos preços nominais; coordenação harmônica de preços inter-setoriais, etc) daqui a pouco, isto vai!

  14. Mantendo a mesma arrecadação (é óbvio), não seria interessante reduzir impostos sobre bens e serviços e em contrapartida elevar o imposto de renda?
    Talvez se a classe C e D pagasse IR (uma regressividade partindo do zero $), nós ficaríamos mais incomodados com o destino dos impostos. Outra medida positiva seria limitar o auxílio desemprego, já que capar o BF politicamente não dá. Mais gente iria ser incorporada ao mercado de trabalho e o Alex iria falar menos em desemprego zero.
    Maradona

  15. "Por fim, é claro que o post sobre congelamento de preços (que não foi meu) é uma piadinha. Não vamos ser tão paranoicos!!!"

    Não brinca com assunto sério! O manicômio foi aberto, os caras se refugiaram no ministério da fazenda e estão com o BC como refém…

  16. Nao vejo porque tanto terrorismo inflacionario de sua parte Alexandre.

    A inflacao desacelerou de 2011 para 2012, quando mensuramos o IPCA para tras a partir da nova metodologia do IBGE.

    Ela vai se acelerar este ano, em especial no primeiro semestre, mas depois cai novamente. A convergencia nao-linear da inflacao nao eh uma piada, eh fato previsto por analise apurada.

    Tudo bem, nao chegaremos ate a meta de 4,5, mas, definitivamente, esta nao eh a prioridade para um pais que cresce tao pouco.

  17. O BC não é refém de ninguém, o Tombini foi indicado por que aceitou as condições da Dilma, caso contrário estaria lendo papers em uma sala qualquer em Brasília. A vaidade é mais forte que qualquer PhD no exterior.
    Agora eles vêm com este papo furado de mão de obra mais qualificada, blá, blá, blá. Eles não terão a coragem de elevar os juros, vai ficar tudo como está.

  18. "O que acha do Eduardo Loyo?"

    Sou suspeito, porque é meu amigo, mas, se quer minha opinião, eu o acho brilhante, certamente um dos melhores economistas do Brasil e uma das inteligências mais vastas que tive o privilégio de encontrar.

  19. "A convergencia nao-linear da inflacao nao eh uma piada, eh fato previsto por analise apurada.

    Tudo bem, nao chegaremos ate a meta de 4,5"

    Ah, fala sério…

    Não tem uma pequena inconsistência entre suas duas afirmações?

  20. Alex, resumindo os problemas contemporâneos da economia brasileira:

    1 – A economia cresce a taxas inferiores ao compatível com sua categoria de emergente. Isso ocorre por culpa do câmbio valorizado, que incentiva importações (provocando desindustrialização) e desincentiva exportações (provocando déficits em CC).

    2 – A inflação está acelerando, mas não pode ser por pressões de demanda, vide o baixo crescimento e o câmbio valorizado. Além de choques de oferta negativos advindos da mudança climática sobre a agricultura, o fator inercial não pode ser negado. Aqui, novamente, o congelamento de preços não pode ser descartado como mecanismo político racional.

    3 – A tese do pleno-emprego é absurda. Seja nas periferias das grandes cidades, seja no campo, há um grande contingente de braços disponíveis a entrar no mercado de trabalho. A própria definição de pleno-emprego entendida pelo mainstream é absurda, uma vez que a PEA aumenta com a demanda efetiva.

    4 – A política monetária é adequada. Como estudado nos modelos de expectativas racionais, a política ótima é aquela em que as autoridades sinalizam ao mercado uma baixa tolerância com a inflação, e na prática fazem o contrário. Desta maneira, os empresários tomarão o aumento de preços como um aumento de preços relativos de seus produtos, e aumentarão a produção.

    Nesse sentido, as melhores recomendações em termos de política são as seguintes:

    1 – Ao invés de se ter metas de superávit primário, é primordial que o Estado utilize a política fiscal para induzir a demanda efetiva e contrabalancear o choque negativo de oferta vindo da agricultura.

    2 – Ao invés de câmbio flutuante, é mais proativo adotar taxas múltiplas de câmbio, favorecendo com taxas valorizadas o setor de bens de consumo e com taxas desvalorizadas o setor de bens de capital e os exportadores.

    3 – Ao invés de se insistir em metas de inflação (talvez, mantê-las nominalmente para ancorar as expectativas de mercado), é mais efetivo diante da própria natureza dessa aceleração inflacionária (como visto, não pode ser causada pelo lado da demanda) a política de congelamento de preços, que ataca a verdadeira raiz do problema: o componente inercial.

    Abraço

  21. "Alex, resumindo os problemas contemporâneos da economia brasileira: …"

    Pena que o cara não se identificou… corria o risco de ser indicado para um nobel ou algo desse tipo… sem dúvida alguma, é um "jênio"…

  22. O anônimo das 14:46 está falando sério?!? Normalmente não tenho muita dificuldade em identificar ironias, mas esse me deixou em dúvida. Se estiver falando sério, de qual hospício ele saiu?!? Meu Deus, aonde vamos parar…
    Anônimo, acho que suas recomendações ficariam ainda melhor se você incluísse um apelo dramático pela volta das câmaras setorias, de tão saudosa lembrança. E, se tudo falhar, abolimos o BC e recriamos a Sumoc…não tem como dar errado.

  23. O anônimo das 14:46 não está de brincadeira, infelizmente é assim que pensam grande parte dos economistas brasileiros (federais, unicamp, DN, Bresser, Nakano, Beluzzo e muitos outros.). Se a imprensa abre espaço (Valor, Folha, ESP, EM) deve existir leitores. O governo hoje está dominado por esta turma (a Dilma pensa (?) assim). O Mantega há oito anos no MF pensa (?) assim.
    O texto do Bresser que o Alex indica parece de uma pessoa embotada (o que ele não é) escrevendo sobre assunto que não conhece (parece que é o que ele é.). Como pode escrever tanta bobagem? Se consegui ler tudo? Não, as bobagens são demais. Hoje quem manda é esta turma. Se acreditam que estão errando? Não acreditam. O Valor levou muito tempo para cair de pau nesta turma (significa que durante um tempo ficou em dúvida). Precisou da The Economist e do Financial Times denunciarem primeiro. O patriotismo da turma do jornal falou mais alto.

  24. O anonimo de 14:46 escreveu o msm no blog do Rodrigo Constantino, deve estar jogando verde para ver se alguém adere o movimento, ou deve ser um desses blogueiros bolsistas do governo.

  25. Anônimo (14/02/2013 às 16:30), Anônimo (14/02/2013 às 16:43) e Anônimo (14/02/2013 às 17:22) (Se os dois não forem a mesma pessoa) e MAGECONOMIA (14/02/2013 às 18:15),
    Sou leigo e céptico, mas tenho certeza que o Anônimo (14/02/2013 às 14:46) não fala sério. Como vocês devem ser economistas (O MAG pelo menos o é), pois não se identificam como não sendo como os leigos se identificam até porque como bem disse Maradona em comentário enviado 08/11/2012 às 11:10, junto ao post "Momento pedagógico" de quarta-feira, 07/11/2012 e de autoria de "O" Anonimo, como leigo temos mais espaço para falar besteira, você dão a impressão de que a Ciência Econômica está no seu nascedouro ou, diria eu, se fosse inimigo do dono do boteco, nos seus extertores e qualquer afirmação pode ser tomada como séria.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 14/02/2013

  26. Algum leitor do blog (ou o Alex e o O se tiverem tempo e paciência) poderia me explicar em linhas gerais o que é demanda efetiva? Pergunto isso porque estou no último ano de economia e não vi isso na faculdade. É mais uma curiosidade intelectual porque aqueles que exaltam a importância dela geralmente falam muita bobagem.

  27. Alexandre Schwartsman,
    Primeiro uma lembrança que o título do seu post “Teoria gravitacional da inflação” trouxe-me. Em meados dos anos 80, eu criticava a teoria inercial da inflação porque considerava que a inflação é uma força e na inércia a somatória das forças é nula. Admitia então a equiparação da inflação com o movimento circular uniforme, onde há a força em direção ao centro, como quase semelhantemente ocorre no movimento da lua mantida girando ao redor da Terra pela força gravitacional. Por um momento eu pensei que seria sobre essa analogia que você iria falar.
    E agora uma crítica. Como leigo em economia, só tenho condições de fazer a crítica às suas afirmações políticas quando elas discrepam do que acredito ser correto.
    Transcrevo a seguir dois parágrafos do seu artigo em que você dá ênfase a um aspecto político que não penso possa ocorrer na nossa realidade. Diz então você:
    “Por mais que me desagrade repetir o consenso, desta vez me parece mais provável que o BC mantenha a Selic inalterada. De qualquer forma, mesmo que, em cenário mais remoto, o BC venha a elevar as taxas de juros, creio que não o fará (como não o fez) em intensidade suficiente para domar o processo inflacionário, ainda mais considerando a proximidade com o ciclo eleitoral.
    A verdade é que a definição da taxa Selic, que deveria ser um instrumento para controlar a inflação, tornou-se um objetivo de política econômica e, mais que isto, uma bandeira eleitoral. Em tais circunstâncias o BC enfrenta obstáculos consideráveis à sua autonomia, como a redução dos juros em meio à aceleração inflacionária permite inferir”
    .
    Em minha avaliação, será preciso que os banqueiros apropriem da alma do brasileiro para que a taxa selic se torne uma bandeira eleitoral. Ou então, você teria que esperar todo brasileiro ter acesso a internet e seu blog ser lido por todos para que o brasileiro venha se importar com o tamanho da taxa de juros. Ainda assim, pelo menos no segundo caso e por mais precisas que sejam suas idéias e por melhor que você as saiba expressar, não sei para que lado penderia o eleitorado.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 15/02/2013

  28. Maradona (13/02/2013 às 12:59),
    Aprecio seus comentários. Há leigos e leigos. No seu caso em que você se diz não economista eu aprecio a precisão das suas intervenções. Além disso, observo que você não é admirador do governo, mas não o fica a retratar como o suprassumo da incompetência.
    É bem verdade que não há muito mérito em não tomar a equipe de governo como incompetente, afinal eleger Dilma Rousseff, uma espécie de general Lott de carisma, depois de uma crise mundial como a do quarto trimestre de 2008, para qualquer pessoa, com um mínimo de discernimento, deveria significar alguma coisa.
    Disse no plural que aprecio seus comentários porque há outros que apareceram aqui e ali ainda que pontualmente com os quais eu me senti manifestado e pude regozijar comigo. Você é o que se poderia dizer menos prolixo, mais sucinto, conciso e preciso do que eu. E assim seus comentários me poupam de muito digitar, a não ser pela necessidade que tenho de ser redundante.
    Agora há também discordâncias. Lembro que no post “Mais que mil, vale um milhão de palavras” de segunda-feira, 09/04/2012, há um comentário seu enviado terça-feira, 10/04/2012, em que você faz crítica a quem defendia política industrial e a desvalorização da moeda. Pensei até que a sua crítica era endereçada a mim, pois defendo a política industrial e a desvalorização da moeda e havia enviado terça-feira, 10/04/2012 às 00:07, um comentário em que defendia a desvalorização da moeda. Depois é que vi e li um comentários mais de acordo com a sua resposta.
    Em defesa da política industrial eu parodio a frase de Fernando Pessoa: “não haver Deus é um Deus também” e digo que não haver política industrial é uma política industrial também. Em suma, todo mundo tem a sua política industrial. Não vou ficar caçando chifre em cabeça de cavalo porque o Brasil tem a sua (Do Brasil, é claro) política industrial.
    Quanto a sua crítica à desvalorização da moeda, eu creio que depois do artigo “Taxa de câmbio e desenvolvimento” de Antonio Delfim Netto, publicado terça-feira, 29/01/2013, no Valor Econômico, dando destaque ao livro “Devaluing to Prosperity” (2012) do economista Surjit S. Bhalla, atualmente ”chairman” da Oxus Investments, um hedge fund baseado em Nova Déli, você vai precisar rever os seus conceitos. O artigo de Antônio Delfim Netto pode ser visto no site do Valor Econômico, mas deixo a indicação do post “Delfim, Taxa de câmbio, desenvolvimento e mercantilismo” de terça-feira, 29/01/2013, no blog de José Luis Oreiro, onde o artigo foi transcrito com um comentário prévio. O endereço do post “Delfim, Taxa de câmbio, desenvolvimento e mercantilismo” é:
    http://jlcoreiro.wordpress.com/2013/01/29/delfim-taxa-de-cambio-desenvolvimento-e-mercantilismo/
    A desvalorização é modelo que eu defendo desde que eu percebi, provavelmente ali por volta de 1985, que a desvalorização que o FMI nos forçou a fazer em 1983 permitia a recuperação econômica do país. Enfim quanto a sua crítica à desvalorização cambial eu diria que “je m’em passe”.
    E quanto e este seu comentário aqui no post “Teoria gravitacional da inflação”, eu diria que, para o objetivo da equipe econômica de ganhar a eleição em 2014, não penso ser necessário ter topete.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 15/02/2013

  29. O Mantega já se resignou com a perspectiva dos juros subirem. Será um freio de arrumação, a Dilma estava ficando preocupada com o risco de inflação cravar o teto, e a repercussão das perdas salariais e greves para sua recomposição. A política não mudou de idéia, mas teme a volatilidade e olha 2014.
    Agora veremos se o BC quer mesmo o ipca perto do 5% já em 2013. A minha "fórmula" pede juros de 8,5% caso nenhum meteoro carregado de trabalhadores qualificados que saibam falar português e atinja nosso país.
    Moralismo e fatalismo demais atrapalham a análise do que foi feito pelo BC. Errou em acelerar os cortes abaixo de 9%, em olhar o pib e esquecer dos serviços, se resignou com a inflação alta em 2012, mas não pode levar o troféu jumento de ouro, mesmo com o ministro sendo our concour.
    O BC está enfraquecido mas ainda carrega a pedra filosofal.
    Maradona

  30. Clever! Que bom que você voltou! Eu estava ficando preocupado com você. Meu dia não está completo sem ler pelo menos uma análise economico-parnasiana de sua autoria, de preferência seguida de uma daquelas patadas bem dadas pelo dono do blog.

  31. A tal da guerra cambial é o papo furado favorito do Mantega quando ele pega o avião e vai para o exterior, mas seria interessante alguém informar a ele que a inflação alta anulará parte dos ganhos provenientes da desvalorização cambial.

  32. "Li este artigo e, como eu não convivo entre economistas (ufa!), pensei na maneira de provocar a ira dos maior número possível de ortodoxos. "

    E por que motivo exatamente isto provocaria a ira de economistas ortodoxos?

  33. Pô, ainda existem defensores das medidas heterodoxas com formação inquestionável, como é o caso do autor.

    De vez em quando eu tenho a impressão que muitos aqui TORCEM para a ortodoxia, e não que chegaram a conclusões positivas a respeito dela através de estudo…esses tenho certeza que vão soltar um resmungo ao ler! =p

    Não que isso isente de alguma forma o pessoal de Brasília, já que a inflação do Equador está sob controle. Não estou comparando os dois países diretamente, pelo amor…

  34. "Clever! Que bom que você voltou! Eu estava ficando preocupado com você. Meu dia não está completo sem ler pelo menos uma análise economico-parnasiana de sua autoria, de preferência seguida de uma daquelas patadas bem dadas pelo dono do blog."

    uhahuahuhuahuhuahuua!!

    Passei mal de rir aqui…muito bom!

  35. Achei a análise primária: os preços do petróleo despencaram em 2009 e reagiram depois. O país praticamente só exporta petróleo. O que esperar depois de um baita choque positivo de termos de troca?

  36. Alex,

    Qual é seu palpite depois dessa zona toda nos DIs? O Pombini vai virar macho ou a turma está lendo coisas demais nas entrelinhas?

    (Maldita hora em que resolvi ser economista. Tivesse escutado minha mãe e feito medicina, estaria agora operando um cérebro, fazendo exame de próstata, extirpando apendices, etc. Mas, não. Fui estudar a dismal science e agora tenho que ficar adivinhando o que vai pela cabeça dos retard…, digo, das autoridades monetárias e fiscais…)

  37. Careca,

    você sempre diz que a queda da Selic é BOA para os bancos. Então como explicar o comportamento do mercado acionário hoje? As ações dos bancos dispararam sob a perspectiva de que o Bacen terá que subir a Selic? O mercado é idiota e só você sabe disso?

  38. Mark Weisbrot…provavelmente o maior fã e lobbista de Hugo Chaves nos Eua… Achei legal a parte em que ele diz que como o Equador adotou o dólar, ele não pode afrouxar a política monetária como faz o Fed…como diria a saudosa Hebe: Que gracinha!!!

  39. Todo mundo quer mandar na Pátria Amada. Primeiro, os lacaios de Sua Majestade debaixo da saia dos lusitanos. Depois, Tio Sam, Consenso de Washington, Ana Maria Jul, George Soros. Até a França, nossa madrinha e preceptora, quis comer nossas lagostas (e como comeu! – com o perdão do cacófato!) Agora, se não bastasse tanto autodácia (com o perdão do neologismo!), vem o The Ecomomist: “Brazil’s zombie politicians – Unstoppable? – Despite serial corruption allegations, the old guard just keeps coming back”
    Tradução para os que não sabem a língua do “Bard of Avon”: “Queremos gente nossa lá!”

  40. Puxa, confesso que já estava ficando com medo de que nossa Rena do Nariz Vermelho e seu Elfo Vidente estivessem totalmente perdidos…Mas, felizmente, temos nosso grande Maradona para explicar que tudo se encaixa em uma genial estratégia na qual, agora, chegou a hora de um "freio de arrumação". Ainda mais reconfortante é saber que, se o tal freio não vier, podemos contar com o Maradona para nos explicar que isso também está dentro dos planos geniais da nossa super hiper mega gerentona…Sobre o Maradona eu, às vezes, tenho vontade de dizer o que a Marilena Chauí disse sobre Lula: quando ele fala tudo se ilumina!
    Obrigado, Maradona. Quero aproveitar pra dizer que eu sempre te achei muito, mas muito, melhor do que o Biro-Biro.

  41. André, o Equador está se beneficiando dos preço alto do petróleo e também da política monetária expansiva dos EUA – afinal eles são dolarizados e importam a política monetária americana. O artigo do Weisbrot é, como de costume, inane. Ele chega a ter a cara de pau – sim, é cara de pau e não ignorância, porque ele é pago para mentir – de dizer que o Equador se beneficia de não ter um banco central independente. É o mundos ponta-cabeças, afinal a política monetária equatoriana é determinada em outro pais, não há nada mais independente que isso.

    Quanto ao big picture, o Corrêa parece ser em muitas dimensões melhor do que o Chavez, a quem o Weisbrot elogiou por dinheiro por muitos anos e que todos sabemos destruiu seu país. Por exemplo, o Equador não tem a crise de segurança publica que a Venezuela tem. O sistema de bem estar social que o Corrêa implantou é bem mais parecido com o brasileiro e mexicano do que com o modelo clientelista de Caracas.

    Também merece menção a qualidade dos antecessores de Corrêa. Ele não herdou a herança bendita de FHC, Malan e Arminio, mas um dos países mais mal governados da America Latina. Que ele não conseguiu piorar o pais ainda não é muito de se orgulhar.

  42. "Qual é seu palpite depois dessa zona toda nos DIs? O Pombini vai virar macho?"

    Você fez bem a pergunta. Em primeiro lugar, ao notar que é palpite; em segundo lugar, por fulanizar a pergunta.

    Por que? Porque a coisa saiu do domínio do economista. Se fosse uma decisão puramente econômica, nem estaríamos aqui. O BC não teria deixado chegar onde chegou. Depende do caráter (ou falta de) dos atores.

    Segundo minha amiga Tatiana Pinheiro, "esta Coca é Fanta" e eu me sinto tentado a concordar com ela, ainda mais depois de ler no Pravda que “a comunicação da última ata do Copom não foi alterada”.

  43. Maradona (13/02/2013 às 12:59),
    Sou favorável ao aumento de receita tributária e não a corte de gastos para resolver problemas de administração financeira do caixa do governo, ou para resolver problemas econômicos de excessos de demanda ou de falta de oferta. Aliás, tenho insistido para a falta de compreensão do tributo que a maioria dos que dizem entendidos em tributação parece apresentar. As pessoas só falam em tributo para fornecer recursos para o governo esquecendo que a finalidade última do tributo é evitar inflação.
    Uma forma de se mostrar que a finalidade do tributo é combater a inflação é imaginar o seguinte. Suponhamos que, por desígnios divinos, a inflação não existisse (seja lá qual for a quantidade da moeda ou a velocidade dela, a existência ou não de choques positivos ou negativos de oferta ou demanda, o tamanho dos gastos públicos e outros mais) então como conseqüência os reinos não cobrariam impostos. Os impostos existem para isso: para evitar a inflação.
    Assim vejo com satisfação sua defesa do aumento do Imposto de Renda. Ocorre que há que se trabalhar com o senso de oportunidade. O governo tem força para aumentar o imposto de renda? E o modelo atual em que as faixas sobem abaixo do crescimento nominal do PIB já não representa um aumento do Imposto de Renda? E alem disso é preciso reconhecer que para o governo federal, o aumento do imposto de renda com 48% dele vinculado (Art. 159, I da CF/88) não é a melhor medida.
    E é preciso mais bem compreender o sistema tributário. Um sistema tributário com base só no imposto sobre a renda, é muito ruim para países em desenvolvimento que precisam impor barreiras no comércio exterior. O imposto sobre consumo, estabelecido em valor agregado, apesar de tornar as mercadorias mais caras (Preços elevados não significam inflação eleva, muitas vezes é até o contrário, como a realidade japoneza mostra), não só é um instrumento para reduzir o aumento dos preços, pois qualquer choque que aumente os preços vai retirar mais dinheiro da economia via o imposto como também atua como barreira aos produtos importados.
    No artigo “É o câmbio, é o câmbio…” de Antonio Delfim Netto, publicado no Valor Econômico de terça-feira, 31/01/2012 às 11:03, há a indicação do artigo "Fiscal Devaluations" (NBER – Working Paper 17.662, de dezembro/ 2011), de autoria de Emmanuel Farhi, Gita Gopinath e Oleg Itskhoki que faz uma boa análise de um sistema tributário. O artigo pode ser encontrado no seguinte endereço:
    http://www.nber.org/papers/w17662.pdf
    Em suma o artigo "Fiscal Devaluations" mostra como fazer uma desvalorização cambial via política fiscal e no modelo proposto tanto há aumento como diminuição de tributos.
    E o artigo “É o câmbio, é o câmbio…”, que me foi uma grata surpreza por ver Antonio Delfim Netto de certo modo defendendo o aumento da carga tributária, foi transcrito no post no blog de Luis Nassif intitulado “O euro e homogeneidade de interesses, por Delfim Netto” de terça-feira, 31/01/2012 às 11:03, e pode ser visto no seguinte endereço:
    http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-euro-e-homogeneidade-de-interesses-por-delfim-netto
    A barreira que os impostos na produção criam para produtos importados se dá pela seguinte razão. Suponhamos que sem o imposto, o produto custasse R$100,00. Com o imposto por dentro de 50% o produto passa a custar R$200,00. Só que no dinamismo do sistema esse acréscimo não será incorporado totalmente no preço da mercadoria Assim, o produto passa a ser vendido para o consumidor final a, por exemplo, R$180,00. Se o produto for exportado, o exportador passa a ter um crédito de R$90,00 e leva o produto a R$90,00 para o mercado internacional e não mais a R$100,00 como era antes. E o produto importado terá que chegar com o preço de R$90,00 para ser competitivo.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 15/02/2013

  44. Alex (15/02/2013 às 17:58),
    Você não considera incoerente a sua avaliação do artigo de Mark Weisbrot "Ecuador's New Deal: Nothing Succeeds Like Success" elogiando o governo do Equador e transcrita a seguir:
    "Achei a análise primária: os preços do petróleo despencaram em 2009 e reagiram depois. O país praticamente só exporta petróleo. O que esperar depois de um baita choque positivo de termos de troca?"
    Quando se o compara com a suas manifestações lá no post "Quarto do riso" de quinta-feira, 06/12/2012?
    Enfim, não seria mais correto comparar as economias da Colômbia Chile e Peru com o Equador e não com o Brasil?
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 15/02/2013

  45. A questão não é que bancos gostam de juros altos. A questão é que bancos não gostam de inflação (especialmente quando eles começam a atuar como bancos de verdade e não aquele arremedo que tínhamos nos tempos da inflação galopante). Bancos são credores líquidos e tomam dinheiro no curto prazo para dar no longo (que gay!). O melhor pra eles é a inflação mais baixa possível com o juros mais baixos possíveis. Aí, sim, eles fazem a festa (e, se bobear, destroem a casa…)

  46. "A Tatiana Pinheiro eh uma boa economista?"
    hahahaha

    "O", essas críticas "ad hominem" voltadas ao Mark Weisbrot são um negócio meio Reinaldo Azevedo…soam como os caras que falam que o Alex só diz o que diz pq é pago pelos banqueiros internacionais, pelos grandes empresários…
    Você acha mesmo que um cara que defendesse o Chavez apenas por dinheiro em artigos do Guardian ainda estaria lá? O Guardian não é a Carta Capital!
    Mas o que você falou da independência da política monetária é fato haha
    Mas olha o que é dito sobre isso nesse outro artigo:

    "The BCE acted on bank reserve requirements policy in 2009 with two banking regulations that,
    taken together, raised both banking reserves and liquidity. First, the Fondo de Liquidez was formed in
    February 2009 as a reserve fund and lender of last resort to back private bank deposits. Initially,
    banks were required to contribute 3 percent of their deposits, and each year must contribute an
    additional 0.25 percent.
    Secondly, in March 2009, the BCE introduced regulations requiring private
    banks to hold at least 45 percent of their reserves (not counting their contributions to the Fondo de
    Liquidez) domestically, creating the Coeficiente de Liquidez Doméstica.
    The desired effect seems to have occurred, as shown in Figure 7. After falling throughout 2008 and
    early 2009, both the number of loans given by the private financial sector and the total amount of
    credit bounced back. The total value of credit doubled from its trough in late 2008 to January 2012,
    and the number of loans nearly doubled."
    Retirei do site do seu amigo Mark haha
    http://www.cepr.net/documents/publications/ecuador-2012-05.pdf

    Alex, o petróleo explica quase tudo, mas não tudo.haha
    O Equador conseguiu tudo que a Venezuela conseguiu em termos sociais, mas sem uma inflação que preocupe, sem notícia sobre escassez de alimentos como na terra do Chavez, enfim, alguma coisa a mais aí tem.
    E o ponto central do artigo é que essas medidas tidas como "anti-mercado" não derrubaram a economia como seria de se supor. É só por causa do petróleo? Como então a Venezuela não está indo tão bem, já que petróleo não é problema por lá?

    Outra pergunta de leigo: se o que explica a bonança por lá é o petróleo, o fato de os preços internacionais não terem retomado o nível de jul 2008, por exemplo, não seria um impedimento pra economia desses países exportadores ter se recuperado? Como elas conseguiram se reerguer depois da crise antes do preço internacional voltar ao mesmo patamar pré-crise?

    No fundo vocês estão loucos pra mudar pra lá.

  47. Clever, meu caro, não se contente em dividir apenas as suas opiniões sobre economia. Diga também o que pensa sobre o teste nuclear da Coreia do Norte, a guerra no Mali e a renúncia do Papa. Aguardamos ansiosamente.

  48. Anônimo (13/02/2013 às 13:31),
    Você que parece acompanhar a Inglaterra, que o Alexandre Schwartsman não considerou boa referência para a análise dele lá no post "Quarto do riso", por se tratar de um país de moeda que perdeu no século XIX o seu valor imperial, poderia dizer por que esse reboliço todo do helicóptero?
    O "quantitative easing" no mundo da internet e de telecomunicações não é a mesma coisa do dinheiro do helicóptero? E se for, por que o Martin Wolf, que me parece ser bem sensato, abraçou a idéia? Digo que ele abraçou com base no artigo dele, “Explicando o dinheiro do helicóptero”, publicado na quarta-feira, 13/02/2013, no Valor Econômico (No original no Financial Times, “The Case fir Helicopter Money” há os links para os trabalhos que são mencionados no artigo) e que pode ser visto no seguinte endereço:
    http://www.valor.com.br/opiniao/3003378/explicando-o-dinheiro-do-helicoptero
    Se souber em que se distingue a proposta que Martin Wolf, além de “dinheiro de Helicóptero”, chamou de “Plano de Chicago”, e que consistiria em “garantir 100% dos depósitos por títulos de dívidas públicas”, por favor, deixe uma dica
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 16/02/2013

  49. “O Equador conseguiu tudo que a Venezuela conseguiu em termos sociais, mas sem uma inflação que preocupe, sem notícia sobre escassez de alimentos como na terra do Chavez, enfim, alguma coisa a mais aí tem.”
    A diferença é que o Equador é dolarizado.

    “Outra pergunta de leigo: se o que explica a bonança por lá é o petróleo, o fato de os preços internacionais não terem retomado o nível de jul 2008, por exemplo, não seria um impedimento pra economia desses países exportadores ter se recuperado? Como elas conseguiram se reerguer depois da crise antes do preço internacional voltar ao mesmo patamar pré-crise?”

    O preço do petróleo era $20. Subiu para $160 e depois caiu para uns $120. Quando o preço era $20, já cobria-se o custo de extração.

  50. “Você acha mesmo que um cara que defendesse o Chavez apenas por dinheiro em artigos do Guardian ainda estaria lá? O Guardian não é a Carta Capital!”

    What the fuck? Sério? Você realmente acha que existe a possibilidade de um agente pago do anti-americanismo submeter um artigo para o Guardian e não ser publicado?

  51. Entendi seus dois primeiros comentários, acho! haha, vou pular o que se refere ao Guardian.
    Sobre o Reinaldo Azevedo, a princípio nada contra, mas ele fez uma série de postagens a respeito do Mark Weisbrot que foram na linha dos seus comentários – atacando o cara pessoalmente, sugerindo que ele só defende as posições dele porque é pago pelo Chavez pra isso, etc.
    Uma tristeza. Uma coisa é questionar alguém por suas ideias mal fundamentadas, por uma formação deficiente, etc.
    Mas quando o sujeito é, de certa forma, inquestionável quanto a isso, parte-se pros ataques pessoais?
    Esperava mais de você, "O".haha (do Reinaldo não esperava, pra ser sincero)
    COnheci um cara que foi colega de Mestrado do Mark Weisbrot (esse cara está no oposto do espectro ideológico) que disse que ele sempre teve essa posição/visão, o que anula um pouco a tese de que ele defende o Chavez/Correa/Lula apenas por dinheiro.
    O cara disse também que o Mark era um cara brilhante, daqueles queridinhos dos professores haha

    Não estou dizendo que seus comentários sobre o artigo, ainda que possam ser elementares pra você, não tenham sido úteis pra mim. Só estou dizendo que tentar desmoralizar o cara só por pensar diferente é feio!

    O Reinaldo ainda ganha dinheiro desmoralizando tudo e todos que se aproximam do governo PT. Não sei se é seu caso também!haha

  52. É patente no texto do Weisbrot que o cara não tem a menor noção do seguinte: das consequências de se adotar a moeda de um outro país, o que significa um banco central independente e que reservas externas não são recursos fiscais, entre outras cositas mais. Quem não consegue ver esses erros crassos na "análise" dele, é porque também não tem a menor noção do que está falando. Podem ficar aqui reclamando dos "ataques pessoais" o dia inteiro que esse fato não vai mudar…
    Dito isso, a relação dele com o troglodita moribundo de Caracas é aquela coisa "tostines": Weisbrot gosta do Chavez por que é um ignorante ou é um ignorante por que gosta do Chavez? E a resposta é: ambos.

  53. O cara começa o comentário dele atacando a Tatiana Pinheiro (sem um fiapo de argumento) e na linha seguinte, sem nem tomar fôlego, reclama dos ataques "ad hominem" contra o Weisbrot.

    Pot, meet kettle…

  54. "lex, o petróleo explica quase tudo, mas não tudo.haha
    O Equador conseguiu tudo que a Venezuela conseguiu em termos sociais, mas sem uma inflação que preocupe"

    Dããã… O Equador é dolarizado…

  55. Eu ataquei? Menos, cara…

    Não é possível controlar a política monetária de alguma forma através dos depósitos compulsórios, por exemplo? O fato de a economia ser dolarizada quer dizer que o bc deles perdeu TODO o controle sobre a política monetária?
    Eu aaacho que não, mas estou perguntando sem sacanagem!

    "Dããã… O Equador é dolarizado…"
    então o petróleo não explica tudo, uai.

    e eu sabia que o pessoal sairia rosnando pro Wesbrot cedo ou tarde!

  56. Já li textos de economistas, advogados e administradores de empresas com doutorado e até pós-doutorado em economia que agrediam a verdade e a racionalidade (ignorâncias mesmo). Muitos que ainda se dizem keynesianos escreviam contra o câmbio flutuante e a favor de mais um pouco de inflação para fazer crescimento. Todos que estudam sabem que Keynes era a favor de câmbio flutuante e contra a inflação (só não previu que seu modelo de desenvolvimento levaria à inflação e no processo à estagflação). Ver um doutor em economia defender Chaves já não me assusta (apesar de absurdo). O modelo argentino ainda é defendido por alguns economistas brasileiros (parece até mentira). Não se pode católico ser e não acreditar em milagres, no Papa, na Virgem Maria, etc. Não se pode cristão ser e não acreditar em milagres, em espíritos, na vida eterna. Não se pode Judeu ser e não acreditar no criacionismo e na vinda do salvador, por aí. Mas no Brasil se pode ser professor da PUC -SP, da AKB e ser contra o câmbio flutuante e a favor de mais um pouquinho de inflação para fazer crescimento (só se for de 1%).
    Esta turma conseguiu ser criticada pela The Economist e pelo financial Times como incompetentes e não merecedores dos cargos que ocupam (não é para qualquer um.). Quase destruíram o que foi feito com muito sacrifício no Brasil. O tripé e a lei de Responsabilidade Fiscal que foram a base do sucesso do país. Eles são contra o tripé e a Lei de Responsabilidade Fiscal. São a favor de gastos improdutivos, de déficits públicos, de taxa básica inadequadamente baixa, não acreditam que o mensalão existiu e não acreditam que a taxa básica adequada controla a inflação. Um que escreve no ESP afirma que o aumento da taxa básica aumenta a inflação (escreve até hoje).
    O ALex não conseguiu se conter e atacou uma posição do presidente da Petrobrás (inflelizmente acho que economista), há tempos. Estava 100% correto e agora todos estão vendo para onde estão conseguindo levar a empresa (tinha que dar cadeia para todo mundo). Os crimes que estão cometendo no BNDES são para cadeia.
    O Alex pode se vangloriar pois foi o primeiro a escrever que a política monetária estava errada. Em jan./2012 eu acompanhei sua ideia. Esta turma de desenvolvimentistas brasileiros não pode se comparar com o Krugman (as posições dele são ortodoxas perto destes mágicos brasileiros).

  57. Se um país abriu mão de ter moeda própria e utiliza a moeda de um outro país que emite a considerada reserva de valor internacional, sim ele abriu mão de ter uma política monetária (pode ter alguns controles internos e só). A economia do Equador é insignificante até para o Brasil. O caudilho equatoriano conseguiu um poder político (e eleitoral) amedrontando até a imprensa. Além do preço do petróleo sua virtude é conseguir manter um poder de tiranete popular (como lá era uma bagunça total, virou uma ditadurazinha aceitável.). Mas não é aceitável para este blog discutir Cuba, equador, Venezuela. a Argentina até aceitável (para provar o erro do modelo nacional-desenvolvimentista.).

  58. "Sou favorável ao aumento de receita tributária e não a corte de gastos para resolver problemas de administração financeira do caixa do governo"
    .
    De Belíndia para Norundi, impostos da Noruega com serviços do Burundi. Eu podia ter escolhido algum país mais descente para nascer, algum lugar livre dessa escória esquerdista. Enquanto isso a violência come solta, mesmo com a redução da desigualdade de renda, mas é tudo culpa do capitalismo.

  59. "Explica o crescimento, oras… Não era essa sua pergunta?"

    era sim, tô sacaneando só. Obrigado pela resposta, ainda que cruel haha

    MAGECONOMIA, sei não, eu sou formado em música, já peço desculpas antecipadamente mas na minha cabeça mexer com os depósitos compulsórios é uma forma de política monetária. tô falando na humildade!haha

    Mas tá certo, eu desviei o assunto do post com o negócio do equador, mas as observações de vocês foram enriquecedoras pra mim (não todas!)

  60. País que não tem moeda própria e que brinca com compulsórios para tentar influenciar a demanda agregada enxuga gelo durante o dia e faz xixi na cama a noite…

  61. "Cansei de torcer para dar certo, quero que a inflacao exploda logo antes da eleicao de 2014. E pelo jeito nao vai precisar de muito esforco."
    O Tombini não vai deixar. Pelo menos até essa data que vc mencionou. Eleição, não equilíbrio macro, é que define a agenda. E depois de 2014? Sei lá.
    Em relação à declaração do Figueiredo, me parece q ele falou uma opinião até óbvia: estamos crescendo 2%/3% e não zero como em parte de 2012, a inflação será combatida um pouco, com a selic mesmo. Olhem seus gráficos, tem um calombo se formando nos últimos 3 meses!
    Tolerância é uma coisa indiferença é outra. Mas como disse alguém, se saiu da trilha voluntariamente a volta é discricionária. É mesmo. Poderá ser no 2° sem ou antes como está se desenhando agora.
    Maradona

  62. André: o governo que adota a moeda de outro país abdica do poder de emitir (abre mão de parte da soberania). Não pode fazer inflação com sua moeda como maneira de sair de crises causadas por irresponsabilidades (dar o cano através de inflação). Tem que se submeter à inflação (ou deflação) da moeda escolhida. Como escrevi continua com o poder de alguns controles, mas não pode ser considerado uma política monetária (não tem independência). A diferença entre a inflação de sua moeda e a do dólar para de existir (começa a existir a inflação do dólar e a inflação em dólar doméstico, uma artificialidade que no fim fica muito difícil de gerenciar). O país que adota uma moeda estrangeira é por já estar no fundo do poço. Como o país está no fundo do poço qualquer acerto aparece muito. O Equador vendeu petróleo para a China e recebeu antecipadamente (se não tivesse petróleo iria faltar tudo). Recebeu também outros financiamentos da China. Mas isto vai secar. Já fez acordo com a empreiteira brasileira que havia expulsado do país. Já concordou em pagar ao BNDES. O BNDES já está financiando novamente (mas o BNDES vai dar cadeia pelas loucuras feitas). A CEF doou 5 bilhões de reais para um banco quebrado (vai dar cadeia também).

  63. Anônimo (17/02/2013 às 16:10),
    Não me parece que se possa parodiar Carlos Drummond de Andrade e dizer a seu respeito que você tem “apenas duas mãos e o sentimento do mundo”. Não, você não nasceu no Burundi, nem se condói pelos que lá sofrem. Também não parece ser um apaniguado a desfrutar aqui dos encantos e fastígios do país dos belgas.
    Também me parece que você quis dizer decente. E bastaria. Para que mais? A menos que o descente seu seja no sentido de descer. Só que ai ainda haveria dúvida: descer para onde e por que mais?
    E você não poderia ter escolhido lugar para nascer, nem você tem este direito nem lhe deram esta capacidade. Resta-lhe apenas o desejo de uma possibilidade impossível. É, você gostaria de ser o superhomem da canção e do filme que lhe faria voltar no tempo e usufruir do desejo de Gilberto Gil em “Cultura e Civilização”:
    “Eu gosto mesmo
    É de comer com coentro
    Eu gosto mesmo
    É de ficar por dentro
    Como eu estive algum tempo
    Na barriga de Claudina
    Uma velha baiana
    Cem por cento”
    .
    É claro que a barriga não seria da Claudina, nem seria ela uma baiana. E talvez fosse bom estabelecer a dimensão temporal do seu desejo e a cor da sua pele ou a nacionalidade do ventre que o gerará. Imagine você, tendo nascido de um ventre negro no país da democracia, ver aprovada a Constituição Americana em que havia um artigo para, a dizer assim, dirimir conflitos de competência entre os entes federados que permitia que a captura de escravo fugitivo pudesse adentrar em outro estado da federação. Ou mais recente você nascesse de um ventre turco (Parodiando Olavo Bilac, você possa dizer: “em que da voz materna ouvi: “Oğlum”), em solo alemão, em 2009, em plena campanha para o parlamento europeu e soubesse depois que um dos lemas da democracia cristã era “Por Deus, contra a Turquia”.
    Ou ainda para dar suporte a Lei de Godwin, suponha você ter nascido na Alemanha Nazista de ventre judeu.
    Com tantas possibilidades então que tal você ter mais outra, a de poder dialogar com um prócer da época para avaliar quando e onde nascer? Assim, suponha você agraciado com o benefício de conversar previamente com Adolphe, alemão também, mas de complemento Wagner e amigável e mais antigo. Vendo sua preocupação com a carga tributária, ele certamente o alertará para a Lei de Wagner que ele deverá em breve lançar no mercado prognosticando um aumento da carga tributária e lhe dará como conselho nascer em tempos de outrora onde não haja penicilina, energia e internet.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 18/02/2013

  64. "O BNDES já está financiando novamente (mas o BNDES vai dar cadeia pelas loucuras feitas). A CEF doou 5 bilhões de reais para um banco quebrado (vai dar cadeia também)."

    Quem me dera ser tao otimista assim…

  65. Voces economistas (eu abandonei no inicio) podiam me explicar porque existem metas minimas de inflação? A noção de necessidade de haver inflação vem da curva de Phillips de expectativas racionais onde ha trade off entre inflação e desemprego?
    Ou seja uma politica monetaria que "surpreenda" os agentes pode alterar o equilibrio para o pleno emprego?

    ou o ideal seria inflação zero? da uma explicada! abração

  66. É para registrar o inconformismo e o risco que esta turma corre (o mensalão está aí de exemplo). Eles devem ter medo do risco que correm. O diretor do BB está condenado a cadeia (e fez menos do que a turma do BNDES e da CEF). Os diretores do Rural não fizeram um décimo perto desta turma e estão condenados. A presidente do Rural (deu azar, a irmã morreu e o novo presidente logo após, era uma artista) pegou o barco andando e só autorizou as renovações (não sabia o risco que corria) e foi condenada a cadeia. O exemplo está aí. Cadeia para esta turma de ??????.

  67. Nota de ordem:

    Usar a moeda de um outro pais nao significa necessariamente importar a inflacao do outro pais.

    A inflacao nao advem apenas de fatores monetários. Se os austriacos nao gostam desta afirmacao, problema deles. Eh preciso aceitar os fatos.

    JP

  68. Alex,
    Vc acha possivel comecarmos uma onda de "ajustes" da inflacao, como temos na Argentina??
    Por exemplo: o aumento de onibus em BH nao entrou no ipca do mes passado, dado um "problema técnico"…

  69. " A noção de necessidade de haver inflação vem da curva de Phillips de expectativas racionais onde ha trade off entre inflação e desemprego?"

    Não. Na curva de Phillips com expectativas racionais não há trade-off entre inflação e desemprego. Se preços forem rígidos, pode haver no curto prazo.

    "Ou seja uma politica monetaria que "surpreenda" os agentes pode alterar o equilibrio para o pleno emprego?"

    Não. Se o BC mentir sobre sua meta, pode reduzir o desemprego até os agentes aprenderem, mas é só.

    Por que não é zero?

    Em parte porque os índices de inflação superestimam em alguma medida a inflação verdadeira, seja pelo efeito dos índices de Laspeyres, seja pelas dificuldades de lidar com melhoras de qualidade.

    Afora isso, há a questão da proximidade com a "fronteira zero" (zero bound), que pode gerar distorções, visto que a taxa nominal de juros não pode ser negativa.

  70. "A inflacao nao advem apenas de fatores monetários. Se os austriacos nao gostam desta afirmacao, problema deles. Eh preciso aceitar os fatos."

    Hummm…não.

    Não tem nada a ver com austríacos ou prussianos. A inflação é sempre um fenômeno monetário.

  71. "Não. Na curva de Phillips com expectativas racionais não há trade-off entre inflação e desemprego. Se preços forem rígidos, pode haver no curto prazo."

    Nunca entendi essa parte.. em que momento os preços (salarios) se flexibilizam? Ou seja pelo que voce disse no curto prazo a politica monetaria afeta o produto.. mas o que signifca isso?

    Sobre a meta de inflação não ser zero.. o Krugman não defende uma taxa real negativa, ou seja uma inflação é benefica numa economia em crise de bolha, ou tambem numa economia saudavel abaixo do pleno emprego?

  72. Prato cheio pra quermesse no valor de hoje: Delfim e Bresser pedindo real mais desvalorizado. Pelo menos não pediram juros menores dessa vez. Sugiro pular para os quadrinhos.

  73. O Bresser escreveu:

    "Um imposto sobre essas commodities, de 20% de seu valor em cruzeiros, ou de R$ 0,60 por dólar exportado, resolveria o problema."

    Porra, cruzeiros???? A ideia eh tao antiquada que o cara escreve cruzeiros… Eh um imbecil mesmo…

    abs

  74. Da Folha de hoje:
    "A presidente Dilma Rousseff orientou a equipe econômica a deixar claro que o BC tem total autonomia para decidir subir os juros quando considerar necessário.
    O objetivo é influenciar nas expectativas de mercado, tentando afastar percepções de interferência sobre a condução da política da entidade."

    Me engana que eu gosto! Para quem tinha dúvida da capacidade intelectual de toda a equipe do governo, acho que não é necessário mais nenhuma evidência. O que me impressiona é como, ainda por cima, esses orangotangos ganham um salário tão alto para fazer tanta m****.

  75. "Não obstante os exportadores de commodities tendam a se opor ao imposto, creio ter deixado claro que, afinal, eles o recebem de volta por meio da depreciação cambial. Quem paga o imposto são os consumidores e investidores que, no curto prazo, veem os preços aumentar. Mas esse custo é transitório, e, em pouco tempo todos se beneficiarão com o aumento dos investimentos e a aceleração do crescimento que a neutralização da doença holandesa proporcionará." Bresser-Pereira (19/02/2013)

    Uaaaau!!! Seus problemas acabaram!!! O cara é mágico, resolve tudo com o câmbio…

    Pessoal, essa semana ouvi a entrevista do Alex para a Jovem Pan e achei as colocações muito coerentes. Da mesma forma, neste blog discutem colegas muito bem articulados e com amplo conhecimento de teoria econômica séria.

    Mas do que adianta termos profissionais de alto nível, se quem manda na política econômica escolhe os pupilos do dinossauro acima para guiar os rumos do nosso país? Não há teoria, evidência empírica, nada que faça esse caras mudarem de idéa… estou, deveras, preocupado…

  76. Então tá bom, a inflação está sob controle e o Bacen nao vai subir os juros, o dolar permanece onde está e a economia vai crescer 4%…

    A Dilma acha que vai influenciar positivamente as expectativas só pq o Mantega falou que a politica cambial é a única responsável por conter a inflação e que o Tombini garante que a inflação esta sob controle. Faz-me rir…

    A proxima etapa sera subir os juros em 0,25 pra tentar segurar as expectativas e esperar mais um ano pra ver o que acontece… o que é engraçado pois quando caparam os juros as justificativas eram a tendencia futura de inflação, agora que essa ta bombando a desculpa é um aumento no horizonte de observação. Como é possivel tanta gente burra e inepta num unico governo?

    Quando teremos que mandar o nosso santo dinheirinho pra Suiça Alex?? Nao esquece de avisar os amigos do Blog please!!

  77. Igual na politica de valorizacao do cafe??!?!?!?

    Elaticidade preco da demanda internacional bla bla bla….

    nem historia estes caras estudam?

    Estudaram oq entao?

    abs
    XIan

  78. Alex, se você for o olhar o SAMBA na página 110, um choque positivo no câmbio real derruba o consumo privado, os investimentos e o PIB. Ou seja, eles ignoram solenemente os resultados que eles mesmo encontraram.

  79. " neste blog discutem colegas muito bem articulados e com amplo conhecimento de teoria econômica séria."

    Obrigado, cara. E olha que eu fiz música!

  80. Teorias a parte, a verdade é que estou bem preocupado com meu dinheiro. Tenho uma certa idade e vivi a hiperinflação. Pior, vivi o milagre, os anos 70 e 80 e todos aqueles pacotes malucos, ardentemente aplaudidos pelo povo. Eu vi a coisa chegando e sei como é. Não sou economista mas acho que a história está se repetindo.

    Ano passado até que consegui bons rendimentos aplicando em ntnbs e fundos imobiliários. Mas este ano não estou conseguindo ver horizonte. No desespero chego até a cogitar medidas radicais: pex: Dolarizar tudo e pular fora. O que recomendam neste cenário? É um valor que guardei para a aposentadoria, não é muito, coisa de uns 3M.

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