O foie gras nosso de cada dia
Após
o anúncio da eliminação dos impostos federais sobre os produtos que compõem a
cesta básica (o foie gras inclusive,
já que nossos pobres não têm culpa de seus gostos sofisticados), a presidente pediu aos empresários
que tenham “consciência”, repassando integralmente a queda de tributos aos
preços finais. É óbvio que, na condição de consumidor, em nada me oponho à desoneração
e barateamento do foie gras nosso de
cada dia, mas, como economista, sou praticamente obrigado a alguns comentários
críticos.
o anúncio da eliminação dos impostos federais sobre os produtos que compõem a
cesta básica (o foie gras inclusive,
já que nossos pobres não têm culpa de seus gostos sofisticados), a presidente pediu aos empresários
que tenham “consciência”, repassando integralmente a queda de tributos aos
preços finais. É óbvio que, na condição de consumidor, em nada me oponho à desoneração
e barateamento do foie gras nosso de
cada dia, mas, como economista, sou praticamente obrigado a alguns comentários
críticos.
A
começar pela pobreza de tomar tal medida como parte de um programa
antiinflacionário. Como já notado por mais de um analista, os efeitos da
desoneração, ainda que apareçam nos índices de preços, não constituem uma
política antiinflacionária por um motivo absolutamente simplório: porque
representam redução pontual de um conjunto de preços, enquanto a
inflação é, por definição, o aumento persistente do nível geral
de preços.
começar pela pobreza de tomar tal medida como parte de um programa
antiinflacionário. Como já notado por mais de um analista, os efeitos da
desoneração, ainda que apareçam nos índices de preços, não constituem uma
política antiinflacionária por um motivo absolutamente simplório: porque
representam redução pontual de um conjunto de preços, enquanto a
inflação é, por definição, o aumento persistente do nível geral
de preços.
Na
prática, portanto, os efeitos da desoneração se manifestarão por um período
muito curto, sem alterar os fundamentos do processo inflacionário. São medidas
que atacam os sintomas (preços), sem dar atenção aos fatores que impulsionam os
preços (políticas monetária e fiscal excessivamente frouxas), equivalentes a um
banho frio, que diminui a febre, mas não ataca a infecção.
prática, portanto, os efeitos da desoneração se manifestarão por um período
muito curto, sem alterar os fundamentos do processo inflacionário. São medidas
que atacam os sintomas (preços), sem dar atenção aos fatores que impulsionam os
preços (políticas monetária e fiscal excessivamente frouxas), equivalentes a um
banho frio, que diminui a febre, mas não ataca a infecção.
Aliás,
como a desoneração implica afrouxamento adicional da política fiscal, pois a
redução de impostos não será compensada por gastos mais baixos, o efeito sobre
os fundamentos caminha no sentido de acelerar a inflação mais à frente.
como a desoneração implica afrouxamento adicional da política fiscal, pois a
redução de impostos não será compensada por gastos mais baixos, o efeito sobre
os fundamentos caminha no sentido de acelerar a inflação mais à frente.
A
falta de entendimento do funcionamento da macroeconomia, porém, não é
surpreendente. Se tal entendimento houvesse, provavelmente não estaríamos
enfrentando os problemas que encaramos. O que me espanta é a incompreensão de
como opera o sistema de preços, tema que qualquer bom aluno de graduação tem se
mostrado mais capaz de descrever do que economistas do governo.
falta de entendimento do funcionamento da macroeconomia, porém, não é
surpreendente. Se tal entendimento houvesse, provavelmente não estaríamos
enfrentando os problemas que encaramos. O que me espanta é a incompreensão de
como opera o sistema de preços, tema que qualquer bom aluno de graduação tem se
mostrado mais capaz de descrever do que economistas do governo.
Para
entender a questão, imagine que o preço de um produto qualquer seja R$ 10/kg,
dos quais 10% de impostos. O produtor fica, portanto, com R$ 9/kg e a este
preço está disposto a oferecer, digamos, 100 kg do produto por mês. Já o
consumidor paga R$ 10/kg, e a este preço quer consumir todos os 100 kg/mês.
entender a questão, imagine que o preço de um produto qualquer seja R$ 10/kg,
dos quais 10% de impostos. O produtor fica, portanto, com R$ 9/kg e a este
preço está disposto a oferecer, digamos, 100 kg do produto por mês. Já o
consumidor paga R$ 10/kg, e a este preço quer consumir todos os 100 kg/mês.
Suponha,
porém, que o governo elimine o imposto e peça aos produtores que “tenham
consciência”, mantendo o preço a R$ 9/kg e, portanto, a produção a 100 kg/mês.
porém, que o governo elimine o imposto e peça aos produtores que “tenham
consciência”, mantendo o preço a R$ 9/kg e, portanto, a produção a 100 kg/mês.
Para
o consumidor, porém, o preço se reduziu a R$ 9/kg, o que deve naturalmente fazê-lo
consumir mais daquele produto, por exemplo, 110 kg/mês. Será necessário, pois,
induzir o produtor a elevar a quantidade ofertada de 100 para 110 kg/mês, o que
só é possível elevando o preço. Não de volta para R$ 10/kg, é claro, pois neste
caso o consumidor voltaria a demandar apenas 100 kg/mês, mas para algo entre R$
9/kg e R$ 10/kg.
o consumidor, porém, o preço se reduziu a R$ 9/kg, o que deve naturalmente fazê-lo
consumir mais daquele produto, por exemplo, 110 kg/mês. Será necessário, pois,
induzir o produtor a elevar a quantidade ofertada de 100 para 110 kg/mês, o que
só é possível elevando o preço. Não de volta para R$ 10/kg, é claro, pois neste
caso o consumidor voltaria a demandar apenas 100 kg/mês, mas para algo entre R$
9/kg e R$ 10/kg.
O
valor preciso depende da sensibilidade tanto do consumidor como do produtor ao
preço. Quanto mais sensível for o consumidor ao preço (uma pequena
queda de preço leva a um forte aumento do consumo), tanto mais perto de R$
10/kg será o preço final, pois seria necessário induzir a um aumento expressivo
da produção com preços mais altos. Já quanto mais sensível for o produtor
ao preço (um pequeno aumento bastaria para induzi-lo a aumentar bastante a
produção), mais perto de R$ 9/kg ficará o preço final.
valor preciso depende da sensibilidade tanto do consumidor como do produtor ao
preço. Quanto mais sensível for o consumidor ao preço (uma pequena
queda de preço leva a um forte aumento do consumo), tanto mais perto de R$
10/kg será o preço final, pois seria necessário induzir a um aumento expressivo
da produção com preços mais altos. Já quanto mais sensível for o produtor
ao preço (um pequeno aumento bastaria para induzi-lo a aumentar bastante a
produção), mais perto de R$ 9/kg ficará o preço final.
O
caso de “empresários com consciência”, ou repasse integral da desoneração ao
preço final só ocorreria, portanto, em casos extremos e pouco prováveis
(nenhuma sensibilidade do consumidor a preços, ou sensibilidade infinita do
produtor a preços), de modo que o impacto total estimado pelo governo sobre os
índices de preços não deve se materializar.
caso de “empresários com consciência”, ou repasse integral da desoneração ao
preço final só ocorreria, portanto, em casos extremos e pouco prováveis
(nenhuma sensibilidade do consumidor a preços, ou sensibilidade infinita do
produtor a preços), de modo que o impacto total estimado pelo governo sobre os
índices de preços não deve se materializar.
Não
se trata, então, de um problema “ético”, mas do governo ter, ao menos, o
conhecimento básico de como funciona uma economia de mercado. Pensando melhor,
não sei por que me surpreendi.
se trata, então, de um problema “ético”, mas do governo ter, ao menos, o
conhecimento básico de como funciona uma economia de mercado. Pensando melhor,
não sei por que me surpreendi.
Mudando de ganso para
pato… |
(Publicado 20/mar/2013)
Lá vem você de novo com essa sua lógica neoliberal….sua visão é míope porque você não entendeu a controvérsia do capital. O saudoso comandate Chavez já provou, por a+b que o socialismo moreno e tropicalista do século XXI, somado a uma boa receita de miojo, resolve essa questão em dois segundos.
Alex, foi uma medida populista para enganar bobo. Fizeram os anúncios das desonerações durante a pesquisa da CNI que avaliaria o governo. Trata-se de um governo oportunista bem ao estilo de renans, sarneys, lulas e collors.
Quem se preocupa com o longo prazo e a credibilidade da política econômica são os economistas sérios…
A formacao do pessoal nao ajuda:
Doutor em Sociologia do Desenvolvimento na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo
Ph.D. em Economia, New School for Social Research
Doutor em Economia pelo Instituto de Economia da Unicamp
Me foi dito que a presidente estodou economia. Parece que ela perdeu algumas aulas importantes. Ou usou algum panfleto político travestido de livro texto. Triste.
Absolutamente correto o raciocínio para mercados de concorrência perfeita. Como aparentemente não é esse o caso para a maioria (totalidade?) dos produtos, trata-se de uma compreensão diferente de como opera o sistema de preços.
Estudar economia na unicamp e' contradicao
"…Lá vem você de novo com essa sua lógica neoliberal….sua visão é míope porque você não entendeu a controvérsia do capital. O saudoso comandate Chavez já provou, por a+b que o socialismo moreno e tropicalista do século XXI, somado a uma boa receita de miojo, resolve essa questão em dois segundos…"
Responde esta, FANFARRÃO!!!!
Sempre que te apertam, você some, hein!!!!
Saudações
Anônimo de 20 de março de 2013 07:22
é um bom humorista kkkkkkk
Sou de opinião de que, a partir de hoje, todos os admiradores de Chaves devem colaborar com o combate à inflação. Devem consumir somente Miojo. A receita consta de uma redação do ENEM. Infelizmente não haverá Miojo para todos.
Alexandre,
Bom artigo, mas em concorrencia imperfeita nao é assim que as coisas funcionam. Uma pena, porque tinha um bom potencial critico o artigo.
Abs
Marcos Junior
tá… mas tu ta assumindo custos marginais crescentes.. nada impede o produtor de produzir 110kg ao mesmo preço
Chavez??? O que o chavez provou, além do que a ditadura não serve como sistema de governo?
"mas tu ta assumindo custos marginais crescentes.. "
Estou supondo que a oferta não é infinitamente elástica (a mesma coisa, mas posta de um jeito mais intuitivo)
"Bom artigo, mas em concorrencia imperfeita nao é assim que as coisas funcionam"
Ótimo: explique como as coisas funcionam (e veja se chega a uma oferta infinitamente elástica)
"O saudoso comandate Chavez já provou, por a+b que o socialismo moreno e tropicalista do século XXI, somado a uma boa receita de miojo, resolve essa questão em dois segundos…"
Eu não sei cozinhar nem um Miojo…
"Bom artigo, mas em concorrencia imperfeita nao é assim que as coisas funcionam. Uma pena, porque tinha um bom potencial critico o artigo."
Mein gott, estamos perdidos.
"O"
O IPC da Fipe veio com deflação,isso é um bom sinal.
Que tal se o governo subsidiar em 90% a cesta básica? Como na competição imperfeita do nosso compadi as curvas de oferta são infinitamente elásticas, isso levaria a uma queda de 90% no preço dos produtos em questão… Note também que como vivemos em um mundo sem escassez, podemos aumentar a quantidade ofertada e demandada da cesta básica sem nenhum prejuízo à produção dos outros bens e serviços da economia.
é realmente a capacidade ociosa é zero.. risos
essa foto é escrotíssima
eu tenho sensibilidade ao ver animais sendo torturados… (tirando o caso da Dilma)
"é realmente a capacidade ociosa é zero.. risos"
Mmmm. E o desemprego não é o menor da série histórica também , não?
Mas, já que você quer falar de NUCI…
CNI Jan-13 81,8% (média desde 2004: 82,0%)
FGV Fev-13 84,1% (média desde 2004 83,7%)
Ah, como é fácil dar porrada em quem não sabe os números
"Bom artigo, mas em concorrencia imperfeita nao é assim que as coisas funcionam"
Tá certo, em olipólio o preço é maior que o custo marginal, é possível baixar preço e vender mais.
"Tá certo, em olipólio o preço é maior que o custo marginal, é possível baixar preço e vender mais."
Eu não sei o que é "olipólio", mas, em oligopólio, sim, o preço é maior que o custo marginal. Porém, ó especialistas em concorrência imperfeita, esta condição decorre da maximização de lucro, ou seja, se baixar o preço reduz o lucro (aliás, se aumentar além deste preço também reduz o lucro).
A propósito, monopólios e oligopólios trabalham no ramo elástico da curva de demanda.
No caso da redução de tributos, a queda do preço induz, portanto, a uma elevação mais que proporcional das quantidades e as conclusões permanecem.
Na boa, vocês não estudaram micro?
Alex,
Esquece tudo o que você sabe sobre política econômica e inflação. Encontrei a explicação definitiva aqui:
http://www.akb.org.br/upload/140820121139322197_Vanessa%20Leite.pdf
Tem-se, portanto, por traz da falácia do discurso da política econômica ortodoxa, o
argumento de que o real motivo que justifica a política em uso é o de manter a disciplina do
mercado de trabalho, por meio da manutenção do desemprego, permitindo aos capitalistas a
continuação do domínio às ordens política e econômica do Brasil. E, finalmente, que o elevado
déficit público por meio da manutenção de elevadas taxas de juros, que são fixadas pelo Banco
Central, foi uma das formas encontradas pelo capital para continuar o seu processo de valorização.
Entendeu? Minha vida mudou com essa explicação típica de AKB!
Abraços
Bom, na matéria não aparece o "integralmente". Em que pese o fato da redução de preço não ser proporcional, talvez a disputa seja para que essa não seja menor ainda, através de aumento no mark up.
"decorre da maximização de lucro, ou seja, se baixar o preço reduz o lucro (aliás, se aumentar além deste preço também reduz o lucro).
Na boa, vocês não estudaram micro?"
Eu estudei, se estiverem em Equilibrio de Nash dá para aumentar o preço e o lucro sim senhor, basta um conluio básico. Se estiverem em conluio basta um baixar o preço e os outros baixam também, com menos lucro e mais vendas. Capisce?
"Eu estudei, se estiverem em Equilibrio de Nash dá para aumentar o preço e o lucro sim senhor, basta um conluio básico."
Se você estudou, o que eu duvido em face do argumento acima, verá que o equilíbrio de Nash deste jogo não é o conluio. Há sempre incentivo para desviar do conluio para aumentar seus próprios lucros…
Só se você quiser invocar equilíbrio de Nash perfeito subjogo e, mesmo assim, vai precisar de um porrilhão de hipóteses adicionais para que o conluio seja um equilíbrio de Nash.
O que ensinam na sua escola?
Que mal lhe pergunte, por que raios o sujeito acha que a elasticidade de oferta da cesta básica é infinitamente elástica?
Alex, e o fator elasticidade? Quão elástico é o consumo de cesta básica? Quão elástico é o consumo do mais básico, tipo arroz?
Será que, na economia Brasileira, a demanda por arroz possui elasticidade a ponto de toda a desoneração ser transferida para a elevação do consumo? Se consumirá mais arroz? Ou se consumirá arroz de marcas melhores? Ou o consumo de arroz se alterará pouco e a população utilizará os mesmos recursos para consumir outro produto?
Na verdade, como todos nós sabemos, o arroz não foi desonerado, pois já não era tributado, mas, guardado as devidas proporções, o mesmo raciocínio se aplica aos demais produtos.
É por isso que eu, nesse caso, concordo em parte com o que você diz. Com certeza parte da possível redução de preço será transferido para a elevação de consumo, mas, é possível que, por conta da elasticidade de cada produto, ocorra também alguma redução no preço.
"por que raios o sujeito acha que a elasticidade de oferta da cesta básica é infinitamente elástica?"
Provavelmente, porque negar essa elasticidade é defender os interesses dos capitalistas malvados que só pensam no próprio lucro, e não em matar a fome do povo. Fonte: essa porcaria da AKB mencionada acima.
"Com certeza parte da possível redução de preço será transferido para a elevação de consumo, mas, é possível que, por conta da elasticidade de cada produto, ocorra também alguma redução no preço."
Hãããã… É o que escrevi, não?
"Se você estudou, o que eu duvido em face do argumento acima, verá que o equilíbrio de Nash deste jogo não é o conluio. Há sempre incentivo para desviar do conluio para aumentar seus próprios lucros…"
Achei que era obvio, quis dizer que fazem um conluio, saem do equilibrio de nash, aumentam preços e lucros.
Tem sempre incentivo de desviar, soh que esse eh um jogo repetido onde os jogadores tem expectativa de passarem muito tempo juntos. Surge naturalmente a cooperacao e o Axelrod tava certo.
"Achei que era obvio, quis dizer que fazem um conluio, saem do equilibrio de nash, aumentam preços e lucros."
Acho que era óbvio que você disse o contrário, mas, se quis voltar atrás, tudo bem.
De qualquer forma, não baixam o preço, ao contrário do afirmado pelo anônimo das 14:51…
Alex,
Pessoal no Insper nao sabe escrever seu nome ou faltou letra p twittar?
INSPER: Leia a Coluna de Alexandre Swartsman "O foie gras nosso de cada dia" em ow.ly/jgjlt via @folha_com #Economia
É a sina de ter um sobrenome com 11 letras e 9 consoantes.
Em resumo, a teoria ainda funciona.
Parabéns pelo artigo.
Márcio
O problema é que gastou-se boa parte do artigo para mostrar que os preços quase certamente não serão reduzidos INTEGRALMENTE na proporção da desoneração, mas em nenhum momento isso foi afirmado ou pedido pelo governo.
Pelo que se lê no link postado pelo próprio Alex, o pedido foi para que os "efeitos da desoneração sejam sentidos pelo consumidor", o que é bem diferente de pedir para que sejam repassados integralmente.
Mas não acho que tenha sido má intenção do Alex ou algo assim, e sim uma licença poética para encaixar as explicações no meio do artigo.
Está perdoado.
A respeito do sobrenome, uma vez, UMA vez eu digitei no google e acertei de primeira.
Caro Alexandre,
Primeiro, sua definicao de inflacao esta errada. Inflacao quer dizer tao somente uma elevacao do nivel geral de precos e nao uma elevacao persistente. Uma elevacao persistente do nivel geral de precos eh uma inflacao persistente, nao apenas uma inflacao.
A inflacao eh um sintoma de algo. Enquanto durar as causas da inflacao, a inflacao se torna persistente. Nesse sentido, cabe perguntar, o que estaria causando inflacao no Brasil?
Abs
Sinceramente, ao ler o texto nao achei que iria haver debate. Foi uma analise simples (sem demerito) de introducao a microeconomia. Nem o mais idiota dos estudantes do 1o semestre de uma faculdade mequetrefe deveria ter dificuldades com isso.
Vamos qualificar um pouco a discussao. Vou fazer que nem eu faco com meus alunos na FGV.
Antes de tudo, estamos falando da cesta basica (embora por infelicidade ou falta de competencia tenham inserido o caviar no meio).
A cesta basica, como o proprio nome ja diz, constitui a primeira demanda a ser satisfeita pelo consumidor. Isto posto, quais seriam os efeitos de um queda de preco na cesta basica?
Como ocorre com qualquer bem (e vamos tratar a cesta basica como se fosse um bem para simplificar), uma mudanca de preco gera embutido dois efeitos distintos: (i) efeito substituicao, decorrente de mudanca de precos relativos; (ii) efeito renda decorrente de mudanca no poder de compra.
No caso especifico da cesta basica, acho dificil tanto o efeito substituicao quanto o efeito renda gerarem um aumento de demanda, dado que a demanda por estes produtos ja se encontra satisfeita (caso em que ha ponto de saciedade envolvido).
Nesse sentido, acho improvavel que ocorra o primeiro passo do seu raciocionio, do qual dependem os demais, qual seja: "para o consumidor, porém, o preço se reduziu a R$ 9/kg, o que deve naturalmente fazê-lo consumir mais daquele produto".
Se o aumento de demanda dificilmente se concretiza, por que supor que os produtores produzirao mais? Ao meu ver, perde o sentido a discussao sobre a elaticidade ou nao da oferta.
Valeu!!!
curva IS forward-looking, uma curva de Philips hibrida, uma regra de política monetaria e uma paridade de taxa de juros … essa seria a melhor forma de descrever modelos new keynesian (mainstream)?
"acho dificil tanto o efeito substituicao quanto o efeito renda gerarem um aumento de demanda, dado que a demanda por estes produtos ja se encontra satisfeita (caso em que ha ponto de saciedade envolvido)."
Você pressupõe que hã saciedade para concluir que a quantidade demandada não aumenta. Não te parece um raciocínio algo circular?
"curva IS forward-looking, uma curva de Philips hibrida, uma regra de política monetaria e uma paridade de taxa de juros … essa seria a melhor forma de descrever modelos new keynesian (mainstream)?"
Grosso modo, sim, embora haja versões mais complicadas (DSGE com alguma rigidez de preços, por exemplo)
"Primeiro, sua definicao de inflacao esta errada. Inflacao quer dizer tao somente uma elevacao do nivel geral de precos e nao uma elevacao persistente."
Não. Se houver um salto do nível geral de preços num único período, mas não nos demais, não temos inflação.
"o que estaria causando inflacao no Brasil?"
Políticas monetária e fiscal frouxas, aparentes num mercado de trabalho excessivamente apertado. Isto coadjuvado por tentativas de fixação informal da taxa de câmbio.
"A respeito do sobrenome, uma vez, UMA vez eu digitei no google e acertei de primeira."
Eu ainda acho mais fácil que o sobrenome do Ilan (Goldfajn), mas provavelmente porque estou acostumado com ele desde pequeno…
"A agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota de crédito de longo prazo da Caixa Econômica Federal, do BNDES e da BNDESPar… a Moody's afirma que a decisão de rebaixar as notas se deve à "deterioração na qualidade de crédito intrínseca dos bancos e, particularmente, o enfraquecimento das suas posições de capital de nível 1". Isso significa que o nível de capital próprio está relativamente menor, tendo em vista o porte das instituições.
A agência comenta que as instituições têm sido usadas como instrumentos de política anticíclica do governo e que isso tem provocado forte aumento dos ativos, tendo como contrapartida uma redução dos indicadores de capital."
Do Valor de hoje.
Pois é, o "O", o Alex e o Mansueto Almeida já falaram sobre o assunto e as c…s que isso acarretaria. Mas será que a Moody's não recebeu seu jabá do Petê e rebaixou as notas?
Xovê se eu entendi. A medida mais correta seria então aumentar a carga tributária na cesta básica?
Maradona
como que a política monetária afetaria um mercado de trabalho muito apertado.. ou seja, a selic em tese pode "demitir" ou flexibilizar o mercado de trabalho? (sou + ou – leigo, tenha paciencia)
"Xovê se eu entendi. A medida mais correta seria então aumentar a carga tributária na cesta básica?
Maradona"
Você não entendeu. Leia de novo.
Está escrito no cabeçalho do site do BCB: MISSÃO: Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente.
Um economista de Harvard escreveu (ESP): "Quanto aos apóstolos radicais do modelo de metas, seria importante se fossem tomados por uma visão mais aberta sobre a teoria e a prática da política monetária." "Os que defendem essa trivialidade no Brasil se credenciariam à gratidão nacional se pusessem seu talento intelectual a resolver essas tensões sem restringi-lo apenas a exercícios contextualizados numa órbita muito distante da realidade."
É da turma que critica mas não expõe sua receita (só critica). Não chega ao ponto de negar que a estabilidade monetária é condição necessária, mas não o suficiente, para o crescimento econômico, mas quase. Essa turma de pensamento mágico que receita mais déficit (quando já está em 10% do PIB); mais dívida (quando já está em 200% do PIB e ninguém mais quer financiar); critica responsabilidade fiscal apelidando de austeridade. No Brasil com a inflação ascendente e já sem controle (reconhecido pelo presidente do BC) recomendam fazer mais do mesmo (vai mudar, a inflação é de custo, de alimentos, de a, de b.). Elogiavam e recomendavam o modelo argentino para o Brasil (está pior do que os mais pessimistas poderiam pensar. E foi rápido.). Na verdade alguns ainda procuram defender o modelo baseando-se em estatística falsas e leituras mais erradas ainda. O depoimento de quem vive lá é mais do que pessimista.
Se estamos com inflação não precisa subir a taxa básica, é o discurso único desta turma. Se algum dia tivessem aceitado a necessidade de subir a taxa básica seria compreendido. Mas nunca escreveram aceitando a necessidade de subir a taxa básica para reverter o início de um processo inflacionário. É impressionante o discurso único: abaixem a taxa básica, desvalorizem o câmbio e todos os problemas estarão resolvidos. E a inflação? Mais um pouco de inflação não tem problema, é até bom (este mais um pouco pode ser qualquer percentual, 6,5%; 12%; 20%). Antes o discurso era mais descarado: dê o cano na dívida (fizemos várias vezes e não deu certo). Dar o cano na dívida, mentir em estatísticas, é desonestidade (onde impera a desonestidade não existe progresso). Resumindo: esta turma é desonesta.
Em 1906, Knut Wickssel escreveu: "o problema fundamental da ciência monetária" teria solução teórica e prática, bastando para isso a adequada manipulação da taxa de juro, "reduzindo-a quando os preços estivessem em baixa, e elevando-a quando se mostrassem em alta." Como deixar de admirar uma pessoa que em 1906, vivendo na Suécia (uma economia pequena e periférica), deu esta aula de bom senso. Digo bom senos pois um dia em uma mesa com uns 6 engenheiros (da área de engenharia) e eu como único economista, estava sendo sabatinado. Quando expliquei o falado por Wickisell, um deles falou: mas isto é o lógico, qualquer um entende isto, não precisa de ser economista. Pensei, mas não falei (concordei com ele): como tem economista que não sabe isto e outros que não concordam.
Alex, geralmente se ensina arrow-debreu em graduação? Não né?
Tem um paper recente do FMI falando de Dutch Disease que alguem podia enviar pro inbox do Bresser Pereira heim..
"Alex, geralmente se ensina arrow-debreu em graduação? Não né?"
Não na minha. Tomei um susto quando o Juan Moldau, no primeiro curso de micro do mestrado, nos fez ler o Theory of Value do Debreu. Acho que ainda não me recuperei.
Se você estivesse no lugar de"Juan Moldau" faria o mesmo?
De jeito algum: teria usado o Varian, já disponível à época. O Juan tinha uma abordagem muito peculiar.
Meus caros,
Mas é um grande negócio utilizar o Theory of Value e não o Varian. Acho que o problema básico do mestrado do IPE (não sei se continua assim – o Juan, excelente, infelizmente já faleceu) era ter que ler isto sem saber análise. A abordagem não era peculiar, era SÉRIA!!!!
Saudações
"Acho que o problema básico do mestrado do IPE (não sei se continua assim – o Juan, excelente, infelizmente já faleceu) era ter que ler isto sem saber análise."
Na mosca…
parece que o quermesseiro tomou algum senso
http://nakedkeynesianism.blogspot.com.br/2013/03/the-mysterious-case-of-optimism-about.html
Piada pronta:
"Mantega não sabe razão do rebaixamento da Caixa e do BNDES pela Moody’s. Agência aponta uso político das instituições"
Alex, apesar de isso envolver muita matemática
eu teria melhores retornos usando o theory of value do Debreu ?
Macro, o livro do sargent é bom ?
Gosto do Varian, mas não me sinto desafiado, e prefiro conhecer as minuncias da ciência econômica …
Aluno da UNESP
Putz, tinham que falar no Arrow-Debreu? Só falta alguém mencionar o Mas-Colell e aí é certeza que eu vou ter pesadelo hoje à noite…stress pós-traumático é foda…
Será que é difícil para o autor do blog notar que essa medida visa apenas amenizar de forma parcial um problema chamado ALTA CARGA TRIBUTÁRIA e que o governo falar que está fazendo isso pra frear a inflação e que os "empresários devem ter consciência de repassar a redução para o consumidor" é apenas para mostrar serviço do governo em relação a inflação que está preocupando todo mundo? É claro a medida não irá impactar de forma expressiva no resultado do IPCA, mas provavelmente irá ajudar a amenizar as próximas variações dos preços.. Você deve saber que muito do que o governo diz é marketing,e deve apenas ser ignorado, não?
Será que é difícil para o autor do blog notar que essa medida visa apenas amenizar de forma parcial um problema chamado ALTA CARGA TRIBUTÁRIA e que o governo falar que está fazendo isso pra frear a inflação e que os "empresários devem ter consciência de repassar a redução para o consumidor" é apenas para mostrar serviço do governo em relação a inflação que está preocupando todo mundo? É claro a medida não irá impactar de forma expressiva no resultado do IPCA, mas provavelmente irá ajudar a amenizar as próximas variações dos preços.. Você deve saber que muito do que o governo diz é marketing,e deve apenas ser ignorado, não?
Alex,nos EUA você teve algum curso de "matematica" voltado para economistas?
Alguma coisa de algebra linear,equacoes diferenciais,analise.. ?
Que bom que concordamos q o governo ( exec + bcb -) esta mais preocupado com atividade do que com inflacao!
Abraco
Maradona (quinta-feira, 21/03/2013 às 11:02),
De leigo para leigo, ainda que reconhecendo que você é bom de bola e eu não.
O artigo "O foie gras nosso de cada dia" de Alexandre Schwartsman e publicado na Folha de S. Paulo de quarta-feira, 20/03/2013, e postado aqui com o mesmo título é muito bom. O assunto é árido e não sei o quanto de difusão o texto alcançou, mas dentro do possível ele fez um texto didático para qualquer leigo entender.
Para associar com o seu comentário eu transcrevo o seguinte trecho do post "O foie gras nosso de cada dia", negritando a parte que me parece a propósito:
"Aliás, como a desoneração implica afrouxamento adicional da política fiscal, pois a redução de impostos não será compensada por gastos mais baixos, o efeito sobre os fundamentos caminha no sentido de acelerar a inflação mais à frente".
Sou defensor do aumento da carga tributária. É claro que às vezes ela é ruim como o que ocorreu na Inglaterra com David Cameron que logo que assumiu aumentou a alíquota do ICMS inglês. Ainda assim e embora eu seja contra o Partido Conservador, torço um pouco para ele e talvez a recuperação econômica da Inglaterra chegue a tempo de ele ganhar a eleição (Talvez eu não torça tanto).
Como sou defensor do aumento da carga tributária eu fiz o destaque da frase de Alexandre Schwartsman. E queria associar com a sua pergunta e que eu transcrevo a seguir:
"A medida mais correta seria então aumentar a carga tributária na cesta básica?"
Eu diria que sim, mas lá à frente. O governo precisa de solução no curto prazo. De todo modo, a minha intenção em associar o que o Alexandre Schwartsman dissera e o que você perguntou é lembrar que assim como o empresário não repassa para o preço toda a desoneração, ele também não consegue repassar integralmente para o preço o aumento da carga tributária.
Por fim faço a crítica que eu considero aplicável aqui a Alexandre Schwartsman e para isso uso o comentário de André, enviado quarta-feira, 20/03/2013 às 22:31. Eu concordo com o comentário de André que não chega a ser crítico a Alexandre Schwartsman, mas apenas chama a atenção para uma liberalidade de Alexandre Schwartsman. Penso, entretanto, que o comentarista André não apontou para o problema do texto de Alexandre Schwartsman ser muito crítico à equipe econômica do governo. É a crítica que eu faço. Alexandre Schwartsman faz o artigo para instruir leigos e isso é bom, mas ao mesmo tempo tenta passar a idéia de que a equipe econômica não sabe o que está fazendo.
Há mais de vinte anos eu falo sobre os efeitos dos tributos indiretos sobre os preços com colegas e amigos. Não lembro de nenhum conhecido que fosse economista que não soubesse esses efeitos da desoneração e da oneração tributária quando incidente sobre o preço de mercadoria.
Clever Mendes de Oliveira
BH, 21/03/2013
"Alex,nos EUA você teve algum curso de "matematica" voltado para economistas?
Alguma coisa de algebra linear,equacoes diferenciais,analise.. ?"
Boa pergunta. Vou além. Aquele curso do IMPA de Economia complementar é bom? Foda que tem que ser um aluno exccceeeppcionalll.. e sou apenas acima da média
O que os austriacos querem dizer quando falam que o BC "imprime dinheiro"?
Se me lembro bem, o "O" disse que a Eurozona é uma história de sucesso. Queria saber por que?
É mesmo Juvenal? Deve ser por isso que o BC, na última reunião do Copom ele ignorou esse impacto de curto prazo, chegou a conclusão de que sem ele a inflação estaria rodando perto de 7% e subiu a taxa de juros, né? Opa…pera aí…ele não subiu! É realmente, só critica o nosso amado BC quem não quer ver o quanto a política dele está sendo bem sucedida….
Está faltando na didática do artigo,alem da controvérsia do capital e da experiência venezuelana, Sraffa e a produçao de cesta basica atraves da cesta basica e o teorema de Belluzzo da transfiguraçao critica de valores em preços.
Se fosse para reduzir a carga tributária o governo deveria ter cortado os gastos no mesmo montante, o que está longe de ocorrer. Então mais cedo ou mais tarde a carga tributária voltará a crescer.
Essa medida foi excelente, já que reduz a progressividade da nossa taxação. Só que é uma medida que ataca o nível de preços, a taxa de variação só muda nesse mês, no mês seguinte ela volta ao que era antes.
Fala sobre o congelamento na Argentina…
"Alex,nos EUA você teve algum curso de "matematica" voltado para economistas?"
Não entendi as aspas, mas tive sim, com o Eddie Deckel, um economista matemático que estava por lá àquela época.
Mas não foi um super curso, mais uma tentativa de dar uma base mínima comum aos ingressantes (o pessoal lá entra mais novo – 21, 22 anos – no doutorado, alguns vindo de "majors" bem diferentes).
Eu tinha estudado um tanto de otimização (estática e dinâmica), assim como equações diferenciais (e a diferença), e uma introdução à análise, mas com grupos de estudo e um pouco por conta própria.
Já o curso do IMPA (respondendo outra pergunta) eu nem tentei…
Disse um colega que foi a um destes cursos que a classe estava lotada na primeira aula e ele ouviu um moleque (moleque mesmo; segundo ele uns 15 ou 16 anos) perguntar para outro da mesma idade se seria assim o curso todo. A resposta foi: "não, está cheio de economista e não sobra nenhum depois da segunda aula". Meu colega não soube dizer se foi verdade, pois sumiu depois da primeira aula.
Post comentando do Oreiro no EJMR:
http://www.econjobrumors.com/topic/best-economist-working-in-the-3rd-world
Vale a pena.
"eu teria melhores retornos usando o theory of value do Debreu ?
Macro, o livro do sargent é bom ?
Gosto do Varian, mas não me sinto desafiado, e prefiro conhecer as minuncias da ciência econômica …"
Desconfio que não. Se quer se sentir desafiado, o Mas-Collel deve dar conta (fui cobaia do livro e me senti beeem desafiado – isso porque não entrei em Design Mechanism e coisas do gênero).
Quanto ao Sargent, o Macro é bom, mas acho que está meio defasado. O Dynamic é mais moderno (todo com base em modelos OLG). Eu continuo gostando do Blanchard-Fischer e do David Romer. Na área monetária a bíblia é o Woodford.
"Já o curso do IMPA (respondendo outra pergunta) eu nem tentei…"
E depois, você fala da mediocridade alheia, não é?
Um economista que foge da matemática avançada não merece credibilidade.
" Está faltando na didática do artigo,alem da controvérsia do capital e da experiência venezuelana, Sraffa e a produçao de cesta basica atraves da cesta basica e o teorema de Belluzzo da transfiguraçao critica de valores em preços. "
AHSUAHSHUAHSHAHSUHAUS
incrível o Alex e o O n terem percebido a boa piada que o cara fez, acho que o melhor foi a produção de cesta báasica através de cesta básica.
Alex, obrigado pela recomendação de livros, os procurarei na minha biblioteca.
Coloquei o termo entre aspas ,porque existe para distinguir a parte pura da aplicada. Normalmente quem é da area "aplicada" não gosta da parte "pura".
"Já o curso do IMPA (respondendo outra pergunta) eu nem tentei… "
Quem sabe hoje? O Impa disponibiliza via internet varios cursos (analise na reta,no r^n,medida e integração,equacoes diferenciais.
Mestrado do IMPA e' sensacional, melhor da america latina, mas nao e' em economia e sim em matematica aplicada. Tem que fazer os curso de analise I e II, probabilidade, medida e tb bom fazer analise funcional. Com isso vc vai ter alguma base p seguir os cursos de economia matematica. Na minha epoca era equilibriio geral, mercados incompletos, equilibrio geral em dimensao infinita e economia dinamica (leia-se lucas-stockey). Mas o programa pode variar em funcao de quem o Aloisio convida para dar aula. O objetivo e' trazer matematicos para pesquisa em economia e nao o contrario.
Mas independente do seu objetivo os cursos de analise (reta, I e II) sao fenomenais e te ajudam a fazer pensar com rigor.
O mais interessante do IMPA e' ser super acessivel, voce pode se matricular como aluno avulso e se for bem pedir admissao formal.
"Disse um colega que foi a um destes cursos que a classe estava lotada na primeira aula e ele ouviu um moleque (moleque mesmo; segundo ele uns 15 ou 16 anos) perguntar para outro da mesma idade se seria assim o curso todo. A resposta foi: "não, está cheio de economista e não sobra nenhum depois da segunda aula". Meu colega não soube dizer se foi verdade, pois sumiu depois da primeira aula."
Nao tenho duvida que e' verdade, nao e' incomum alunos de 15/16 anos, doutores com 21. E sim, nos cursos de verao a meia-vida dos economistas e' 1h.
"E depois, você fala da mediocridade alheia, não é?
Um economista que foge da matemática avançada não merece credibilidade."
Haha…falou o medíocre.
"Quem sabe hoje?"
Muito velho. Nem quando era jovem.
"Um economista que foge da matemática avançada não merece credibilidade."
nossa, que idiotice
Cristina ameaça abrir importações para os que não abaixam preços
HAHAHA
http://www.clarin.com/politica/Cristina-amenazo-abrir-importacion-precios_0_887311331.html
Alex, qual a chance de ortodoxos voltarem à nossa política economica?
Alex, a PEC das domésticas vai pressionar o ipca desse ano ?
Aí, Alex..
O Mantega dá dando o Nobel… pega o que lhe é de direito haha
http://digital.estadao.com.br/download/pdf/2013/03/22/B4.pdf
"…Mas independente do seu objetivo os cursos de analise (reta, I e II) sao fenomenais e te ajudam a fazer pensar com rigor…"
Meus caros,
Como sugestão, eu diria que é importante fazer medida. Esta matéria ajuda (E MUITO) tanto para entender economia quanto econometria.
Saudações
Não se esqueçam que matemática é uma ferramenta auxiliar no estudo de economia. Não é um fim. Não se esqueçam também que é uma ferramenta muito importante.
Teoria econômica exige aprendizado através da linguagem. Raciocínio claro, redação clara (não confundir com português correto).
E a Matemática? Ajuda muito, para a maioria é essencial.
"Alex, qual a chance de ortodoxos voltarem à nossa política economica?"
É proporcional á "meia-vida de economistas em um curso de verão do IMPA". Se até o pessoal que posa de sério (vide Alex) não aguenta o rigor de uma das poucas escolas decentes dessa merda desse país, imagina o nível de conhecimento de um economista mediano.
O que mais me deixa puto é que temas como análise, teoria da probabilidade, medida e análise funcional não sejam completamente integrados na prova da anpec. E não estou falando só da prova de matemática; tem q incorporar isso em estatística, micro e macro. Talvez assim a ralé das universidades públicas fique de fora dos centros de pós-graduação do país, e economia volte a ser tratada com a seriedade e o rigor que merece.
"É proporcional á "meia-vida de economistas em um curso de verão do IMPA". Se até o pessoal que posa de sério (vide Alex) não aguenta o rigor de uma das poucas escolas decentes dessa merda desse país, imagina o nível de conhecimento de um economista mediano.
O que mais me deixa puto é que temas como análise, teoria da probabilidade, medida e análise funcional não sejam completamente integrados na prova da anpec. E não estou falando só da prova de matemática; tem q incorporar isso em estatística, micro e macro. Talvez assim a ralé das universidades públicas fique de fora dos centros de pós-graduação do país, e economia volte a ser tratada com a seriedade e o rigor que merece."
O seu matemático imbecil, desde quando o Krugman é um genio da matemática? Só pra citar um exemplo. Só pq vc sabe matematica e não sabe bulhufas de economia vc quer se botar num moral high ground
Alias, o Alex não tem phd em berkeley? É … realmente uma formação mt ruim
"…O que mais me deixa puto é que temas como análise, teoria da probabilidade, medida e análise funcional não sejam completamente integrados na prova da anpec. E não estou falando só da prova de matemática; tem q incorporar isso em estatística, micro e macro…"
Será? Não é muito radicalismo?
Eu adoraria ter estudado isto na graduação. Acho que um pequeno grupelhinho de pessoas adoraria ter estudado isto (e eu sou o cara que falou sobre teoria da medida acima). Acho que mais embassamento matemático deixa tudo mais claro e intuitivo. Mas este sou eu (e alguns aqui) que, de certa forma, somos meio esquisitos.
Será que todo mundo que faz economia (e nem pensa em fazer um mestrado) deveria ralar horrores para aprender esta matemática? Não é um sobre-investimento muito pesado e com muito pouco retorno? Já estou mais velho (e mais mole?) e, com minha experiência (que não é lá grandes coisas), acho muito mais importante hoje a graduação de economia aumentar as cadeiras de contabilidade do que dar, por exemplo, análise para os meninos (mas tem que ter todas as cadeiras sérias de matemática, alguns cálculos,etc). Agora, as histórias, as sociologias, as culinárias, as astrologias e as jardinagens, estas eu cortava TODAS!!!!
Saudações
Honestamente eu duvido que o Krugman não tenha uma formação matemática pesada … claro que não é mesma do Lucas ou do Debreu, mas certamente é superior ao MS-6 de economia média do Brasil …
Alias, meus professores heterodoxos com sorte sabem cálculo 1 … quando me atrevo a ler os artigos deles, é " just pictures and talk "
bla bla bla + sobreposição de gráficos.
O uso da matemática é a pior forma de se entender economia… tirando todas as outras…
Uma forma de surgir conluio em equilíbrio é no modelo de Green & Porter. Porém, esse equilíbrio não é estável, pois a estratégia dos agentes incorre em guerra de preços quando há choques negativos de demanda.
Quando perguntaram para o Larry Summers quais obras e autores ele achava relevantes para entender a crise atual, ele citou o "Lombard Street" do Bagehot e, obviamente, o Keynes. Um da primeira metade do século XIX, outro da segunda metade do século XX. No "Teoria Geral" o Keynes, se me lembro bem, apresenta apenas uma equaçãozinha, muito chumbrega por sinal. No "Lombard Street" não há nenhuma…A macroeconomia virou, mexeu, fez duplos mortais carpados matemáticos e tudo isso para…desaprender as lições da grande depressão! Faz uns trinta anos que o debate virou uma punhetação mental sem fim, que acaba gerando muito calor e pouca luz…
O Krugman sabe bastante matemática, sim. Mas, é um dos que estão desiludidos com o estado da arte, em boa parte pela fixação atual com a matemática. Eu concordo com o anônimo das 18:10. Especialmente no que tange à contabilidade que, no geral, é tratada com desdém nos cursos, mas que é fundamental pra qualquer um que queira atuar do lado de cá da academia. Só acho que um pouco de história também ajuda muito…
Alex quem sabe um dia você não vai para Paraíba, na cidade de Fortaleza assistir um curso de economia austriaca.
A universidade federal de lá foi uma das pioneiras a adotar essa disciplina como eletiva.
Alguém controla os hormônios do menino metido a matemático ai de cima, deve ter lido o prefácio do livro do Elon e alguma palestra do Aloísio de Araújo e agora ta esperneando. De todo modo, antes meio “afetado” que austríaco.
O que vcs acham desse video?
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=sqUQQX1dTx8&desktop_uri=%2Fwatch%3Ffeature%3Dplayer_embedded%26v%3DsqUQQX1dTx8&gl=BR
"Alex quem sabe um dia você não vai para Paraíba, na cidade de Fortaleza assistir um curso de economia austriaca.
A universidade federal de lá foi uma das pioneiras a adotar essa disciplina como eletiva."
Como filho de paraibano (da progressista cidade de Campina Grande, a mais importante da Paraíba) não posso deixar de notar que Fortaleza fica no Ceará. Achomque isto diz muito sobre a proposta.
"O Krugman sabe bastante matemática, sim. Mas, é um dos que estão desiludidos com o estado da arte, em boa parte pela fixação atual com a matemática."
Ele sabe (um dos artigos mais lidos dele trata das bandas cambais e usa com habilidade cálculo estocástico, por exemplo), mas a decepçao dele não é com matemática. Lembro dele escrevendo algo como "I, for one, do not plan to abandon economic models". Pelo contrário, seus argumentos geralmente decorrem de um modelo razoavelmente sofisticado (o mais recente com o…, Erggstrorm? Nao vou checar agora, mas é parecido).
Matemática é uma linguagem e, portanto, um instrumento. Você pode usar um instrumento para fazer uma boa cadeira ou uma péssima cadeira. Sem o instrumento, será sempre uma péssima cadeira.
Como li certa vez, nao usamos matemática porque somos espertos, mas porque nao somos espertos o suficiente.
Se matemática fosse sinal de inteligência em Economia o Possas não escreveria tanta besteira.
Qual a variável que determina o investimento na teoria consensual de hoje em dia? Se é que há alguma variável que induz ele.
Pq eu lí isso http://nakedkeynesianism.blogspot.com.ar/2013/03/dude-seriously-its-accelerator.html
e queria saber se ta certo
Porque o PALMEIRAS não usa o teorema de Belluzzo novamente,o teorema é simétrico,para sair da segunda divisão? A transfiguração dos valores palmeirenses!
Mas se está no naked economist e o autor é o Vernengo, o que você acha que deve esperar?
podia responder a pergunta? abs
"Meus caros,
Como sugestão, eu diria que é importante fazer medida. Esta matéria ajuda (E MUITO) tanto para entender economia quanto econometria.
Saudações"
E' justamente esse o motivo que os economistas nao duram no IMPA. Inventam de fazer medida sem antes fazer a sequencia de analise. A analise e' a linguagem da matematica, tem que comecar por ali. E que nem querer ler Dostoiévski original sem antes aprender russo.
Eu ouvi um bom argumento de um economista Argentino. Ele disse que a Argentina não tem culpa de não ter uma máquina impressora de dollares, e que por isso tem que fazer os controles que fazer. Pra quem não sabe, é um parto para um Argentino conseguir dolares para viajar. No mercado limpo, é claro..
"O que mais me deixa puto é que temas como análise, teoria da probabilidade, medida e análise funcional não sejam completamente integrados na prova da anpec"
Provavelmente voce nao sabe o que esta falando.
Primeiro, voce deveria aprender isso no mestrado, logo DEPOIS da Anpec.
Tampouco acho que medida ou analise funcional tenham que ser obrigatorias no mestrado de economia. Faz quem quer se especializar em econometria, equilibrio geral ou afins.
Alguem ouviu o rumor de que o Barro supostamente faria parte da equipe economica do Aecio Neves?
"Eu ouvi um bom argumento de um economista Argentino. Ele disse que a Argentina não tem culpa de não ter uma máquina impressora de dollares, e que por isso tem que fazer os controles que fazer."
Pode ser um mal entendido, mas onde está o argumento?
O Brasil não tem impressora de dólares e quem quiser comprar o faz; aliás, era assim na Argentina há uns anos e também não tinham impressoras de dólares.
(E alguém precisa aprender a usar o modo subjuntivo).
Alex eu tava sendo ironico, o argumento do argentina é idiota.. A Argentina tem uma maquina de soja, que vira dolares que eles tão tentando destruir, by the way.
Leigo dos leigos falando aqui, mas o cara que sugeriu a eliminação de História da Economia na universidade é um gênio!haha
Como assim, cara? Só pode ser sacanagem!
“O Brasil não tem impressora de dólares e quem quiser comprar o faz; aliás, era assim na Argentina há uns anos e também não tinham impressoras de dólares.”
Se os argentinos no passado tinham poder de compra para viajar ao exterior e hoje não têm mais, o nome desse fenômeno é empobrecimento. Vale lembrar que viagens ao exterior provavelmente não fazem parte da cesta de bens e serviços que é usada para calcular a inflação, então as restrições cambiais são também um fator que aumenta o nível geral de preços ao consumidor (reduz o poder de compra) mas de forma que não é medida.
“Alguem ouviu o rumor de que o Barro supostamente faria parte da equipe economica do Aecio Neves?”
Não. Ninguém ouviu esse boato.
Ahh.. pobre classe média Argentina que não pode mais ir a Miami fazer compras com o dolar 1:1. Enquanto os pobres sofriam sem renda e emprego. Os ganhos salariais e de emprego, alias, o desempenho economico dos Kirchner é amplamente superior ao Menem, whether you like it or not.
Vale a pena fazer mestrado nos EUA? Ter greencard ajuda?
"Alex eu tava sendo ironico, o argumento do argentina é idiota.. A Argentina tem uma maquina de soja, que vira dolares que eles tão tentando destruir, by the way."
Desculpe: mais lerdo que o normal hoje…
Alex,
Sou o anonimo que disse que o Krugman sabe matematica sim. Concordo com você em parte. Sim, ele continua adepto de modelos matematicos (alguns bem sofisticados). Mas, pelo que me lembro, entre os argumentos que ele usa pra criticar o rumo que as coisas tomaram está sim uma certa fixação com a matemática. Aliás, em alguns momentos ele até dá a entender que ele usa os modelos que usa, só para conseguir publicar, mas vê pouca vantagens práticas em relação a modelos bem mais simples. Repetidas vezes ele argumenta, por exemplo, que o velho e bom IS-LM funciona muito bem (apesar das óbvias limitações) para entender de forma rápida e simples o que está acontecendo. O outro lado dessa discussão são os Casey Mulligans da vida. Ele, sem dúvidas, sabe mais matemática do que todo mundo aqui junto, mas tem falado cada besteira de causar espanto…
Maradona (quinta-feira, 21/03/2013 às 11:02),
Eu creio que ninguém comentou aqui a questão da dificuldade de os preços baixarem. Então além da aula de Alexandre Schwartsman, das contribuições de alguns comentaristas que salientaram aspectos de elasticidade da oferta da cesta básica e da inelasticidade da demanda e da existência de oligopólios e monopólios e da existência ou não de produtos substitutos, um fator a considerar bastante é o problema da inflexibilidade para baixo dos preços. Fui alertado para isso ao ler a entrevista de Paul Krugman na revista Exame e que pode ser vista no blog de Luis Naqssif no post “Paul Krugman e o clima de guerra entre economistas” no seguinte endereço:
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/paul-krugman-e-o-clima-de-guerra-entre-economistas
E no trecho que interessa disse lá Paul Krugman:
“Algo que me surpreendeu, que fez com que eu repensasse minhas convicções, foi o fato de não ter havido uma deflação mesmo com taxas de desemprego prolongadas. Aprendemos que a resistência dos preços é muito maior do que indicavam nossos modelos anteriores. No entanto, tem havido muito menos mudanças no debate econômico do que o esperado”.
No fundo é isso. O que o governo quer fazer é muito mais difícil do que impedir que os preços subam em conseqüência de um aumento do juro. Talvez a subida do juro só ainda não foi efetivada porque o efeito imediato mais importante do juro é produzir a desova de estoque e ao que parece só agora iniciou-se a formação de estoque.
Clever Mendes de Oliveira
BH, 23/03/2013
Ahhh… a Argentina está uma maravilha mesmo. O segredo do desenvolvimento, como todo mundo sabe é um bem desenvolvido mercado de dólar black, estatísticas maquiadas e um povo idiota…
Bom artigo do Ricardo Reis sobre o Portuguese slump-crash:
http://www.brookings.edu/~/media/Projects/BPEA/Spring%202013/2013a_reis.pdf
"Aliás, em alguns momentos ele até dá a entender que ele usa os modelos que usa, só para conseguir publicar, mas vê pouca vantagens práticas em relação a modelos bem mais simples. Repetidas vezes ele argumenta, por exemplo, que o velho e bom IS-LM funciona muito bem (apesar das óbvias limitações) para entender de forma rápida e simples o que está acontecendo. O outro lado dessa discussão são os Casey Mulligans da vida. Ele, sem dúvidas, sabe mais matemática do que todo mundo aqui junto, mas tem falado cada besteira de causar espanto…"
Perfeito!
opa sou um mestrando na NYU, fiz um estudo de cambio no Brasil, os resultados deixariam muitos embasbacados : o diferencial de juros representa algo absurdamente residual no cambio brasileiro. se alguem quiser deixa o email que eu mando. E ai Alexandre ha algum estudo com resultados parecidos? abs
"ou um mestrando na NYU, fiz um estudo de cambio no Brasil, os resultados deixariam muitos embasbacados : o diferencial de juros representa algo absurdamente residual no cambio brasileiro. se alguem quiser deixa o email que eu mando. E ai Alexandre ha algum estudo com resultados parecidos?"
Fiz um estudo com a Tati Pinheiro que apontou preços de commodities e o DXY como os principais determinantes da taxa de câmbio R$/US$. O diferencial de juros aparece, com sinal esperado e significante, mas não é o principal fator.
"Mas, pelo que me lembro, entre os argumentos que ele usa pra criticar o rumo que as coisas tomaram está sim uma certa fixação com a matemática. Aliás, em alguns momentos ele até dá a entender que ele usa os modelos que usa, só para conseguir publicar, mas vê pouca vantagens práticas em relação a modelos bem mais simples"
Na verdade ele usa os modelos mais sofisticados para ver se trazem algum insight diferente do IS-LM
Maradona (quinta-feira, 21/03/2013 às 11:02),
Fiz pesquisa no blog de Mansueto Almeida e me deparei com o seguinte post <"Paul Krugman: Traição?" de 10/12/2012, no seguinte endereço:
http://mansueto.wordpress.com/2012/12/10/paul-krugman-traicao/
No post ele faz a chamada para a entrevista de Paul Krugman dada à revista Exame da edição 1030, ano 46, No 24 de 05/12/2012 e deixa o link conforme se ver a seguir:
http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1030/noticias/viviamos-em-um-paraiso-de-tolos-declara-paul-krugman
Trata-se de entrevista de quase quatro meses atrás, pois com o título de “Hoje o clima é de guerra entre economistas, diz Paul Krugman” ela vem datada de 29/11/2012 às 05:55.
O Mansueto Almeida chama a atenção para a resposta de Paul Krugman para a questão sobre a política industrial brasileira de criação de campeões nacionais. Eu que antes ficara curioso com a observação de Paul Krugman e não tivera dúvida que se tratava da mesma entrevista que eu lera recentemente no post de Luis Nassif e deixei indicado no meu comentário anterior enviado 23/03/2013 às 20:31. Fiz só uma confirmação em razão da surpresa causada pela diferença da data dos dois posts, o de Mansueto Almeida sendo de 10/12/2012 e o post de Luis Nassif intitulado “Paul Krugman e o clima de guerra entre economistas” tendo sido postado recentemente, sexta-feira, 22/03/2013 às 08:30
Pois bem, Mansueto Almeida destaca da entrevista a parte em que Paul Krugman avalia que a política industrial de incentivo à formação de grandes grupos não teria dado certo em lugar nenhum do mundo. Paul Krugman nega que esta política tenha sido adotada no Japão e na Coreia do Sul e menciona como exemplo de país onde a política fora adotada a França, mas ele teria dúvida sobre o resultado naquele país.
Eu discordei deste trecho da entrevista de Paul Krugman e iria fazer referência a ela no meu comentário anterior para você, mas como me pareceu que eu iria me estender em um tópico um tanto distinto do deste post “O foie gras nosso de cada dia”, de quarta-feira, 20/03/2013, eu preferi deixar para falar um pouco sobre a resposta de Paul Krugman a respeito do incentivo à formação de capeões nacionais em outra oportunidade. Felizmente eu vi a entrevista no blog de Mansueto Almeida e me preocupei com a data e vi que se tratava de entrevista já um tanto antiga.
No meu tempo de científico, ali no final da década de 60 e início da década de 70, o exemplo que se dava da intervenção maçiva do Estado era o da Itália. Depois é que eu vim a saber que houve esse incentivo também no Japão e na Coreia do Sul. E agora ele se faz na China. E não se pode esquecer que quando a Alemanha precisou de recursos para custear a melhoria da Alemanha Oriental ela vendeu ações que ela possuia de grandes empresas alemãs. A participação do governo alemão na Wolkswagen já era conhecida há bastante tempo.
Uma das críticas que eu fazia à esquerda foi não ter compreendido a tentativa de Antonio Delfim Netto realizar aqui no Brasil este tipo de política industrial. Para a esquerda o que seria defensável seria o modelo de Ernst Friedrich Schumacher defendendo o “small is beautiful”
Já nas minhas primeiras leituras de Paul Krugman eu tive resistência a várias idéias dele, dentre elas, estava à crítica dele à desvalorização da moeda e a formação de grandes saldos na Balança Comercial e a formação de reservas. Quanto a reservas (Ressalte-se que no fundo é a mesma coisa falar de desvalorização da moeda, saldo na Balança Comercial e formação de reservas), eu tinha uma frase que, embora fosse elogiosa à formação de reservas não é muito diferente da crítica que Paul Krugman faz. Eu dizia que “governo bom forma reservas e governo ruim as destrói, mas as reservas são só para inglês ver.
Vejo agora que posso acrescentar mais uma divergência com as idéias de Paul Krugman. Eu sou a favor do incentivo à formação de grandes grupos e ele é contra.
Clever Mendes de Oliveira
BH, 24/03/2013.
o que esperar de um ministro que, na epoca do plano real, falava em camaras setoriais?
Choque negativo de oferta com safra recorde! http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,alta-de-alimentos-chega-a-34-no-ano,148296,0.htm
J
Estou entre os embasbacados: a taxa nominal de juros aqui é taxa real para os gringos, ceteris paribus[risco,iof etc.].Não concluo dai que os nossos juros sao altos.A inflaçao e´ que está desalinhada com o resto do mundo, problema que evidentemente ninguem quer encarar.
"O outro lado dessa discussão são os Casey Mulligans da vida. Ele, sem dúvidas, sabe mais matemática do que todo mundo aqui junto, mas tem falado cada besteira de causar espanto…"
Discordo. Casey Mulligan nao sabe mais matematica que o tipico PhD em economia e existem pelo menos uma meia duzia de PhDs em economia que frequentam esse blog.
"O"
Meus caros,
"…E' justamente esse o motivo que os economistas nao duram no IMPA. Inventam de fazer medida sem antes fazer a sequencia de analise. A analise e' a linguagem da matematica, tem que comecar por ali. E que nem querer ler Dostoiévski original sem antes aprender russo…"
Nunca ninguém disse o contrário, disse? Alguém falou alguma bobagem como não fazer análise e ir direto fazer medida e integração? Ninguém aqui vai discordar deste comentário (mas quando eu fiz medida, depois de diversas outras matérias, lógico, isto me deu uma intuição sobre probabilidade e modelagem econômica que acho linda!).
– Uso da matemática.
Como o Alex disse acima (se não me engano, a frase é do Shikida), usamos matemática porque somos burros, não porque somos inteligentes. Algumas questões são tão complexas que requerem o uso de instrumental matemático para resolvê-las. Sem a matemática, nos perdemos fácil nas questões lógicas (e RETÓRICAS) da questão analisada. Alguns pontos aqui:
1- Algumas questões são muito complexas exigindo instrumental matemático que ainda não temos. Estas questões não sabemos resolver (mesmo que alguém, através de algumas falácias com frases de efeito, diga que sabe). A agenda de pesquisa da matemática pura leva muito em conta as necessidades das áreas da matemática aplicada.
2- O investimento a ser realizado é função dos objetivos requeridos. Alguém falou de IS-LM acima. Mas não é o que fazemos? O modelo funciona bem na maioria dos casos e é bem simples. Na graduação, o aluno deve saber este modelo de trás-para-frente. Em um bom mestrado (doutorado), entretanto, é diferente. Ele deve receber o instrumental matemático necessário e aprender modelos mais consistentes. É o mesmo caso da física newtoniana vis-a-vis a física einsteiniana. Agora, uma provocação. Por que uuma matemática mais avançada (que,concordo, de avançada não tem nada – cansei de ver matemáticos detonando os economistas porque usam a matemática de maneira muito pouco séria – e eu sou economista, muito matemático já me gozou a cara falando que não sei nada de matemática) não pode mas a matemática por trás do IS-LM pode? Esta segunda matemática provavelmente parece cálculo estocástico para um advogado ou sociólogo. Ou pode usar ou não pode. Não dá para falar que a única matemática que pode usar é a que eu sei (e qualquer outra é inútil).
3- Existem artigos que são publicados devido ao instrumental. E tem pesquisadores que, dotados de excelente instrumental fazem isto. Mas isto é inerente á atividade científica, não? Com o passar do tempo, a própria área vai separando o joio do trigo, não?
Saudações
"Como o Alex disse acima (se não me engano, a frase é do Shikida), usamos matemática porque somos burros, não porque somos inteligentes. Algumas questões são tão complexas que requerem o uso de instrumental matemático para resolvê-las. Sem a matemática, nos perdemos fácil nas questões lógicas (e RETÓRICAS) da questão analisada."
Você está errado. Profundamente errado. Absolutamente errado. Esse argumento de que a matemática é um instrumental para a resolução de problemas concretos reflete muita ignorância, além de ter uma vulgaridade impar.
Qualquer pessoa com um pingo de conhecimento sobre o tema (ok, muito escasso nessa selva) tem que ter na cabeça que a matemática não é um mero instrumental, mas a LINGUAGEM DA LÓGICA, a própria forma de resolução de problemas. Me da arrepios descobrir pessoas que se consideram intelectualmente qualificadas e ingoram essa definição.
Por isso que às vezes chego a duvidar que cursos de graduação em economia sejam realmente necessários. Talvez a disposição de três ou quatro disciplinas optativas de microeconomia nos departamentos de matemática pura pudesse formar economistas de pensamento muito menos poluído do que esses que vemos por aí. E não estou falando só do pessoal da Unicamp, UFRJ e UFU, não. Falo da imensa massa de bacharéis, mestres e doutores formados nesse país de analfabetos funcionais.
"Por que uuma matemática mais avançada (…) não pode mas a matemática por trás do IS-LM pode?"
Boa!
Só mais uma coisa: citar Paul Krugman para rebater meus argumentos apenas CORROBORA o que eu falo. Esse cara é um espetáculo midiático e nada mais. Deve dar com os burros n'água em breve. Meu único medo é que figuras como ele, caso se popularizarem, possam contaminar as excelentes universidades norte-americanas com o virus da picaretagem intelectual tão disseminado aqui na selva.
Por que deflação é ruim? Ainda não entendi. Tá, salários são rigidos. Mas se num momento de crise você inflacionar a economia, os agentes não reajustarão seus salarios segundo expectativas racionais, e o o preço terá de cair novamente? Alguem explica por favor.. abraço
Anônimo de 25 de março de 2013 13:28
O problema da deflação é a inflexibilidade dos juros reais. Se os juros reais neutros forem de 2% ao ano, e a inflação for de -4%, então a taxa de juros nominal para equilibrar o mercado de moeda deveria ser de -2%. O problema é que as taxas nominais são sempre negativas, pois ninguém deposita o dinheiro no banco pra receber menos daqui a 5 anos …. é melhor deixar em casa.
A deflação, devido a inflexibilidade dos juros nominais, pode gerar "excesso de poupança"
O menino dos hormônios aflorados, ávido por ser matemático, mas sem coragem pra tanto deve estar cheirando crack, só pode.
vc é um neoliberal incorrigivel, é claro que o governo controla a inflação, vide o aliado emérito do pt, sr. zé sarney fez ume excelente trabalho com suas fiscais do congelamento e a famosa caça ao boi no pasto
Esse Irineu tem um ego de menina sem tamanho…
O cara é competitivo, quer mostrar que sabe, que é melhor do que alguns, que fez um PhD típico etc…
"Casey Mulligan nao sabe mais matematica que o tipico PhD em economia e existem pelo menos uma meia duzia de PhDs em economia que frequentam esse blog."
O, ou Irineu de Carvalho Filho, dá pena de você!
Alex,
O que você acha da seguinte argumentação:
"Apreciações cambiais tem caráter expansionista no Brasil. Isto ocorre porque se por um lado elas reduzem a competitividade das exportações líquidas, por outro, elevam o poder de compra da população. A questão central é que o Brasil é muito pouco aberto ao exterior, de modo que o efeito negativo sobre as exportações líquidas é mais do que compensado pelo efeito positivo sobre o consumo doméstico (que tem grande peso no PIB, muito maior do que as exportações líquidas)"
Abs
Julio Austo
Sou o anônimo que trouxe o IS-LM pra discussão. Queria só esclarecer algumas coisas. A primeira é de que não sou, em absoluto, contrario ao uso da matematica. Nem acredito que sabendo o IS-LM está bom. É óbvio que não.
O que eu quis dizer é que a obssessão de alguns com a matematica fez mais mal do que bem à economia, IMHO. (Isso pra não dizer que, muitas vezes, essa obssessão decorre da guerrinha de egos que é o pior que a academia produz nas pessoas…).
Olhando pra frente, acho que a economia (e a macro, em especial) tem mais a ganhar inculcando uma dose cavalar de "empricismo" nos jovens pesquisadores do que dobrando a aposta na matematização. Um exemplo do que estou falando: behavior finance. Provavelmente a coisa mais interessante que surgiu em muito tempo e que usa uma matematica relativamente simples. Mas, foi preciso um psicologo pra abrir esse campo, em parte porque a hipotese da eficiencia os mercados se presta a uma matematica tão mais elegante e é realmente uma pena desperdiçar todo aquele esforço para produzir modelos lindos (e que fracassaram fragorosamente).
Os orientadores tem de falar pro cabra: "não importa quantos cursos no IMPA você fez, se você me aparecer aqui com um modelo em que política fiscal não afeta produto no zero bound, você vai tomar um pé na bunda." (Ou o equivalente a isso, seja la o que o cara estiver pesquisando).
Pelo discurso vitriólico contra o Krugman já dá pra saber pra que serviram os cursos de anàlise, medida e o escambau que o sérissimo anônimo fez… Serviram pra ele aprender que política fiscal e monetárias não afetam produto, que os mercados são eficientes e que o desemprego nos EUA está alto por conta de uma epidemia de preguiça por lá. E isso tudo em cima de modelos que a ralé não entende, só gênios como ele…
"Qualquer pessoa com um pingo de conhecimento sobre o tema (ok, muito escasso nessa selva) tem que ter na cabeça que a matemática não é um mero instrumental, mas a LINGUAGEM DA LÓGICA, a própria forma de resolução de problemas. Me da arrepios descobrir pessoas que se consideram intelectualmente qualificadas e ingoram essa definição."
Deixando de lado o fato de que ele não conseguiria reduzir a matemática a lógica sem o uso de alguns axiomas, o rapazinho não se dá conta de que uma linguagem é um instrumento.
Se depender do nervosinho aí, o Nobel de Literatura ia sempre pra um gramático de ponta…
"Discordo. Casey Mulligan nao sabe mais matematica que o tipico PhD em economia e existem pelo menos uma meia duzia de PhDs em economia que frequentam esse blog."
Pode ser, "O". Não quis ofender os PhDs de plantão. Agora que o Mulligan é uma besta, isso ele é…com matemática ou sem…
Sobre uma suposta doença holandesa pregada por heterodoxos, quanto dela poderia ser evitada com liberalizaçao financeira (compras de assets estrangeiros?). Para mim, muito. Qq vc acha Alexandre?
por favor alguem comente esse artigo
http://criticaeconomica.wordpress.com/2008/06/10/curva-de-phillips-aceleracionista-conflito-distributivo-e-inflacao-de-demanda1/
O desemprego americano entre os jovens pode ser explicado fortemente pela mudança no salário mínimo em 2007
O Casey Mulligan fala sobre isso, não ?
E … os novos-clássicos não consideram a política monetária ineficaz, pois ela pode surpreender
Os juros foram marretados pra cima em 2007 pelo FED, esse tipo de surpresa reduz o produto em 2008 e isso não é surpresa pra ninguém.
E todo mundo já sabe que os juros nominais não caem abaixo de zero, e que portanto você pode entrar na " liquid trap ", onde a política fiscal é capaz de afetar o produto
Tem também a questão dos juros gerando ciclos de negócios … O Taylor mostra como os juros estavam baixos no periodo de emcubação da bolha, 2002 a 2006 … e alias como estão baixos desde 2010 o que poderia estar incubando uma outra bolha ….
Ficar fazendo crítica do espantalho contra a galera de Chicago é fácil, isso ai qualquer um com carteirinha da AKB pode fazer … alias muita gente nos comentários ja precisa tirar a sua ….
Meus caros,
"…Olhando pra frente, acho que a economia (e a macro, em especial) tem mais a ganhar inculcando uma dose cavalar de "empricismo" nos jovens pesquisadores do que dobrando a aposta na matematização…"
Só mais um comentário sobre esta discussão (que é bem rica).
De novo, este perigo existe sim. Mas eu ainda acho que ele não existe. Tem gente que publica devido ao instrumental utilizado e depois a área separa o joio do trigo (de maneira sempre imperfeita, lógico).
Não sou da área da finanças mas me parece forte dizer que os modelos seriam lindos e não serviriam para nada (eu tenho outros interesses e me divirto muito na minha área, mas que eu invejo a conta bancária daqueles treinados seriamente em finanças, isto eu invejo).
Pois bem, meu comentário é sobre esta necessidade de maior empirismo. Eu concordo com isto mas com um adendo sério, mais uma vez. Este empirismo ESTÁ ACONTECENDO HÁ MUITO TEMPO!!! Já vi o Prof. Aluísio reclamar (um pouco disto). As preocupações com as questões empíricas (e como efetivamente medí-las) seriam o carro chefe da economia nas últimas duas ou três décadas. O salto que a econometria deu é absurdo (e lindo, não é verdade?). E, coisa curiosa, necessitando cada vez mais de embassamento matemático.
Saudações
Anônimo das 08:54,
Você realmente acredita nessa história de que foi o aumento do salário mínimo? Sério?
E que foi a alta de juros de 2007 que gerou a crise de 2008? Não houve alguma outra coisinha acontecendo no meio do caminho não?
Quanto a taxa de juros muito baixa duas questões: se ela era baixa demais, por que não havia inflação? E por que, de repente, os agentes que antes sabiam tudo e previam tudo ficam doidos e provocam uma bolha gigantesca, sendo que a política monetária do Fed era absolutamente previsível antes da crise?
"Pelo discurso vitriólico contra o Krugman já dá pra saber pra que serviram os cursos de anàlise, medida e o escambau que o sérissimo anônimo fez… Serviram pra ele aprender que política fiscal e monetárias não afetam produto, que os mercados são eficientes e que o desemprego nos EUA está alto por conta de uma epidemia de preguiça por lá. E isso tudo em cima de modelos que a ralé não entende, só gênios como ele…"
EXATAMENTE! Até que enfim alguém aqui teve massa cinzenta para entender o que estou falando. Só discordo sobre o desemprego. Eu culparia, antes da preguiça (que, sendo uma escolha individual, ningúém tem nada com isso), as políticas de seguro-desemprego e de salário mínimo que "latinizam" a civilização.
"Se depender do nervosinho aí, o Nobel de Literatura ia sempre pra um gramático de ponta…"
Pois eu preferiria isso mesmo! Antes um gramático de ponta que ensine as pessoas a ler e escrever melhor do que qualquer um desses romancistas comunistas que vemos por aí.
Matemática é importante, até pra se disciliplinar..
Mas em economia, se vangloriar por saber mais matemática que todos mas contribuir quase nada para a profissão é que nem um jogador de futebol se vangloriar porque tem a melhor caneleira, chuteira e não jogar nada
Anônimo das 09:34,
Eu, que sou o anônimo a quem você respondeu, gostaria de dizer, mais uma vez, que minha visão dessas questões não é radical (embora possam ser lidas assim). Não me oponho, de forma alguma, ao uso intensivo de matematica e, de fato, você tem razão que o empirismo vai depender bastante de um embasamento matematico profundo. Também reconheço os avanços da econometria nas últimas décadas (embora esse avanço deva, na minha visão, ser visto como mais um avanço da estatística do que a economia…). O meu ponto é que às vezes, o entusiasmo com a matemática vira um fim em si ou, pior, acaba servindo de cortina de fumaça para sustentar teorias cujo prazo de validade já se extinguiu faz tempo (vide novos clássicos). Pode ser que eu esteja errado ou exagerando, mas essa é minha percepção. (Full disclaimer, trabalho no mercado e não tenho laços diretos com a academia a bastante tempo, em parte porque cansei de conviver com gente parecida com o do nervosinho aí de cima. Prefiro o mercado, onde as discussões são mais civilizadas porque as apostas são mais altas…hehehehe). Quanto a finanças, ok, falar que não serve pra nada foi um pouco exagerado mesmo, reconheço. Mas, por outro lado, como justificar os altos salários do pessoal do mercado (onde me incluo!) se a hipótese dos mercados eficientes for verdadeira? O cara se mata pra fazer um valuation de uma ação e ganha bem pra fazer isso enquanto o modelo pressupõe que preço no mercado já traz toda a informação pública…e aí? Fossemos levar a teoria a suas últimas consequências, seria melhor demitir tudo que é analista, adotar uma estratégia 100% passiva e correr pro abraço… Fora que a crença nessa hipótese foi usada a exaustão como justificativa para não se fazer nada quando a bolha estava sendo inflada. E isso, meninos, eu vi de camarote…
Quem é o prof. Aluísio???
http://www.cartacapital.com.br/economia/a-queda-de-um-mito-salario-minimo-x-informalidade/
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/samuelpessoa/1251431-o-papel-do-bndes.shtml
Qual o pior artigo, o do Sicsú, que não faz um contrafactual (como teria sido o comportamento da informalidade na ausência de elevações do mínimo) ou o do Samuel pessoal (que faz um contrafactual horroroso, tendo como grupo de controle países distintos comtrajetórias nem próximo de paralelas antes e depois da política pública)????
Eu acho o do samuel pior, bem pior… Se o contrafactual sem rigor confunde, prefiro uma análise fria dos dados…
http://raymondpronk.files.wordpress.com/2012/06/unemployment-and-minimum-wage.jpg
Claro que isso não é causa unica da crise, longe de ser
http://www.zerohedge.com/sites/default/files/images/user5/imageroot/bernanke/Taylor.gif
Os juros foram baixos durante um periodo, e políticas expansionistas não necessariamente se refletem fortemente sobre o nivel de preços ao consumidor …
Alex e O podem me corrigir se estiver errado, mas se uma política créditícia expansionista se materializar por crédito estimulado para a aquisição de ativos, os preços dos ativos vão subir, e os preços dos bens de consumo subirão apenas alguns anos após ….
Bom, tem também a trapalhada de deixar 2 instituições gigantes quebrar ….
o que não aceito é a explicação " foi a desregulamentação "
ora … então pq a crise foi em 2009, ao invés de 2003 ? ou 2005 ? ou 1994 ?
Pós-Keynesianos, Marxistas e Austriacos escolhem coisas que sempre existem, assim que uma crise explode, eles previram ela, pois preveem crise o tempo todo, eles dizem
" Eu avisei, esses ortodoxos não são de nada "
Prezadíssimos Alex e "O",
Vocês comprariam OGX?
Abs.
Anônimo das 19:25,
Existem toneladas de artigos mostrando que o mundo real, no que tange ao salario mínimo, não se comporta como os nosso professores de introdução à economia nos ensinaram…não vai ser com um graficozinho desses que você vai ganhar essa parada. E, by the way, se estamos diante de um desemprego do tipo que supostamente seria causado pelo aumento do salário mínimo, a oferta de trabalho deveria ter aumentado (deslocamento na curva). Mas, o que vimos foi uma queda brutal na PEA. Isso pra não falar no fato de que o desemprego aumentou across the board…
Quanto a taxa de juros, você não pode ser um paladino das expectativas racionais e dos mercados eficientes e sair com uma história dessas… E quem falou em pos-keynesianos, austríacos e marxistas? Os neo-keynesianos não estão do lado do Mulligan nessa parada…
O Mulligan (e muitos outros) estão fazendo um papel ridículo porque não podem encarar o fato de que a crise sepultou a escola deles. Eles não tem nada coerente a dizer sobre o antes, o durante e o depois. Não vão admitir nunca, mesmo que para isso continuem inventando argumentos absurdos (o meu favorito até agora é o Taylor dizendo que o QE equivale a um controle de preço que deprime a oferta de crédito!)
"então pq a crise foi em 2009, ao invés de 2003 ? ou 2005 ? ou 1994 ?"
Se sexo causa gravidez, porque o bebê não nasce assim que o homem ejacula? Hein? Hein?
Ahhh sim…um grafico da "Taylor rule" sem mencionar especificações é um argumento absolutamente definitivo. I stand corrected…but not. E Zero Hedge? Sério mesmo?
“o que não aceito é a explicação " foi a desregulamentação "”
Por quê? Durante mais de meio século não houve crises bancárias nos EUA – exatamente quando havia regulação pesada. Logo que a regulação foi abolida, as crises retornaram. Deixa de ser preguiçoso e leia o que o Gary Gorton escreveu sobre a crise e assim evita passar vergonha como passaste agora.
http://raymondpronk.files.wordpress.com/2012/06/unemployment-and-minimum-wage.jpg
Claro que isso não é causa unica da crise, longe de ser
Isso é total non-sense. O salário mínimo se aplica para uma pequena fração da força de trabalho americana.
Eu gostei do artigo do Samuel.
Esse O anonimo e' muito ruim…
Alex, por que voce convidou ele para escrever contigo e nao o economista X???
“E … os novos-clássicos não consideram a política monetária ineficaz, pois ela pode surpreender”
Vá estudar, menino. Deve fazer mais do que 20 anos que existe um consenso entre reality-based economists que política monetária ESPERADA afeta o nível da atividade econômica.
"Deve fazer mais do que 20 anos que existe um consenso entre reality-based economists que política monetária ESPERADA afeta o nível da atividade econômica."
Pode citar referencias?
Afirmacoes do genero sao funcionais ao entendimento alheio quando acompanhadas por referencias. Caso contrario, apenas retorica.
Esse babaquinha que fica fazendo ad hom no Woodford e Bernanke merece um "ta ligado"
http://www.themoneyillusion.com/
que tal, "O"?
"Pode citar referencias?"
Pode comecar com qualquer livro texto de macroeconomia publicado nos ultimos 20 anos. Ou entao pegue uma selecao aleatoria de artigos no Journal of Monetary Economics.
" Por quê? Durante mais de meio século não houve crises bancárias nos EUA – exatamente quando havia regulação pesada. Logo que a regulação foi abolida, as crises retornaram. Deixa de ser preguiçoso e leia o que o Gary Gorton escreveu sobre a crise e assim evita passar vergonha como passaste agora. "
Houve uma crise bancária em 1981-1982
E o problema das hipótecas ja era sabido desde 2006, não era ? Porém a contração foi apenas em 2009
Quanto ao Gary Gordon, agradeço a sugestão de leitura
" Isso é total non-sense. O salário mínimo se aplica para uma pequena fração da força de trabalho americana. "
Não tenho certeza se é uma fração tão pequena O, em especial por que eles tem toneladas de imigrantes pouco qualificados e também jovens … se olharmos a contração das horas trabalhadas por faixa etária, ela foi semelhante entre os +25, e brutalmente superior nos adolescentes e jovens, justamente os mais afetados pelo salário mínimo
Nisso pode estar boa parte da explicação da taxa de 8% de desemprego
Vou procurar no Casey algo sobre isso
" Vá estudar, menino. Deve fazer mais do que 20 anos que existe um consenso entre reality-based economists que política monetária ESPERADA afeta o nível da atividade econômica. "
Bom, que ja é sabido que a política monetária esperada afeta o nivel de atividade no curto prazo eu estou ciente, apenas não sabia que os novos-clássicos (Lucas, Sargent, etc…) ja tinham aceitado ela
http://www.themoneyillusion.com/
Favoritei isso, vou le-lo de noite
Agradeço as indicações dos erros ou supostos erros
Meus caros,
Qual o problema com o artigo do Samuel? É um bom artigo de jornal (não é um artigo acadêmico). Busca explicar o que é um contrafactual e dá um exemplinho bastante razoável. Não faz nenhuma afirmação forte e não tira conclusões mirabolantes.
Agora, o artigo do Sicsu é horroroso. Dá mostras de mau-caratismo ao não mostrar os dados pré-2003. Pior, não tem jeito de entender seu artigo. Com ele, eu concluo que aumentar salário mínimo diminui a informalidade? É isto? Se não for, o que ele está defendendo? Simplesmente não dá para engolir (ele poderia, por exemplo, defender algo como é possível aumentar o salário mínimo e diminuir a informalidade, desde que outras medidas fossem tomadas, e explicitá-las – não fazer este textinho de propaganda política boba).
Saudações
"Agora, o artigo do Sicsu é horroroso."
Você é idiota?
O cara parte do pressuposto neoliberal de que as elevações no mínimo aumentaria a informalidade e não foi isto que ocorreu! Se voce acha isso uma bandeira, enfie o mastro dela no rabo!!!
O artigo do Samuel é uma bosta! Qualquer diferença em diferenças deve mostrar, antes de qualquer coisa, trajetórias paralales dos grupos de controle e tratamento no período pré-intervenção. As taxas de investimentos dos países selçecionados não seguem essa trajetória. Se isto não se verifica, a análise não pode ter conclusão séria! Simples assim!
Se p então q. Dado não q então não q!!!
Volte para o básico!
Se voce olhar os dados pré-2003 vai perceber que as elevações do mínimo não alteram em nada a trajetória da formalização. pelo contrário, até elevam, o que é mais um argumento a favor dele.
Veja bem, discordo de quase tudo que vem dele, mas o aninimo aí de cima errou feiosamente na sua crítica barata!
aí anônimo, conta pra gente se a tua mãe foi formalizada lá no puteiro onde ela trabalha depois do aumento do mínimo. (Já que é pra partir pra baixaria, vamos logo ao estado da arte…)
Em relação aos comentários acima:
– A ideia de que um afrouxamento da política monetária causaria uma bolha em um setor e não aumento de preços é incompatível com a ideia de expectativas racionais num mercado sem imperfeições. Nesse caso sequer se pode afirmar que "é apenas uma aproximação". Não é, pois houve uma crise grave cuja causa não pode ser explicada por esse arcabouço. Daí alguns comentários ridículos (o mais patético de todos foi o Eugene Fama negando que houve bolha no mercado imobiliário). Uma teoria que explicaria a bolha e a crise seria a Teoria Austríaca de Ciclos Econômicos. Daí eu sempre lamentar o fato da (falta de) metodologia dos austríacos ter deixado que ideias boas deixassem de ser trabalhadas.
– A própria ideia de que em 2006 começaram a perceber a falta de fundamentos do mercado imobiliário, porém o colapso só ter vindo em 2008 já corrobora o fato de que o que houve é incompatível com o previsto pelas teorias "fresh water". Diria que isso jamais ocorreria no Planeta Vulcano.
– Quanto ao uso de matemática, não existe melhor forma para se expressar um raciocínio lógico. Melhor, qualquer suposição feita fica evidente. Quando se usa uma linguagem, o risco é que você "marrete" um monte de axiomas sem perceber ou escreva coisas que, isoladamente, parecem fazer sentido, mas acabam por serem incompatíveis entre si.
– Quanto à desregulamentação. Mesmo que não seja uma causa primária da crise, ao menos ela serviu como amplificador para o que foi feito. Mesmo que a causa tenha sido um governo incentivando a casa própria e a política monetária frouxa, a alavancagem alta que foi permitida aos agentes financeiros fez com que os efeitos das políticas supracitadas tenham sido muito mais danosos que o que ocorreria com um mercado onde a alavancagem fosse limitada.
"Se p então q. Dado não q então não q!!!"
Eu poderia brincar que você não sabe lógica a partir da sua datilografia, mas descobri que o p e o q ficam em extremos opostos do teclado (vi isto agora) e não sei o que dizer.
Não entendi se o sujeito gostou do artigo do Sicsu, se ele acha que aumento do mínimo aumenta a formalidade ou se um pequeno artigo de jornal deve fazer alguns testes estatísticos. Infelizmente, não sei o que dizer (me assustou muito esta coisa do p e q – pensei que fosse um errinho bobo, mas agora eu não sei mais).
Agora, o que esta regra (corrigida) de lógica tem a ver com a discussão? Qual é o p e o q tanto nos artigos do Sicsu e do Samuel ou nas discussões anteriores deste post? Eu sou imbecil e não entendi (será que é assim: "Artigo do Sicsu é naturalmente ruim. Assim, se encontrar algum artigo bom, este não é do Sicsu – Logo, não se pode criticar o artigo do Sicsu" -Matei a charada?).
Saudações
"O" Anonimo (27/03/2013 às 01:14),
A minha é opinião de leigo, mas penso que você superdimensiona a desregulamentação na crise de 2008. Ali houve uma crise de superprodução associada com uma crise de superfinanciamento. A causa ou conseqüência de uma ou de outra é muito difícil de ser avaliada. Deva ser natural que os financiamentos tenham sido alavancados pela falta de regulação, mas será que a regulamentação mais dura impediria o superfinanciamento?
De certo modo houve uma crise forte em 1988 que foi reduzida com a intervenção massiva do governo americano salvando os fundos de pensão que devem ter sido prejudicados com a queda de juros após a alta no final da década de 70 e início da década de 80. O que se observa é o caráter cíclico da crise e agora houve um reforço pela superprodução provocada pela China e o superfinanciamento ocorrido nos Estados Unidos (e Europa, principalmente para igualar as rendas das regiões mais ricas com as mais pobres) sendo que esse superfinanciamento pode até ter adiado a crise e ao fazer isso a crise foi mais forte.
Agora o que talvez tenha sido de mais importante para a crise ter ocorrido agora e não mais à frente ainda foi a natural tendência a concentração de renda que o capitalismo produz. Sem a mão visível do Estado reduzindo a concentração, a concentração aumenta e a crise chega mais cedo. Se o mundo fosse mais igual não haveria a crise de superprodução. A superprodução só ocorreu dado o nível de concentração de renda no mundo. Se ainda fosse preciso de mais produtos, o superfinanciamento poderia continuar por mais algum tempo.
É só opinião de leigo, e de leigo a favor da regulação, mas não vejo como não falar da crise como uma crise de superprodução e como tal tendo origem em algo mais material do que a desregulamentação.
Clever Mendes de Oliveira
BH, 28/03/2013
"O" Anonimo (quarta-feira, 27/03/2013 às 01:16),
De novo opinião de leigo, mas desta vez para concordar parcialmente com você sobre a sua critica à tentativa de associação da crise de 2008 com o aumento do salário mínimo conforme o link deixado pelo Anônimo do comentário de terça-feira, 26/03/2013 às 19:25.
Disse que concordo parcialmente porque em minha primeira leitura do gráfico eu não dei a devida importância à pequena participação do salário mínimo na economia americana. Ao ver o gráfico, o que me chamou mais atenção foi o longo período sem aumento do salário mínimo e de repente uma mudança de comportamento do legislador americano. Pareceu-me que o aumento do salário mínimo foi utilizado como um instrumento para mitigar a crise que estava sendo percebida como vindo a caminho.
Você pode rebater de modo semelhante esse meu argumento dizendo que ele não procede porque é pequena a participação do salário mínimo na economia americana.
Você pode até está correto sob o enfoque eminentemente econômico e eu como leigo não teria muito como o refutar, mas o mais provável é que se encontre o meu argumento nos considerandos da tramitação da legislação que aprovou o aumento do salário mínimo.
Clever Mendes de Oliveira
BH, 28/03/2013
Clever,
Não me leve a mal, mas já que você gosta tanto de comentar sobre economia, por que você não tenta aprender? Sem querer bater, mas você provavelmente nem se dá conta do quanto você não sabe que não sabe…seus posts são quase impossíveis de serem respondidos, porque eles não fazem o menor sentido pra quem sabe o básico do básico. Tenho certeza que se você procurar por ai, consegue fazer uns cursos virtuais ou, mesmo presenciais como ouvinte, de graça…
Ahhh….e pare de ler o Nassif também. Nada de bom jamais saiu daquele pântano.
Abraços.
Anônimo (27/03/2013 às 09:39),
Como leigo achei o artigo de João Sicsú "A queda de um mito: salário mínimo x informalidade" publicado na revista CartaCapital razoável e trouxe duas informações relevantes. Nos últimos 10 anos o salário mínimo aumentou e a informalidade diminuiu o que em princípio parece ir contra a tese de que o aumento do salário mínimo teria o efeito perverso de aumentar a informalidade.
Opinião de leigo, mas leiga é a grande maioria dos leitores de revista como a Veja, Época, IstoÉ e CartaCapital.
Você queria o contrafactual, mas esse em geral não é apresentado nesses artigos nos periódicos semanais e nos jornais diários. O Alexandre Schwartsman é que na maioria das vezes excede. Veja, por exemplo, a aplicação do filtro Hodrick-Prescott, que, por sinal, era para mim um ilustre desconhecido, na comparação da política econômica do Brasil com a do Chile, Colômbia e Peru que ele faz em artigo publicado no jornal Valor Econômico de quinta-feira, 06/12/2012 e que pode ser visto aqui no blog dele com o título "Quarto do riso" e que pode ser visto no seguinte endereço:
http://maovisivel.blogspot.com.br/2012/12/quarto-do-riso.html
Agora, quanto ao artigo de João Sicsú, me pareceu que ele não quis fazer um artigo de louvação ao governo do PT, por provavelmente não ser esse o comportamento dele. Se ele fosse explicar que o aumento da formalidade se deve à extensão de benefícios do programa Bolsa Família muitos iriam pensar que era matéria paga e uns poucos iriam pedir o contrafactual e o pior, para algo que o bom senso é mais que suficiente para a compreensão dos eventos.
Clever Mendes de Oliveira
BH, 29/03/2013
Anônimo (28/03/2013 às 13:44),
Você pode ser bom economista, mas a sua retórica me desistimula a ostentar qualquer vaidade por você ter deixado escapar que viu em meus comentários habilidade em os fazer quase irrespondíveis.
Clever Mendes de Oliveira
BH, 29/03/2013