O inferno astral da CBF. Blog do Mário Marinho
Nem a perda da Copa do Mundo de 1950, disputada aqui no Brasil, nem os humilhantes e doloridos 7 a1 sofridos para a Alemanha na Copa de 2014, também disputada aqui no Brasil, causaram tanto reboliço, balançaram tanto a nave da CBF como os acontecimentos desta semana.
Número 1 – Os jogadores não querem saber de disputar a Copa da América que a Argentina recusou alegando a pandemia.
Número 2 – O presidente da CBF, Rogério Caboclo, foi formalmente acusado de assédio sexual por uma funcionária da CBF.
Vamos começar pelo Número 2. Uma funcionária da CBF, onde trabalha há 9 anos, protocolou denúncia na Comissão de Ética do Futebol Brasileiro, acusando o presidente da entidade de assediá-la moral e sexualmente.
O assunto está sendo mantido em sigilo, mas, a funcionária diz ter provas, inclusive presenciais, dos constrangimentos.
Esse é um assunto que deverá sair do campo da CBF e até chegar à Polícia.
Claro que o presidente Rogério Caboclo nega as acusações.
Espera-se que as investigações sejam conduzidas com a seriedade que o caso exige e que suas conclusões sejam amplamente divulgadas.
Número 1 – É a primeira vez que jogadores, em grupo, se rebelam contra uma entidade de futebol no Brasil.
Como se verá no vídeo abaixo, Casemiro, capitão e líder do grupo de jogadores, diz na entrevista que não há rebeldia, uma vez que a hierarquia foi mantida.
Ou seja: os jogadores foram ao técnico Tite, o chefe imediato, expuseram suas razões e pediram para falar com Rogério Caboclo, o chefe superior.
Na entrevista após o jogo contra o Equador (vitória tranquila, 2 a 0), Casemiro diz que há um acordo entre os jogadores de só falarem claramente sobre o assunto após o jogo de terça-feira contra o Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
– Nossa posição é clara, todo mundo já sabe, disse ele.
O que se discutiu nos bastidores da Seleção foi o seguinte: há um surto pandêmico de Covid na Argentina; o momento é um dos piores que o País enfrenta e enfrentou; dentro desse quadro, por que correr o risco de realizar uma competição internacional que provocará movimentação anormal no País durante um mês?
E qual é a situação no Brasil? A mesma.
Então, por que o Brasil vai se expor ao risco que os argentinos não quiseram?
Reclamam mais: por que os jogadores não foram consultados?
Não cabe comparação à disputa de uma Copa América com as disputas que estão ocorrendo agora no Brasil.
O Brasileirão foi e é cercado de rígidos protocolos de segurança sanitária. Jogadores e Comissão Técnica são testados antes e depois dos jogos.
Para os jogos da Libertadores e da Copa Sul-Americana, a Conmebol, que é a Confederação Sul-Americana de Futebol, disponibilizou vacinas para todos os jogadores.
Além disso, nesses jogos, os times chegam ao Brasil e vão embora até 30 horas depois.
No caso da Copa América, não. A competição terá um mês de duração.
Nesse meio tempo, jogadores, técnicos, profissionais do esporte e da Imprensa estarão circulando pelas localidades que sediarem os jogos.
O risco é iminente e imenso.
Enfim, a mesa está posta.
Sirvam-se.
Veja a entrevista com Casemiro:
A vitória
Sobre o Equador
Depois de um primeiro tempo meia-boca, a Seleção Brasileira engrenou no segundo tempo e chegou à vitória tranquila de 2 a 0 sobre o Equador, outrora um velho freguês sul-americano.
O Equador está fazendo boa campanha nestas Eliminatórias.
Vejam os cinco primeiros classificados. Lembrando que os quatro primeiros colocados vão à Copa do Catar. O quinto colocado passará por disputa de repescagem.
No segundo tempo, o técnico Tite promoveu substituições e o Brasil tornou-se mais ofensivo. Poderia ter chegado a uma vitória mais espetacular.
Richarlison marcou o primeiro gol e todos os jogadores correram para comemorar com Tite.
O segundo gol foi de pênalti que existiu, mas, precisou da ação do VAR.
Neymar cobrou pessimamente e o goleiro equatoriano defendeu. Porém, o VAR entrou em ação mais uma vez e apontou que o goleiro se moveu antes da cobrança.
Cobrança que foi repetida e, desta vez, Neymar marcou.
A vitória manteve os 100% de aprovação dos Canarinhos.
Vejam os melhores momentos.
___________________________________________________________________
Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
_____________________________