Um trabalho estupendo
O Banco Central reclama
da “resistência da inflação”, atribuindo aos mecanismos de indexação (a prática
de reajustar preços e salários em linha com a inflação passada) as dificuldades
que tem encontrado para cumprir sua meta. Segundo o BC, “existem mecanismos
regulares e quase automáticos de reajuste (…) que contribuem para prolongar
(…) pressões inflacionárias”.
da “resistência da inflação”, atribuindo aos mecanismos de indexação (a prática
de reajustar preços e salários em linha com a inflação passada) as dificuldades
que tem encontrado para cumprir sua meta. Segundo o BC, “existem mecanismos
regulares e quase automáticos de reajuste (…) que contribuem para prolongar
(…) pressões inflacionárias”.
Há certa verdade nisto,
embora, da forma como o argumento tenha sido posto, a existência destes
mecanismos pareça resultar de processos sobre os quais o BC não tem qualquer
influência. Supõe-se implicitamente que este comportamento aflora por razões
que nada têm a ver com a condução da política monetária, resultado talvez de
questões históricas, culturais e – já que estamos no terreno especulativo – por
que não também antropológicas e quiçá genéticas?
embora, da forma como o argumento tenha sido posto, a existência destes
mecanismos pareça resultar de processos sobre os quais o BC não tem qualquer
influência. Supõe-se implicitamente que este comportamento aflora por razões
que nada têm a ver com a condução da política monetária, resultado talvez de
questões históricas, culturais e – já que estamos no terreno especulativo – por
que não também antropológicas e quiçá genéticas?
Embora reconhecendo
que possa haver um tanto de história por trás da persistência da indexação no
Brasil, particularmente no que diz respeito aos chamados “preços
administrados”, alguns dos quais contêm cláusulas específicas de reajuste de
acordo com a inflação passada, o problema é mais profundo e reflete
fundamentalmente a postura do BC face à inflação.
que possa haver um tanto de história por trás da persistência da indexação no
Brasil, particularmente no que diz respeito aos chamados “preços
administrados”, alguns dos quais contêm cláusulas específicas de reajuste de
acordo com a inflação passada, o problema é mais profundo e reflete
fundamentalmente a postura do BC face à inflação.
Para começar, não há
como afirmar, sem enrubescer, que os preços administrados tenham contribuído
para a aceleração inflacionária recente. Entre o final de 2011 e março de 2013 (pela
leitura do IPCA-15), a inflação de administrados caiu de 6,2% para 1,6%, o que
representou impacto negativo de 1,3 ponto percentual sobre o índice.
como afirmar, sem enrubescer, que os preços administrados tenham contribuído
para a aceleração inflacionária recente. Entre o final de 2011 e março de 2013 (pela
leitura do IPCA-15), a inflação de administrados caiu de 6,2% para 1,6%, o que
representou impacto negativo de 1,3 ponto percentual sobre o índice.
Se a indexação é,
portanto, responsável pela resistência à queda da inflação, é bom notar que não
se trata daquela associada aos reajustes contratuais dos preços administrados,
mas sim às práticas de mercado que determinam a evolução dos salários e dos
chamados preços livres. Neste caso, é necessário explicar porque empresas e
trabalhadores adotam tal prática e aí a responsabilidade do BC fica mais do que
patente, por meio de dois canais distintos.
portanto, responsável pela resistência à queda da inflação, é bom notar que não
se trata daquela associada aos reajustes contratuais dos preços administrados,
mas sim às práticas de mercado que determinam a evolução dos salários e dos
chamados preços livres. Neste caso, é necessário explicar porque empresas e
trabalhadores adotam tal prática e aí a responsabilidade do BC fica mais do que
patente, por meio de dois canais distintos.
O menos maligno
refere-se ao prolongamento do período de convergência. Há algum tempo o BC
parecia engajado num processo de convergência lenta da inflação para a meta.
Neste caso, porém, se o BC traz a inflação aos poucos para baixo, o melhor
valor para a inflação esperada deixa de ser a meta (que só vai ser atingida
mais à frente) e passa a ser algum valor entre a inflação passada e a meta,
afetando preços correntes.
refere-se ao prolongamento do período de convergência. Há algum tempo o BC
parecia engajado num processo de convergência lenta da inflação para a meta.
Neste caso, porém, se o BC traz a inflação aos poucos para baixo, o melhor
valor para a inflação esperada deixa de ser a meta (que só vai ser atingida
mais à frente) e passa a ser algum valor entre a inflação passada e a meta,
afetando preços correntes.
Já o fenômeno mais
pernicioso se relaciona aos erros de postura da política monetária. É sabido
que – para estabilizar a inflação – qualquer BC deve elevar a taxa real de
juros em face de desvios para cima da inflação esperada relativamente à meta (e
diminuí-la em caso contrário). Entretanto, o Copom fez precisamente o oposto: a
despeito de expectativas, tanto suas como do mercado, acima da meta, o BC veio
reduzindo a taxa real de juros.
pernicioso se relaciona aos erros de postura da política monetária. É sabido
que – para estabilizar a inflação – qualquer BC deve elevar a taxa real de
juros em face de desvios para cima da inflação esperada relativamente à meta (e
diminuí-la em caso contrário). Entretanto, o Copom fez precisamente o oposto: a
despeito de expectativas, tanto suas como do mercado, acima da meta, o BC veio
reduzindo a taxa real de juros.
O resultado foi
exatamente o que eu vinha alertando: ao invés de convergência, divergência da
inflação, apesar das medidas pontuais que mitigaram os impactos sobre os
índices de preços. Posto de outra forma, o BC deixa de agir para estabilizar a
inflação e, portanto, a meta deixa de representar um valor que coordene as
expectativas.
exatamente o que eu vinha alertando: ao invés de convergência, divergência da
inflação, apesar das medidas pontuais que mitigaram os impactos sobre os
índices de preços. Posto de outra forma, o BC deixa de agir para estabilizar a
inflação e, portanto, a meta deixa de representar um valor que coordene as
expectativas.
Enquanto o primeiro
fenômeno deve ter sido mais importante para explicar o descolamento das
expectativas em 2011, quando o BC ainda parecia se preocupar com o
comportamento da inflação, o segundo descreve com precisão o período mais
recente.
fenômeno deve ter sido mais importante para explicar o descolamento das
expectativas em 2011, quando o BC ainda parecia se preocupar com o
comportamento da inflação, o segundo descreve com precisão o período mais
recente.
A indexação não é,
portanto, a causa última da resistência da inflação à queda (mesmo porque não
há motivos para que a inflação caia, à parte efeitos temporários de reduções de
impostos e similares). Trata-se sim do resultado de um trabalho estupendo do BC
no sentido de cuidadosamente desancorar as expectativas de inflação após anos
de trabalho árduo no sentido oposto. Quanto a isto, o Copom não tem do que se
queixar.
portanto, a causa última da resistência da inflação à queda (mesmo porque não
há motivos para que a inflação caia, à parte efeitos temporários de reduções de
impostos e similares). Trata-se sim do resultado de um trabalho estupendo do BC
no sentido de cuidadosamente desancorar as expectativas de inflação após anos
de trabalho árduo no sentido oposto. Quanto a isto, o Copom não tem do que se
queixar.
Foi a indexação que preparei ontem.. |
(Publicado 10/Abr/2013)
Baixa um decreto lei pondo fim a indexação e "pimba".A inflação logo volta para a meta.
Já disse trocentas vezes… é só ajustar a meta para 6.5% e escrever a cartinha justificando.
"Baixa um decreto lei pondo fim a indexação e 'pimba'.A inflação logo volta para a meta."
Crescimento por decreto, controle da inflação por decreto… parece ridículo, mas é exatamente isso que o governo vem fazendo… total desrespeito à teoria econômica… Tá ruim? Preparem-se, tem este e mais um ano ainda, ainda vai piorar muito mais!
O Estado brasileiro através de seus inúmeros poderes, órgãos e departamentos é o principal agente que indexa a economia. E isso desde os tempos da ditadura militar de Delfim e outros.
Inflação furando o teto da meta, o técnico Tombini deveria pedir para sair, assim como o Mantega, depois da sessão espírita em Brasília.
Delfim hoje na Fóia:
"Mas, desde sua implementação, em 1994, nunca tivemos sucesso na conquista de uma taxa de inflação realmente civilizada"
O Velhaco se refere ao PLano Real. "O" me responda duas coisas, por tudo que há de mais sagrado:
1) Esse velho é tapado?
2) Ele parou no modelo IS-LM?
3) Ou outra coisa?
Com toda boa vontade, o BC errou por ignorância (não acredito) ou subserviência (neste sentido mentiu e perdeu credibilidade). Veja a reunião da presidente com os economistas fazedores de hiperinflação. Parece que miraram a inflação em 5,5%. Mudaram a meta e não comunicaram aos agentes. Mentiram (agora estão com fama de mentirosos ou pau mandados.). Como a inflação tira mais votos do que baixo crescimento parece que vão fazer o correto (mas devagarinho, pois foi como os 3 economistas mandaram).
Alex,
este pessoal do 247 te ama: http://www.brasil247.com/pt/247/economia/98504/Schwartsman-volta-a-pedir-juros-altos.htm
"Já disse trocentas vezes… é só ajustar a meta para 6.5% e escrever a cartinha justificando."
E' sarcasmo?
"Já disse trocentas vezes… é só ajustar a meta para 6.5% e escrever a cartinha justificando."
Não adiante, daqui dois anos à meta vai ter que subir de novo. o Negócio eh colocar o PIB da dona Dilma de…Quanto era mesmo?
1º Governo FHC: Inflação: 9,7%, PIB:2,5%
2º Governo FHC: Inflação: 8,8%,
PIB: 2,1%
Alexandre,
Parabéns pelo excelente artigo. Permita-me a intromissão, mas gostaria também de opinar no assunto. Veja o que acha.
Enxergo dois grandes motivos para as dificuldades recentes para o controle inflacionário no Brasil.
Em primeiro lugar, o Brasil abril mão da ancoragem das expectativas (conforme você argumentou), a despeito da farta evidência de importância para este canal de transmissão da política monetária. Costumo sempre recomendar a leitura de Svensson (1996), Ball (1995), Bonfim et al (1997), Erceg e Levin (2003), Roberts (2007) e Kiley (2007), Minella e Souza-Sobrinho (2013).
Em segundo lugar, o Brasil tem atuado no sentido de obstruir forçadamente um outro importante mecanismo de transmissão da política monetária: o canal do câmbio. O Nelson Barbosa (paradoxalmente) sempre afirma que o controle da inflação no Brasil está associado à movimentos de apreciação cambial. O seu guru, Franklin Serrano, chegou inclusive a criar a Lei de Barbosa (sic). De todo modo, a depeito de quem citou, o argumento procede (ao meu ver).
Traduzindo em números. Em 2012 tivemos uma desvalorização de 30% e a inflação penou (contando que o resultado teve efeito favorável de redução do IPI de bens duráveis, de desoneração da Cide-Combustíveis e do ciclo de revisão tarifária de concessionárias de energia elétrica). Em 2013, a apreciação não está permitida (o que aliado à desancoragem das expectativas) contribui para o resultado capenga que estamos observando…
Forte abraço
Economista X
Eu vou começar a calcular todos os preços em barras de ouro, que valem mais do que dinheiro…
Alex
Quando o COPOM selar a alta, use uma fralda geriátrica para não melar as calças.
"1º Governo FHC: Inflação: 9,7%, PIB:2,5%
2º Governo FHC: Inflação: 8,8%,
PIB: 2,1%"
E não vamos nos esquecer que banana não tem caroço!
Para quem é leigo, como eu, o sarcasmo não ajuda muito. É possível explicar de forma resumida porque os atuais níveis de inflação e de crescimento do PIB não são comparáveis (ou não são piores) que os do Lula e do FHC?
"Em 2013, a apreciação não está permitida (o que aliado à desancoragem das expectativas) contribui para o resultado capenga que estamos observando…"
É isso mesmo: um dos canais de transmissão está obstruído, ou seja, tudo o mais constante, caso o BC fosse perseguir a meta (eu sou muito bom em hipóteses irrealistas), teria que subir a Selic mais do que seria necessário se permitisse o câmbio flutuar.
E o BC reclama do câmbio também, assunto que tratei aqui (http://maovisivel.blogspot.com.br/2013/02/a-cesar-o-que-e-de-cesar.html).
O padrão é o mesmo: o BC reclama que o câmbio atrapalha o controle da inflação (mas buscou ativamente depreciar a moeda); agora se queixa da indexação (mas pratica uma política que desancora expectativas e induz à indexação).
Haja dissonância cognitiva…
Abs
"Para quem é leigo, como eu, o sarcasmo não ajuda muito. É possível explicar de forma resumida porque os atuais níveis de inflação e de crescimento do PIB não são comparáveis (ou não são piores) que os do Lula e do FHC?"
A questão é mais básica: não é o assunto sobre que estamos conversando (é verdade que banana não tem caroço; e daí?).
"É possível explicar de forma resumida porque os atuais níveis de inflação e de crescimento do PIB não são comparáveis (ou não são piores) que os do Lula e do FHC?"
Quer uma resposta de forma resumida?
R. Contexto.
Como brincava meu avô: entendi, mas não compreendi. Sinceramente, e sem ofensa, isso parece uma formalidade ou uma desculpa para não entrar no debate político – e tudo que se escreve aqui é, no final das contas, política. Me parece que o anônimo que postou os dados (nem sei se eles procedem) está querendo minorar as críticas ao BC-Mantega-Dilma, dizendo que se antes as metas de inflação não eram cumpridas (nem sei se realmente eram) e também não tínhamos um grande crescimento, por que criticar tanto agora que temos uma situação parecida? As políticas de antes, afinadas com o que o blog pensa, não deram resultado melhor (nem sei se deram). E a forma de resolver a parada é nas eleições, sendo que a alternativa (PSDB) não teria um histórico de que conseguiria menos inflação e mais crescimento. Sendo essa a linha do tal anônimo, estamos (eu, pelo menos) num dilema. Por mais que o blog e vários comentaristas indiquem os erros e as soluções, o que eu e – imagino – outros leigos queremos saber não é apenas que a situação está ruim, mas se há possibilidade real de algo distinto e melhor. E se esse algo não tiver um histórico muito melhor, fica difícil convencer o público a não abandonar a Dilma…
Pô, aí já é resumido demais! Quero as coisas mais mastigadas…
"E' sarcasmo?"
O q vc acha?
"Sinceramente, e sem ofensa, isso parece uma formalidade ou uma desculpa para não entrar no debate político (…) fica difícil convencer o público a não abandonar a Dilma…"
Sinceramente e sem ofensa, isto não me interessa nem um pouco, mas fique à vontade para dizer o que pensa.
JP: Adios, bye bye so long.
"Como a apreciação da taxa de câmbio está na origem da elevação dos salários e da inflação de serviços, o Banco Central deveria elevar a taxa de juros, mas neutralizando a apreciação cambial de forma que não serão os preços dos "tradables" (indústria de transformação) que serão comprimidos mais uma vez, com a invasão de importados, mas sim os preços dos serviços."
Who?
"Figure 1, taken from McCandless and Weber (1995), plots 30 year (1960-
1990) average annual inflation rates against average annual growth rates of
M2 over the same 30 year period, for a total of 110 countries. One can see
that the points lie roughly on the 45-degree line, as predicted by the quantity theory. The simple correlation between inflation and money growth is .95.
The monetary aggregate used in constructing Figure 1 is M2, but nothing
important depends on this choice. McCandless and Weber report a simple
correlation of .96 if Ml is used, and .92 with M0 (the monetary base). They
also report correlations for subsets of their 110 country data set: .96 (with
M2) with only OECD countries; .99 with 14 Latin American countries.
It is clear from these data (and from the many other studies that have reached similar conclusions) that the applicability of the quantity theory of
money is not limited to currency reforms and magical thought experiments.
It applies, with remarkable success, to co-movements in money and prices
generated in complicated, real-world circumstances. Indeed, how many specific economic theories can claim empirical success at the level exhibited in
Figure 1? Central bankers and even some monetary economists talk knowledgeably of using high interest rates to control inflation, but I know of no
evidence from even one economy linking these variables in a useful way, let
alone evidence as sharp as that displayed in Figure 1. The kind of monetary
neutrality shown in this figure needs to be a central feature of any monetary
or macroeconomic theory that claims empirical seriousness"
TEORIA QUANTITATIVA DA MOEDA é valida segundo Lucas 1995
JP: De maneira um pouco menos resumida, mas ainda muito resumida…
O FHC teve que, em primeiro lugar, debelar a hiperinflação crônica que assolava o Brasil. Teve que baixar uma inflação que chegava a uns 30-40% ao mês. Esse foi o contexto do primeiro mandato.
No segundo mandato, teve que encarar a crise dos países emergentes de 97-99, que o forçou a abandonar o regime de bandas cambiais, e criar toda a credibilidade do regime de Metas para Inflação. No final do governo, ainda teve que encarar o racionamento (no qual podemos culpar a política energética do FHC) e o risco da eleição do Lula (que, vendo o que os Kirchners fizeram depois na Argentina e o Chapolim na Venezuela, não era uma preocupação despropositada).
Já a gestão Dilma pegou um legado bastante positivo do Henrique Meirelles durante o governo Lula. Não havia NADA exógeno para fazer com que a inflação saísse do controle.
O maior problema dos auto-proclamados leigos parece ser a dificuldade em atribuir causas e efeitos, de filtrar o barulho do sinal.
"O": farewell…
Anônimo das 14:45.
Esse blog mesmo já citou um artigo que mostra evidência contrária à TQM.
http://maovisivel.blogspot.com.br/2011/02/teoria-quantitativa-da-moeda-morta-e.html
o senhor esqueceu de citar que a inflção do tomate baixou.
"Sinceramente, e sem ofensa, isso parece uma formalidade ou uma desculpa para não entrar no debate político – e tudo que se escreve aqui é, no final das contas, política."
Pra quem soh tem martelo, todo problema eh prego…
Yankee
Alguém poderia explicar ao Mantega que desoneração tributária em uma economia fechada só vai elevar os ganhos das empresas sem nenhum impacto sobre a tal competitividade?
"o senhor esqueceu de citar que a inflção do tomate baixou."
Não, não esqueci. É que isto é completamente irrelevante mesmo.
Obrigado Galego.
[off-topic]
"(..) A única coisa que conseguem dizer é que a elevação dos juros demonstraria que o governo “é intolerante com a inflação e está atento”. Perfeitamente! Esse governo até poderia ganhar uma medalha de Honra o Mérito por sua intolerância e civismo, mas não baixaria inflação — não a que está aí. " – Reinaldo Azevedo
Vai esculachar seu amigo RA, O?
Dar porrada em cego é facil, O Anonimo, muito fácil…
TA
Oq vcs acham de todo o embrolio da copa.. licitacao do maracana etc
A qual desses economistas se deve prestar mais atenção em opiniões de macro :
1-kocherlakota
2-rodrik
3-delong
4-krugman
5-stiglitz
???
"Vai esculachar seu amigo RA, O?
Dar porrada em cego é facil, O Anonimo, muito fácil…"
mas, por acaso, no assunto em voga, o RA não é cego?
qual a graça?
Eu acho que essa guinada do Reinaldo Azevedo tem a ver com a sua proximidade com o Serra, que não morre de amores pelo tripé. Mas eu continuo a achar que as suas análises políticas são uma das melhores que se vê por aí.
"O padrão é o mesmo: o BC reclama que o câmbio atrapalha o controle da inflação (mas buscou ativamente depreciar a moeda); agora se queixa da indexação (mas pratica uma política que desancora expectativas e induz à indexação).
Haja dissonância cognitiva…"
Eis aih uma bela sintese do contexto.
O post de hoje Mansueto me levou a pensar que a dissonancia cognitiva tambem estah presente no novo pacote da salavaçao que seria (nao vi os jornais da tv ainda) anunciado hoje.
"O"
Considerando o historico das maracutaias contabeis, eu nao me surpreenderia com a oficializaçao da mudança do centro da meta. Acho que nao fizeram ainda porque a narrativa com as justificativas da proeza nao foram aprovadas pela Exma Presidente da Republica.
Talvez Joao Santana, o ministro sem pasta da propaganda, esteja elaborando isso. Hah que se reconhecer que Joao Santana eh craque na arte de vender merda como se fosse ouro.
Kocherlakota, imho.
krugman e stiglitz… dois pensantes…
depois o rodrik…
os demais sao papagaios…
Para quem acha que a neandertal está no bom caminho, é só olhar o congelamento na Argentina. É para lá que estamos indo. Subsidia os amigos, congela preços, rompe contratos, dobra a aposta dos subsídios… Afinal, o dinheiro do BNDES é infinito, não é mesmo?
"…Por mais que o blog e vários comentaristas indiquem os erros e as soluções, o que eu e – imagino – outros leigos queremos saber não é apenas que a situação está ruim, mas se há possibilidade real de algo distinto e melhor. E se esse algo não tiver um histórico muito melhor, fica difícil convencer o público a não abandonar a Dilma…"
Meus caros,
Nossa oposição é uma porcaria (vide as campanhas de 2006 e 2010 ou o que eles estão fazendo agora). Não entendi o comentário. Estamos órfãos, é verdade. É rent-seeking (ou patrimonialismo) na veia, mesmo. Você, que quer a análise política, poderia fazer isto para a gente. Por que, por exemplo, o governo vai salvar o Eike, em uma medida claramente concentradora de renda, e não perde votos com isto (falar que o pobre adora não comer e, com isto, ajudar o Eike, não vale).
Saudações
"…krugman e stiglitz… dois pensantes…
depois o rodrik…
os demais sao papagaios…"
Há, Há, Há.
É inacreditável. Qual Krugman e qual Stiglitz você está falando? Se conseguirmos uma máquina do tempo, isto aí é verdade. Agora se for os caras do presente…
O Rodrik tem algumas coisas interessantes mas outras são forçações de barra inacreditáveis (para quem não identifica isto, eventualmente é melhor nem ler o cara).
Por fim, o melhor é o Kocherlakota mesmo. É sério, faz trabalho sério e sabe o que é metodologia (o que estes quermesseiros não sabem).
Saudações
Só para não deixar passar em branco, os 2% em torno da meta de 4,5% era para acomodar choques como o do tomate e de outros alimentos. Como o regime de metas foi abandonado, resta agora conter a retomada da inflação, controlando este ou aquele preço e rezar para que São Pedro. Mas, por favor, não culpem São Pedro ou D. Pedro I, a responsabilidade da alta da inflação é da pterodoxia que comanda a economia brasileira.
A partir de domingo passamos a conviver oficialmente com 2 COPOMs: o COPOM sessão espírita,que manda, e o mais antigo que executa.
O RA é mais serrista que o Serra
Seu idiota,
O que você acha que guia a mudança de Krugmam e Stiglitz rumo à heterodoxia?
Tem gente que para, pensa e muda. Tem gente que tem preguiça e prefere o conformismo…
Eu não chamaria o Krugman de heterodoxo. Ele não é menos ortodoxo que eu, por exemplo.
Já o Stiglitz, é vaidade. Durante a crise da Ásia, ele bateu de frente com o Summers, e perdeu a batalha política (a turma do Summers administrou a crise) e histórica/intelectual (o conselho/as imposições da turma do Summers foram um sucesso estrondoso, retumbante). Desde então, uncle Joe perdeu o rumo.
meus parabens ! esta foto resume perfeitamente a proxima reuniao do COPOM !
Meus caros,
Acho a produção acadêmica do Stiglitz fantástica. É um nobel extremamente merecido. Mas, desde que ele virou pop star, ele chega as raias da canalhice.
Alguns anos atrás, houve em BH um encontro do BID onde participaram tanto o Stiglitz quanto o North.
O Stiglitz veio com a lenga-lenga do "Chutando a escada". Política industrial é jóia, isto que gerou o desenvolvimento dos atuais países desenvolvidos e eles são malvados e pregam aos subdesenvolvidos a não implantação destas medidas para poderem nos ver pobres (e não parceiros de comércio). A platéia (burocratas que implementariam a tal política industrial de toda América Latina) ficou em estase. Porém, no final, e passando rapidinho, ele colocou um slide com as condições necessárias para que esta política industrial fosse benigna: existência de fortes leis anti-truste, inexistência de subsídio ao capital e abertura econômica ao exterior. Isto ele passou rapidinho e nem explicitou para a platéia que isto excluiria qualquer coisa que entendemos como política industrial neste triste continente. A palavra voltou para o North e este (muito irritado) ficou perguntando se não existia rent-seeking.
É isto. IMHO ele coloca este último slide para se proteger (ante qualquer pergunta sobre o que ele falou, este sempre pode se defender: "Você não entendeu o que eu falei, olha o último slide para mostrar isto"). Como ele não explicita isto e o nível da platéia é baixo (o Barros de Castro, já finado, também participou e eu fiquei com vergonha alheia pelo que ele disse – mas muitos acharam ótima a palestra dele), ele posa de pop star, mesmo que o custo social destas coisas seja altíssimo. Ou seja, o sujeito é um escroto.
Saudações
O Krugman tem suas batalhas políticas, que acredito positivas para o estabelecer um debate, mas ele não aceitaria nem tomar um café com os nossos heterodoxos…
Dantas
Eu não consigo entender essas críticas baixíssimas ao Krugman. Não digo que o cara não é passível de críticas, mas tem coisa que leio aqui que parece torcedor de futebol…
"1-kocherlakota
2-rodrik
3-delong
4-krugman
5-stiglitz
???"
Sem duvida a Maria da Conceicao Tavares
"1-kocherlakota
2-rodrik
3-delong
4-krugman
5-stiglitz"
Eu leio sempre o Krugman, apesar de discordar de muita coisa e' um blog interessante.
Gosto muito do John Cochrane, mesmo com toda sua arrogancia. Outros que sempre leio sao do o John B. Taylor e James Hamilton (econbrowser).
1-kocherlakota
2-rodrik
3-delong
4-krugman
5-stiglitz
???
6-Oreiro
1-Zico
2-Pelé
3-Maradona
4-Rivelino
5-Messi
24-Rogerio Ceni
O Krugman disse que a macroeconomia dos últimos 30 anos não serve pra nada. Que esse foi o período das trevas da macroeconomia.
Ele flerta com a heterodoxia. Leu o Keynes depois da crise (coisa que a maioria dos novos-keynesianos não fez), ja usou Minsky nos modelos dele. Ja citou Kalecki. Mas ainda usa arcabouço novo-keynesiano sim.
O unico que chutou o balde mesmo e virou heterodoxo foi o Stiglitz. Ele nem da mais aula na Economia em Columbia praticamente, so na Politicas Publicas.
O que ele fala nao interessa a quem sustenta a faculdade ne.rs
So nao demitem porque ele e Nobel e muito famoso, chamariz de aluno.
O Delong é fisicamente muito parecido ao Oreiro, o que me faz ter um certo preconceito com ele ja de inicio, espero q ele não curta criancinhas tambem
O Kocherlakota seria my pick.. Stiglitz entrou em guerra santa com o mainstream pq tomou no bumbum anos atras.. Krugman é o popstar anti-republicano.. Rodrik gosta de desvalorização cambial..
Quem gosta do Stiglitz deveria ler a traulitada que ele tomou do Rogoff quando ele tentou fazer demagogia em cima do FMI…quem não gosta, mais ainda…
Agora, alguém aí consegue explicar o que é ortodoxia e heterodoxia hoje em dia?!?
Gente, o que importa são as ideias. Leiam todos os que vocês citaram. E mais, debatam abertamente sobre as ideias de quem for. Pensem, discutam e parem de procurar doutrinas salvadoras.
Qual o endereco do blog da Maria da Conceicao Tavares? nao achei no google.
O Krugman é cretino, distorce os fatos para provar suas idéias keynesianas. O Stiglitz já abandonou a carreira de economista. Na verdade não tem ninguém brilhante com idéias novas.
"Na verdade não tem ninguém brilhante com idéias novas."
Discordo, tem o oreiro.
Saiu no Estadão: Alta no preço da cebola estimula contrabando
De janeiro até agora autoridades já apreenderam 95 toneladas, mais do que em todo o ano passado
Daqui a pouco entram em campo também os Fiscais do Sarney, da década de 80, para controlar os preços e não apenas a oferta – lembram ? Eu lembro muito bem
Também não sou economista, mas sem enrolar muito: a expansão estupenda da base monetária de 2008 para cá não explica, sozinha, o quadro inflacionário? Assim sendo, não bastaria, para interromper o aumento generalizado de preços e permitir o crescimento, que o governo: diminuísse os impostos e cortasse radicalmente os gastos para eliminar o defict? E claro, já que temos um banco central, que este deixasse que o cambio e a taxa de juros flutuassem livremente e não atendesse a demanda do governo por mais dinheiro para a gastança?
E claro que estas medidas, em se tratando de um governo intervencionista de esquerda, jamais serão tomadas….
Alguém tem os links para a discussão do Stiglitz com o Rogoff e o Summers?
"…Daqui a pouco entram em campo também os Fiscais do Sarney, da década de 80, para controlar os preços e não apenas a oferta – lembram ? Eu lembro muito bem…"
Putz, eu nem era nascido. VELHÃO!!!
Nossa, como tem comentário aqui. O duro é que 70% não presta.
Teve o choque de oferta lá fora no fim do primeiro semestre. Aí o BCB muito esperto meteu uma depreciação cambial de 20% em cima. Talvez, se esses gênios tivessem deixado o câmbio apreciar, poderiam manter os 7,25% que eles tanto prezam. Mas como são meio burrolos…
X, o BC recebeu a ordem de algum ministro de pilotar a guerra cambial e empurrou o doleta para cima no primeiro semestre. Ordem é ordem. Depois desta jogada de mestre é que veio a quebra de safra americana. Sei lá se invalida o seu argumento, mas a intervenção no câmbio veio antes. Após o choque de oferta, poderiam ter soltado a câmbio ou parado de cair os juros, que continuou caindo até outubro. Melhor seria ter feito ambas coisas.
Maradona
To achando otima a conducao da politica economica. O BC nao tem e nao deve subir o juros, deve deixar a inflacao correr solta mirando em 10% em 2014. La para agosto de 2014 deve dar um pancada de uma vez no juros. Assim com sorte nos livramos desse pessoal na eleicao.
Maradona, O tíming nao invalida porque como você disse eles estavam no inicio do processo e poderiam ter revertido a cagada. E caíram mais o juro. Incrível mesmo.