Não é só a Cracolândia que está se espalhando. Tem indigência moral também
O desastre acontecido na ação na Cracolândia poderia ter sido evitado se as autoridades tivessem agido no primeiro momento, quando foram montados os primeiros barracos, mas sempre fingem não ver o que acontece sob seus narizes. Rara a praça de São Paulo em que não existam, inicialmente, pelo menos dois ou três moradores de rua e seus barracos. É questão de pouco tempo que virem favelas. Não seria mais fácil acolher essas pessoas – sim, pessoas, mas preferem adjetivá-las e não fazer nada – em abrigos antes que o problema se torne insolúvel?
Vi em reportagem na TV Globo que médicos tiveram seus nomes incluídos sem que soubessem em lista dos que iriam tratar dos viciados em crack no tal do programa Redenção, do prefeito paulistano. Redenção ou Invenção? Todos estão pedindo a exclusão de seus nomes da lista.
Leio e vejo colunistas escrevendo e dizendo que o povo está indignado com o acordo feito pela Procuradoria-Geral da República com Joesley Batista. Que povo, caras-pálidas? Aquele que reelege renans, jucás, malufs, collors, aécios etc. etc. etc.? Perto de casa tem uma loja de carnes da JBS, perguntei se tinham notado queda nas vendas, a resposta foi “Nenhuma!”.
Cada vez que vejo o troglodita Trump na TV lamento que o coisa ruim não sirva de consolo para o que acontece por aqui… A imagem em que aparece empurrando o primeiro-ministro de Montenegro é constrangedora, é pra lá de Bagdá (literalmente, foi em Riad).
Mein Got, mom Dieu, Dio mio, my God, aonde o jornalismo vaselina vai parar??? O Jornal Nacional de ontem (25) mostrou em reportagem as imagens de dois meliantes acendendo coquetel-molotov e jogando contra a sede do PT em Curitiba e o narrante disse “dois suspeitos”!!! Parece a velha piada do ladrão pego em flagrante com um porco nas costas e diz ao policial, com espanto, “Porco nas minhas costas? Tira esse bicho daí!”.
Foram publicados vários textos que comemoram os 50 anos do lançamento do LP Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles. Mas ninguém se lembrou de um detalhe que causou polêmica na época, a propagação de um boato dando conta da morte de Paul McCartney. Entre as “provas” divulgadas estava uma relatando que se, depois do fim última faixa, “A Day In The Life”, o disco fosse tocado no sentido contrário o som estranho ouvido queria dizer “Paul McCartney is dead”. Como se vê, propagação de asneiras é coisa muito anterior à internet, a rede só faz com que aconteça mais rapidamente.
Na Folha de S.Paulo (26), pág. C8, “Tchau, querido”.
(CACALO KFOURI)
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