Brasileirão começa bem. Blog do Mário Marinho
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Em nível de técnica e de emoção, foi um belo começo de Brasileirão.
Principalmente no jogo dos dois maiores favoritos ao título, Flamengo e Palmeiras.
Não decepcionaram e confirmaram o seu favoritismo.
Dividiram o mando no jogo nos dois tempos. No primeiro, o Verdão foi mais efetivo; no segundo, deu Mengão, que conseguiu marcar o seu gol.
Se por uma dessas ações do destino o jogo tivesse terminado em, por exemplo, 2 a 2, não teria sido de todo injusto, e ainda premiaria o torcedor com os quatro gols.
E os gols não aconteceram graças às excelentes atuações dos dois goleiros, o Weverton, pelo Palmeiras, e Daniel Dias, pelo Flamengo.
No primeiro tempo, a tática palmeirense deu certo: recusou sua defesa e contou com a velocidade do velocíssimo Roni.
Aliás, sobre Roni: é um grande jogador, além de velocista. Mas precisa deixar da mania de cair e se rolar após qualquer contato físico com o adversário.
O Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, bem que poderia colocar como lição de casa para o Roni, assistir uma duas, três, cinco, mil vezes o lance do gol do Flamengo, quando o também veloz Bruno Henrique arrancou pela ponta-esquerda; sofreu dois carrinhos, quando poderia ter caído que o juiz daria falta, continuou de pé e em velocidade até fazer o cruzamento que deu origem ao gol do sempre oportunista Pedro.
Essa jogada deveria servir de manual para muitos atacantes brasileiros.
No segundo tempo, o Flamengo foi mais Flamengo, apresentando aquele futebol que encantou o País nos tempos do técnico português Jorge Jesus, o Míster.
Com o grande volume de acerto entre jogadores do nível de Diego, Arrascaeta, Bruno Henrique, Everton Ribeiro, Gérson (ontem um pouco apagado) marcar o seu gol seria coisa de tempo, como de fato aconteceu.
Assim, no jogo que deveria ser a final, tornou-se uma bela abertura de temporada do Brasileirão.
Tomara que continue assim.
Surpresas
Na rodada
O Atlético, com excelente campanha na Libertadores e vindo da conquista do Mineirão-21, era o total favorito ontem.
Jogando em casa, no Mineirão, saiu na frente com gol marcado por Hulk.
Parecia tudo normal.
Esqueceram-se, porém, de combinar com o Fortaleza que, atrevido, virou e saiu de campo com a vitória 2 a 1.
Surpresa tão grande, ou maior, foi a demissão do técnico Alberto Valentim, do estreante Cuiabá, após o empate, 2 a 2, com Juventude.
As chamadas redes sociais levantaram hipóteses escabrosas para justificar a demissão do invicto técnico. Como fofoca não tem lugar nesse espaço, ficamos com a explicação oficial do clube.
Cristiano Dresch, um dos gestores do clube, respondeu sobre a decisão da diretoria:
“Não teve nenhum motivo específico, apenas resolvemos antecipar a saída com algo que em breve achamos que não vai dar certo“, afirmou.
Ou seja, sem explicação.
Outro que também se deu mal foi o Grêmio que chegou a levar 2 a 0 do Ceará, lutou bravamente, empatou, mas levou o gol da vitória do Ceará, 3 a 2.
Jogando em casa, o Internacional ficou no 2 a 2. Mas, um lance maroto acabou por lhe tirar a vitória: bola cruzada sobre a área do Sport, toca na trave, sobra para o atacante que marca. O juiz, entretanto, já havia considerado que a bola teria saído de campo pelo alto.
É um lance difícil, muito difícil.
Difícil mesmo
Está para Sylvinho
Jogando em casa, na estreia do técnico Sylvinho, o Corinthians foi derrotado pelo Atlético Goianiense, por 1 a 0.
Ex-lateral do próprio Timão, Sylvinho fez sua estreia como técnico. Claro, não teve tempo para conseguir mudanças no time.
Assim, o Corinthians apresentou os defeitos de sempre. Prova que o novo técnico terá muito trabalho pela frente, pois contratar reforços não estão nos planos de um Clube com sérios problemas financeiros.
O Timão volta a jogar duas vezes com o mesmo Atlético, agora, pela Copa do Brasil.
É reabilitar ou afundar de vez.
Malandragem
Tricolor
No sábado, o São Paulo ficou no 0 a 0 com o Fluminense, num jogo bem disputado.
O Fluminense até que poderia ter saído com a vitória, não fosse a malandragem do experiente zagueiro Miranda.
Pênalti contra o São Paulo.
Nenê, experiente jogador e que já foi do São Paulo, se posicionou para a cobrança.
Sabendo que Nenê toma enorme distância para a cobrança, o zagueiro Miranda colocou-se entre ele e a bola.
Nenê reclamou, mas o juiz não podia fazer nada, já que a distância do zagueiro Miranda era regulamentar.
Houve reclamações, diz-que-diz, bate-boca o bastante para desconcentrar o atacante Nenê e facilitar a boa defesa do goleiro Volpi.
Final, 0 a 0.
Esse lance me lembrou de outro que acontecia com frequência no Maracanã nos anos 60-70, envolvendo o zagueiro Alemão, do América carioca, na época, em boa fase.
Alemão era um zagueiro muito forte e que chutava com incríveis potência e precisão.
Era uma paulada as suas cobranças de fora da área, mesmo à longa distância, e que o goleiro adversário dificilmente defendia.
Até que os adversários perceberam a longa distância tomada pelo Alemão e resolveram fazer uma barreira.
Colocando-se em distância dentro do regulamento (com fez Miranda) entre o cobrador e a bola, tirou-se a força do arranque do Alemão e, consequentemente, a força e a velocidade do seu chute.
Foi como Dalila fez com Sansão, ao cortar seus cabelos que eram fonte de sua força.
O América, o meu América, estreou com derrota para o Athletico Paranaense, 1 a 0 em Curitiba.
Não faz mal, nosso próximo adversário será o Corinthians. Vamos nos reabilitar.
Série B
O Cruzeiro não começou nada bem a sua segunda temporada na Série B do Campeonato Brasileiro. Com o goleiro Fábio e o volante Adriano expulsos ainda no primeiro tempo, o time do técnico Felipe Conceição foi derrotado pelo Confiança por 3 a 1, no sábado, na Arena Batistão, em Aracaju.
Assim, o Cruzeiro que já foi de Tostão e Dirceu Lopes, começa a luta para fugir da série B já na posição de rebaixamento.
Copa
América
E para terminar: a Conmebol anunciou ontem à noite que a disputa da Copa América que deveria começar no próximo dia 11, está suspensa.
Motivo: o aumento dos casos de Covid 19 na Argentina.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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