Sonho frustrado. Por Meraldo Zisman
Para quem não conhece o Pontal da Praia de Maria Farinha, pertencente ao município do Paulista/PE é um dos destinos turísticos mais belos do estado. Conhecida pelo seu clima agradável. Tranquilidade. Mais é um lugar não muito famoso entre os que visitam a cidade… Conta com uma boa infraestrutura e o visitante pode desfrutar de petiscos e água de coco gelada… (www.praias-360.com.br/pernambuco/…/praia-pontal-de-maria-farinha)
A realidade é bem diversa do que diz na Internet.
Pululam os “bares” e “estabelecimentos” improvisados à beira-mar. Tais locais clandestinos atraem várias categorias de pessoas, principalmente nos fins de semana e feriados quando a poluição visual, sonora, comportamental torna impraticável permanecer. Palavrões, aroma estranhos e poluição sonora vinda dos carros estacionados junto desses bares. O resultado é abandono das moradias, muitas delas de beleza arquitetônica, matos crescendo, águas estagnadas, animais soltos, lixo, sujeira fazendo deste local foco das doenças emergentes: dengue e assemelhadas. Associada às bocas de fumo, traficância e as mais variadas violências. Insegurança policial, sanitária e outras acompanhantes do ciclo da miséria. Ater-me-ei à poluição sonora… Em suma as casas à beira-mar, passaram a ser no mar pelo duplo avanço do mar e pelas barracas. Apesar da minha luta em não abandonar o local por razões sentimentais terminei fazendo parte do bloco, dos que desistiu. Quanto à casa? Tentei vendê-la. Não apareceu nenhum comparador. Quem é doido?
Dia desses, nas minhas idas e vindas, forçadas para pagar o caseiro e recolher as contas de luz, água, carnê de impostos, inclusive o mais antigo e tradicional, e inexplicável imposto denominado: da Marinha, resolvi pernoitar.
Dia seguinte, por volta das 9 horas ouço um barulho ensurdecedor. Um carro estacionado perto de bar improvisado deu início ao mau gosto musical. A casa batia ao compasso da música.
Liguei para o 190 às 9:25 horas e até as 12 horas, não apareceu nenhuma viatura policial. O som foi se tornado mais alto conforme o grau alcoólico dos ocupantes praieiros. Parecia que, os decibéis acompanhavam o grau de embriaguez dos seus em tornos do veículo sonoro. Juntei meus trapos, desconfortos e me mandei, pois o meu coração começou a bater com o ensurdecedor grave das caixas de som. Será que urbanizando e acabando esses “estabelecimentos” praieiros, não seria melhor para o povo morador do Pontal de Maria Farinha? Não seria construtivo realizar um projeto pela prefeitura e com os donos das casas do Pontal de aproveitar a sanear a orla. Povo satisfeito e com oportunidade tendo maior chance de emprego, trabalho é voto na certo… senhor Prefeito. O momento que atravessamos é o incrementar o turismo e assim não dá. Procure as autoridades governamentais os moradores-fugidos-despejados deste local e estabeleça uma parceria pública/privada para revitalizar a Praia.
Pena para mim que sonhava morar na Maria Farinha, na minha aposentadoria… foi um sonho frustrado.
Razão que afirma: O sonho é o alívio das misérias dos que as têm acordado… Que pena! Fica a proposta e a minha tristeza. O que me dá pena é como a vigilância sanitária é tão rigorosa com os consultórios médicos, odontológicos e laboratórios de análises clinicas. Escrevo isso com toda pureza, pois sou um esculápio aposentado e devo gozar de habeas ‘corpus’ da idade.
Abandonei a minha casa da praia de Maria Farinha.
___________________________________________________________
Meraldo Zisman – Médico, psicoterapeuta. É um dos primeiros neonatologistas brasileiros. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha). Vive no Recife (PE). Imortal, pela Academia Recifense de Letras, da Cadeira de número 20, cujo patrono é o escritor Álvaro Ferraz.
Encaminhei para um amigo, morador tb de Maria Farinha e assessor do atual prefeito para que chegue nas mãos dele.
Verdade verdadeira prof. Dr Meraldo
Quem é doido pra comprar uma casa num local belo, mas que é reduto de gangues, maconheiros e desordeiros. Ali só tem um jeito… Ir embora e deixar a zona solta pois segundo a prefeitura quem vota em Paulista são justamente os “donos de bares” da orla e suas famílias. Mas não quem paga IPTU. A solução seria fazer um movimento de “greve branca” de todos donos de imóveis e não pagar esse maldito IPTU. Com certeza na falta desse “aporte financeiro” alguém da “prefeitura” sentiria “falta” de tal verba e se comoveria com nossa causa. Mas como todo brasileiro é desunido, então, melhor vender cada um sua casa comprada com sangue, suor e lágrimas, por preço de banana!!!