Investigação é “sobre”, não “contra”. O hífen muda o sentido. E muito mais, aqui, na Mira
O aspecto mais deletério da ação de políticos desonestos não é o prejuízo monetário que causam, e, sim, o fato de levarem as pessoas a acreditar que todos são iguais a eles, que política é coisa de bandidos. Não, não é. E sem política não há democracia. O mesmo efeito é causado por advogados que negam o óbvio na defesa de seus clientes, o acusado é preso em flagrante, cravando uma faca em alguém e o causídico quer convencer os outros de que a culpada pela morte foi a faca. É o que estão fazendo na defesa dos “lavajatados”. A advocacia é uma nobre e indispensável atividade que não pode ser manchada com defesas baseadas em mentiras.
O presidente Temer está na Rússia, mas, aqui, a situação dele está cada vez mais ruça.
Na semana passada, mais precisamente no dia 15, leio, nos avisos de falecimento do Estadão, o de Paulo Gaudencio. Pensei com meus botões “será que foi o dr. Paulo Gaudencio quem morreu, o médico psiquiatra que teve grande destaque nos 1960/70, que, em plena ditadura militar, apresentou o programa Jovem Urgente, na TV Cultura/SP, no qual tratou de temas “tabus” em uns tempos em que havia grande preconceito sobre falar em público a respeito de assuntos sexuais, além de uma pesada censura?
Não, não pode ser ele, imaginei, se fosse, com os recursos de informática que há hoje em dia, o fato não passaria despercebido – mesmo com o grande número de demissões dos jornalistas mais tarimbados, restaria alguém que se lembraria dele e que faria uma pesquisa no Google. Pois bem – ou mal –, foi ele mesmo, hoje leio no mesmo jornal o aviso sobre a missa de 7° dia da morte dele e ninguém publicou um mísero necrológio sobre a brilhante pessoa, desconhecem a história recente do país.
(CACALO KFOURI)
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