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Por essa, nem Chico Mendes esperava. Coluna Mário Marinho
Por essa, nem Chico Mendes esperava
COLUNA MÁRIO MARINHO
É difícil, acredito que impossível, apontar para um torcedor e dizer: esse é o mais fanático de todos. Isso se aplica para todos os times.
Mas, nesse caso particular, me refiro ao Corinthians.
Há uma multidão de torcedores fanáticos.
Conheci um desses: Chico Mendes.
Torcedor e conselheiro corintiano, ele chegava ao Pacaembu, atravessava a roleta e lançava o grito: “Vai Corinthians!”
Todo mundo já sabia: Chico Mendes chegou.
Até os surdos sabiam, pois, com ele chegava também o cheiro inconfundível do enorme charuto. E Chico Mendes abraçava e era abraçado por todos. Essa foi uma cena corriqueira nos jogos do Corinthians nos anos 60 e 70. Foi nessa época que eu conheci e assisti a repetição da cena. O fanático Chico Mendes morreu nos anos 90.
Pois bem, nem esse fanático corintiano contava com uma vitória tão ampla e tão fácil como foi essa, 3 a 0, sobre a Ponte Preta, em Campinas, no domingo.
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Aliás, no domingo pela manhã, no Continental Parque Clube, onde jogo tênis, os corintianos se mostravam apreensivos. Exibiam falsos sorrisos de otimismo, mas admitiam, em voz baixa: o empate tá de bom tamanho.
Não é para menos.
A Ponte vem fazendo excelentes atuações e eliminou o Santos e o aclamado Palmeiras, ambos apontados como francos favoritos para o título paulista.
Para um Corinthians irregular e com um esquema de jogo medroso o empate não seria mesmo um mau resultado.
Quando Rodriguinho marcou o primeiro gol, aos 15 minutos, disse à minha caríssima metade que assistia ao jogo ao meu lado: prepare-se para o sofrimento, pois o time vai recuar, como manda o manual Carille.
O gol, em si, já foi uma grande surpresa. Romero, que ama ficar com a bola, abriu mão dessa paixão e fez o passe certeiro para Jô. O grandalhão Jô que não é conhecido por sua intimidade com a bola, deu um passe milimétrico para o competente Rodriguinho que marcou.
Aí, veio a outra surpresa. Ao invés de recuar, como prega o manual do técnico Fábio Carille, o timão continuou no ataque o que, certamente, foi também uma surpresa para a Ponte Preta.
Enfim, o Corinthians não renunciou ao jogo.
E vieram os gols: Jadson, em excelente jogada de Rodriguinho; e o próprio Rodriguinho que encerrou o placar: 3 a 0.
Domingo, o Corinthians decide em casa – e com casa lotada. Bom momento para exorcizar o demônio que ataca os corintianos nas decisões em sua bela e confortável casa.
A vantagem corintiana é quilométrica: pode perder até por dois gols de diferença. A Ponte precisa vencer com quatro gols para ficar com o título ou três para levar a decisão para os pênaltis.
Veja os gols
https://youtu.be/9wiTYVvBXbY
Rio de Janeiro
Flamengo e Fluminense voltam a decidir um título estadual carioca depois de 26 anos. No jogo desse domingo, no Maracanã, o Fla saiu na frente após falha bizonha do zagueiro Renato Chaves que Everton aproveitou e fez o 1 a 0 final.
No próximo domingo, eles se encontram novamente. O Flu precisa de vitória com dois gols de diferença para ficar com o título. Apenas um gol leva a decisão para os pênaltis. O Rubronegro joga pelo empate.
Minas Gerais
Foi sem emoção o primeiro jogo da decisão do Estadual entre Cruzeiro e Atlético, no Mineirão. Sem emoção e sem gol: 0 a 0. O título será decidido domingo que vem no Independência. Quem vencer leva a taça. Empate leva aos pênaltis.
Rio Grande do Sul
O surpreendente Novo Hamburgo, dono de excelente campanha no Gauchão, mais uma vez marca sua presença e sai do estadio do Inter com importante empate: 2 a 2. E, por duas vezes, o Novo Hamburgo esteve à frente do placar.
No próximo domingo joga em casa para decidir o título. Quem vencer, será o campeão. O empate leva aos pênaltis.
Paraná
Mesmo jogando na casa do adversário, o Coritiba saiu na frente na decisão paranaense: 3 a 0 sobre o Atlético PR, com dois gols de Werley e um de Kleber, o Gladiador.
A decisão será no Couto Pereira, campo do Coritiba, no próximo domingo.
Santa Catarina
A Chape, time amado por todos os brasileiros, saiu na frente na decisão do Catarinense, ao vencer o Avaí por 1 a 0.
A decisão do título será no próximo domingo na Arena Condá e a Chape joga pelo empate.
Veja os gols do Fantástico
https://youtu.be/gEmzc3NXeCo
Uma coisa é uma
coisa. Outra coisa é
outra coisa.
Ao João, dá-se o nome de João; à Maria, dá-se o nome de Maria. Ao boi, dá-se o nome de boi; à vaca, o nome de vaca. Assim, computador chama-se computador. Ao avião, deu-se no nome de avião.
Tumulto, chama-se tumulto; bagunça chama-se bagunça; protesto chama-se protesto; greve chama-se greve.
Assim como não se pode chamar avião de Maria ou vaca de João, não se pode chamar o protesto sindical de greve.
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Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)